terça-feira, 14 de maio de 2013

Diamante de Sangue

“Diamante de Sangue” expõe uma das maiores contradições do continente africano. Ao mesmo tempo em que possui algumas das maiores riquezas naturais do mundo é também o lugar mais miserável do planeta. O filme se passa em Serra Leoa e mostra essa dura realidade. Leonard DiCaprio interpreta Danny Archer, um sul-africano que se tornou contrabandista de diamantes. Seu objetivo é colocar as mãos em um raríssimo exemplar cor-de-rosa. Para isso ele conta com a ajuda de um nativo, o negro Solomon Vandy (Djimon Hounsou). Enquanto o Archer quer o precioso diamante para vender no mercado negro e assim ganhar uma fortuna, Vandy só deseja mesmo ajudar sua numerosa família. Já a jornalista americana Maddy Bowen (Jennifer Connelly) cruza o caminho de ambos com a intenção de escrever sobre o que ocorre em Serra Leoa antes que essas preciosas pedras entrem no mercado europeu e americano, onde serão negociadas por verdadeiras fortunas, sendo expostas em luxuosas lojas de jóias raras e finas.

Como disse certa vez um famoso economista: “Não existe almoço grátis no capitalismo”. De fato, mal sabem as mulheres o que se esconde por trás daquele anel de diamante dado por namorados ou maridos. O próprio nome “diamante de Sangue” é perfeito para definir os descaminhos que essas pedras cruzam desde o momento em que são descobertas em minas na África até o momento em que viram finos presentes de romances açucarados em países de primeiro mundo. Guerras, conflitos, exploração do trabalho humano, degradação, mortes... o filme tenta expor esse quadro, muitas vezes adotando um tom quase documental, outras vezes adotando as regras do entretenimento puramente Hollywoodiano. O resultado se mostra a meio caminho da plena conscientização das platéias e a mera diversão para as fãs de Leonardo DiCaprio, que de certa forma havia perdido um pouco o tom certo de sua carreira após o megasucesso de Titanic. Aqui felizmente ele volta a ser o que sempre foi em minha opinião, um ator talentoso e envolvido em projetos realmente relevantes.

Diamante de Sangue (Blood Diamond, Estados Unidos, 2006) Direção: Edward Zwick / Roteiro: Charles Leavitt / Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Connelly, Stephen Collins, Benu Mabhena, Ntare Mwine, Djimon Hounsou, David Harewood / Sinopse: Um contrabandista branco de diamantes e um nativo negro tentam colocar as mãos em um raro diamante cor-de-rosa em Serra Leoa durante a década de 90. Ao lado deles uma jornalista tenta documentar tudo para escrever sobre o caminho que essas pedras preciosas percorrem antes de chegar ao mercado dos países ricos. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Ator para Leonardo DiCaprio.

Pablo Aluísio.

Braddock 3 - O Resgate

O filme começa na queda de Saigon em 1975. Enquanto os últimos militares americanos tratam de evacuar o local o  Coronel James Braddock (Chuck Norris) tenta encontrar sua esposa, uma vietnamita que trabalha como intérprete na embaixada americana, naquele momento já completamente cercada por uma multidão de refugiados que tentam entrar de todo jeito no prédio. Mesmo com a ameaça Braddock resolve ir atrás de sua mulher a procurando pelas ruas da cidade mas tudo acaba saindo errado e ele pensa erroneamente que ela está morta. Passam-se os anos e Braddock agora vive nos EUA quando é procurado por um reverendo católico que mantém um lar para crianças órfãs em Saigon. O religioso pretende comunicar ao militar americano que ao contrário do que ele pensa sua esposa ainda vive no Vietnã e não é só – ela também tem um filho que afirma ser de Braddock. Chocado com a noticia ele decide voltar às selvas do Vietnã para resgatar sua esposa e filho da ditadura comunista brutal que impera no país. Chegando lá porém acaba sendo aprisionado por um sádico militar do exército do Vietnã, o General Quoc (Aki Aleong), que agora deseja se vingar de tudo o que aconteceu na guerra.

“Bradock 3 – O Resgate” foi dirigido pelo irmão mais jovem de Chuck Norris, Aaron Norris. O roteiro também é do próprio Chuck Norris que aqui quis denunciar a situação de filhos de militares americanos que ainda vivem no país asiático, muitas vezes sofrendo de preconceito por serem mestiços do invasor estrangeiro. Tudo bem intencionado mas é óbvio que se tratando de um filme com Chuck Norris da década de 80 o enfoque se concentra mesmo na mais pura ação! É curioso porque Norris não se acanha e recicla os mais variados clichês de outros filmes de ação famosos da época. Há uma cena de tortura que lembra bastante Rambo II inclusive. O clímax também me fez lembrar de “Comando Para Matar” quando apenas um homem consegue vencer todo um exército, colocando tudo abaixo por onde passa. Mas o interessante é que mesmo sendo muito derivativo de outras produções da década de 80, “Braddock 3” não é tão ruim como muitos dizem por aí. O filme é ágil, tem boas cenas de lutas e explosões e é um filme tipicamente de Chuck Norris na produtora Cannon Group. A única diferença mais substancial é o fato do coronel ter que lidar com um jovem que é seu filho – o que até gera alguns momentos bem piegas. No saldo final porém a verdade é que “Braddock 3” diverte os fãs de Chuck Norris. O filme entrega exatamente aquilo que se espera dele.

Braddock 3 – O Resgate (Braddock: Missing in Action III, Estados Unidos, 1988) Direção: Aaron Norris / Roteiro: Chuck Norris, Steve Bing, James Bruner / Elenco: Chuck Norris, Aki Aleong, Roland Harrah III / Sinopse: O Coronel James Braddock (Chuck Norris) volta ao Vietnã para resgatar sua esposa e seu filho, que ficaram para trás após a saída do exército americano na região em 1975.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Penetras Bons de Bico

Algumas comédias se notabilizam pela simplicidade. Idéias simples que acabam dando muito certo, geralmente rendendo enredos divertidos e agradáveis sem qualquer pretensão. E quando encontram os atores certos então tudo saiu maravilhosamente bem. Foi justamente o caso desse “Penetras Bons de Bico”, um filme despretensioso, com uma idéia muito simples por trás do argumento que caiu no gosto do público, rendendo uma excelente bilheteria. Credito esse sucesso em particular ao ótimo dueto de atores, Owen Wilson e Vince Vaughn. Convenhamos os dois são ótimos nesse tipo de papel, a do sujeito muito cara de pau que só pensa mesmo em se dar bem, conquistando o maior número de gatas disponíveis para depois cair fora rasteiramente. Machismo? Bom, algumas mulheres podem até mesmo se sentir ofendidas pelas “táticas” aplicadas pelos dois cafajestes mas no final também se renderão ao ótimo bom humor que permeia toda a estória.

E afinal do que se trata o filme? John e Jeremy (Owen Wilson e Vince Vaughn, respectivamente) são dois caras que querem se dar bem com as mulheres. Entre as técnicas mais utilizadas por eles está a paquera de mulheres solteiras em casamentos. Afinal elas ficam muito sensibilizadas nesse tipo de evento. Se tornam presas fáceis. Como praticamente nunca são convidados para essas festas resolvem entrar de penetras mesmo, com a maior cara de pau possível, geralmente se fazendo passar por parentes distantes que afinal ninguém se lembra. Obviamente a última coisa que passa por suas cabeças é assumir qualquer tipo de compromisso com essas garotas. Tudo gira apenas em torno da diversão completamente descompromissada. O filme é isso, uma sucessão de festas de casamento onde os dois vão entrando sem convites, apenas com a lábia. Conquistando uma garota aqui, outra acolá, eles geralmente acabam sumindo no dia seguinte, sem deixar qualquer rastro, é claro! Recentemente Vince Vaughn esteve no programa de Ellen DeGeneres para anunciar a nova parceria com o mesmo Owen Wilson. O novo filme se chamará no Brasil “Os Estagiários” e contará a estória de dois caras que vão estagiar no Google! Espero que seja tão divertido como esse filme aqui!

Penetras Bons de Bico (Wedding Crashers, Estados Unidos, 2005) Direção: David Dobkin / Roteiro: Steve Faber, Bob Fisher / Elenco: Owen Wilson, Vince Vaughn, Rachel McAdams, Camille Anderson, Diora Baird, Will Ferrell, Jane Seymour / Sinopse: Dois caras de pau entram em todas as festas sem convites, como penetras, para conquistar as garotas solteiras dos casamentos.

Pablo Aluísio. 

A Liga Extraordinária

Alan Moore não tem mesmo sorte nas adaptações de suas obras para o cinema. Geralmente ele fica tão aborrecido com tudo, que sai de sua reclusão para reclamar do resultado e pedir que seu nome seja retirado dos créditos dos filmes (algo que nunca dá certo pois os produtores sabem que seu nome também ajuda na promoção, gerando melhores bilheterias). Uma de suas obras mais violentadas foi justamente esse “A Liga Extraordinária”, que na arte dos quadrinhos funcionou maravilhosamente bem, se tornando um clássico do gênero, mas que no cinema só resultou em desapontamento e decepção. O enredo original era muito bem bolado e trabalhado. Moore reuniu vários grandes personagens de clássicos da literatura e os colocou a serviço de apenas uma estória. Assim estão lá  Allan Quatermain,  Capitão Nemo, Dorian Gray (da obra de Oscar Wilde), Mina Harker (de Drácula),  Dr. Henry Jekyll e Edward Hyde. O interessante é que como praticamente todos esses livros já estão em domínio público Alan Moore pode usar todos esses famosos personagens sem pagar verdadeiras fortunas em direitos autorais. Uma jogada de mestre, tanto do ponto de vista de sua imaginação quanto comercial.

Já nas telas de cinema o desastre foi quase completo. Os personagens foram manipulados dentro do roteiro, alguns que não tinham importância dentro da trama foram alçados a protagonistas por causa da celebridade dos atores que os interpretavam, como foi o caso de Sean Connery e seu Allan Quatermain. Para agradar aos americanos alguns personagens da literatura dos Estados Unidos foram adicionados ao filme, sob completa revelia de Alan Moore. A direção de arte do filme se tornou excessiva, feita para impressionar o público. O problema é que o uso sem limites dos efeitos digitais acabou descaracterizando a trama original que era muito mais centrada na inteligência dos personagens. Assim ao invés de assistirmos a uma intrigada trama de suspense ficamos a ver Mr Hyde dando uma de Hulk digital pelos céus de uma Londres de Pixel. Nada animador. Com tantos erros o filme acabou indo muito mal de bilheteria. Sua recepção foi tão ruim que Sean Connery, ao que tudo indica, encerrou sua carreira no cinema. Espero que ele volte algum dia pois não fica nada bonito ter algo como “A Liga Extraordinária” como seu filme de despedida, ainda mais em seu caso com tantas obras maravilhosas de que participou ao longo da carreira.

A Liga Extraordinária (The League of Extraordinary Gentlemen, Estados Unidos, 2003) Direção: Stephen Norrington / Roteiro: James Dale Robinson, baseado na obra de Alan Moore e Kevin O'Neill / Elenco: Sean Connery, Peta Wilson, Stuart Townsend / Sinopse: uma galeria de personagens famosos da literatura inglesa e americana se unem para combater um grande perigo para a humanidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de maio de 2013

O Mundo Perdido: Jurassic Park

Como ignorar um sucesso espetacular como Jurassic Park? Impossível. Assim foi questão de tempo até surgir essa seqüência. Obviamente o roteiro não era dos melhores, no fundo apenas uma variação da primeira estória ou em outras palavras uma tentativa de contar a mesma estória de um jeito que parecesse ao espectador algo diferente. No enredo o empresário e cientista John Hammond  (Richard Attenborough) resolve formar uma nova equipe, menor, com apenas quatro pessoas, para ir não na ilha do primeiro filme mas numa segunda, conhecida como setor B. A intenção é explorar o local para saber quais seriam as espécies que teriam prosperado naquele lugar. Inicialmente o pesquisador Ian Malcolm (Jeff Goldblum) do primeiro Jurassic Park é convidado mas diante da carnificina que presenciou recusa até descobrir que sua namorada já está lá, catalogando e observando os animais. Diante disso não vê outra saída a não ser ir para a ilha perdida no meio do oceano, encontrando lá um verdadeiro mundo perdido. O que ele nem desconfia é que não estará sozinho pois um grupo de caçadores com experiência militar também é enviado para a isolada região com o objetivo de capturar dinossauros para a criação de um parque temático em San Diego.

Como se vê lendo essa sinopse acima não há realmente nada de muito diferente do primeiro filme. Em termos de roteiro é realmente mais do mesmo, com pouca originalidade. Assim o interesse do espectador se desvia mesmo para os efeitos digitais. E eles estão lá certamente, muitas vezes em dobro. Por exemplo, se no primeiro filme tínhamos o ataque de um Tiranossauro Rex agora temos o mesmo ataque, só que em dupla, dois dinossauros monstruosos em busca de seu filhote. Entre as boas cenas nesse quesito destaco o ataque dos Velociraptors no meio de um mato fechado e o ataque do Tiranossauro em plena cidade de San Diego – em uma seqüência que de certa forma seria imitada anos depois no remake “King Kong” de Peter Jackson. Spielberg também capricha nas cenas de ação e suspense. Ninguém pode subestimar a capacidade técnica dele como cineasta, bastando lembrar a cena em que os três protagonistas ficam pendurados em um precipício após o ataque dos dinossauros. Assim em conclusão podemos dizer que “O Mundo Perdido” não inova, não surpreende mas pelo menos tenta seguir os passos do primeiro filme com a mesma qualidade técnica em sua produção. E isso certamente vai deixar o fã da franquia bem satisfeito no final das contas.

O Mundo Perdido: Jurassic Park (The Lost World: Jurassic Park, Estados Unidos, 1997) Direção:  Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp / Elenco: Jeff Goldblum, Julianne Moore, Pete Postlethwaite, Richard Attenborough, Vince Vaughn / Sinopse: Após os trágicos acontecimentos do primeiro filme a empresa Jurassic Park resolve mandar uma pequena equipe para uma outra ilha perdida, conhecida como Setor B. A intenção é catalogar e observar as espécies que se desenvolveram no local. Os planos porém não saem exatamente como planejado.

Pablo Aluísio.

Superman: Unbound

Enquanto o novo filme de Superman não chega nas telas a Warner e a DC Comics vão lançando no mercado de DVD animações como essa. São produções bem cuidadas, geralmente adaptadas de graphic novels. Aqui Superman tem que enfrentar um novo perigo, um alienígena chamado Brainiac. Se trata de um ser secular que vaga pelo universo em busca de novos mundos a conquistar. Sob sua veia de conquistador várias civilizações pereceram. Sua sorte muda porém quando decide se dirigir até o Planeta Terra, que considera realmente insignificante mas que pode trazer algum tipo de recompensa, entre elas o Superman. A animação traz ainda a Supergirl, ou Kara Zor-El, uma adolescente que também escapou do fim de Kripton. Mais impulsiva do que o Superman ela decide sair pelo mundo distribuindo justiça aonde é necessária.

Em uma das estórias paralelas a eterna namorada Lois Lane cobra uma postura mais adulta de seu namorado. Ela deseja casar, ter filhos, levar uma vida normal em frente. Já Clark Kent hesita (não o culpo!) pois teme pela segurança de Lois caso sua verdadeira identidade seja revelada. E como convém a um herói de verdade ele tem que conciliar os problemas de sua vida profissional com os deveres de ser quem é. No saldo geral a estória tem bom desenvolvimento e o mais interessante de tudo, um ótimo final, revelando o ponto fraco de Brainiac que pode realmente saber tudo do universo menos levar uma existência em nosso planeta em frente. Então fica a dica dessa animação para quem não consegue lidar com a ansiedade de ver as novas aventuras de Superman nos cinemas.

Superman: Unbound (Superman: Unbound, Estados Unidos, 2013) Direção: James Tucker / Roteiro: Gary Frank, Bob Goodman / Elenco: Matt Bomer, Stana Katic, John Noble / Sinopse: Superman enfrenta Brainiac, um ser alienígena que destrói os mundos por onde passa absorvendo todo o conhecimento dessas civilizações.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de maio de 2013

Shameless

É uma das melhores séries atualmente nos Estados Unidos. Consegue unir drama e humor de uma forma excepcional boa. Os episódios giram em torno da família de Frank Gallagher (William H. Macy), um sujeito beberrão, sem vergonha, que vive de aplicar pequenos golpes aqui e acolá. Apesar disso não é uma pessoa má, apenas sem noção. Sua família é numerosa. Frank foi abandonado por sua esposa depois que essa se descobriu lésbica, preferindo fugir com uma caminhoneira durona. Assim ele teve que se virar para criar a filharada. A filha mais velha é Fiona (Emmy Rossum), uma jovem que tenta lidar com a responsabilidade de gerir uma casa onde habita sua família completamente disfuncional. Os irmãos mais velhos são Lip (Jeremy Allen White), um sujeito inteligente mas sem muito vontade em se focar e em investir nos estudos e Ian (Cameron Monaghan) que apesar de estudar numa escola militar é gay. Há ainda a ruivinha Debbie (Emma Kenney) e Carl (Ethan Cutkosky) um pequeno projeto de delinqüente que gosta de tocar fogo em tudo. Essa é a família  Gallagher, que vive em um subúrbio de Chicago e tenta levar sua vida em frente, apesar de todas as dificuldades. Quem já viveu em uma família com problemas (ou seja todo mundo) vai certamente se identificar.

“Shameless” mostra as lutas, batalhas e durezas que essa família enfrenta. Apesar da sinopse parecer um drama não é bem assim. Na verdade os membros da família levam a vida como podem, mas sem transformar isso em um dramalhão. Como eu escrevi antes o grande mérito do texto de “Shameless” é justamente mostrar as barras que uma família pobre americana tem que enfrentar mas com bastante humor. Além dos excelentes roteiros a série ainda conta com um elenco excepcional, em especial William H. Macy que interpreta Frank. Para quem sempre foi coadjuvante no mundo do cinema ter a chance de mostrar seu talento em um personagem tão carismático como esse certamente foi um presente. Apesar da série ser a versão americana de um popular programa inglês o fato é que o Frank feito por Macy ganhou vida própria por causa do grande trabalho desse ator. Obviamente seu personagem é o retrato de tudo aquilo que não se teve esperar de um pai de família mas mesmo assim cativa o espectador. Atualmente “Shameless” está em sua terceira temporada e o nível dos episódios só tem melhorado. É mais uma ótima série do canal Showtime, que ao longo desses anos tem se destacado muito nessa área (Vide Dexter). Se torne também um “Shameless” (sem vergonha) e comece a acompanhar os episódios, certamente essa é uma ótima dica para quem gosta de assistir séries americanas de qualidade.

Shameless (Idem, Estados Unidos, 2011) Criada por Paul Abbott / Elenco: William H. Macy, Emmy Rossum, Justin Chatwin, Cameron Monaghan, Emma Kenney, Ethan Cutkosky / Sinopse: A série narra as desventuras de uma pobre família americana que vive nos subúrbios de Chicago. Com o pai alcoólatra os filhos tentam levar a vida adiante da melhor forma possível.

Pablo Aluísio.

O Massacre da Serra Elétrica 3D

Novo filme da franquia “Texas Chainsaw Massacre”, agora em terceira dimensão. Antes de qualquer coisa é interessante esclarecer que sempre fui fã dessa série sangrenta de filmes. Leatherface é um ícone dos filmes de terror. Baseado no famoso serial killer americano Ed Gein, o personagem é um dos mais conhecidos e cultuados matadores do cinema americano. Sua imagem com a máscara feita de restos humanos e uma serra elétrica pronta para dilacerar corpos já faz parte da cultura pop. O filme começa mostrando em uma bem feita montagem dos acontecimentos que antecedem a estória narrada aqui. A família Sawyer é encurralada em sua casa de fazenda por moradores da cidade indignados com o massacre supostamente feito pelo jovem Leatherface. Usando de seu instrumento de morte preferido (a serra elétrica) ele havia dizimado um grupo de jovens que se atreveram cruzar seu caminho. Para vingar a morte deles um grupo de caipiras beberrões cerca a propriedade, tocando fogo em tudo. Praticamente ninguém sai vivo do local. 

Os anos se passam e a última Sawyer morre, deixando sua propriedade para a neta. Ela é Heather Miller (Alexandra Daddario) que nem sabia de seu parentesco com a famosa família de assassinos uma vez que fora adotada após os trágicos acontecimentos. Sem pensar muito ela se reúne a um grupo de amigos e vão para o Texas para conhecer a propriedade que herdara. Chegando lá encontra uma bela casa no mais puro estilo sulista. Muito feliz com a generosa herança ela mal sabe o perigo que corre, pois nos porões da residência se encontra uma surpresa nada agradável para ela e seus amigos. “O Massacre da Serra Elétrica 3D” mantém o nível de violência dos filmes anteriores, ou seja, esteja preparado para ver muito sangue correndo pela tela. Decapitações, desmembramentos de braços e pernas também estão no menu. O uso do 3D é bem curioso, pois em vários momentos Leatherface literalmente joga sua serra elétrica em direção à câmera. Muita gente certamente vai se abaixar nos cinemas nesse momento. A atriz Alexandra Daddario é linda, uma bela garota de cabelos pretos e olhos azuis. Uma beldade certamente. Leatherface continua o mesmo perturbado de sempre, colecionando corpos humanos por onde passa. É um bom filme sanguinário que certamente vai agradar aos fãs desse tipo de produção. O fato de ter havido uma preocupação maior em ir em frente, inovando no enredo, é louvável. Penso que certamente vai agradar aos admiradores dos filmes de terror mais violentos. Não deixe de assistir.

O Massacre da Serra Elétrica 3D – A Lenda Continua (Texas Chainsaw 3D, Estados Unidos, 2013) Direção: John Luessenhop / Roteiro: Adam Marcus, Debra Sullivan / Elenco: Alexandra Daddario, Trey Songz, Scott Eastwood / Sinopse: Heather (Alexandra Daddario) se torna a única herdeira da propriedade da famosa família de assassinos Sawyer. Assim decide viajar até o Texas com um grupo de amigos para tomar posse do local. Chegando lá ela acaba tendo uma surpresa nada agradável.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Encontro às Escuras

Bruce Willis já foi um ator bacana. Muita gente não consegue mais dissociar sua imagem dos filmes de ação mas lá no comecinho de sua carreira Willis era basicamente um ator especializado em personagens de humor, geralmente usando seus maneirismos de sujeito cínico e bonachão. O maior exemplo disso vem do grande papel de sua vida, aquele que efetivamente o tornou conhecido. Foi na série “A Gata e o Rato” que Bruce Willis virou um astro da TV. Na época ele era apenas um ator desconhecido que conseguia participações sem muita importância nas séries de sucesso “Miami Vice” e “Além da Imaginação”, nada de muita relevância ou digno de nota. Para se ter uma idéia Willis teve que vencer centenas de candidatos pelo papel de David Addison em “A Gata e o Rato”. Como na época ele era um desconhecido foi para a fila de testes, debaixo do sol, enfrentando a concorrência de uma multidão, como todo ator desempregado em busca de trabalho em Hollywood. A sorte porém lhe sorriu e após 66 episódios ele estava conhecido do grande público pois o seriado se tornou um grande sucesso de audiência (chegou inclusive a ser exibido por vários anos pela Rede Globo em horário nobre).

Pois bem, depois de todo esse sucesso o caminho natural era realmente tentar fazer a complicada transição para o cinema. E foi justamente esse “Encontro às Escuras” o primeiro passo de Bruce Willis na sétima arte. Eu já era fã dele naquela época por causa de “A Gata e o Rato” e obviamente fui ao cinema para conferir como o ator estava se saindo agora na telona. Tive que reconhecer que o filme em si não teve muita repercussão. Aqui no Brasil foi lançado de forma até muito modesta em poucas salas. Também não era um blockbuster ou um filme de enorme potencial de bilheteria, era em essência apenas uma comédia romântica bem leve estrelado por um ator de TV e pela atriz Kim Basinger, como sempre tentando se livrar de seu marcante papel de “Nove Semanas e Meia de Amor”.  O resultado do que se vê na tela é apenas razoável. Bruce Willis só encontraria o caminho definitivo em sua carreira ao ir para o nicho dos filmes de ação no ano seguinte. Depois de “Duro de Matar” sua vida não seria definitivamente mais a mesma. Mas isso é uma outra história...

Encontro às Escuras (Blind Date, Estados Unidos, 1987) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Dale Launer / Elenco: Kim Basinger, Bruce Willis, John Larroquette / Sinopse: Walter Davis (Bruce Willis) é um sujeito viciado em trabalho. Essa obsessão em ser o melhor no mundo dos negócios literalmente destruiu sua vida pessoal e sentimental. Agora ele necessitará urgentemente de uma companhia para um importante jantar de negócios. A escolhida acaba sendo Nadia Gates (Kim Basinger). Mal sabe Walter na enrascada em que está se metendo.

Pablo Aluisio.

Quero Ser Grande

Esse tipo de filme era bem comum na década de 80. Na época eles eram chamados carinhosamente como filmes “de troca de corpos”. Soa estranho lido hoje em dia mas como o roteiro era bem corriqueiro nas salas de cinema da época tudo era muito mais fácil de entender. A graça vinha do fato de que pessoas diferentes trocavam de lugar, ocupando os corpos das outras, para viverem na pele essa mudança. Eu me recordo de pelo menos uns vinte títulos onde isso acontecia. Esse “Big – Quero Ser Grande” não era bem desse estilo, de certa forma era até uma variação, mas com resultados bem semelhantes. No enredo um garoto, cansado de ser tratado como uma criança, decide fazer um pedido estranho: “ser grande, crescer, virar um adulto”. Assim uma estranha máquina de um parque de diversões decadente acaba realizando o desejo do menino e da noite para o dia ele ganha o corpo de um homem adulto (na pele dessa vez do ator Tom Hanks). A partir daí você já sabe do que se trata, o roteiro vai criar a diversão justamente nessa inversão de papéis, onde um homem já crescido tem que lidar com os problemas da vida tendo a mentalidade de um garoto de apenas 12 anos.

Em minha concepção “Big – Quero Ser Grande” sempre foi muito superestimado. Credito isso ao grande desempenho de Tom Hanks, que inclusive foi indicado ao Oscar. É fato que nenhum outro ator teria dado credibilidade a esse papel como Hanks fez. Na época ele não era esse interprete sério de dramas pesados como os mais jovens se acostumaram a assistir, mas sim um comediante no mais estrito sentido da palavra. Seus filmes eram leves, comédias de verão sem nenhuma pretensão a não ser divertir. E como Hanks era divertido naqueles anos – de fato ele era extremamente talentoso nesse tipo de papel. Como eu disse o filme não é lá grande coisa. O roteiro tem furos e mais furos e algumas situações são pouco convincentes – sob qualquer ângulo que se analise. Para surpresa geral mesmo com tantos problemas acabou ganhando uma segunda indicação ao filme de, pasmem, melhor roteiro original! Uma das indicações mais absurdas da história da Academia em minha opinião. De qualquer maneira “Big” sobrevive pelo carisma à toda prova de Tom Hanks que surpreende mais uma vez, se entregando sem vergonha a um personagem que poderia constranger alguns atores da época. Ele realmente convence o espectador de que é um menino por dentro (algo que o espírito juvenil de Tom Hanks deixou tão visível no resultado final). Dando tanta veracidade ao papel as coisas acabaram ficando muito mais fácil. Assim fica então a dica dessa outra marcante comédia dos anos 80. Não é a obra prima que muitos dizem mas sem dúvida é divertido e cumpre muito bem sua função.

Quero Ser Grande (Big, Estados Unidos, 1988) Direção: Penny Marshall / Roteiro: Gary Ross, Anne Spielberg / Elenco: Tom Hanks, Elizabeth Perkins, Robert Loggia, John Heard, Jared Rushton / Sinopse: Garoto deseja ser “grande” após sentir na pele os problemas de sua idade. No dia seguinte acorda como um homem de 30 anos! Agora terá que lidar com as dificuldades da vida adulta. Destaque para a famosa cena do teclado na loja de brinquedos.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

As Horas

Três linhas narrativas. Três excelentes atrizes. Um grande filme. Assim poderia resumir esse maravilhoso “As Horas”. Na trama acompanhamos três estórias envolvendo três mulheres em épocas diferentes mas com algo em comum: a impossibilidade de alcançar a verdadeira felicidade. Na primeira estória surge a figura da consagrada autora Virginia Woolf (interpretada com maestria por Nicole Kidman, perfeita, no papel que lhe valeu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor atriz). Grande talento nas letras ela vive um drama em sua vida pessoal. Sofrendo de uma forte depressão e outros problemas mentais não consegue mais ter o controle sobre sua própria vida. Ela é casada com um homem que parece estar disposto a fazer tudo por sua felicidade mas essa parece cada vez mais distante e inatingível. A vida perdeu o próprio sentido de ser. Enquanto escreve seu grande livro, “Mrs Dalloway” (publicado em 1925), ela vai afundando em seus próprios dramas pessoais até que resolve tomar uma atitude extrema. Na segunda estória, passada na década de 50, conhecemos Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa infeliz com a rotina de um casamento frustrante e banalizado. O marido a ama e tenta agradar mas ela, muito tímida e sempre melancólica, não consegue encontrar mais motivações para seguir em frente. Lendo “Mrs Dalloway” ela acaba se identificando com a forma de ver o mundo da protagonista do famoso romance.
   
A terceira e última linha narrativa de “As Horas” traz o espectador para a Nova Iorque dos dias atuais. É lá que vive a bem sucedida editora de livros Clarissa Vaughan (Meryl Streep). Ela tem um relacionamento estável com outra mulher há longos dez anos mas parece incapaz de esquecer o grande amor de sua vida, o escritor Richard (Ed Harris) que está morrendo de AIDS lentamente. Embora tenha uma vida complicada com agenda cheia ela não perde a oportunidade de visitá-lo, afinal ele é o amor platônico, idealizado, nunca superado de sua vida sentimental. Ela almeja organizar uma grande festa para trazer o prazer de viver novamente a Richard, mas esse, vendo o final se aproximando, tem outros planos. “As Horas” é um filme sensível mas também doloroso, pesado, não recomendado para pessoas que tenham algum tipo de depressão. O seu texto não procura amenizar o espectador nem trazer algum tipo de falsa esperança para as vidas frustrantes de seus personagens. No fundo todos parecem estar mergulhados na mesma melancolia de viver da personagem principal do livro de Virginia Woolf. São mulheres vivendo em tempos diferentes mas que compartilham o mesmo sentimento de frustração, infelicidade e falta de perspectivas em suas vidas. A falta da realização pessoal, a impossibilidade de alcançar uma existência plena são os temas centrais desse filme realmente marcante. Uma obra prima do cinema que merece todos os elogios e prêmios que recebeu em seu lançamento.

As Horas (The Hours, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: David Hare, baseado no livro de Michael Cunningham / Elenco:  Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Ed Harris, Toni Collette, Claire Danes, Jeff Daniels / Sinopse: Três mulheres vivendo em épocas diferentes passam pelo drama de não conseguir alcançar a verdadeira felicidade.  Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Ed Harris), Melhor Atriz Coadjuvante (Julianne Moore), Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme Drama e Melhor Atriz Drama (Nicole Kidman).

Pablo Aluísio

Curso de Verão

A década de 80 foi muito produtiva em termos de comédias realmente engraçadas. Esses filmes despretensiosos acabaram entraram definitivamente na cultura pop, se tornando muito queridos de quem viveu aquela época. Um dos mais lembrados é justamente esse “Curso de Verão” (também conhecido como “Curso de Férias”). Estrelado pelo ator Mark Harmon (atualmente fazendo sucesso na TV americana com a série NCSI), o filme se tornou a cara daquela década. Era simples, tipicamente produzido para ser lançado no mercado de vídeo VHS e tinha um roteiro cheio de referencias ao mundo dos jovens colegiais daquela época. No enredo um grupo de alunos em recuperação – somente os piores da classe – tinha que fazer um curso de verão numa última tentativa de não serem reprovados no final do ano. Como a escola não tinha recursos para contratar um professor de cada matéria – todos não abriram mão de suas férias – o trabalho acabou indo parar nas mãos de um professor de educação física, um sujeito cuca fresca que de repente se vê tentando ensinar algo para aquele bando de garotos sem a menor vontade de estudar de verdade.

Por falar nos alunos eles são responsáveis pelas cenas mais divertidas do filme. Há uma dupla impagável de nerds, fãs de filmes de terror, que idolatram os filmes mais podreiras, um bonitão que não consegue ficar acordado durante as aulas por trabalhar a noite toda e uma gatinha com problemas familiares. Fechando tudo há ainda o “cara do banheiro”, que só aparece uma vez no filme, logo no começo, pedindo para ir ao banheiro, desaparecendo definitivamente depois. No final, a grande surpresa: a maior nota da classe é justamente dele! Enfim, tudo muito divertido, com ótimas cenas de humor tipicamente dos anos 80. Para o público brasileiro o filme se tornou ainda mais querido por causa de suas incontáveis reprises na Sessão da Tarde da Rede Globo. Talvez seja o filme mais reprisado da emissora, só perdendo mesmo para “Curtindo a Vida Adoidado” que parece ser insuperável nesse quesito. Em 2007 foi lançado uma edição em DVD bastante caprichada para comemorar os 20 anos de lançamento do filme, matando a saudade de muita gente. Enfim, “Curso de Verão” é uma daquelas comédias que não conseguimos esquecer pois fez parte da juventude de muitos jovens ao longo de todos esses anos. Um programa nostálgico, engraçado e muito simpático que merece sempre ser revisto mais uma vez! Afinal, recordar é viver!

Curso de Verão / Curso de Férias (Summer School, Estados Unidos, 1987) Direção: Carl Reiner / Roteiro: Stuart Birnbaum, David Dashev / Elenco: Mark Harmon, Kirstie Alley, Robin Thomas / Sinopse: Freddy Shoop (Mark Harmon) é um professor garotão de educação física que de repente se vê indicado pela direção educacional a dar um curso de verão para o pior grupo de alunos da escola onde trabalha.

Pablo Aluísio.

Flashdance

Esse é um filme símbolo de um momento na história do cinema em que se tentou revitalizar um de seus gêneros mais populares e queridos: os musicais. Durante décadas Hollywood criou vários clássicos insuperáveis no gênero mas a partir da década de 60 eles foram cada vez mais rareando. Na década de 80 houve uma tentativa muito interessante de trazer de volta à moda esse tipo de produção. Claro que novos tempos exigiam novas idéias e assim a fórmula dos antigos musicais foi completamente deixada de lado. Agora haveria uma nova maneira de fazer esse tipo de produção. Saem as cenas grandiosas, com números de dança e sapateado e entram os hits radiofônicos, envolvendo tramas mais amenas (diria até mesmo açucaradas) com sucessos FM tocando a todo tempo. “Flashdance” nesse aspecto foi bastante inovador. A mais forte influência veio obviamente das peças da Broadway mas sem a pretensão de fazer algo completamente igual. O próprio enredo de Flashdance era um adaptação do que se via bastante em Nova Iorque mas realizado de forma bem mais simples, procurando captar o jeito despojado dos jovens da época.

Com tantas inovações o filme obviamente caiu nas graças do público e arrebentou nas bilheterias. A trilha sonora também virou uma campeã de cópias vendidas. Mais um acerto do compositor e produtor Giorgio Moroder que fez de sua canção "Flashdance... What a Feeling" um das músicas mais executadas da década de 80. Além do sucesso comercial também acabou vencendo o Oscar e o Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original. "Maniac" também foi indicada ao Oscar. “Flashdance” virou o “produto perfeito” na visão da dupla de produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer uma vez que foi uma produção relativamente barata, sem grandes astros com cachês milionários, que acabou virando moda, influenciando a indústria do cinema e da música. Nada mal para um filme com roteiro simples, visual de videoclip e uma atriz que pouco sabia dançar (Jennifer Beals foi dublada em praticamente todas as cenas de dança do filme, algo que só foi revelado muitos anos depois deixando muitos fãs desapontados). Depois do êxito de “Flahsdance” as portas do chamado novo musical se abriram em Hollywood. Vieram em seqüência vários filmes como “Footloose”, “Dirty Dancing” e vários outros, todos tentando pegar carona na estética de “Flashdance”. A Paramount se uniu a Polygram e juntos tiveram lucros espetaculares, afinal o filme custou pouco, não havia grandes astros e nem grandes cachês envolvidos na produção e a bilheteria foi simplesmente formidável. Revendo hoje em dia é inegável constatar o envelhecimento da película, mas ao mesmo tempo o clima de nostalgia supera tudo isso. Poucos filmes são tão representativos da década de 80 como esse. Por isso se você estiver interessado na música e na moda daqueles anos não deixe de ver “Flashdance”, uma produção que é a síntese de toda uma era.

Flashdance (Idem, Estados Unidos, 1984) Direção: Adrian Lyne / Roteiro: Thomas Hedley Jr., Joe Eszterhas / Elenco: Jennifer Beals, Michael Nouri, Lilia Skala / Sinopse: O filme narra as lutas e desafios de uma jovem garota, Alex Owens (Jennifer Beals), que tem o sonho de se tornar uma grande dançarina. Para viabilizar seu objetivo de vida ela tem que se virar como pôde, inclusive aceitando trabalhar nos empregos que lhe aparecem pela frente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Os Treze Dias Que Abalaram o Mundo

Hoje em dia os jovens nem sabem mais o que foi a União Soviética mas na década de 60 essa união de repúblicas do leste europeu e Ásia sob o domínio de Moscou representou a mais séria ameaça ao poderio norte-americano. Ambas as nações detinham grandes arsenais nucleares e o mundo vivia sob uma tensão inacreditável de viver um conflito armado de proporções épicas. Esqueça o louco da Coréia do Norte, naquela época o desastre de uma guerra nuclear era algo palpável e real e não delírios de um jovem inexperiente tentando se firmar para o mundo e seu próprio exército. Dentre todas as crises que viveram a mais séria delas foi justamente a chamada “crise dos mísseis de Cuba”. Durante o governo do presidente John Kennedy (1917 - 1963) o premie soviético Nikita Khrushchev (1894 - 1971) teve uma idéia infeliz. Levar mísseis nucleares intercontinentais para serem instalados em Cuba, já sob o regime ditadorial comunista de Fidel Castro. A proposta era manter um arsenal nuclear bem no quintal dos Estados Unidos, uma ameaça que o governo americano simplesmente não aceitaria.

É justamente sobre os 13 dias que duraram essa queda de braço entre Estados Unidos e União Soviética que o filme trata. A marinha americana fez um bloqueio naval a Cuba, com ordens de impedir que navios soviéticos desembarcassem na ilha de Fidel Castro armamentos e mísseis nucleares. A possibilidade de um confronto direto entre as duas superpotências nucleares colocou o mundo diante da possibilidade de uma guerra nuclear. Kennedy, considerado um inexperiente e fraco líder por Khrushchev, não admitia a possibilidade de instalação de armas nucleares soviéticas tão próximas aos Estados Unidos. Particularmente aprecio bastante esse filme, pela forma inteligente que o roteiro desenvolve toda a situação. Em um elenco excepcionalmente bom eu destaco a atuação de Kevin Costner. O ator é muito adequado e sempre se sai muito bem nesses dramas históricos (vide sua atuação em “JFK a Pergunta Que Não quer Calar” de Oliver Stone). O diretor Roger Donaldson também encontrou um tom muito bom para o filme em si, sem cair na armadilha fácil do ufanismo. Retrata um fato histórico com isenção e neutralidade, o que é de se admirar. Enfim, um grande trabalho de resgate de um dos momentos mais tensos da história mundial. Para quem gosta de política internacional e seus desdobramento o filme se torna essencial.

Os Treze Dias Que Abalaram o Mundo (Thirteen Days, Estados Unidos, 2000) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: : David Self / Elenco: Kevin Costner, Bruce Greenwood, Steven Culp, Dylan Baker, Michael Fairman / Sinopse: O filme retrata passo a passo os acontecimentos da chamada “Crise dos Mísseis de Cuba” quando a União Soviético tentou instalar uma base de armamentos nucleares a poucos quilômetros dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Entrega Mortal

A primeira coisa que chama a atenção do fã de filmes de ação ao se deparar com essa nova produção é a presença dos astros Steve Austin e Dolph Lundgren no elenco. De fato eles ainda mantém a chama acessa dos filmes de pancadaria da década de 80. A boa notícia é que esse “Entrega Mortal” é realmente uma boa película, valorizada por um roteiro até simples mas muito eficiente. Na trama conhecemos Tommy (Steve Austin), capanga de um chefe mafioso local. Sua função é fazer as cobranças daqueles que não pagam suas dividas ao seu grupo. Logo no começo do filme temos uma idéia dos métodos de Tommy, ao usar uma pista de boliche como, digamos, “argumento” para que um devedor contumaz pague o que deve. Depois de mais um dia duro de trabalho ele recebe uma nova missão: levar uma “encomenda” para outro chefão violento, conhecido como “Alemão” (Dolph Lundgren). Se trata de uma pequena agenda feita de couro que ao que parece é muito valiosa, uma vez que se torna o objeto de desejo de várias gangues rivais que farão de tudo para colocar as mãos no tal objeto.
   
A partir desse ponto “Entrega Mortal” faz jus aos anseios dos fãs dos filmes de ação. Há muitas lutas, tiroteios, perseguições de carros, enfrentamentos homem a homem e uso de armamento pesado (e quando digo pesado é pesado mesmo, para se ter uma idéia em uma das cenas uma metralhadora antiaérea que normalmente é usada para derrubar helicópteros é utilizada na tentativa de deter Steve Austin, preso em um pequeno armazém). O personagem de Dolph Lundgren é outro atrativo do filme. Ele sofre de uma doença rara (que se tornará vital na conclusão do enredo) mas ao mesmo tempo não deixa a truculência de lado. Numa de suas melhores cenas ele ensina como fazer uma boa vitamina, bem nutritiva, enquanto um assassino enviado para lhe matar morre lentamente à sua frente. Humor negro mas bem divertido. Mesmo Dolph Lundgren estando bem em cena o filme pertence mesmo a Steve Austin. Ele faz um tipo durão, que mesmo assim ama sua mulher e quer uma vida mais sossegada. Austin consegue equilibrar bem o lado mais brucutu de seu personagem com o seu lado mais sentimental e amoroso com sua esposa. No saldo final “Entrega Mortal” é bastante satisfatório. Mesmo com a idade chegando os dois atores mostram que ainda estão em forma. Vale a pena conferir.

Entrega Mortal (The Package, Estados Unidos, 2013) Direção: Jesse V. Johnson / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Steve Austin, Dolph Lundgren, Eric Keenleyside / Sinopse: Tommy (Steve Austin) é um capanga da máfia que é designado para levar até Alemão (Dolph Lundgren) uma pequena encomenda. O que parecia ser apenas mais  um serviço de rotina se torna um inferno quando ele passa a ser perseguido por grupos fortemente armados que querem colocar as mãos no tal "pacote". Agora ele terá que lutar para sobreviver.

Pablo Aluísio.