quinta-feira, 9 de abril de 2020

No Fim do Túnel

Joaquin (Leonardo Sbaraglia) é um engenheiro paraplégico que ganha a vida trabalhando em sua enorme casa consertando computadores. Tendo apenas seu cachorrinho, já idoso e doente, como companhia, o amargurado engenheiro resolve anunciar um dos quartos para alugar. Um belo dia, a ex-stripper e esquelética, Berta (Clara Lago) e sua filha Betty, praticamente invadem sua casa para ocupar o quarto.

O caldo começa a engrossar quando, numa noite, enquanto trabalha em seus computadores, Joaquin ouve estranhos barulhos vindo do outro lado da parede e descobre que uma quadrilha está cavando um túnel até a caixa forte de um banco.

O longa argentino do diretor e roteirista Rodrigo Grande, surpreende ao misturar ótimos passeios da câmera em planos-sequência por dentro da mansão. Com imensa maestria no desenvolvimento da trama e na distribuição dos personagens, como num tabuleiro de xadrez, o diretor praticamente abre mão das externas e passa a usar e abusar do voyeurismo “indoor” de Joaquin.

Há na narrativa uma clara mistura de elementos hitchcokianos e tarantinescos, que aos poucos vão desfolhando a trama até o embate final entre Joaquin e o sanguinário Galereto (Pablo Echarri). Filme excelente que confirma o cinema argentino – que já abocanhou dois Oscars - como o melhor cinema, disparado, da América do Sul.

No Fim do Túnel (Al final del túnel, Argentina, Espanha, 2016) Direção: Rodrigo Grande / Roteiro: Rodrigo Grande / Elenco: Leonardo Sbaraglia, Pablo Echarri, Clara Lago.

Telmo Vilela Jr.

11 comentários:

  1. Eu acho muito interessante como o cinema argentino tem a capacidade de achar caminhos originais pra fazer filmes com estória que já foram contadas. Eles tem um "que" pra dar clima nos filmes que é muito legal. Coisa que o cinema americano não tem. É parecido com o cinema inglês, mas ainda assim, também é diferente desse.
    O Brasil está à léguas disso. Somos especialistas em fazer coisa mal feita.

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  2. O cinema argentino é ótimo. Muito superior ao cinema brasileiro que sempre tropeça em certos cacoetes que se repetem ano após ano.

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  3. Sérgio Renine. Sua colocação foi perfeita.

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  4. Pablo. O cinema brasileiro não consegue se livrar dos roteiros viciados em favela, presídio e comédias do Paulo Gustavo.

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  5. Esqueceu da putaria Telmo. Filme brasileiro tem que ter alguma putaria! kkkkkkkkkk

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  6. Na década de 1970 isso era algo mais comum, com as chamadas pornochanchadas. Hoje em dia já não é mais tão presente. rsrs

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    1. Hoje em dia é a "putaria" da lacração da esquerda.

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  7. O Pablo tem razão. Esses filmes apelativos tendo o sexo como pilar narrativo, eram mais comuns nas décadas de 70 e 80. Eu mesmo não saía do cinema assistindo a essas porcarias

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  8. Telmo, eu nunca vi um filme dessa linha no cinema, mas tive a oportunidade de ver alguns na TV, lá pelos anos 80. Eram bem ruins mesmo.

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