sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Traição Cruel

Clay O'Mara (Audie Murphy) recebe uma notícia terrível. Seu pai e seu irmão foram mortos por ladrões de gado. Ele decide então ir até a cidade onde eles moravam para vingar suas mortes. Chegando lá, procura pelo xerife e se oferece para trabalhar como assistente. Mesmo relutante o xerife decide lhe dar a estrela que identifica os homens da lei. E vai além, lhe diz que um pistoleiro que vive no lugarejo de Diablo muito certamente sabe quem matou seus pais. O que O'Mara nem desconfia é que o próprio xerife e um advogado da região estão envolvidos na morte de seus familiares. Eles os mataram para não apenas roubar seu rebanho, mas também parte de sua propriedade rural. Bom filme que procura trazer elementos novos no velho tema da vingança pessoal. Aqui os responsáveis pelos crimes são os próprios homens da lei que fazem de tudo para o protagonista se dar mal, afinal é do interesse do xerife corrupto que ele se dê mal mesmo, que morra o mais rapidamente possível.

Há um personagem interessante nesse filme, um pistoleiro perseguido por O'Mara, um sujeito que foge dos padrões de personagens pistoleiros do velho oeste. Esse é um falastrão, sempre com tiradas irônicas e gargalhadas, mesmo quando é enviado para um julgamento que pode o condenar à forca. Só que por viver no mundo do crime Whitey Kincade (Dan Duryea) sabe muito bem do envolvimento do xerife na morte dos familiares de Clay O'Mara. E por uma ironia do destino se torna o principal parceiro na vingança que o personagem de Murphy tanto deseja. Enfim, um western da Universal que apesar de seu modesto orçamento - é nitidamente um filme B - mantém o interesse por causa desse grupo de personagens que transitam entre o crime e a lei, sem muita cerimônia ou culpas pessoais. Vale a pena assistir, principalmente para os fãs de Audie Murphy, ator que sempre foi muito querido em nosso país pelos admiradores dos antigos filmes de faroeste.

Traição Cruel (Ride Clear of Diablo, Estados Unidos, 1954) Estúdio: Universal Pictures / Direção: Jesse Hibbs / Roteiro: George Zuckerman, D.D. Beauchamp / Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Dan Duryea / Sinopse: Após a morte de seu pai e irmão, Clay O'Mara (Audie Murphy) parte em busca de vingança. Ele se torna auxiliar do xerife que, sem que ele desconfie, esteve envolvido no crime de seus familiares. Quem acaba o ajudando é o pistoleiro procurado Whitey Kincade (Dan Duryea) que de inimigo se torna seu improvável parceiro.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A um Passo da Eternidade

Título no Brasil: A um Passo da Eternidade
Título Original: From Here to Eternity
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Fred Zinnemann
Roteiro: Daniel Taradash, James Jones
Elenco: Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, Donna Reed, Frank Sinatra, Philip Ober

Sinopse:
Um grupo de militares americanos, a maioria deles da Marinha (U.S. Navy) estão levando suas vidas enquanto trabalham em navios ancorados no porto de Pearl Harbor, no Havaí. Então. sem nenhum aviso, são surpreendidos por um ataque massivo da Força Aérea Imperial do Japão, se tornando o estopim da entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial.

Comentários:
Esse clássico do cinema americano é até hoje considerado o filme definitivo do ataque japonês ao porto militar de Pearl Harbor. Até aquele momento o governo americano não tinha intenção de entrar na Guerra. Depois do ataque, que matou milhares de militares dos Estados Unidos, a entrada se tornou inevitável. O grande mérito desse roteiro não foi apenas mostrar o ataque em si, em cenas realmente memoráveis, algumas tiradas de arquivo, filmagens reais, mas também de individualizar aqueles militares, mostrando a vida deles antes do ataque, suas paixões, planos, a vida que ia seguindo normal até aquele dia que o próprio presidente Roosevelt diria que "entraria para a infâmia". Dando rosto e história a cada um desses personagens o filme humanizou a face das vítimas do ataque. O filme foi um grande sucesso de público e crítica, sendo premiado em 8 categorias do Oscar. Até hoje é considerado um dos maiores clássicos da história de Hollywood.

Pablo Aluísio. 

 

Fahrenheit 451

Título no Brasil: Fahrenheit 451
Título Original: Fahrenheit 451
Ano de Produção: 1966
País: Inglaterra
Estúdio: Anglo Enterprises, Vineyard Film Ltd
Direção: François Truffaut
Roteiro: François Truffaut, Jean-Louis Richard
Elenco: Oskar Werner, Julie Christie, Cyril Cusack, Anton Diffring.

Sinopse:
Em uma sociedade opressora e violenta, onde os livros são proibidos pelo Estado, um bombeiro, Guy Montag (Oskar Werner), cuja principal função é localizar livros escondidos através de denúncias para queimá-los, acaba se apaixonando pela bela Clarisse (Julie Christie), uma apaixonada por literatura. A paixão fará com que Guy comece a questionar as ordens superiores e sua própria atividade dentro daquela sociedade.

Comentários:
Fahrenheit 451 é a temperatura em que ocorre a combustão na escala americana (onde não se usa Celsius mas Fahrenheit). Pois bem, esse foi o título do livro original que Truffaut resolveu adaptar para o cinema. Até hoje o filme é considerado uma de suas obras primas não apenas por seus méritos cinematográficos (todos inegáveis) mas também por sua mensagem, pois o roteiro funciona como uma denúncia contra sistemas opressores e governos tiranos. A mensagem do filme é clara, um luta contra regimes autoritários e de exclusão da Liberdade de pensamento e de expressão. Nesse tipo de ditadura não há espaço para discussão e nem debate e o livro representa justamente isso, a capacidade de pensar de cada pessoa, por isso devem sempre ser queimados! De qualquer maneira é aquele tipo de filme que levanta questionamentos, que faz pensar. Truffaut mostra carinho por seu filme, acima de tudo, apesar do tema explosivo que explora. Uma produção essencial não apenas para entender o grande diretor, mas também o mundo em que vivemos. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Elvis Presley - Hound Dog / Don´t Be Cruel

Se existe um single que definiu toda a carreira de Elvis Presley na década de 50 esse foi o mega campeão de vendas "Hound Dog / Don´t Be Cruel". Após o sucesso de "Heartbreak Hotel" a RCA tinha esperanças de repetir o mesmo sucesso comercial, o mesmo boom de vendas. Isso não aconteceu com "I Want You, I Need You, I Love You" mas quando "Hound Dog" pintou nas lojas o sucesso foi imediato. Não era para menos. A canção já vinha causando alvoroço nas apresentações ao vivo quando Elvis usava de seu ritmo contagiante para apresentar sua já tão famosa dança selvagem. Além disso o Lado B do single era por si só um outro hit em potencial. "Don´t Be Cruel" caía como uma luva no gosto das adolescentes que na época sonhavam com Elvis em suas fantasias românticas.

De fato o que muitos ignoram é que "Hound Dog" jamais deveria ter sido gravada por Elvis Presley. A música foi composta por Leiber e Stoller para a cantora Big Mamma Thornton. "Hound Dog" era uma gíria dentro da comunidade negra que significava homens que não paravam quietos, sempre atrás, na "caça" de outras mulheres. Na música uma mulher negra pede para que seu homem dê o fora pois não passa de um "Hound Dog", um velho cão sempre farejando um novo rabo de saia. O tema obviamente se encaixava totalmente com "Big Mamma", uma senhora negra de meia idade já cansada da vida, mas não fazia o menor sentido para um cantor branco, garotão e jovial como Elvis. Na cabine de gravação até houve um certo debate sobre isso. A música poderia ser interessante para Elvis nos palcos, mas seria adequada para gravação? Presley não se importou muito com esse detalhe, mexeu em algumas coisas na letra (versos que nunca foram escritos por Leiber e Stoller) e foi à luta. As sessões foram penosas. Elvis não se dava por satisfeito e muitos takes foram gravados. Exausto, ouviu uma por uma as tentativas até finalmente escolher o take que considerava o melhor.

"Hound Dog / Don´t Be Cruel" fez um sucesso espetacular. Na primeira semana o single vendeu mais de 600 mil cópias e quando todos achavam que tinha atingido seu pico ele voltou a surpreender vendendo ainda mais na segunda semana. Elvis chegou ao primeiro lugar entre os mais vendidos da Billboard, mas o compacto não perdeu pique nas vendas. A Variety, famosa publicação de cinema e música, noticiou na época que a RCA Victor estava encontrando dificuldades em atender todos os pedidos de lojas espalhadas em todo o país. Mal os singles chegavam nas vitrines e eram logo esgotados em poucas horas. Em pouco tempo o single havia vendido a estupenda marca de 5 milhões de cópias, fato inédito para a gravadora! Não tardou para que os recordes de vendas fossem noticiados pelos EUA afora, aumentando ainda mais a procura pelo novo disco do jovem cantor. Uma coisa levava a outra e os números só aumentavam de semana para semana. Elvis estava agora no topo de todas as paradas, com duas canções ocupando a primeira e segunda posição na principal lista de hits mais vendidos (um feito que apenas os Beatles conseguiriam repetir na década de 60). Um sucesso realmente sem precedentes. Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre a força do novo cantor ela se dissipou completamente com o êxito fenomenal do novo compacto. Elvis Presley não era apenas um nome em potencial, era um sucesso absoluto de vendas. O novo astro de ouro da indústria do disco.

Hound Dog (Jerry Leiber - Mike Stoller) / (MCA Music, inc, Gladys Music Co, ASCAP) 2:16 - Data de gravação: 02 de julho de 1956 - Local: RCA Studios, New York. / Don't Be Cruel (Otis Blackwell - Elvis Presley) / (Elvis Presley Music, Unichapell Music, BMI) 2:02 - Data de gravação: 02 de julho de 1956 - Local: RCA Studios, Nova Iorque. / Músicos: Elvis Presley (vocal e violão), Scotty Moore (guitarra), Bill Black (baixo), DJ Fontana (bateria), Shorty Long (piano), Gordon Stoker (piano em "Hound Dog"), The Jordanaires (vocais de apoio) / Engenheiro de Som: Ernie Ulrich / Produção: Steve Sholes / Estúdio de gravação: RCA Studios, New York / Data de Lançamento: junho de 1956 (EUA) / Setembro de 1956 (Inglaterra) / Dezembro de 1956 (Brasil). 

Pablo Aluísio.

Elvis Presley - I Want You, I Need You, I Love You / My Baby Left Me

O segundo single de Elvis pela RCA Victor foi composto pelas canções "I Want You, I Need You, I Love You" no lado A e "My Baby Left Me" no lado B. O fato é que o sucesso do single anterior com "Heartbreak Hotel" pegou muita gente de surpresa, em especial os críticos. Não tardou para que eles se posicionassem contra Elvis. Para uma parte considerável da crítica musical da época o novo cantor soava estridente e sem valor, um reflexo da pobreza cultural que atingia os jovens transviados de lambreta (a tal juventude que era rebelde sem causa). É claro que havia todo um preconceito contra o novo som e quando ele foi adotado pelos jovens a má vontade aumentou ainda mais. Como os jornalistas que escreviam sobre música na época eram senhores de mais idade, qualquer coisa que fosse curtida pela juventude era automaticamente vista com desconfiança.

O segundo single de Elvis chegou nas lojas em maio de 1956 sob fogo cerrado. As apresentações do cantor na TV rebolando causaram ainda mais ojeriza e o compacto recebeu bordoadas de todos os lados, principalmente a faixa principal onde Elvis cantava uma baladona romântica. O que afinal esse cara de costeletas está querendo? - pensaram os reacionários de plantão. Bobagem. Elvis Presley era apenas um artista tentando apresentar um bom material, mesmo que sob condições adversas. Quando Elvis gravou essa faixa sua popularidade começava a tomar conta do país. Viajando de um lado para o outro em excursões Elvis quase morreu após entrar em um velho avião que deu problemas técnicos. Abalado e abatido com o ocorrido ele entrou em estúdio justamente para gravar "I Want You, I Need You, I Love You". Imaginem ter que relaxar e entrar em um clima romântico após quase morrer em um acidente de avião. Foi isso que Elvis teve que superar nesse momento.

Ouvindo hoje percebemos um certo estado de tensão em Elvis. Ele canta a música corretamente mas não da forma suave adequada. "My Baby Left Me", gravada em Nova Iorque nas sessões do disco "Elvis Presley", me soa bem melhor. De autoria de Arthur "Big Boy" Crudup, a música tinha pegada e ritmo. No pique certo Elvis conseguiu um belo registro - um rock / blues no tom certo, correto. Para promover o single Elvis iria a TV algumas semanas depois e cantaria a faixa principal vestido de fraque e cartola (algo que detestou). A ironia era apresentar Presley como um sujeito fino e elegante, bem distante da imagem selvagem que estava se formando em torno dele na imprensa. Era uma piada que Elvis parece não ter gostado muito. No meio de tanta polêmica e marketing a canção alcançou um honroso terceiro lugar na principal parada de sucessos dos EUA. Bom, diante das circunstâncias realmente não foi nada mal no final das contas. Dias melhores viriam pela frente.

Elvis Presley
I Want You, I Need You, I Love You / My Baby Left Me (Estados Unidos, 1956) Selo: RCA Victor - Data de Lançamento: maio de 1956 / Músicos: Elvis Presley (vocal e violão), Scotty Moore (guitarra), Bill Black (baixo), DJ Fontana (bateria), Chet Atkins (guitarra), Marvin Hughes (piano), Short Long (piano), The Jordanaires (vocais de apoio) / Produção: Steve Sholes /  I Want You, I Need You, I Love You (Gladys Music Co, ASCAP) 2:40 - Data de gravação: 11 de abril de 1956 - Local: RCA Studios, Nashville. / My Baby Left Me (Unichappel Music / Grudup Music, BMI) 2:11 - Data de gravação: 30 de janeiro de 1956 Local: RCA Studios, NY.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Bando de Renegados

Excelente western! O filme começa quando John Wesley Hardin (Rock Hudson) ganha a liberdade. Ele ficou 16 anos preso, acusado de assassinatos diversos. Ele nunca aceitou as acusações, afirmando que só havia atirado em legítima defesa. De volta às ruas ele vai até um jornal local e deixa um manuscrito contando sua vida. Ele tem interesse em transformar tudo em um livro. E assim começa um longo flashback, voltando ao passado, para mostrar a vida de Hardin desde sua juventude. Filho de um pastor, ele teve parte de sua família destruída pela guerra civil. Hardin então tenta de tudo para subir na vida. No mundo dos jogos de cartas encontra uma saída. Ele é bom no carteado, porém durante uma partida mata um homem que o acusa de roubar no jogo. A partir daí sua vida muda drasticamente.

O homem que matou tem irmãos e eles querem vingança. Passam a persegurir Hardin pelas cidadezinhas por onde ele passa. Hardin é bom no gatilho. Logo mata mais um dos irmãos e passa a ser um dos "criminosos" mais procurados do velho oeste. Até mesmo os Texas Rangers passam a caça-lo pelo oeste americano. Só que Hardin, astuto, sempre consegue fugir. E mais acusações de assassinatos vão surgindo, colocando ele numa situação onde não existe mais volta. Assim como aconteceu em "Assim Caminha a Humanidade", Rock Hudson interpreta um personagem que vai desde sua juventude até sua velhice. O roteiro do filme é baseado em suas próprias palavras, por isso Hardin é quase sempre um injustiçado, um homem que luta para provar sua inocência. Ele não quer perdão, apenas que entendam seu ponto de vista. Ótimo faroeste, onde Rock Hudson mais uma vez prova porque foi um dos galãs mais populares da história do cinema americano.

Bando de Renegados (The Lawless Breed, Estados Unidos, 1952) Direção: Raoul Walsh / Roteiro: Bernard Gordon, William Alland, baseados no livro "The life of John Wesley Hardin", escrito por John Hardin / Elenco: Rock Hudson, Julie Adams, Mary Castle, John McIntire / Sinopse: O filme conta a história real de John Wesley Hardin (Rock Hudson), um dos homens mais procurados no velho oeste, acusado de várias mortes.

Pablo Aluísio.

Os Filmes de Faroeste de John Wayne - Parte 4

John Wayne passou por uma fase de insignificância logo no começo de sua carreira. Como ele era ainda um jovem sem nome dentro da indústria cinematográfica, acabou aceitando os trabalhos que iam surgindo. Na maioria desses filmes Wayne fez apenas figurações sem importância. Ora ele interpretava um membro do bando do xerife para caçar bandidos no deserto, ora ele era da quadrilha dos bandoleiros, fugindo da lei.

O importante nem era tanto aceitar filmes pensando em um futuro na carreira, mas sim trabalhar, atuar no que vinha pela frente. Ter o dinheiro para morar e viver em Los Angeles, mesmo que modestamente, já era uma vitória para o jovem ator. Ele que havia sido criado numa fazendo de criação de cavalos já tinha a experiência de montaria necessária para atuar em qualquer cena de western.

O que faltava para John Wayne nesse longo período, que durou praticamente toda a década de 1920, era uma chance de se destacar no elenco e chamar a atenção do público. Ao invés disso porém nos anos 20 o ator foi fazendo uma sucessão de filmes sem muita importância. Curiosamente ele chegou a atuar nesse tempo até mesmo em filmes bíblicos como "A Arca de Noé" de 1928. Infelizmente muitas dessas fitas antigas se perderam porque as películas eram altamente inflamáveis e expostas ao calor pegavam fogo. Como os estúdios na época não tinham maiores preocupações em preservar os filmes depois deles terem sido exibidos muita coisa se perdeu com o tempo.

A grande virada em sua carreira aconteceria apenas em 1930 quando ele, pela primeira vez, interpretaria um personagem de destaque, inclusive com nome. Na maioria dos filmes anteriores John Wayne interpretava tipos que sequer tinham nomes nos roteiros. Ele era identificado apenas como o Extra 1 ou o Extra 2, ou então nem era creditado. Já em "A Grande Jornada" ele interpretava finalmente um cowboy que tinha nome e sobrenome. Seu personagem se chamava Breck Coleman. Outra novidade importante: Wayne era o principal nome do elenco, o astro do filme! Dirigido pelo grande cineasta da história de Hollywood, o mestre Raoul Walsh, ele tinha a primeira grande chance em quatro anos amargando papéis sem importância em Hollywood.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

2001: Uma Odisséia no Espaço

Stanley Kubrick não foi um diretor convencional e nem tampouco um diretor de fácil digestão. Ele não estava nem um pouco interessado em fazer um cinema que fosse acessível a todos os tipos de públicos. Pelo contrário, Stanley Kubrick fazia cinema para ele mesmo e para um seleto grupo de admiradores de seu estilo. Para muitos essa ficção foi sua maior obra prima. O filme pelo qual ele sempre será lembrado. E de fato não era algo fácil a transposição para o cinema do famoso livro de Arthur C. Clarke. Kubrick fez uma bela adaptação para a sétima arte, entretanto é bom saber, de antecedência, que o filme parte da premissa que o espectador conheça pelo menos um pouco o livro original, leu alguns capítulos. Caso contrário a coisa começa a parecer sem muito sentido realmente.

Outro ponto é que o roteiro também espera que aquele que vai assistir ao filme saiba, nem que seja um pouquinho, sobre astronomia e astrofísica. Conceitos como espaço x tempo, buracos negros, viagem na velocidade da luz, múltiplas dimensões, tudo isso é jogado na tela. Outra discussão muito interessante se refere ao tema da inteligência artificial. Até que ponto dotar uma máquina da capacidade de pensar por si mesma seria seguro para a humanidade? Bom, pelos exemplos dados já deu para ter uma ideia da complexidade desse filme. É sem dúvida uma das maiores ficções da história do cinema. E esse título não foi lhe dado em vão, pelo contrário, temos aqui grande cinema de fato.

2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, Estados Unidos, 1968) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke / Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester / Sinopse: Depois de descobrir um misterioso artefato enterrado sob a superfície lunar, a humanidade parte em uma busca para encontrar suas origens com a ajuda do supercomputador inteligente denominado H.A.L. 9000.

Pablo Aluísio.