segunda-feira, 14 de abril de 2014

Star Trek - Nêmesis

Título no Brasil: Star Trek - Nêmesis
Título Original: Star Trek - Nemesis
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Stuart Baird
Roteiro: John Logan, baseado na obra de Gene Roddenberry
Elenco: Patrick Stewart, Jonathan Frakes, Brent Spiner, LeVar Burton, Michael Dorn, Tom Hardy

Sinopse:
Após um tempo necessário para reparos técnicos a nave Enterprise é novamente enviada para uma importante missão nos confins do universo. O capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) e os membros de sua tripulação precisam ir até o distante planeta Romulus para costurar um tratado de paz entre os romulanos e a Federação. O problema é que há uma rebelião em larga escala naquele mundo liderado pelo rebelde Shinzou (Tom Hardy) que não medirá esforços para destruir todos os planos de paz.

Comentários:
Esse filme marcou a despedida da tripulação da "Nova Geração" dos cinemas. Após quatro filmes a Paramount estava planejando um novo rumo para a franquia e o elenco da nova série não fazia mais parte dos planos do estúdio. Também pudera, havia vários problemas rondando a produção. O envelhecimento do ator Brent Spiner era um deles. Não havia mais como esconder que Data, apesar de ser um androide, estava ficando cada dia mais envelhecido. Patrick Stewart também estava pulando fora do barco. Ele era muito agradecido à Paramount pelo ótimo papel de Jean-Luc Picard mas também estava cansado e queria partir para outros desafios, como na série de filmes dos X-Men. Muito provavelmente o clima de despedida tenha atrapalhado o resultado final. É um bom filme certamente mas se tornou também um constrangedor fracasso de bilheteria. Nesse caso a culpa realmente foi do estúdio que resolveu lançar "Star Trek - Nemesis" no mesmo fim de semana em que chegava nas telas o tão esperado "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres". O resultado foi desastroso. Com essa bilheteria decepcionante (meros 40 milhões de dólares) a Paramount então resolveu encerrar de vez a saga da Nova Geração. De uma forma ou outra, mesmo com o mal resultado comercial, não se pode ignorar as qualidades desse "Star Trek" que surge bem mais corrosivo e ousado do que o habitual. Em termos de valor artístico não há como negar que a despedida do capitão Jean-Luc Picard e sua tripulação foi mais do que digna, foi marcante de fato.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de abril de 2014

A Força do Destino

Título no Brasil: A Força do Destino
Título Original: An Officer and a Gentleman
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Taylor Hackford
Roteiro: Douglas Day Stewart
Elenco: Richard Gere, Debra Winger, David Keith, Robert Loggia, Louis Gossett Jr

Sinopse:
Zack Mayo (Richard Gere) é um jovem problemático que decide entrar nas forças armadas dos Estados Unidos. Enquanto leva um conturbado romance com sua namorada, Paula (Debra Winger) vai crescendo como homem e soldado, sob o comando do sargento linha dura Emil Foley (Louis Gossett Jr).

Comentários:
Um dos maiores sucessos da carreira de Richard Gere. Na época o filme surpreendeu se tornando um dos mais lucrativos da história (custou meros 3 milhões de dólares e rendeu mais de 130 milhões só no primeiro ano de exibição). A estória envolvendo o romance de um militar e uma garota de muita personalidade caiu nas graças do público que lotou os cinemas. Gere, jovem e bonitão, encarna sem culpa a figura do rapaz rebelde que se alista nas forças armadas americanas e sofre com a dura disciplina da rotina militar. O grande destaque do elenco, premiado inclusive com o Oscar de melhor ator coadjuvante, é o ator Louis Gossett Jr. Ele interpreta o Sargento Emil Foley, um tipo que se tornaria recorrente nos anos seguintes, um sujeito linha dura mas de bom coração que no fundo só deseja que seus subordinados se endireitem na vida.

Além do Oscar de Gossett o filme ainda levou o Oscar de Canção ("Up Where We Belong", um hit em seu lançamento, grande sucesso que sempre tocava na FM embalando os namoros dos jovens apaixonados da época). Visto hoje em dia "A Força do Destino" ainda se mantém interessante. O filme foi acusado por alguns críticos de ser uma mera propaganda de recrutamento do complexo militar americano, mostrando com sua mensagem que apenas as forças armadas conseguem colocar certas pessoas de volta no caminho certo da vida. Acho essa visão injusta. O foco do filme é em cima do romance de Zack Mayo (Richard Gere) e Paula (Debra Winger) e não apenas na mudança de vida do protagonista após entrar na vida militar. Tanto isso é verdade que o filme até hoje é lembrado por seu romantismo e não pelas cenas dentro do quartel. E é justamente por esse lado romântico que resolvi resgatar esse que é certamente um dos mais belos contos de amor que o cinema da década de 80 produziu. Indicado para quem ainda acredita na força do amor, apesar de tudo.

Pablo Aluísio.

The Blacklist

Título no Brasil: The Blacklist
Título Original: The Blacklist
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: NBC
Direção: Vários
Roteiro: Jon Bokenkamp (criador da série)
Elenco: James Spader, Megan Boone, Ryan Eggold

Sinopse:
Após longos anos desaparecido o ex-agente da inteligência americana Raymond 'Red' Reddington (Spader) ressurge na sede da CIA em Washington. Ele agora é um criminoso procurado mas decide se entregar para trair seus antigos companheiros de crime, terroristas e gente da pesada, que interessa ao governo americano. Sua única condição para ajudar a prender os membros do crime organizado é tratar tudo com exclusividade com a inexperiente agente Elizabeth Keen (Megan Boone). Que ligação misteriosa liga essas duas pessoas tão diferentes entre si?

Comentários:
Nova série que está sendo lançada no Brasil (nos Estados Unidos teve sua estréia no ano passado). Bom, o que podemos dizer? Logo de cara ficamos com um certo receio pois essa coisa de criminoso veterano e inteligente trocando figurinhas com agente do FBI inexperiente lembra demais o duelo de "O Silêncio dos Inocentes". Tudo bem, em termos de entretenimento nada se perde, tudo se recicla, mas o ponto inicial, o pontapé que dá começo ao jogo de fato é bem parecido com o famoso filme de Jonathan Demme. Infelizmente Anthony Hopkins não pode ser comparado com James Spader! Por falar nele o espectador que não teve muito contato com sua carreira nesses últimos anos certamente levará um choque ao encontrar o ator muito envelhecido, careca e um pouco acima da peso, em nada lembrando o jovem arrogante dos filmes de John Hughes dos anos 80. Mesmo assim devo dar o braço a torcer pois ele visivelmente está empenhado em fazer seu personagem dar certo o que era previsível pois não existe nada melhor para um veterano hoje em dia do que emplacar uma série de sucesso na TV americana. Dará certo? Continuará e se tornará um programa com muitas temporadas? Não sabemos ao certo, isso será determinado pelos índices de audiência que a série alcançar no concorrido mercado televisivo dos ianques. No saldo geral é uma série por enquanto apenas mediana mas que tem potencial de se tornar algo realmente muito bom. Só nos resta esperar pelo melhor.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de abril de 2014

Gigolô Americano

Título no Brasil: Gigolô Americano
Título Original: American Gigolo
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Paul Schrader
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Richard Gere, Lauren Hutton, Hector Elizondo

Sinopse:
Julian (Richard Gere) é um homem sofisticado, fino e educado, que ganha a vida realizando programas sexuais com mulheres mais maduras e solitárias. Em um desses atendimentos algo saiu errado e ele acaba sendo acusado de assassinato. Sem álibi ou meios de refutar as acusações acaba entrando em uma teia de conspirações da qual não consegue mais sair.

Comentários:
Lançado no começo da década de 80 "Gigolô Americano" foi uma das produções mais conhecidas da carreira de Richard Gere. O filme ainda continua interessante e não envelheceu tanto assim. Na realidade o tema é até curioso e por isso pode ainda nos dias atuais chamar a atenção. Richard Gere, cheio de maneirismos e bastante jovem, está bem adequado ao papel muito embora a qualidade de sua interpretação seja oscilante, onde ele se sai melhor nas cenas de sedução. Já nos momentos mais dramáticos falta realmente maior domínio de cena. O roteiro tem uma contradição absurda. Em determinado momento do filme um marido traído lhe oferece dinheiro para que ele deixe de ter um caso com sua esposa. Cheio de escrúpulos o personagem de Gere recusa a proposta! Como engolir algo assim de uma pessoa que vive de comercializar justamente os envolvimentos com suas clientes, que faz programas em troca de dinheiro? Será que teria mesmo tantos valores morais de uma hora para outra? Realmente incoerente e inverossímil...

Outra questão não condizente com a realidade dos fatos surge quando Gere se recusa a fazer programas com homens, não aceitando ser "michê". Ora a prostituição masculina é quase que inteiramente vinculada a homossexuais, pois o serviço prestado a mulheres é infinitamente menor em termos de número de clientes e dinheiro. Se o gigolô feito por Gere se limitasse a só sair com mulheres ele certamente não conseguiria manter o alto padrão de vida que ostenta no filme (carro de luxo, apartamento chic e roupas de grife). Visualmente o filme tem uma estética que foi muito utilizada nos anos 80, com farto jogo de luz e sombra (como nos momentos em que a luz refletida nas persianas incide sobre os personagens). Esse mesmo artifício seria muito usado ainda em filmes como “Nove Semanas e Meia de Amor” (curiosamente com temática semelhante, erótica sensual). De qualquer forma, tirando esses problemas de lógica, "Gigolô Americano" é um bom filme, tem bom ritmo, tema chamativo e uma subtrama envolvendo assassinato. Vale a pena conferir (ou rever).

Pablo Aluísio.

Munique

Título no Brasil: Munique
Titulo Original: Munich
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner e Eric Roth, baseado na obra de George Jonas
Elenco: Eric Bana, Daniel Craig, Ciarán Hinds, Mathieu Kassovitz

Sinopse:
Durante as Olimpíadas de Munique em 1972 um grupo de terroristas palestinos fazem de reféns e depois matam onze atletas israelenses. Depois da tragédia o serviço secreto de Israel começa a procurar os responsáveis pelo bárbaro crime cometido contra os esportistas. O próprio Estado de Israel então começa uma verdadeira caçada em busca dos assassinos.

Comentários:
Achei um filme muito frio para um tema tão quente! Spielberg obviamente só mostra um lado da história. Ele tem raízes judaicas, o que talvez explique sua postura em relação ao material. O problema político que deu origem a tudo continua em aberto, sem sinal de solução. É uma questão complexa. Infelizmente não vejo solução a curto prazo. Enquanto existirem duas nações em um só território os conflitos não cessarão. De qualquer maneira o diretor tenta lidar com esse tema, o que não é nada comum em sua filmografia. Como bem se sabe Spielberg construiu sua brilhante carreira em cima de filmes fantasiosos que mexiam com a imaginação de seu público acima de tudo. Filmes com conteúdo político são bem raros em sua carreira e do estilo de "Munique" não encontraremos nada parecido. Certa vez li uma entrevista em que Spielberg fazia uma mea culpa sobre si mesmo. Ele afirmou que durante décadas negligenciou suas origens e isso mais cedo ou mais tarde começou a ser cobrado dentro de sua comunidade. Muito provavelmente isso explique a produção desse "Munique". Foi a forma encontrada por Spielberg de pedir desculpas aos seus compatriotas. Infelizmente isso não redime o filme de ser fraco e muitas vezes enfadonho. Melhor mesmo é voltar ao seu velho estilo onde sempre reinou absoluto.

Pablo Aluísio.

Os Gritos do Silêncio

Título no Brasil: Os Gritos do Silêncio
Titulo Original: The Killing Fields
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Rolland Joffé
Roteiro: Bruce Robinson
Elenco: Sam Waterston, John Malkovich, Julian Sands, Craig T. Nelson

Sinopse:
Jornalista americano e fotografo cambojano testemunham os horrores das revoluções comunista do Khmer Vermelho no Camboja. Vencedor do Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Haing S. Ngor), melhor fotografia e melhor edição. Indicado nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Sam Waterston) e melhor roteiro adaptado.

Comentários:
Esse tipo de filme não é recomendado para todos. É um filme com grande teor politico (o que já afasta grande parte do público, principalmente o atual bem mais interessado em cinema chiclete). Pois bem, para quem quiser conhecer um pouco de história, principalmente das atrocidades do Khmer Vermelho, o filme é obrigatório. Também recomendo para "esquerdistas de butique" que acham que o socialismo é tudo de bom. Na realidade o fato é que ditaduras de esquerda costumam ser bem piores que ditaduras de direita. Isso porque as pessoas são mortas em nome de um ideal que na realidade é pura loucura ideológica. Vide as ditaduras de Stalin, Mao Tsé Tung e outros genocidas da história. O filme porém procura mostrar tudo de uma forma mais isenta, sem se tornar panfletário. Na verdade o que vem em primeiro plano é a questão humana, as mortes e assassinatos sem controle. A fachada ideológica certamente é explorada mas sem tanto alarde. Uma produção que nos faz refletir sobre o perigoso mundo em que vivemos. Indicado principalmente para quem deseja conhecer os becos mais obscuros da história.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Meninos Não Choram

Título no Brasil: Meninos Não Choram 
Título Original: Boys Don't Cry
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Kimberly Peirce, Andy Bienen
Elenco: Hilary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard

Sinopse:
Brandon Teena (Hilary Swank) é uma garota que decide assumir uma identidade masculina numa cidadezinha do Nebraska, um dos estados mais atrasados do interior dos Estados Unidos. Se fazendo passar por menino ela acaba ganhando a confiança dos moradores da região, inclusive iniciando um caso amoroso com uma linda jovem de sua idade. As coisas porém logo complicam pois sua identidade é desmascarada, dando origem a muita violência e intolerância por parte daquela sociedade.

Comentários:
O roteiro de "Boys Don't Cry" foi baseado numa história real e talvez por isso tenha mexido tanto com o público em seu lançamento. O interessante é que não se trata de uma fita que levante a bandeira do movimento gay ou algo do tipo mas sim apenas um retrato de uma jovem garota que não consegue lidar com sua identidade feminina. Essa mudança de papel acaba despertando e trazendo à tona o pior lado das pessoas, inclusive de gente próxima a ela, pelo qual tinha verdadeira confiança e amizade. Mesmo após todos esses anos não há como negar que esse foi o melhor trabalho da carreira da atriz Hilary Swank, que inclusive foi merecidamente premiada com o Oscar da Academia. Ela incorpora sem medo o personagem Brandon Teena e dá show de atuação para os espectadores. Um momento brilhante de sua vida como atriz. Assim podemos dizer que "Meninos Não Choram" é um filme que conscientiza e impressiona nas mesmas proporções sem se tornar em nenhum momento panfletário ou vulgar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

Adaptação

Título no Brasil: Adaptação
Título Original: Adaptation
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Spike Jonze
Roteiro: Charlie Kaufman, Donald Kaufman, Susan Orlean
Elenco: Nicolas Cage, Tilda Swinton, Meryl Streep, Chris Cooper, Jay Tavare, Brian Cox, Maggie Gyllenhaal

Sinopse:
Um roteirista recebe uma tarefa praticamente impossível: adaptar para o cinema um livro técnico sobre orquídeas! Como transformar algo assim em um filme? Desesperado, em crise, resolve inovar escrevendo um outro texto, esse sobre a adaptação de um livro simplesmente impossível de adaptar. Filme que usa brilhantemente a chamada metalinguagem cinematográfica.

Comentários:
Para alguns é um filme chato, pretensioso em demasia e sem sentido. Para outros é uma pequena obra prima que usa a metalinguagem cinematográfica de forma brilhante. Afinal quem tem razão? Na verdade toda obra artística desperta sentimentos e reações contraditórias, dependendo do espectador. "Adaptação" não é diferente. O estilo vem bem ao encontro do cinema pouco convencional de Spike Jonze, um cineasta que passa longe de realizar filmes banais. Na verdade ele utilizou de sua própria experiência profissional e pessoal para criar um enredo muito inteligente e sui generis. Por essa razão não espere nada muito quadradinho e nem dentro dos padrões. No elenco cabe destacar também o trabalho do Nicolas Cage. Hoje em dia infelizmente ele está em uma maré baixa que não parece ter fim mas há mais de dez anos tinha um status de ótimo ator, sempre se envolvendo em projetos ousados e fora do comum. A construção de seu personagem aqui é realmente perfeita e mexe bastante com o espectador que está em busca de algo novo, que fuja do lugar comum. Experimente, conheça, não podemos dizer com certeza que você vai gostar mas certamente será uma experiência cinematográfica diferente.

Pablo Aluísio.

O Corte da Navalha

Título no Brasil: O Corte da Navalha
Título Original: Razorback
Ano de Produção: 1984
País: Austrália
Estúdio: UAA Films, Western Film Productions
Direção: Russell Mulcahy
Roteiro: Everett De Roche, baseado no livro de Peter Brennan
Elenco: Gregory Harrison, Arkie Whiteley, Bill Kerr e Chris Haywood

Sinopse:
Mortes recorrentes começam a acontecer em um vilarejo nos rincões australianos. A razão dos ataques é desconhecida mas a população local atribui as mortes a um javali de tamanho descomunal que ronda a região. Para investigar o que está acontecendo uma repórter dos Estados Unidos, que está na Austrália escrevendo sobre a morte de cangurus, resolve se unir a um homem em busca de sua esposa desaparecida e a um caçador para descobrir o que de fato está causando as mortes.

Comentários:
Nos tempos das fitas VHS esse filme era bem fácil de encontrar nas locadoras pois foi lançado bem no comecinho da febre do vídeo cassete. Eu me recordo que sempre esbarrava com "Razorback" todo fim de semana que ia atrás de filmes para locar. Como nem sempre se encontrava os últimos lançamentos comecei a levar para casa filmes mais antigos que não tinha visto ainda. Esse foi um deles. No começo fiquei meio desconfiado, até porque uma sinopse sobre um filme sobre javali assassino não era muito promissor. Para tornar a situação ainda mais complicada o filme era australiano, então era de fato um risco alugar algo assim. Mesmo com reservas resolvi arriscar e aluguei. Não é um filme arrebatador, nem nenhuma obra prima, mas diverte e até surpreende pelas ousadias narrativas do diretor Russel Mulcahy. Valeu bastante a pena assistir. Hoje em dia o ciclo dos filmes VHS já está encerrado e "Razorback" é bem mais complicado de se achar. Mesmo assim se por um desses acasos da vida de cinéfilo encontrar essa fita por aí não deixe de assistir, no mínimo será uma experiência nova ver algo assim tão singular

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Garota, Interrompida

Título no Brasil: Garota, Interrompida
Título Original: Girl, Interrupted
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: James Mangold
Roteiro: Susanna Kaysen, James Mangold
Elenco: Winona Ryder, Angelina Jolie, Brittany Murphy, Jared Leto, Vanessa Redgrave, Whoopi Goldberg, Clea DuVall

Sinopse:
Baseado em fatos reais. O enredo se passa em 1967. A jovem Susanna Kaysen (Winona Ryder) é submetida a uma sessão de psicanálise e em pouco tempo diagnosticada como portadora de uma estranha síndrome chamada de "Ordem Incerta de Personalidade". Na verdade o fato é que ela é apenas uma garota adolescente como outra qualquer, com todos os conflitos típicos dessa idade. Isso porém não é levado em conta e ela é internada em uma instituição psiquiátrica onde por dois longos anos terá contato com o lado mais triste e sombrio do ser humano.

Comentários:
Um retrato cruel do mundo atrás dos muros de hospitais psiquiátricos. A personagem de Winona Ryder (em seu último grande filme) é vítima de muitas coisas (preconceitos, prepotências, etc) mas não de uma verdadeira doença mental. Esse é um filme que se destaca pelo excelente elenco feminino onde as atrizes dão verdadeiro show de talento. Entre as melhores interpretações não poderia deixar de citar Angelina Jolie (quem diria...) e a precocemente falecida Brittany Murphy. Bem acima da média, Além disso não deixa de ser um filme curioso, uma espécie de versão feminina e radical de "Um Estranho no Ninho", mas claro sem o bom humor. A verdade pura e simples é que Hollywood tem tradição de fazer filmes sobre doenças mentais, sejam elas reais ou imaginárias. Aqui o tema é tratado de forma sutilmente mais leve mas não menos perturbadora. Jolie, antes de virar estrela e fazer bobagens blockbusters como Salt, atua bem e praticamente rouba o filme. Bons tempos em que ela não era uma chata da auto promoção desenfreada. Em suma, "Girl, Interrupted" é um primoroso estudo da alma feminina e seus fantasmas psicológicos.

Pablo Aluísio.

Marte Ataca!

Título no Brasil: Marte Ataca!
Título Original: Mars Attacks!
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Len Brown, Woody Gelman
Elenco: Jack Nicholson, Pierce Brosnan, Sarah Jessica Parker, Glenn Close, Annette Bening, Danny DeVito, Martin Short, Michael J. Fox, Rod Steiger, Natalie Portman

Sinopse:
É um dia normal para todos, até que o presidente dos Estados Unidos anuncia que marcianos foram vistos circulando a Terra. O país se prepara então para receber os marcianos da melhor forma possível e um encontro é organizado, mas nem tudo sai como planejado, pois os visitantes parecem ter outros planos para a Terra. Eles são apenas seres mal interpretados em suas intenções ou será que eles realmente querem destruir toda a humanidade?

Comentários:
Outra bizarrice assinada por Tim Burton. Curiosamente nunca consegui gostar desse filme. Também pudera, é um produto muito específico, baseado em uma série de figurinhas dos anos 50 que contava a história da invasão da Terra por marcianos (velho conceito que apesar dos anos continua tão presente em nossa cultura pop). Bom, costumam dizer que um dos problemas de filmes baseados em histórias em quadrinhos é a dificuldade dos roteiristas em criar bons roteiros, até porque o material original provém de outro tipo de linguagem, bem mais simples do que o cinema. Agora imagine construir todo um filme em cima de meras figurinhas de álbum! Coisa de louco não é mesmo? Tim Burton tinha uma ligação sentimental com essas figurinhas pois as colecionou quando era um garoto. Ok, tudo bem você ter uma nostalgia dessas, algo até poético, mas adaptar todo um filme em cima disso?! Me soa meio exagerado e fora de propósito. O mais curioso é ver quanta gente de alto nível resolveu aderir ao projeto. Atores conceituados como Jack Nicholson entraram na brincadeira, só para mostrar a força do cacife que Burton tinha na época - fruto, é claro, do enorme sucesso comercial de "Batman". O resultado é bem irregular. Tecnicamente é um show, com efeitos de encher os olhos mas como cinema em si o que se vê é algo bem decepcionante. Nem as piadas funcionam e nem o clima de trash forçado dá certo. Uma bobagem sem tamanho criada para satisfazer única e exclusivamente o ego de Burton, que pelo visto não tem limites.

Pablo Aluísio.

Os Fantasmas se Divertem

Título no Brasil: Os Fantasmas se Divertem
Título Original: Beetle Juice
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Tim Burton
Roteiro: Michael McDowell, Larry Wilson
Elenco: Alec Baldwin, Geena Davis, Michael Keaton

Sinopse:
Adam e Barbara formam um casal normal... que por acaso estão mortos! Eles amam sua casa mas infelizmente uma nova família (de pessoas vivas) resolve se mudar para o imóvel. Adam e Barbara odeiam a ideia de ter que compartilhar seu querido lar com outras pessoas e por isso começam a  assustá-los mas nada parece dar certo, então eles decidem invocar o insano Betelgeuse (Keaton) para colocar aquele povo para correr de lá! Isso porém logo se revelará uma má ideia para todos...

Comentários:
Essa conhecida comédia de humor negro está para ganhar um remake em breve. Durante algum tempo fiquei em dúvida se tinha assistido pela primeira vez no cinema ou em VHS mas depois de pensar um pouco tenho (quase) certeza que vi mesmo em vídeo. Na época não conhecíamos ainda o estilo do diretor Tim Burton (esse foi seu primeiro filme de repercussão). Ao primeiro olhar realmente tudo parecia bem inovador. A direção de arte saltava aos olhos com figurinos e maquiagens fora do comum. O enredo também era bem fora do convencional com esse estranho personagem interpretado pelo ator Michael Keaton (que ora vejam só iria virar o próprio Batman na primeira versão para o cinema, com o mesmo Burton na direção pouco tempo depois). Embora tivesse um tema, digamos, mórbido, "Os Fantasmas se Divertem" ainda surpreendia por trazer números musicais (entre eles um que ficou bem famoso ao redor da mesa). Confesso que na época estranhei um pouco aquela mistura de gêneros - terror, comédia e musical tudo num só caldeirão! Rever esse filme hoje em dia acaba virando um exercício de nostalgia, não apenas dos anos 1980 mas também da estética cinematográfica da época. Eram outros tempos onde a ousadia ainda era muito bem-vinda e os estúdios não tinham receios de arriscar - afinal de contas se o filme não fosse bem sucedido no cinema ainda existia a possibilidade de faturar com a fita nas locadoras depois. Certamente ficou um pouco datado mas pensando bem isso acaba contribuindo ainda mais para seu charme. Aproveite enquanto o remake não vem para estragar tudo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Por Amor

Título no Brasil: Por Amor
Título Original: For Love of the Game
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Michael Shaara, Dana Stevens
Elenco: Kevin Costner, Kelly Preston, John C. Reilly

Sinopse:
Billy Chapel (Kevin Costner) foi uma lenda do beisebol americano. Com um passado cheio de glórias ele agora enfrenta a dura realidade da idade chegando. Com mais de 40 anos não consegue mais ser páreo para os novos valores do esporte. Agora ele terá sua última chance de provar seu valor dentro da liga ao mesmo tempo em que tentará conquistar o coração da mulher que sempre amou.

Comentários:
Mais uma incursão de Kevin Costner no gênero filmes de esporte. Muitas pessoas que leram a sinopse acima vão notar uma incrível semelhança de enredo com outro filme de Costner que comentei há pouco tempo aqui no blog, o filme "O Jogo da Paixão". De fato são roteiros bem semelhantes, onde a grande diferença vem porém do esporte que é pano de fundo da trama, se lá tínhamos o golf, aqui temos o esporte nacional dos Estados Unidos, o beisebol. Esse filme tem um clima vintage que aprecio bastante. Aliás o próprio beisebol anda em crise nos EUA porque é considerado um esporte ultrapassado, adorado apenas pelos mais velhos. Os jovens andam preferindo mesmo o futebol americano, o basquete e em menor grau o soccer (o nosso futebol, que é apreciado especialmente pelas jovens em idade escolar, a ponto inclusive da seleção americana de futebol ser a melhor do mundo atualmente). Com a concorrência de tantos esportes mais vibrantes o beisebol vai ganhando esse status de esporte decadente, curtido apenas pelos veteranos. De uma forma ou outra não há como negar que ele também é um símbolo cultural dentro da nação ianque e é justamente em cima disso que Costner aposta para atrair boas bilheterias aqui. O elenco coadjuvante também é interessante com destaque para a bonita Kelly Preston (esposa de John Travolta na vida real) e John C. Reilly (um bom ator que quase sempre é subestimado). O filme tem clichês e de certo modo é previsível mas no final das contas vale a sessão, seja você um fã de beisebol ou não.

Pablo Aluísio.

Anna Karenina

Título no Brasil: Anna Karenina
Título Original: Anna Karenina
Ano de Produção: 1948
País: Inglaterra
Estúdio: London Film Productions
Direção: Julien Duvivier
Roteiro: Jean Anouilh, Guy Morgan, baseados na obra de Leo Tolstoy 
Elenco: Vivien Leigh, Ralph Richardson, Kieron Moore

Sinopse:
Stefan e Dolly Oblonsky aparentemente formam um casal feliz mas por baixo dessa fachada as brigas são constantes. Para contornar a situação conjugal complicada Stefan entra em contato com Anna Karenina (Leigh), sua irmã, para ir até Moscou. Na viagem entre São Petersburgo e Moscou, Karenina acaba conhecendo outro casal, a condessa e o conde Vronsky. O que começa como uma simples amizade no trem em que viajam acaba virando algo mais entre Karenina e o coronel e conde russo.

Comentários:
Mais um filme baseado no livro imortal de Leo Tolstoy. É uma produção inglesa que teve grande repercussão em seu lançamento por causa da bela presença da atriz Vivien Leigh, na época ainda colhendo os frutos de seu grande filme, "E o Vento Levou". A atriz surge em cena com os cabelos levemente cacheados, bem escurecidos, em figurino e joias de luxo, além de seu habitual carisma e talento. A direção parece perdidamente apaixonada por ela pois o filme tem longos planos focando apenas seu rosto em close, usando belamente a fotografia em preto e branco para contrastar seu belo rosto iluminado com um fundo escuro e misterioso. O único brilho que surge no meio da escuridão é a de seu colar de diamantes e pedras preciosas. Um belo efeito que dá um toque muito sensual e glamoroso ao filme em si. O enredo é clássico mas há uma tentativa de transformar o perigoso caso de amor em uma ode ao sentimento proibido, seja pelas convenções sociais, seja pelos valores morais e religiosos. No final as mais românticas vão ficar devidamente satisfeitas pois o filme tem drama, romance e também cenas de bailes, com roupas da época e muito luxo. Tudo embalado em muito romantismo à moda antiga. Para o público masculino a sessão também valerá a pena, pois chegará à conclusão de que a Vivien Leigh era realmente uma graça, como atriz e como personalidade.

Pablo Aluísio.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Gravidade

Título no Brasil: Gravidade
Título Original: Gravity
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney, Ed Harris

Sinopse:
Durante uma missão espacial de conserto do telescópio Hubble, uma tripulação americana passa por uma terrível situação ao ter que enfrentar os efeitos da destruição de um satélite espião russo no espaço. Seus detritos e destroços se tornam verdadeiras ameaças para a sobrevivência de todos. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Direção (Alfonso Cuarón), Efeitos Visuais, Edição de Som, Mixagem de Som, Fotografia, Edição e Trilha Sonora Original.

Comentários:
Nunca se viu na história do cinema uma missão espacial tão desastrosa como essa. Absolutamente tudo que poderia dar errado acaba acontecendo. É a lei de Murphy elevada à nona potência. Nem em "Apolo 13" vimos nada parecido. A diferença é que enquanto no filme estrelado por Tom Hanks víamos a reconstituição de uma missão espacial real, aqui em "Gravidade" tudo é ficção e onde há mera ficção a imaginação literalmente ganha asas. De fato o enredo é dos mais imaginativos que já vi e tudo aparece potencializado por uma qualidade técnica simplesmente perfeita, mostrando o nível técnico que o cinema americano alcançou! Claro que muita gente saiu do cinema reclamando pela falta de veracidade de tudo o que acontece mas pensem bem, a vocação de "Gravidade" é realmente de aventura. Estamos na presença de uma aventura espacial que se fosse realizada no passado distante poderia até mesmo ser estrelado por um Errol Flynn da vida.

Não é aquele tipo de filme de ficção que você deva levar muito à sério, pelo contrário, aqui o importante é curtir o show de efeitos digitais e o clima de aventura que atravessa o filme de ponta a ponta. Penso inclusive que "Gravidade" é o mais pipoca de todos os filmes indicados ao Oscar esse ano. Há um clima acentuamente fantasioso que deseja acima de tudo divertir sua platéia. Assim não adiante procurar por algo ao estilo "2001 - Uma Odisséia no Espaço", afinal "Gravidade" não tem essa pretensão. É, como eu disse, uma aventura espacial extremamente bem realizada e nada mais. E por fim o que dizer da Sandra Bullock? Bem, ela tem experiência em desastres, haja visto sua carreira. Bullock é totalmente irregular, concorre ao Oscar em um ano, ao Framboesa de Ouro no outro e segue em frente. Vai do céu ao inferno em questão de meses. Aqui ela praticamente segura o filme inteiro, pois os demais personagens são meramente secundários. Em vista disso merece elogios. Em conclusão temos aqui de fato uma produção extremamente bem realizada, com direção segura e que mantém o ritmo, certamente merecedora de todos os Oscars técnicos que venceu mas que tem em sua essência o puro entretenimento, sem maiores pretensões em se tornar um cult movie no futuro.

Pablo Aluísio.