quarta-feira, 22 de abril de 2020

Um Dia de Chuva em Nova York

Título no Brasil: Um Dia de Chuva em Nova York
Título Original: A Rainy Day in New York
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Gravier Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Timothée Chalamet, Elle Fanning, Liev Schreiber, Jude Law, Diego Luna, Selena Gomez

Sinopse:
Um casal de jovens universitários do curso de arte decide passar um dia em Nova Iorque. Ele, Gatsby Welles (Timothée Chalamet), vai ter que reencontrar a mãe possessiva. Ela, Ashleigh Enright (Elle Fanning), vai conhecer um importante e famoso diretor de cinema que poderá abrir as portas para sua carreira. Só que obviamente as coisas não saem exatamente como era esperado.

Comentários:
Woody Allen está com 84 anos de idade. Será que alguém ainda pode julgar seus filmes como antigamente? Penso que não. O que ele tinha que fazer no cinema, já o fez. Não precisava realizar mais nada. Tudo o que deveria ter feito, já foi feito. Mesmo assim ele parece não desistir nunca. Tal como Clint Eastwood penso que ele provavelmente vai romper a barreira dos 90 anos ainda dirigindo filmes. Esse aqui é um de seus filmes menos pretensiosos. Com roteiro do próprio diretor, ele coloca na boca de seus personagens simples devaneios de sua própria mente. Por isso surgem coisas esquisitas na tela. Por exemplo, a atriz Elle Fanning interpreta uma loirinha tola, infantil e não muito inteligente. Na maioria das cenas ela se mostra assim. Porém quando Allen resolve soltar um grande pensamento usando justamente ela, nem pensa duas vezes. Juro que senti que a menina estava "possuída" pela mente irônica e muito inteligente de Allen. E ver esse senhor octogenário soltando seus pensamentos mais sutis através da boca da bobinha e sorridente personagem de Fanning é pra lá de esquisito! No fundo praticamente todos os personagens em cena funcionam como espécies de espelhos, de alter ego coletivo do diretor, em maior ou menos grau. Allen usa todos apenas como peças decorativas de seu tabuleiro de pensamentos, com ele soltando suas divagações aqui e acolá. Algumas pessoas vão ao psicanalista. Woody Allen faz filmes como esse para desabafar o que pensa. No geral é um filme bem bonitinho, uma graça. Parece uma caixa de bombons. Claro, comparado com seu passado, tudo soará muito inocente e sem grande importância. Porém para quem já tem uma filmografia maravilhosa como Woody Allen, tudo é plenamente perdoado. Absolutamente tudo. Até ser meio bobinho agora com esse seu novo filme.

Pablo Aluísio.

8 comentários:

  1. Um Dia de Chuva em Nova Iorque
    Pablo Aluísio.

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  2. Woody Allen, sempre queridinho da crítica. Tem bons filmes, mas a filmografia dele não é unanimidade em meu caso. Não gosto de tudo.

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  3. Ele teve altos e baixos nesses anos todos, mas digo sem favor algum que ele sempre manteve um certo padrão de qualidade.

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    1. Concordo e volto ao meu mantra:
      "um filme médio (ruins não existem) do Wood Allen ainda é melhor que a maioria que anda por aí".
      Serge Renine.

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  4. Mais vale um Woody Allen comum do que muitos filmes por aí

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  5. Allen resolveu ir brincar no parquinho e levou o cinema debaixo do braço. O mais famoso anti-herói do cinema, quase que literalmente, brinca em cima de um roteiro palatável e doce ao extremo, mesmo com algumas pitadas de amargo. Tudo no filme está sob controle:A personagem abobalhada da atriz Elle Fanning (irmã de Dakota Fanning) e o ótimo Thimothée Chalamet (Lady Bird: A hora de voar),claramente o alter ego de Allen. O filme é meio anestésico, sem sustos, mas também sem grandes surpresas. Não dá para dormir, mas é quase letárgico. Em se tratando de Woody Allen, o resultado final é sempre saboroso...eu sempre gosto. Seus filmes ultimamente estão exageradamente intimistas... Pode ser a idade, porque não?

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