terça-feira, 3 de agosto de 2021

Morte ao Rei

Durante mais de mil anos a monarquia sobrevive na Inglaterra. Historicamente porém houve um breve período em que a nação se tornou uma república. Foi quando o revolucionário Oliver Cromwell venceu as tropas do rei, tomando o poder. Ao lado de um general chamado Thomas Fairfax, ele tencionava encerrar definitivamente a monarquia naquele país. Quando o filme começa o Rei já está derrotado. E a partir daí começam as divergências. Cromwell queria decapitar o monarca. Fairfax, que vinha de uma família da antiga nobreza, resistia a essa ideia. Para ele o Rei deveria ser devidamente julgado, mas não condenado à morte, tudo em nome da tradição.

O filme é muito bem produzido, com boa reconstituição de época. Não há grandes batalhas e nem a guerra entre os revolucionários e a monarquia é mostrada. A dramaticidade nasce mesmo do choque de ideias entre o líder da revolução e seu principal general. Eles tinham visões opostas sobre o que iria determinar o futuro da Inglaterra. Historicamente falando o povo inglês não gostava muito de Cromwell, principalmente depois que ele tomou o poder e se revelou um tirano, matando pessoas sem o devido julgamento legal. Isso talvez explique porque logo após sua morte a monarquia inglesa foi restaurada, estando no trono até os dias de hoje. Aquele que depõe uma monarquia acusando-a de tirana e logo após se torna ele próprio um tirano não merecia mesmo ter o apoio do povo.

Morte ao Rei (To Kill a King, Inglaterra, Alemanha, 2003) Direção: Mike Barker / Roteiro: Jenny Mayhew / Elenco: Tim Roth, Dougray Scott, Rupert Everett, Olivia Williams, / Sinopse: Após derrotar as tropas leais ao Rei Charles I, o revolucionário Oliver Cromwell quer ir além, ele quer a decapitação do monarca, mas encontra resistência vinda de seus próprios aliados na revolução.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Esse episódio da coroa inglesa sendo subjugada, e derrotada, é tão extraordinária que deveria haver mais filmes sobre isso.
    Essa história de revolucionnários que se tornam tiramos é recorrente. Vem a mente, Animals Farm. Com a palavra, o inglês George Orwell.

    ResponderExcluir
  2. Enganadores da alma do povo! Existia no passado, ainda existem nos dias de hoje...

    ResponderExcluir