terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma Nova Tocaia

Eu fiquei bem aborrecido com essa continuação simplesmente porque gostei tanto de "Tocaia", o filme original, que ver algo tão caça-niqueis como isso me deixou realmente chateado. Do primeiro filme não há muito o que criticar, eu o considero uma pequena obra prima policial dos anos 80. Um thriller com um roteiro muito bem bolado e uma dupla protagonista simplesmente impagável. Infelizmente em Hollywood o que vale mesmo muitas vezes é o lado puramente comercial do cinema. Não havia necessidade de existir uma sequência já que o primeiro filme tinha uma trama que se fechava muito bem em si mesma. Mesmo assim os produtores ignoraram isso e realizaram um segundo filme que é praticamente uma cópia mal feita do primeiro. Imaginem que coisa equivocada!

Tentar realizar um remake disfarçado já é ruim, agora um de qualidade nitidamente ruim é bem pior do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. Nem os personagens resistiram... Richard Dreyfuss e Emilio Estevez apenas batem o ponto, preguiçosamente... como se isso não fosse ruim o bastante ainda escalaram a comediante (completamente sem graça, em minha opinião) Rosie O'Donnell. Ela estava fazendo muito sucesso na TV na época e por isso foi escalada, mas ficou deslocada, desenturmada, com uma personagem que não diz a que veio. Deveria ter ficado no mundo da telinha mesmo, até porque nem acrescentou nada ao filme e nem esse trouxe nada para sua carreira (pelo contrário, foi um tremendo fracasso comercial). O quadro geral assim não ficou nada bom. Nem a presença de John Badham (um bom diretor, sem dúvida) conseguiu evitar o fiasco. Então é isso, "Another Stakeout" não passa de uma continuação ruim, bem ruim, de um filme tão bom.

Uma Nova Tocaia (Another Stakeout, Estados Unidos, 1993) Direção: John Badham / Roteiro:  Jim Kouf / Elenco: Richard Dreyfuss, Emilio Estevez, Rosie O'Donnell, Dennis Farina, Marcia Strassman / Sinopse: Continuação do filme policial de sucesso dos anos 80 denominado "Tocaia".

Pablo Aluísio.

Corina

Comédia bem bobinha, mas que tem duas coisas que valem ao menos a pena conferir. A primeira é a trilha sonora, cheia de hits e sucessos dos anos 1960. Uma época particularmente deliciosa em termos musicais. A segunda é o elenco, com o providencial carisma da atriz Whoopi Goldberg, novamente em um papel leve e divertido e é claro Ray Liotta, em raro momento cômico na carreira, logo ele que se notabilizou e ficou conhecido justamente por interpretar mafiosos e criminosos na tela (basta lembrar do Henry Hill de "Os Bons Companheiros").

Para quem estava acostumado a estourar os miolos de seus inimigos com tacos de beisebol foi realmente uma mudança e tanto. Curiosamente por causa dessa imagem cinematográfica demorou um pouco para que eu o levasse à sério no papel de paizão suburbano. Ele fica por ali, com sorriso no rosto e não pude deixar de pensar que ele poderia estar tramando algum crime... Enfim, bobagens à parte "Corina" é bem isso, um filme inofensivo que não procura em nenhum momento polemizar, nem mesmo levantando seriamente a questão dos direitos civis da população negra naquele período histórico particularmente complicado nos Estados Unidos. É tudo mesmo muito leve, colorido e divertido, como se fosse um chiclete. Nada mais do que isso.

Corina, uma Babá Perfeita (Corrina, Corrina, Estados Unidos, 1994) Direção: Jessie Nelson / Roteiro: Jessie Nelson / Elenco: Ray Liotta, Whoopi Goldberg, Tina Majorino. / Sinopse: Comédia que se passa nos anos 60 com uma babá maravilhosa. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Debi & Lóide

É óbvio que eu jamais indicaria esse filme para pessoas mais sofisticadas que gostem de um tipo de humor mais refinado, como o britânico, por exemplo. "Debi & Lóide" é produto de massa, nada sutil, totalmente escrachado e debochado, uma produção que não tem vergonha de apelar para literalmente tudo - sim, vale tudo nesse roteiro para fazer o espectador rir, sem constrangimentos. Dito isso, é bom frisar que essa comédia é mais indicada mesmo para o público adolescente. É um tipo de humor que apesar de em muitos momentos ser bem vulgar beira a infantilidade completa. Talvez por essa razão tenha feito tanto sucesso. Curiosamente ao longo dos anos o ator Jim Carrey tentaria se afastar desse tipo de comédia mais visceral para abraçar projetos mais artísticos e pretensiosos, afinal seu sonho sempre foi ser levado à sério como ator em Hollywood. Após sucessivos fracassos comerciais ele parece ter voltado ao mesmo ponto de antes em sua carreira, já que recentemente estrelou uma sequência tardia desse filme (que inclusive ainda não conferi).

Vinte anos depois ele retorna ao mesmo lugar! Do outro lado sempre achei muito interessante o timing para o humor de Jeff Daniels! Ele nunca foi um comediante de ofício, apesar de sua cara de bobão. Aqui ele conseguiu se sair excepcionalmente bem, mas mesmo assim jamais abraçou a comédia como o ponto focal de sua carreira. Para falar a verdade sempre deu prioridade para filmes mais dramáticos até! Então é isso, eis aqui um filme que não tem nenhum receio de ser completamente idiota. Se você procura por algo assim, boa sorte!

Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros (Dumb & Dumber, Estados Unidos, 1994) Direção: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Bobby Farrelly / Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Lauren Holly / Sinopse: Dois idiotas se envolvem nas maiores confusões. Filme vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Comédia.

Pablo Aluísio.

O Diário de Carson Phillips

O filme conta a história de Carson Phillips (Chris Colfer), um jovem de 17 anos que ainda está na escola secundária. Ele sonha em se tornar um dia um grande escritor e jornalista, deixando para trás sua vidinha tediosa na cidadezinha de Clover. Para isso porém ele precisa ser aceito em uma boa universidade e para chegar lá precisa ter um bom currículo escolar, o que significa participar de atividades extra-curriculares na escola. Uma saída seria escrever uma revista literária, mas o problema é que nenhum aluno parece disposto a colaborar. Assim ele encontra uma forma de forçar eles a participarem, descobrindo seus podres para depois os chantagear, para que assim finalmente escrevam textos para o seu projeto, caso contrário ele revelaria todos os segredos mais obscuros da turma. Esse filme é um draminha escolar que conta em seu elenco com vários atores de séries.

O próprio personagem principal é interpretado por Chris Colfer de "Glee". Ele inclusive escreveu o roteiro, mostrando que tem talento também nessa area. Christina Hendricks de "Mad Men" também está no elenco e interpreta uma jovem que fica grávida do pai de Carson, um sujeito ausente em sua vida. Fica até divertido encontrar todos esses atores em um filme como esse. No geral é apenas bacaninha. A primeira cena mostra logo a morte de Carson - atingido por um raio no estacionamento da escola - e a partir daí ele próprio, em uma narração em off, vai contando sua história de vida, seus sonhos e seus planos de futuro ao espectador. Talvez se eu tivesse 17 anos o filme funcionaria melhor, mesmo assim em momento algum me deixou aborrecido ou chateado. A trama é redondinha e se fecha bem, mostrando que ter um sonho pode ser o grande segredo para a felicidade.

O Diário de Carson Phillips (Struck by Lightning, Estados Unidos, 2012) Direção: Brian Dannelly / Roteiro: Chris Colfer / Elenco: Chris Colfer, Rebel Wilson, Christina Hendricks / Sinopse: Filme de comédia. Filme vencedor do Key West Film Festival.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de outubro de 2015

Jack

Outro filme de um grande diretor que de certa maneira foi esquecido com o tempo. "Jack" foi dirigido por Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores de cinema da história. O enredo é pueril. Um garoto tem uma estranha síndrome que faz com que seu corpo envelheça quatro vezes mais rápido do que a de um ser humano normal. Assim quando ele finalmente vai para a escola ele está com a aparência de um homem de 40 anos (interpretado por Robin Williams). Coppola optou por fazer uma comédia leve, divertida e nada mais, sem espaço para explorar dramas ou qualquer coisa parecida. O resultado não poderia ser diferente.

Tudo é muito sem importância, nada marcante e sendo bem sincero até chato. É aquele tipo de filme que você levava para casa na época das locadoras VHS e depois de uma semana esquecia completamente, o que é bem anormal em se tratando de um filme assinado por esse excelente diretor. A única coisa que se salva no meio da irrelevância geral é justamente a atuação de Robin Williams que, carismático como sempre, consegue até mesmo convencer o espectador de que ele é na realidade apenas um garotinho preso no corpo de um adulto. Fora isso o filme é tão descartável como um saco de pipocas ou uma lata de Coca-Cola.

Jack (Jack, Estados Unidos, 1996) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: James DeMonaco, Gary Nadeau / Elenco: Robin Williams, Diane Lane, Jennifer Lopez, Fran Drescher, Brian Kerwin / Sinopse: O filme conta a história de um garoto em corpo de adulto. Filme indicado ao Kids' Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Robin Williams).

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de outubro de 2015

O Segredo

Baseado no romance escrito por John Grisham, especialista em tramas jurídicos, o filme narra a luta de um jovem advogado, Adam Hall (Chris O'Donnell), em defender seu velho avô, Sam Cayhall (Gene Hackman), das acusações de ter assassinado um negro no passado, tudo fruto de um aparente crime de ódio racial. Conhecido por ser uma pessoa racista e intolerante, Sam não parece disposto a abrir mão de suas opiniões, nem que para isso acabe pagando um preço muito caro nos tribunais, com risco até mesmo de ser condenado a pena capital. O roteiro assim explora o conflito interior que nasce em Adam, tendo que defender alguém que no fundo acredita em tudo aquilo que ele mesmo despreza. Como se pode perceber o argumento é mesmo dos mais interessantes.

Com um tema tão relevante era de se supor que o filme virasse uma pequena obra prima, mas infelizmente isso não aconteceu. O problema aqui é até fácil de encontrar. Embora conte com as presenças maravilhosas de dois veteranos talentosos, o grande Gene Hackman e a preciosa Faye Dunaway, o filme acaba afundando no quesito interpretação por causa de Chris O'Donnell. Naquela época Hollywood estava disposta a transformar o jovem ator em um astro do porte de um novo Tom Cruise. Não deu certo. Tudo o que O'Donnell conseguiu em muitos filmes foi ser apenas inexpressivo. Quando era uma produção sem importância, ao estilo pipoca de verão, isso não chegava a incomodar, mas quando começou a estragar bons roteiros como esse, a coisa toda começou a ficar irritante e constrangedora. Assim "O Segredo" acabou sendo prejudicado pela falta de talento dramático do rapaz. Se houvesse um ator melhor em seu papel tenho certeza que o filme teria se tornado uma das melhores preciosidades do cinema americano nos anos 1990. Só que isso definitivamente não aconteceu.

O Segredo (The Chamber, Estados Unidos, 1990) Direção: James Foley / Roteiro: William Goldman / Elenco: Chris O'Donnell, Gene Hackman, Faye Dunaway / Sinopse: Jovem advogado tenta livrar seu avô do corredor da morte. Ele foi condenado por racismo e outros crimes de ódio.

Pablo Aluísio.

Caravana da Coragem

O diretor George Lucas ficou tão encantando com os Ewoks (aqueles bichinhos de pelúcia guerreiros do filme "O Retorno de Jedi") que resolveu escrever o roteiro e produzir esse filme focado apenas neles. A verdade é que apesar de Lucas ser um dos cineastas mais celebrados da história do cinema por causa de sua maior criação, a saga "Star Wars", ele também deu vários tropeços ao longo da carreira. Um deles foi justamente esse filme. Tudo bem, os ursinhos eram legais, divertidos e tudo mais, porém não havia razão e nem conteúdo para fazer um filme todo apenas contando a estorinha deles. Ficou bobo, vazio, infantil demais e completamente descartável. Como Lucas sempre foi um péssimo diretor de atores ele resolveu escalar o veterano diretor de TV John Korty para dirigir.

Esse fez um filme nada marcante, bem cheio de clichês e cenas de dar sono. Provavelmente apenas a garotada - até 12 anos - poderá curtir a produção. Hoje em dia a situação ainda é bem pior porque os efeitos especiais ficaram velhos e datados e a meninada para falar a verdade nem conhece mais muito bem os filmes "Star Wars" originais. Provavelmente com o lançamento da nova franquia o interesse volte a surgir entre os mais jovens, até lá não tem para onde ir, "Caravana da Coragem" ficou velho e esquecido. Filme vencedor do Emmy Awards na categoria de Melhores Efeitos Especiais.

Caravana da Coragem - Uma Aventura Ewok (The Ewok Adventure, Estados Unidos, 1984) Direção: John Korty / Roteiro: George Lucas, Bob Carrau/ Elenco: Eric Walker, Warwick Davis, Fionnula Flanagen / Sinopse: Uma aventura no universo de Star Wars com os ursinhos Ewoks.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Meu Querido Presidente

A premissa desse filme era até promissora. Michael Douglas interpreta Andrew Shepherd, presidente dos Estados Unidos. Tudo vai bem em sua vida até que ele cai de amores por uma lobista, algo que poderá colocar na berlinda até mesmo sua presidência. O que estraga mesmo nesse "The American President" é o ufanismo de seu roteiro. O presidente interpretado por Michael Douglas é o máximo em integridade moral e ética, um homem tão correto e bondoso que mal parece ser de verdade. Sinceramente... os americanos possuem essa visão meio boba de seus presidentes e isso não é de hoje. Mesmo políticos notoriamente corruptos que ocuparam a Casa Branca ganham uma certa áurea de nobreza! O curioso é que o presidencialismo em si foi criado para ser um contraponto à monarquia, mas o povo americano, sendo herdeiro de certo modo das tradições políticas dos ingleses, acabaram transferindo para o cargo de presidente, mesmo que de forma indireta, um certo sentimento nesse sentido. Assim com tanto ufanismo e falta de realismo o filme de certo modo afunda.

Em termos de elenco todos se mostram corretos, até mesmo Douglas, que demonstra uma impensada elegância em cena. Mesmo que seja complicado de ver Douglas como o chefe do executivo, ainda sim ele consegue convencer a todo momento. Sua atuação fez com que ele até mesmo pensasse seriamente em um dia ser candidato a algum cargo, vejam só vocês! Como é padrão na filmografia do diretor Rob Reiner, você não vai encontrar nada de muito ousado ou instigante no filme. Ele é bem morno mesmo, feito para a família, onde até os supostos pontos dramáticos são amenizados. Mesmo assim, com todo esses pontos fracos, ainda vale uma matinê preguiçosa no sofá. Como se pode perceber tudo não passa de um passatempo bem inofensivo.

Meu Querido Presidente (The American President, Estados Unidos, 1995) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Rob Reiner / Elenco: Michael Douglas, Annette Bening, Martin Sheen, Michael J. Fox, Richard Dreyfuss / Sinopse: O filme mostra a vida de um presidente dos Estados Unidos. Um presidente de pura ficção, é bom salientar. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Música Original (Marc Shaiman). Também indicado ao Globo de Ouro em outras cinco categorias, entre elas Melhor Filme - Comédia ou Musical.

Pablo Aluísio.

O Professor Aloprado

Na realidade se trata de um remake do famoso filme de Jerry Lewis. Naquele original o comediante Lewis interpretava dois personagens bem distintos, um professor nerd (em brilhante atuação) e um galã metido a conquistador (Buddy Love, claramente inspirado no parceiro de Lewis, o cantor Dean Martin). Considerado um dos grandes filmes da carreira de Jerry Lewis ele ganhou após muitos anos esse remake, agora com o comediante Eddie Murphy. Com muitos mais recursos em mãos - como a tecnologia digital e o avanço da maquiagem no cinema, Eddie sem dúvida realizou um bom trabalho, principalmente no tocante a dar vida a inúmeros personagens, algo que ele já havia feito em filmes anteriores como "Um Príncipe em Nova York" ainda nos anos 80. A transformação de Eddie Murphy ficou tão bem realizada que garantiu mais um Oscar para o expert Rick Baker (especializado em monstros de filmes de terror). 

Além da mudança física do protagonista o roteiro também trouxe outras surpresas. Algumas modificações pontuais foram feitas e o resultado se mostrou muito bom. O antigo visual baseado em um professor de química desastrado de Lewis foi trocado por um tipo de professor bonachão, bem de acordo com a nova proposta de Eddie. Sucesso de público e crítica esse novo "O Professor Aloprado" daria origem a uma sequência quatro anos depois chamada "O Professor Aloprado 2 - A Família Klump", algo que não havia acontecido com o primeiro filme de Lewis. Esse segundo filme era nitidamente inferior e sem novidades, se tornando apenas um caça-níquel sem muita razão de ser. De qualquer forma fica a dica de um remake que apesar de não ser tão bom como o filme que lhe deu origem pelo menos não se tornou um desastre completo.

O Professor Aloprado (The Nutty Professor, Estados Unidos, 1996) Direção: Tom Shadyac / Roteiro: Jerry Lewis, Bill Richmond / Elenco: Eddie Murphy, Jada Pinkett Smith, James Coburn / Sinopse: O filme conta a divertida história de um professor atrapalhado que acaba se transformando em um galã ao tomar uma nova substância química.

Pablo Aluísio.  

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O Morro dos Ventos Uivantes

Título no Brasil: O Morro dos Ventos Uivantes
Título Original: Wuthering Heighs
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Peter Kosminsky
Roteiro: Anne Devlin, baseado em livro de Emily Brontë
Elenco: Juliette Binoche, Ralph Fiennes, Janet McTeer, Sophie Ward, Simon Sheperd

Sinopse:
O enredo se passa no apagar das luzes do século XVIII em uma região rural e isolada da Inglaterra. É lá que vivem Catherine Earnshaw (Juliette Binoche) e Heathcliff (Ralph Fiennes). São irmãos adotivos. Embora tenham sido criados juntos um sentimento maior cresce entre eles. Os sentimentos porém não irão aflorar sem antes que eles passem por inúmeras experiências de vida.

Comentários:
Mais uma adaptação do famoso livro "O Morro dos Ventos Uivantes". São mais de vinte filmes explorando o universo dessa grande obra romântica. A primeira versão foi realizado em 1920 e a última há pouco, em 2011. Ao que tudo indica a estória de um amor que resiste a tudo e a todos bateu fundo no lado mais sentimental das pessoas. E curiosamente não importa a  geração pois o enredo de fato parece eterno. Essa versão dos anos 90 sempre é lembrada, embora não possa ser comparada ao clássico de 1939 que tinha no elenco atores maravilhosos como Laurence Olivier. Para se ter uma ideia até mesmo Charlton Heston interpretou o papel de Heathcliff na TV durante a década de 1950. Ainda prefiro a versão clássica de 1939. Via de regra eu sempre prefiro os clássicos. Não sei exatamente a razão mas me parece que o romantismo puro soava melhor há décadas atrás. Hoje em dia tem muito cinismo no ar, vira e mexe cai no piegas mas nos tempos dourados de Hollywood isso não acontecia. Aqui os destaques vão para a bela fotografia, pelo casal principal que realmente passa muita paixão na tela e principalmente pela inspirada trilha sonora. Não é a melhor versão do livro mas satisfaz plenamente quem ainda não viu nenhum dos filmes baseados no texto original. Fica então a dica desse romântico "O Morro dos Ventos Uivantes", cuja estória de amor é de fato atemporal.

Pablo Aluísio.

Apóstolo Pedro e a Última Ceia

Título no Brasil: Apóstolo Pedro e a Última Ceia
Título Original: Apostle Peter and the Last Supper
Ano de Produção:
País: Estados Unidos
Estúdio: Scott White Productions
Direção: Gabriel Sabloff
Roteiro: Timothy Ratajczak, Gabriel Sabloff
Elenco: Robert Loggia, Bruce Marchiano, Laurence Fuller

Sinopse:
Durante o império de César Nero (54 – 68) o apóstolo de Jesus Cristo e um dos seus principais seguidores, aquele conhecido como Pedro (1 a.C – 67 d.C), chega ao coração do império, Roma. Pregando a palavra de um judeu morto por autoridades romanas na Judéia, ele afirma estar espalhando a boa nova, o evangelho. Sua atitude logo desperta a reação das autoridades. Levado a uma masmorra ele chama a atenção de um dos soldados que fazem a vigília em sua cela. Condenado, sua execução é marcada para acontecer em apenas três dias.

Mesmo com a iminência de sua morte na cruz o apóstolo não se desespera e nem suplica por perdão, pelo contrário, mantém a serenidade, dizendo-se feliz por reencontrar seu mestre Jesus. Intrigado o legionário de Roma lhe pede explicações sobre Jesus, cuja doutrina religiosa está se espalhando cada vez mais na cidade eterna e berço do grande império. De forma humilde e ponderada então Pedro começa a lembrar de seu messias, de suas histórias, suas pregações e milagres, causando uma profunda comoção no soldado que começa a enxergar uma nova realidade, uma nova filosofia de vida baseada na paz e no amor – algo completamente diferente do que lhe foi ensinado nas fileiras do exército de Roma.

Comentários:
Assistir a esse filme foi uma bela surpresa. Não pela produção que é bem modesta mas sim pelo seu texto, muito rico e bem escrito. Usando de fatos históricos permeados com pura dramaturgia o filme consegue manter o interesse baseado apenas no impacto da conversa de Pedro na prisão com um romano legionário que começa sua conversão nos últimos momentos de vida do apóstolo. Entre os principais aspectos positivos que vi aqui estão a sua estrutura teatral (que só conta pontos a favor) e a forma como Jesus é retratado nas memórias de Pedro. O Cristo que surge em cena é um figura radiante, sorridente, feliz, em boa interpretação do ator Bruce Marchiano. Na cena da última ceia outro recurso dramático de que gostei muito foi a apresentação da personalidade de cada um dos apóstolos em pensamentos íntimos, após Jesus revelar que um deles o trairia ainda naquela noite. Robert Loggia que interpreta Pedro é outro achado. Seu olhar, ora melancólico, ora contemplativo e glorioso traz muito significado ao grande homem da história do cristianismo. Embora nem tudo que apareça no filme esteja de acordo com as escrituras vale a pena ao cristão conhecer mais a fundo essa figura tão importante, aquele onde Cristo fundou as bases de sua igreja. Não é nada parecido com aqueles antigos épicos milionários do passado em Hollywood, mas sim uma produção muito simples e modesta que é salva pela grandeza de seu texto e sua mensagem. Um pequeno e belo filme que merece ser conhecido. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Toy Story

Título no Brasil: Toy Story
Título Original: Toy Story                          
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Pixar Animation Studios
Direção: John Lasseter
Roteiro: John Lasseter, Pete Docter
Elenco: Tom Hanks, Tim Allen, Don Rickles

Sinopse:
Um grupo de brinquedos ganha a vida quando estão longe de seu dono, um típico garoto americano. Agora ele acaba de ganhar um novo presente, um brinquedo moderno de um astronauta espacial chamado Buzz Lightyear (na voz de Tim Allen). O novo toy despertará ciúmes no velho cowboy de pano Woody (Tom Hanks).

Comentários:
Após ser demitido da própria empresa que ajudou a criar e a transformar numa das maiores do mundo, a Apple, Steve Jobs resolveu abraçar um velho projeto: produzir animações em computação gráfica para o cinema. "Toy Story" foi produzido por ele justamente por essa razão. Para falar a verdade poucas pessoas ligam hoje em dia o nome de Jobs à essa animação, tão cultuada, mas a verdade dos fatos é que "Toy Story" jamais existiria sem o dedo de Jobs por trás de tudo. A Pixar foi mais uma ideia que brotou na mente do genial mestre da informática e o pequeno estúdio deu tão certo que começou a rivalizar com a gigante e toda poderosa Disney (anos depois o estúdio do Mickey Mouse finalmente incorporaria a Pixar em troca de alguns milhões de dólares). Tirando essas questões de bastidores de lado não há como negar que "Toy Story" realmente foi um marco e não apenas do ponto de vista técnico mas de roteiro também. A estorinha é cativante, os personagens carismáticos e tudo parece se encaixar perfeitamente bem. Palmas para John Lasseter que dirigiu a animação e depois iria se tornar um dos maiores expoentes do verdadeiro renascimento do mundo da animação no cinema. Se artisticamente temos um material de primeira, do ponto de vista puramente técnico esse primeiro "Toy Story" resistiu muito bem ao teste do tempo até agora. Claro que o mundo da computação gráfica avançou muito nos últimos anos mas nada que deixe esse primeiro filme datado ou algo que o valha. Sendo bem sincero ao revê-lo hoje em dia o achei tão cativante quanto na primeira vez que o assisti. É uma das animações mais bem realizadas de todos os tempos, não há como negar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Um Bom Partido

Um filme meramente mediano com um elenco muito bom. Assim de maneira simples poderíamos definir esse “Um Bom Partido”, nova comédia romântica que está chegando nas telas de cinema em todo o Brasil. Jessica Biel, Gerard Butler, Uma Thurman, Dennis Quaid e Catherine Zeta-Jones estão em cena mas o filme não consegue empolgar. Na estória Gerard Butler interpreta um jogador de futebol aposentado e arruinado financeiramente que tenta dar a volta por cima. Nos anos de glória ele se distanciou da família, embriagado pela fama e sucesso e agora tem que reconstruir todos os seus relacionamentos familiares que destruiu quando era rico e famoso. Em relação a sua ex-esposa (Jessica Biel) e seu filho a questão é ainda mais delicada pois ele tem que provar que é um bom sujeito apesar dos erros cometidos no passado. Como se vê é mais um filme Made in Hollywood que investe no velho argumento da redenção pessoal de seus personagens.

O filme tenta se segurar na base dos diálogos e interpretação dos bons atores mas a direção preguiçosa não avança. O cineasta Gabriele Muccino não parece estar muito empenhado em tirar proveito do enredo, preferindo apostar no elenco como chamariz de público. Gerard Butler investe novamente no gênero mas não consegue emplacar. É curioso saber que ele tenha tentado de novo mesmo com o relativo fracasso de “Caçador de Recompensas”. Já as atrizes Jessica Biel, Uma Thurman e Catherine Zeta-Jones parecem estar numa situação bem parecida com o personagem principal do filme. Depois de vários sucessos encontram-se em um impasse na carreira, se contentando em ser meras coadjuvantes de um filme como esse. A pior situação é a de Zeta-Jones que desde “Chicago” não conseguiu mais bons papéis. No saldo final “Um Bom Partido” se torna apenas uma boa premissa que poderia render muito mas que se contenta em ser apenas uma comédia romântica de rotina, sem grandes atrativos. 

Um Bom Partido (Playing for Keeps, Estados Unidos, 2012) Direção: Gabriele Muccino / Roteiro: Robbie Fox / Elenco: Jessica Biel, Gerard Butler, Uma Thurman, Judy Greer, Dennis Quaid, Catherine Zeta-Jones, James Tupper / Sinopse: Ex-jogador de futebol (Gerard Butler) tenta recomeçar a vida após a aposentadoria. Sem dinheiro tenta reconquistar o amor de seu filho e de sua ex-esposa treinando o time do garoto.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Meu Gigante Preferido

Esse tipo de filme não me agrada muito. Sempre que um roteiro apela para características físicas das pessoas para fazer graça algo me soa como vulgar e apelativo. Esse aqui é um exemplo disso. Muitas das situações se apoiam no fato do personagem ser absurdamente alto em relação ao papel interpretado pelo Bllly Crystal, que até é um cara que eu simpatizo, mas que de vez em quando entra em cada filme bomba que vou te contar.
    
Esse é outro daqueles filmes esquecíveis. Você assiste e quando vira a esquina, se esquece que um dia o assistiu. No meu caso vi por canal a cabo - provavelmente HBO. É curioso ocmo certos filmes você jamais esquece, enquanto outros são tragados pelos vazios da memória. Se você não anotar em algum lugar vai ficar com a impressão de que nunca viu. Essa comédia que tenta tirar humor da altura desproporcional do personagem é um desses filmes. Pensando bem, era melhor eu ter esquecido que um dia o vi.

Meu Gigante Preferido (My Giant, Estados Unidos, 1998) Direção: Michael Lehmann / Roteiro: Billy Crystal / Elenco: Billy Crystal, Gheorghe Muresan, Kathleen Quinlan / Sinopse: Billy Crystal interpreta um agente de Hollywood que se depara com Max, um gigante que vive na Romênia, e tenta colocá-lo no cinema.

Pablo Aluísio.

Desafio no Gelo

O Hóquei é um esporte bem popular nos países do norte, da América do Norte em especial, Canadá e Estados Unidos. No Brasil ninguém dá muita bola para esse esporte que é muito pouco conhecido em nosso país. Por isso não é de se admirar que um filme como esse não tenha feito qualquer sucesso em nossos cinemas (isso se ele ficou pelo menos 1 semana em cartaz). No meu caso assisti na TV a cabo, muito provavelmente no canal HBO. È um filme até interessante, mas esquecível demais.

O fato é que o tempo passa. O Kurt Russell foi herói de filmes de ação nos anos 80. Mas aí chegou a idade e ele precisou se readaptar. Nesse filme aqui ele interpreta um técnico de um time de hóquei, já bem velho e gordo. Nada parecido com o Cobra Prinski de "Fuga em Nova Iorque" ou outros filmes de ação que fizeram sucesso com o Kurt Russell estrelando. Sobrou mesmo esses filmes de pouca expressão para ele seguir trabalhando como ator. É a vida, meus caros.

Desafio no Gelo (Miracle, Estados Unidos, 2004) Direção: Gavin O'Connor / Roteiro: Eric Guggenheim / Elenco: Kurt Russell, Patricia Clarkson, Nathan West / Sinopse: A verdadeira história de Herb Brooks, o jogador que virou treinador que liderou o time de hóquei olímpico dos EUA em 1980 à vitória sobre o aparentemente invencível time soviético.

Pablo Aluísio.