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domingo, 7 de agosto de 2022

Men

Título no Brasil: Men
Título Original: Men
Ano de Lançamento: 2022
País: Reino Unido
Estúdio: DNA Films
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Jessie Buckley, Rory Kinnear, Paapa Essiedu, Gayle Rankin, Sarah Twomey, Zak Rothera-Oxley

Sinopse:
Após a morte trágica de seu marido que cometeu suicídio, uma jovem viúva decide alugar uma casa isolada no campo do interior da Inglaterra. Uma vez lá, começa a perceber que está sendo observada por tipos estranhos, figuras completamente bizarras.

Comentários:
Esse é um novo filme de terror inglês recentemente lançado. Aliás uma primeira observação seria sobre sua classificação, uma vez que não é um terror convencional, seria melhor defini-lo como um filme de suspense psicológico. A protagonista tenta superar um trauma após a morte do seu marido que se suicidou. No vilarejo de campo ela encontra pessoas estranhas, os tais homens do título original inglês. São tipos variados de pura esquisitice, como um padre que tortura psicologicamente quem lhe pede conselhos e um zelador que por trás de um sorriso amigável esconde algo sinistro. E o que dizer do homem nu que insiste em invadir seu jardim? O que mais vai chocar as pessoas no filme é o final dessa história. Uma cena praticamente irracional e escatológica. O que essa cena final significa? Em meu ponto de vista ela traz o verdadeiro renascimento psicológico da personagem principal, algo muito visceral, o que para muitas pessoas vai soar de muito mau gosto.  Esse no final das contas se revela ser um filme bem interessante, justamente por fugir de convencional. A estranheza também tem seu valor.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de maio de 2022

A Filha Perdida

Mais um filme da lista do Oscar 2022. O filme conta dois momentos da vida da professora universitária Leda, um no passado, outro no presente. Quando tinha apenas vinte e poucos anos o seu sonho era entrar no mundo acadêmico, se tornar professora em uma boa universidade no norte dos Estados Unidos. Ela segue estudando e escrevendo artigos e fica muito feliz quando recebe uma oferta de emprego. Só que ela tem marido, duas filhas e tudo fica mais complicado. No passado a protagonista é interpretada pela atriz Jessie Buckley. Já no tempo presente encontramos Leda como uma mulher madura que vai até a Grécia passar um mês de férias. Divorciada, sozinha, ela só quer um tempo para escrever alguns artigos e esfriar a cabeça. Só que viajar para outro país de férias sozinha também traz seus riscos.

O grande tema desse roteiro é a discussão entre maternidade e vida profissional. Algumas mulheres sofrem muito para conciliar esses dois aspectos da vida. No caso de Leda ela tem duas filhas e ao mesmo tempo tenta entrar em um mercado de trabalho muito competitivo que é o mundo acadêmico e universitário. Tem que se esforçar muito, estudar muito, mas como fazer isso com duas filhas pequenas? Outro tema em discussão é que muitas mulheres simplesmente não possuem vocação para serem mães. A sociedade muitas vezes impõe isso a elas, como pressão social, gerando mulheres infelizes e frustradas. A personagem interpretada pela atriz Dakota Johnson vem para reforçar que isso atravessa gerações, não apenas no passado, mas no presente também. Ela é uma jovem mãe e não está nada satisfeita com esse papel.

Um filme que gostei, tanto do ponto de vista da proposta do roteiro como também pela bela interpretação de todo o elenco feminino. Aliás duas das atrizes que atuam no filme foram indicadas ao Oscar, algo raro de acontecer. Jessie Buckley, que interpreta a personagem principal em sua época de juventude, foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Já a velha Leda, interpretada por uma ótima Olivia Colman, rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Nada mal para um filme que discute a mulher, em fases diferentes da vida e os desafios que surgem pela frente.

A Filha Perdida (The Lost Daughter, Estados Unidos, 2021) Direção: Maggie Gyllenhaal / Roteiro: Maggie Gyllenhaal / Elenco: Olivia Colman, Jessie Buckley, Dakota Johnson, Ed Harris, Peter Sarsgaard / Sinopse: A vida de uma mulher, uma professora universitária, em dois momentos distintos de sua vida. Quando jovem e mãe de duas crianças pequenas e na fase da maturidade quando tenta encontrar paz e tranquilidade numa viagem de férias na Grécia.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz (Olivia Colman), melhor atriz coadjuvante (Jessie Buckley) e melhor roteiro adaptado (Maggie Gyllenhaal).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Estou Pensando em Acabar com Tudo

Qual é o significado desse filme "Estou Pensando em Acabar com Tudo"? Antes de mais nada, devo dizer que esse foi um dos filmes mais diferenciados e inteligentes que assisti nesse ano. É aquele tipo de roteiro que não foi escrito para facilitar a vida do espectador. Nada é simplificado, tudo tem sua razão de ser. Baseado no livro escrito pelo autor Iain Reid, esse enredo tem uma linha narrativa completamente fora dos padrões, apesar de sua inicial simplicidade. No começo do filme somos apresentados a um casal formado por Jake (Jesse Plemons) e uma jovem garota cujo nome nunca é citado, em boa interpretação da atriz irlandesa Jessie Buckley. Eles estão em um carro, indo em direção à fazenda dos pais de Jake. Será a primeira vez que ela, sua nova namorada, vai conhecer os sogros. Tudo parece muito bem entre o casal, mas ela tem pensamentos diferentes, sempre recorrendo a uma frase "Estou Pensando em Acabar com Tudo". Acabar com o namoro? Acabar com a vida? Acabar com o quê exatamente?

Pois bem, no carro eles desenvolvem ótimas conversas, bem cultas e inteligentes. Parecem bem felizes, porém quando chegam na fazenda as coisas começam a ficar esquisitas. Os pais de Jake são dois caipirões que tentam agradar sua namorada, parecendo simpáticos, mas tem algo errado ali. As situações também começam a fugir da normalidade, gerando situações bizarras mesmo. Ora os pais de Jake parecem idosos à beira da morte, bem envelhecidos, ora se tornam mais joviais. Há erros de cronologia, lapsos de tempo... o que diabos está acontecendo naquela fazenda? E então chegamos na pergunta inicial desse texto. Qual é o significado de tudo o que vemos na tela? Resolvi explicar bem o filme porque muita gente anda reclamando que não entendeu nada do que viu nesse roteiro, para muitos confuso e sem sentido. Vamos explicar então. Aqui vai um grande spoiler, por isso se ainda não assistiu ao filme, pare de ler por aqui. Dito isso... Preste atenção na figura do zelador na escola. Ele parece ser um personagem bem secundário. Um velho senhor, já com idade bem avançada, mas ainda trabalhando nos corredores da escola onde trabalha. É noite de nevasca... e ele começa a ter alucinações e delírios.

Pois tudo o que se passou antes no filme ocorreu justamente na mente desse zelador solitário. A jovem garota do filme não passa de uma idealização de sua mente que está perdendo a sanidade. Ela seria o tipo ideal de mulher que ele gostaria de ter conhecido e se relacionado em sua vida... mas que na verdade nunca existiu. Ele nunca se casou, passando a vida sozinho, solitário. O velho zelador é o verdadeiro Jake. Naquela noite ele começa a perder sua sanidade... e seus pais, mortos há muito tempo, ressurgem em suas lembranças. Porém como ele está sofrendo com problemas mentais as lembranças não seguem uma cronologia lógica, indo e vindo entre as épocas em que viveu. Ele gostaria de ter conhecida uma garota ideal para se casar, apresentar aos seus pais, mas isso nunca aconteceu, não passou de um sonho. O final da vida dos pais foi sofrida. Como filho único ele teve que aguentar toda a carga emocional de presenciar a morte de seus pais sozinho. O final do filme é bem triste, mas coerente com a história mostrada. É um dos melhores roteiros com visão subjetiva que já assisti. E traz como toque final uma enorme surpresa para quem chegar ao seu final. Em minha opinião é um filme excepcionalmente brilhante!

Estou Pensando em Acabar com Tudo (I'm Thinking of Ending Things, Estados Unidos, 2020) Direção: Charlie Kaufman / Roteiro: Charlie Kaufman, baseado na obra de Iain Reid / Elenco: Jesse Plemons, Jessie Buckley, Toni Collette, David Thewlis, Guy Boyd / Sinopse: Jake (Jesse Plemons) leva sua namorada para ser apresentada aos seus pais. A viagem é feita sob pesada nevasca. Ao chegarem na fazenda onde eles moram, a garota começa a perceber que as coisas não fazem muito sentido. Uma realidade um tanto bizarra começa a surgir ao seu redor. O que estaria acontecendo ali?

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de maio de 2020

As Loucuras de Rose

Título no Brasil: As Loucuras de Rose
Título Original: Wild Rose
Ano de Produção: 2018
País: Inglaterra, Escócia
Estúdio: BFI Film Fund
Direção: Tom Harper
Roteiro: Nicole Taylor
Elenco: Jessie Buckley, Matt Costello, Jane Patterson, James Harkness, Julie Walters, Louise Mccarthy

Sinopse:
Após sair da prisão, a jovem Rose-Lynn (Jessie Buckley) precisa reconstruir sua vida. Ela sonha se tornar cantora country, mas mora em Glasgow, na Escócia, o que torna tudo mais complicado. Para sobreviver acaba trabalhando como diarista, fazendo faxina, mas sem nunca abandonar seu sonho de vida. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de melhor atriz (Jessie Buckley).

Comentários:
O título nacional desse filme é realmente péssimo. Dá a entender que se trata de uma comédia ou algo assim. Nada mais longe da proposta do filme que poderia ser definido, com certas reservas, como um drama musical. A protagonista tem um sonho estranho para uma garota escocesa de sua idade, que é fazer sucesso cantando country music, um tipo de música muito enraizada na cultura dos Estados Unidos. O sonho dela aliás é ir para Nashville onde sonha se tornar uma grande cantora desse estilo musical. Só que há uma diferença entre os sonhos e o mundo real. São coisas bem diferentes. E embora tenha talento, é muito complicado sair do contexto cultural onde ela nasceu e vive para tentar fazer sucesso em um universo que nunca foi o dela. Afinal quem iria comprar um disco de uma cantora country nascida na Escócia? Gostei muito do trabalho da atriz irlandesa Jessie Buckley nesse filme. Ela não apenas dá conta das cenas de palco, como também na parte de dramaturgia do filme. A ruiva trouxe também trejeitos bem comuns de uma garota da classe trabalhadora, com forte sotaque e maneiras mais rudes de ser. E como não poderia deixar de ser em um filme como esse, a trilha sonora também é muito boa, cheia de boas músicas de country, novas e antigas. Tudo muito agradável do ponto de vista puramente musical.

Pablo Aluísio.