terça-feira, 5 de maio de 2015

O Detonador de Alta Voltagem

Título no Brasil: O Detonador de Alta Voltagem
Título Original: Live Wire
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Christian Duguay
Roteiro: Bart Baker
Elenco: Pierce Brosnan, Ron Silver, Ben Crosn, Lisa Eilbacher, Tony Plana, Al Waxman

Sinopse:
Depois que um senador dos Estados Unidos é morto, um especialista em eliminação de bomba é trazido para investigar o explosivo mortal e tentar descobrir o plano dos terroristas.

Comentários:
Na década de 1990 o mundo do cinema recebeu de braços abertos o novo James Bond: Pierce Brosnan. Não tenho receios de dizer que em minha opinião ele foi um dos melhores astros da franquia, sem favor algum. Estrelou bons filmes e conquistou belas bilheterias na pele do agente secreto mais famoso da história do cinema. Foi justamente nessa época de sucesso de público e crítica que pintou no mercado esse péssimo "O Detonador de Alta Voltagem" (mais um nome sem noção para entrar na galeria dos mais obtusos títulos nacionais já criados por nossas distribuidoras). O enredo era banal, feito em uma época em que Brosnan ainda não tinha virado uma estrela e era apenas... bem, ele era apenas um ator desempregado atrás de qualquer coisa para trabalhar. Não adianta perder tempo com os méritos do filme ou a completa falta deles no quadro geral. Tudo gira em torno de terroristas, especialistas em explosão e coisas do gênero. Tudo funcionando como mero pretexto para cenas e mais cenas de ação gratuitas. Dizem que Brosnan chamou a atenção dos produtores de Bond por causa dessa fita B. Se isso é verdade mesmo pelo menos serviu para alguma coisa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

De Bico Calado

Começo mais um texto reclamando de novo do péssimo título nacional. É incrível a falta de originalidade e criatividade dos tradutores das distribuidoras em nosso país. Bons filmes ganham nomes ridículos no Brasil. Deixando isso de lado vamos no concentrar na película em si. É uma produção inglesa, que usa do típico humor negro britânico. Muitas pessoas pensarão que se trata de mais uma comédia pastelão, não só pelo seu patético nome nacional mas também pela presença do ator e comediante Rowan Atkinson (o Mr. Bean) no elenco. Bom, esse é um daqueles casos em que realmente as aparências enganam. "Keeping Mum” tem um humor muito mais sofisticado do que se pensa. O enredo é tecido em cima da família do vigário anglicano Walter Goodfellow (Rowan Atkinson). Ele é um bom sujeito, apenas vive com a mente no mundo da lua e não consegue perceber o que está acontecendo com sua vida familiar. A filha é uma garota que troca de namorado (ou “ficante”, como queiram) toda semana. Para piorar sua esposa está apaixonada por um professor de golfe bonitão (interpretado pelo ator Patrick Swayze).

As coisas mudam quando chega a nova governante da casa. Ela é a senhora Grace Hawkins (Maggie Smith). No começo muito simpática, ela logo começa a intervir nos acontecimentos familiares, tentando colocar tudo nos eixos de uma forma nada comum. O que ninguém sabe é que Grace é uma ex-condenada da justiça britânica. Quando era jovem ela havia matado o seu marido infiel e sua amante e os colocado em um baú. Agora, cumprida sua sentença, ela volta para a sociedade, justamente para trabalhar na casa dos Goodfellows. O grande triunfo do filme é, além de seu roteiro bem escrito, a presença de um elenco muito bom com destaque para Rowan Atkinson (em um personagem divertido mas não humorístico) e a grande dama Maggie Smith. Quem acompanha a série “Downton Abbey” sabe sobre seu grande talento. Ela domina todo o filme e seu personagem, mesmo sendo quem é, cativa muito o espectador. Sou fã confesso dessa veterana atriz e por essa razão indico esse filme, mais particularmente para os admiradores de seu trabalho. Enfim, fica a dica dessa boa produção inglesa que mostra muito bem que humor pode muito bem ser feito com classe e inteligência.

De Bico Calado (Keeping Mum, Inglaterra, 2005) Direção: Niall Johnson / Roteiro: Richard Russo, Niall Johnson / Elenco: Rowan Atkinson, Kristin Scott Thomas, Maggie Smith, Patrick Swayze / Sinopse: Vigário anglicano do interior da Inglaterra tenta conciliar sua missão religiosa com sua problemática família. Para ajudar na casa é contratada uma nova governante, a Sra Grace, que mudará a vida de todos.

Pablo Aluísio. 

Miss Simpatia

Eu realmente nunca entendi como a Sandra Bullock virou uma estrela de primeira grandeza, com cachês milionários e destaque no mundo do cinema. Para falar a verdade sempre considerei sua filmografia muito abaixo do razoável. Grande parte de seus filmes são realmente bem bobinhos, alguns até admito que são divertidos, mas nada para se ter o status que ela tem dentro da indústria. Não que eu tenha antipatia por ela, longe disso, mas realmente não há como negar que ela fez sua carreira estrelando uma bobagem atrás da outra. Um exemplo é esse “Miss Simpatia” que fez tanto sucesso que até virou franquia! Mas afinal qual é o segredo dessa moça? Assistindo essa comédia descobrimos algumas pistas. A Bullock nunca fez o gênero das grandes musas do cinema, ela na verdade rema em outra maré. Seu jeito de garota despojada, quase moleca, sem nenhuma sofisticação é o seu grande charme em relação ao público. Muitas mulheres se identificam com ela por essa razão.
   
“Miss Simpatia” aliás investe justamente nisso, no choque que surge entre uma garota durona e o mundo fútil e artificial dos concursos de misses! É a tal coisa, choques de realidades geralmente são divertidos e engraçados e o roteiro do filme foi todo escrito aproveitando essa premissa. Sandra Bullock aqui interpreta uma policial rude e machona que acaba tendo que se disfarçar de miss para desvendar um crime ocorrido em um dos principais concursos de beleza dos EUA. O jeito sulista de Bullock então cai como uma luva para o enredo que explora exatamente a diferença existente entre o seu jeito de ser e as regras que norteiam a vida dessas dondocas e beldades. Não posso dizer que o filme é todo ruim porque há sim seqüências divertidas e engraçadas mas nada que justifique a grande bilheteria que essa comédia teve em seu lançamento. O público simplesmente adorou o jeito cafona e mal educada, além da risada de “porquinha” da personagem de Bullock! Agora uma coisa deve-se reconhecer: nada é mais engraçado no filme inteiro do que ver o eterno Capitão Kirk, o ator William Shatner, pagando mico como apresentador de concurso de misses! É realmente de rolar de rir... Por essa nem o Dr. Spock esperava...

Miss Simpatia (Miss Congeniality, Estados Unidos, 2000) Direção: Donald Petrie / Roteiro: Marc Lawrence, Katie Ford / Elenco: Sandra Bullock, Michael Caine, Benjamin Bratt, William Shatner / Sinopse: Gracie Hart (Sandra Bullock) é uma policial que precisa se infiltrar em um fútil e frívolo concurso de miss para solucionar um caso dos mais complicados.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de maio de 2015

Não Me Mande Flores

George (Rock Hudson) é um sujeito completamente hipocondríaco. Casado com a simpática Judy (Doris Day) ele vive criando doenças novas que só existem em sua cabeça. As coisas pioram quando visita seu médico particular e acaba se confundindo com um exame de outro paciente. Convencido que está com os dias contados e que tem poucas semanas de vida, George ao lado de seu vizinho e amigo Arnold (Tony Randall) decidem arranjar um novo marido para a esposa para que ela não passe pelo trauma de sua morte sozinha. “Não me Manda Flores” foi o terceiro e último filme da dupla Rock Hudson / Doris Day. Eles emplacaram grandes sucessos nos anteriores “Confidências à Meia Noite” e “Volta Meu Amor” e assim era natural que voltassem a atuar juntos. O filme é baseado numa peça de teatro escrita por Norman Barasch e Carroll Moore. O ritmo é ágil, hilariante e o roteiro muito bem escrito. Obviamente como a estória foi criada para ser encenado no teatro o filme se concentra bastante dentro da própria residência do casal, em três atos bem delimitados, com poucos cenários.

Rock e Doris tinham uma química perfeita, eram grandes amigos. Esse tipo especial de entrosamento emtre eles acabou passando para a tela. Curiosamente aqui Doris e Rock, pela primeira e única vez, contracenam como marido e mulher. Doris é a esposa perfeita da década de 60. Agüenta as esquisitices do marido e é em essência uma dona de casa que chega ao ponto de se espantar quando o marido lhe sugere que termine seus estudos para arranjar um emprego! Já o personagem de Rock é também um maridão típico daqueles anos, que vai todos os dias ao trabalho com o jornal da manhã debaixo do braço. O único diferencial é seu hipocondrismo sem limites. Tony Randall, interpretando o vizinho e amigo de George, passa o tempo todo embriagado, lamentando a morte precoce do colega, o que rende ótimas cenas de humor. “Não me Mande Flores” foi dirigido por Norman Jewison em começo de carreira. É curioso ver seu nome nos créditos pois Jewison criaria toda uma filmografia de filmes fortes nos anos seguintes, com temáticas instigantes e polêmicas, algo que destoa completamente dessa comédia romântica divertida e amena. De qualquer modo não há como negar que seu trabalho é muito bom, com ótimo timing entre as cenas, nunca deixando desandar para o chato ou tedioso. Só a lamentar o fato de que nunca mais Doris e Rock contracenariam juntos no cinema. De fato essa foi a despedida deles das telas. Melhor assim, se despediram com um bom filme que fechou com chave de ouro a trilogia que o casal rodou junto. “Não Me Mande Flores” foi um excelente final para essa carismática dupla que marcou época.

Não me Mande Flores (Send Me No Flowers, Estados Unidos, 1964) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Julius J. Epstein, baseado na peça teatral "Send Me No Flowers: A Comedy in Three Acts" de autoria de Norman Barasch e Carroll Moore / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: George (Rock Hudson) é um hipocondríaco incurável que se convence que tem poucos dias de vida. Pensando no melhor para sua esposa que ficará viúva ele resolve procurar um futuro marido ideal para ela!

Pablo Aluísio.

Os Primeiros Homens na Lua

A recente morte do mestre em efeitos especiais Ray Harryhausen, me fez recordar desse filme muito charmoso e nostálgico que foi um campeão de reprises na Sessão da Tarde das décadas de 70 e 80. O enredo era baseado nas estórias de outro ícone da fantasia e ficção, o mitológico H.G. Wells, que em 1901 imaginou em seu livro “The First Men in the Moon” a chegada do homem na Lua. Wells é considerado um dos pais do gênero science fiction. Nesse e em outros livros o autor demonstrou ter uma imaginação sem limites aliada a uma inventividade fora do comum. Claro que do ponto de vista atual muitos de seus textos soam ingênuos mas basta parar para entender o contexto histórico em que foram escritos para entender sua importância. Outro dado relevante: esse filme foi realizado apenas cinco anos antes do homem finalmente pisar na lua (algo que era considerado impossível na época). A produção foi assinada pelo próprio Ray Harryhausen que caprichou nos cenários e nos efeitos, usando inclusive sua marca registrada, a técnica de slow motion, com captura de movimentos quadro a quadro. Essa técnica traz nos dias atuais um sabor nostálgico simplesmente irresistível. O elenco era praticamente desconhecido do grande público o que não é de se admirar já que o foco do filme era realmente o universo fantástico de H.G. Wells.

Na estória acompanhamos a chegada da primeira expedição de astronautas terrenos na Lua. Uma equipe formada por diversas nacionalidades chega no solo lunar e lá encontra, para surpresa de todos, uma bandeira da Inglaterra e uma carta de posse em nome da Rainha Vitória datada de 1899. Claro que a descoberta deixa todos boquiabertos. Assim que a notícia se espalha o governo britânico sai em busca de respostas e acaba as encontrando em um idoso que se encontra há muitos anos morando em um asilo de Londres. Ele afirma ter ido à lua com a ajuda de um cientista maluco que morava perto de sua casa numa bucólica e bonita região do norte de Londres. O Dr. Joseph Cavor (Lionel Jeffries) havia criado uma substância que anulava a gravidade na terra. Com algo assim em mãos eles poderiam ir para qualquer lugar, inclusive na Lua, onde supostamente haveria uma riqueza mineral sem limites esperando por eles. Só que uma vez chegando lá eles encontram algo completamente diferente, uma civilização de seres parecidos com insetos. Revelar mais seria desnecessário. Lida assim a sinopse pode soar absolutamente ridícula nos dias de hoje mas o espectador tem que ver tudo com os olhos voltados para a história, no momento em que o livro original foi escrito. Fazendo isso não há como não se encantar com tanta imaginação e fantasia. Um realismo fantástico simplesmente adorável. Se você gosta do mundo sci-fi não deixa de ver esse que certamente foi um das produções mais influentes da história do cinema e da literatura.

Os Primeiros Homens na Lua (First Men in the Moon, Inglaterra, 1964) Direção: Nathan Juran / Roteiro: Nigel Kneale, Jan Read / Elenco: Edward Judd, Martha Hyer, Lionel Jeffries / Sinopse: Cientista consegue inventar uma substância que anula os efeitos da gravidade, tornando possível a viagem pelo universo. Sua primeira parada é a Lua onde encontra uma civilização de seres parecidos com os insetos da Terra.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de maio de 2015

Assim Caminha a Humanidade

"Giant" entrou para a história do cinema por vários motivos. O mais lembrado deles é o fato de ter sido o último filme de James Dean. Poucos dias após o fim das filmagens o ator resolveu participar de uma corrida e na viagem até lá morreu em um trágico acidente com apenas 24 anos. Outro ponto a se destacar é que esse é considerado até hoje o melhor filme de George Stevens. Diretor habilidoso, conseguia ótimos resultados por causa de um método inovador de trabalho. Ele utilizava várias câmeras, todas em ângulos diferentes e depois passava meses trancado no estúdio assistindo a cada registro, a cada tomada de cena. Só depois de montar o filme em sua própria mente é que ele finalmente dava o corte final em suas obras. Por essa razão "Assim Caminha a Humanidade" é uma verdadeira obra prima, uma ode ao Texas que até hoje impressiona por sua força e atemporalidade. Por fim, e não menos relevante, "Giant" é sempre lembrado pelas ótimas atuações do casal Rock Hudson e Elizabeth Taylor. Rock aliás considerado até aquele momento um mero galã de Hollywood conseguiu sua primeira e única indicação ao Oscar. O reconhecimento da Academia foi mais do que merecido pois o trabalho de Rock é realmente primoroso, onde ele interpreta um personagem em vários momentos de sua vida, desde a juventude até sua velhice. Permeando tudo temos os vastos campos do Texas. A própria imagem da casa de fazenda ao longe, sem nada por perto reflete bem a grandeza daquela região, onde grandes fortunas foram feitas praticamente da noite para o dia. O Ouro negro, como era chamado o Petróleo, fez a riqueza de muitas famílias texanas. E é justamente sobre isso que seu enredo enfoca.

Em sua autobiografia Rock Hudson relembra como foi tratado por George Stevens. O diretor lhe colocou a par de todos os aspectos da produção e chegou a dizer a ele que escolhesse a cor da casa de seu personagem no filme. Nunca um diretor havia feito algo assim com ele. Isso demonstrava o modo de trabalhar de Stevens, ele queria que todos se sentissem parte do processo de realização do filme. Hudson afirmou em seu livro que nunca vira nada igual antes. Se o diretor queria aproximação completa entre ele e o elenco o mesmo não se podia dizer dos dois atores principais. Desde o começo Rock Hudson e James Dean não se deram bem. Dean vinha de Nova Iorque e procurava ir fundo em suas interpretações. Hudson foi formado na Universal, dentro do Star System, e estava pouco preocupado com maneirismos do Actors Studio. Assim travou-se uma verdadeira batalha nas cenas, dois atores com formação completamente diferente que não se gostavam muito pessoalmente. Dean achava Rock um mero galã e um "poste" - apelido que usou por causa da grande altura do ator. Como ele era baixinho, Dean acabou sentindo-se intimidado por Rock. Já Hudson achava Dean esquisito, complicado de se lidar. Curiosamente apesar de ambos não se darem bem, os dois se tornaram grandes amigos da estrela Elizabeth Taylor. Para Dean, Liz era como uma irmã que nunca teve. Amorosa e simpática procurava entender o rebelde ator mesmo quando ele nitidamente se comportava mal com os outros. Já em relação a Rock ela se comportava como uma amiga de farras. Ambos tomaram grandes porres juntos e inventaram o Martini de chocolate, uma combinação explosiva que exigia um intestino de aço de quem ousasse beber aquela mistureba toda. Elizabeth Taylor virou amiga até os últimos dias de vida de Rock Hudson e quando esse morreu de AIDS em 1985 ela fundou uma instituição de apoio a pesquisas para combater a doença.

A edição do filme foi complicada e demorada. Havia muito material gravado, por diversas câmeras e assim George Stevens passou longos meses montando tudo aquilo. Quando o filme finalmente ficou pronto e foi lançado James Dean já havia morrido há mais de um ano. Como tinha se tornado um mito eterno da sétima arte com sua morte suas jovens fãs correram para os cinemas para conferir o último trabalho do encucado ator. O que viram foi uma produção completamente diferente de "Juventude Transviada". Enquanto aquele era uma crônica sobre a juventude e seus problemas, "Giant" era monumental, de enorme duração e com ares de cinema épico. A crítica se dividiu mas de forma em geral todos concordaram que estavam na presença de um dos maiores filmes já feitos por Hollywood. Um dos pontos mais criticados foi justamente a maquiagem realizada nos atores nas cenas em que eles surgem envelhecidos. Para Rock Hudson e Elizabeth Taylor as perucas grisalhas realmente não caíram bem. De fato apenas James Dean surge bem nessas cenas, o que não deixa de ser uma grande ironia pois ele nunca teria a chance de envelhecer como seu personagem, que aparece bêbado e caindo em um vexame público. Aliás muitas das falas de Dean ficaram ruins nesse momento final e o diretor George Stevens, sem opção, teve que contratar o ator Nick Adams para dublar certas partes do texto do ator falecido. Assim em conclusão podemos dizer que "Assim Caminha a Humanidade" não é apenas uma obra de cinema fenomenal mas também um marco histórico do cinema americano. Um filme tão grande quanto o Texas. Um momento maravilhoso do cinema americano que todos os cinéfilos devem assistir. 

Assim Caminha a Humanidade (Giant, Estados Unidos, 1956) Direção: George Stevens / Roteiro: Fred Guiol, Ivan Moffat baseados na obra de Edna Ferber / Elenco: Elizabeth Taylor, Rock Hudson, James Dean, Carroll Baker, Mercedes McCambridge, Jane Withers, Chill Wills, Sal Mineo, Dennis Hopper / Sinopse: "Assim Caminha a Humanidade" conta a estória do rico fazendeiro Bick Benedict (Rock Hudson) . Após cortejar e se casar com a mimada Leslie (Elizabeth Taylor) ele retorna para sua imensa casa de fazenda bem no meio do grandioso estado americano do Texas. Lá tem que lidar com todos os problemas de sua propriedade, inclusive seus empregados. Entre eles se destaca o estranho e taciturno Jett Rink (James Dean) que parece nutrir uma indisfarçável paixão pela esposa de seu patrão.

Pablo Aluísio.

O Homem de Alcatraz

Robert Stroud (Burt Lancaster) é um prisioneiro condenado à morte pelo assassinato de um barman numa briga de bar no Alaska. Tentando livrar seu filho da morte por enforcamento sua mãe resolve apelar para a esposa do presidente americano Woodron Wilson que, comovida pela luta da pobre senhora por seu filho, resolve permutar a pena de morte de Stroud para prisão perpétua em segregação (ou seja ele não poderia interagir com outros presos, ficando a maior parte do tempo solitário e isolado). Livre da morte ele então parte para cumprir sua pena de prisão em uma penitenciária federal. Certa tarde no pátio prisional ele acaba resgatando um pequeno pardal machucado e o leva para sua cela. Lá tenta ajudar o pequeno animal. O que começa com um simples ato de solidariedade acaba virando um assunto de enorme interesse para Stroud que a partir daí começa a estudar e ler livros sobre o tema, se tornando, mesmo dentro da prisão, uma das maiores autoridades científicas sobre patologias de aves. Dez anos depois é finalmente transferido para a terrível prisão de Alcatraz onde acaba se tornando um de seus prisioneiros mais famosos. A história de Stroud parece ficção mas não é, foi inspirada na vida do chamado “Birdman of Alcatraz”, um prisioneiro que sozinho aprendeu sobre ciências dentro de sua cela, lendo livros, artigos e tratados sobre diversos assuntos, entre eles veterinária, química, anatomia, fisiologia, histologia e até mesmo medicina! De fato ainda em vida Stroud foi analisado por especialistas e se constatou que ele tinha um QI de gênio, algo absolutamente fora do normal.

O filme “O Homem de Alcatraz” foi realizado um ano antes de sua morte em 1963 (infelizmente ele nunca chegou a assistir sua própria história no cinema) Apesar de todo o reconhecimento que teve por seus livros, ensaios e artigos publicados, Stroud jamais conseguiu aquilo que mais desejava na vida: recuperar sua liberdade. Morreu doente e abandonado, na prisão, após escrever um livro sobre o sistema penitenciário americano. Esse livro causou sensação em seu lançamento pois Stroud na época chamou atenção da administração Kennedy para o problema nas prisões do país. O próprio presidente Kennedy via nele um exemplo claro de que o sistema penal em vigor era falho e não propenso a dar uma segunda chance a ninguém, nem mesmo a um gênio como Stroud. Após o filme ter sido lançado vários livros sobre o prisioneiro foram lançados trazendo mais luz sobre sua vida pessoal. Algumas dessas biografias mostraram que há uma certa distância entre o que vemos no filme e o que aconteceu realmente. Por exemplo, não restam dúvidas que Stroud tinha um QI de gênio mas no mesmo exame em Alcatraz se constatou também que ele tinha uma personalidade psicopata (algo omitido no roteiro). Era violento e perigoso e muitos que o conheceram pessoalmente e assistiram ao filme depois não concordaram com a caracterização de Burt Lancaster, mostrando um sujeito doce e suave. De qualquer forma, mesmo com essas diferenças, não há como negar que “O Homem de Alcatraz” é uma excelente obra, digna de todo o status que tem (considerado um dos cem melhores filmes da história do cinema americano pelo American Film Institute). Historicamente ele pode até não ser muito fiel aos fatos reais mas não há como negar que do ponto de vista meramente artístico é uma obra prima digna de aplausos. Além disso levanta muitos temas pertinentes para discussão, colocando em debate o real propósito das prisões. Será que o sistema prisional realmente reabilita algum criminoso? Ou tudo não passa de meras teorias acadêmicas vazias? Assista ao filme e tire suas próprias conclusões.

O Homem de Alcatraz (Birdman of Alcatraz, Estados Unidos, 1962) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Guy Trosper baseado no livro de Thomas E. Gaddis / Elenco: Burt Lancaster, Karl Malden, Thelma Ritter / Sinopse: O filme conta a história de Robert Stroud (Burt Lancaster), um prisioneiro federal americano que se ficou famoso ao se tornar de forma autodidata dentro da prisão uma autoridade sobre assuntos científicos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

De Volta Para o Futuro 2

Depois do enorme sucesso de bilheteria do primeiro filme Spielberg resolveu que o filme deveria ter não uma continuação, mas duas, que foram rodadas simultaneamente. Robert Zemeckis se empenhou em não decepcionar os fãs. O problema é que o filme original parecia fechar em si muito bem. O roteiro era redondinho, muito criativo e bem bolado. Mexer em algo assim seria no mínimo imprudente. A verdade é que mesmo com toda a dedicação de Zemeckis e sua trupe de roteiristas o roteiro final desse filme saiu realmente truncado. Marty McFly (Michael J. Fox) voltava novamente ao passado, encontrava seu outro “eu” (que surgia aparecendo em cenas do primeiro filme) e tentava mudar o rumo de seus filhos – no futuro! Bem confuso pra falar a verdade. Segundo Zemeckis eles próprios, os que estavam escrevendo o enredo do filme, se enrolaram e tiveram que se guiar através de uma série de storyboards. Se foi confuso assim para eles, imagine para o público!
   
Mesmo assim o filme fez outro grande sucesso. A crítica de um modo em geral elogiou, embora com certas reservas. Michael J. Fox já não era o ator com cara de jovem adolescente como antes – mas isso foi consertado com um pouco de maquiagem, luzes, ângulos mais adequados. Na época ele era um ídolo juvenil dos mais requisitados. Aparecia em revistas de adolescentes e causava um tumulto por onde passava, tamanha a sua popularidade. Não era para menos. Além de estrelar essa franquia milionária e de sucesso ainda se destacava na TV na boa sitcom “Caras e Caretas” (que chegou a ser exibida na Rede Globo nas tardes, durante a chamada “Sessão Comédia”). “De Volta Para o Futuro 2” é isso, uma produção que apesar dos pesares consegue manter o bom nível do filme original. Tudo muito criativo, bem realizado (os efeitos especiais não envelheceram) e claro muita pipoca. Provavelmente a franquia seja a mais perfeita já realizado pelo produtor Steven Spielberg. Uma delícia pop.

De Volta Para o Futuro 2 (Back to the Future Part II, Estados Unidos, 1989) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson / Sinopse: Marty McFly (Michael J. Fox) vai até o futuro quando encontra diversos problemas com sua família (e com ele próprio). Para consertar isso ele tem que novamente voltar ao passado, em 1955, para dar alguns ajustes no destino.

Pablo Aluísio.

De Volta Para o Futuro 3

Robert Zemeckis sempre foi um grande fã de westerns. Assim que apareceu a oportunidade o diretor resolveu que queria radicalizar ainda mais a franquia de sucesso que dirigia. E foi assim que decidiu levar a trama de “De Volta Para o Futuro” para o velho oeste. Essa foi a terceira e última aventura de Marty McFly (Michael J. Fox) e o Doutor Brown (Christopher Lloyd). Ao contrário do segundo filme da série esse aqui tinha um roteiro bem mais centrado, menos complicado, com a estória praticamente toda passada numa cidadezinha do velho oeste, sem tantas idas e vindas entre presente, passado e futuro, como acontecia no filme anterior. De certa forma “De Volta Para o Futuro 3” é uma mera desculpa para Zemeckis brincar com o velho e bom faroeste, suas mitologias clássicas e seus personagens marcantes. As referencias ao gênero pulam o tempo todo na frente do espectador. Numa das mais divertidas o personagem de Michael J. Fox ao ser perguntado sobre qual seria o seu nome responde... Clint Eastwood! Muito divertido realmente.

No final do segundo filme já tínhamos o gancho para essa aventura. Marty recebia bem no meio de um temporal uma carta misteriosa, escrita no século XIX, por Doc Brown. Nela ele explicava que estava vivendo feliz no velho oeste pois havia se apaixonado por uma mulher daquela época. O problema é McFly descobre um terrível acontecimento no passado na vida do Dr Brown e decide ir até lá para evitar o trágico fato! Ao voltar ao passado ele encontra seus antepassados (Seamus McFly), índios, cowboys, pistoleiros e tudo o mais que se tem direito em se tratando de filmes de faroeste. A seqüência final com a locomotiva no despenhadeiro é excelente, tudo combinando com o clima de leve diversão pop que marcou toda a franquia. O filme foi rodado junto com “De Volta Para o Futuro 2” mas só chegou nas telas um ano depois, em 1990. Seu sucesso foi bem mais modesto do que dos filmes anteriores, mas mesmo assim fechou com chave de ouro essa série de filmes tão simpáticos, que realmente marcaram época. Mais um triunfo na carreira de Steven Spielberg, que produziu os filmes, tendo na direção seu amigo Robert Zemeckis.

De Volta Para o Futuro 3 (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: Para evitar um terrível acontecimento Marty McFly (Michael J. Fox) decide voltar ao passado, no velho oeste americano, onde se encontra seu amigo, o Dr. Brown (Christopher Lloyd).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Livre

Lindo filme! Pelo que já havia lido antes sabia que iria ser uma produção interessante, mas acabou me surpreendendo mais do que o esperado. A história começa sem muitas explicações para o espectador. A personagem Cheryl, interpretada pela atriz Reese Witherspoon, está em um penhasco. Após uma longa e penosa subida até lá, seus pés estão praticamente destruídos pelo esforço. O sangue jorra por suas meias. Em um lance de azar uma de suas botas acaba caindo penhasco abaixo. Ela obviamente perde a pouca paciência que lhe sobrara, tendo um ataque de raiva! Depois dessa cena inicial vamos finalmente entendendo o que ela está fazendo lá e quais são suas reais motivações. Nada é jogado inteiramente ao público, tudo vai surgindo paulatinamente, sem pressa, como se estivéssemos dentro de sua mente, compartilhando seus pensamentos. Através de suas lembranças vamos então conhecendo parte de sua história, suas perdas, suas dores emocionais, seus problemas pessoais. Por ser tão refinada a maneira como esse enredo é contado posso dizer que esse foi até agora o melhor roteiro que me deparei nesse ano. Muito bem escrito, apelando muito mais para o sentimento, para as sensações, do que para aquela velha fórmula convencional de se contar uma história no cinema. A vida definitivamente é dura e para sobrevivermos temos também que sermos durões, como bem observa um dos personagens em determinado momento do filme. Cheryl aliás vai encontrando diversos tipos ao longo de sua caminhada. Algumas boas pessoas, outras perigosas, mas sempre com uma surpresa em cada local em que se encontra. Ela quer chegar ao destino inteira, satisfeita consigo mesmo e o mais importante de tudo: superando seus diversos traumas.

A jornada assim não se resume a uma garota tentando vencer os desafios de atravessar a pé o deserto de Mojave - uma das regiões mais secas e hostis dos Estados Unidos - mas principalmente encontrar-se, conhecer a si mesmo em um nível mais profundo. Diante dessa proposta o resultado final se mostra muito marcante, muito sensível e também bastante inspirador. Reese Witherspoon recebeu diversas indicações por sua atuação em vários festivais de cinema mundo afora. Todas merecidas. A atriz supera finalmente comédias do tipo "Legalmente Loira" e derivados, para finalmente adentrar em um tipo de cinema com mais conteúdo, que tenha algo realmente importante a dizer. Por falar nisso Witherspoon merece não apenas os elogios por sua atuação, mas também pela coragem, pois ela própria se empenhou bastante na realização do filme, inclusive exercendo a função de produtora. Na verdade foi Reese quem comprou os direitos autorais do livro escrito por Cheryl Strayed chamado "Wild: From Lost to Found on the Pacific Crest Trail". Sim, tudo o que você verá no filme foi baseado em uma história real e isso adiciona ainda mais méritos para a produção como um todo. Uma jornada de superação, cuja maior lição é aquela que nos ensina que devemos seguir sempre em frente, não importando os desafios, não procurando apagar completamente o passado de nossas vidas, pois ele também faz parte do que somos, mas sim entendendo e procurando aprender com ele. Afinal de contas a vida é justamente isso, uma longa caminhada rumo ao desconhecido. A forma como você chegará lá é que irá definir se você foi ou não uma pessoa realmente feliz.

Livre (Wild, Estados Unidos, 2014) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro escrito por Cheryl Strayed / Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Gaby Hoffmann / Sinopse: Após a morte de sua mãe e do fim de seu casamento de sete anos, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) resolve fazer a trilha de Pacific Crest, onde pretende avaliar os rumos de sua vida, seus problemas sentimentais e partir em direção a sua paz interior. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Reese Witherspoon) e Melhor Atriz Coadjuvante (Laura Dern). Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Reese Witherspoon). Também indicado ao BAFTA Awards e ao Screen Actors Guild Awards na mesma categoria. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Força Sinistra

Uma raça de vampiros do espaço chega a Londres e infecta a população, iniciando uma descida apocalíptica ao caos. Roteiro baseado no romance de ficção e terror chamada "Space Vampires". Eis a sinopse, típica de filmes mais antigos, dos anos 50, por exemplo, mas que é justamente a trama desse filme dos anos 80, para surpresa de muitos.Eu era um jovem adolescente quando esse filme chegou nas telas de cinema na cidade onde vivia. É uma mistura de ficção e terror em uma produção inglesa (em sua maioria) que chamou a atenção da crítica. ]

Em termos de público o filme não fez muito sucesso, mas acabou ficando bem conhecido. O elenco, além dos efeitos especiais, formava o ponto de atração. Patrick Stewart, que depois iria virar o Capitão Picard na nova série de "Star Trek" trabalhou no filme. E nunca é demais citar também a presença da bela Mathilda May que passa o filme inteiro praticamente nua, interpretando uma das vampiras do espaço. A galera da época, claro, não reclamou daquela linda mulher nua desfilando pela tela!

Força Sinistra (Lifeforce, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Cannon Films / Direção: Tobe Hooper / Roteiro: Colin Wilson / Elenco: Steve Railsback, Mathilda May, Peter Firth, Patrick Stewart, Michael Gothard, Nicholas Ball / Sinopse: Estranhos seres, vindos do espaço sideral, vampirizam suas vítimas, sucando suas energias vitais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Leviathan

Esse filme foi criticado na época de seu lançamento original porque os críticos de cinema acharam que ele era parecido demais com "Alien, o Oitavo Passageiro". Dirigido pelo George P. Cosmatos, que vinha de um filme da franquia "Rambo", esse filme realmente não conseguia esconder suas semelhanças com o filme de Ridley Scott, até porque depois de Aliens tudo parecia mesmo derivado dele. Bastava ter uma criatura vinda do espaço ou de natureza desconhecida, para gerar essa comparação. Lembrando que Leviatã é o nome de um dos sete monarcas do inferno, um nome que também foi utilizado na antiguidade para um conhecido monstro do mar da mitologia grega. Os marinheiros morriam de medo de morrer em seus ataques quando os navios partiam dos portos.

E olha que "Leviathan" até que não era tão ruim. Havia bons efeittos especiais (para a época, claro) e um roteiro que até tinha boas ideias, boas sacadas. O elenco também era bom. Tinha Peter Weller que havia interpretado "Robocop" no filme de sucesso e o falecido Richard Crenna, que todo cinéfilo conhecia de "Rambo" e outros filmes menores. Enfim, um bom filme Sci-fi dos anos 80, apesar de ter sido massacrado pela crítica da época. Não precisava tanto, vamos convir.

Leviathan (Leviathan, Estados Unidos, 1989) Direção: George P. Cosmatos / Roteiro: David Webb Peoples, Jeb Stuart / Elenco: Peter Weller, Richard Crenna, Amanda Pays / Sinopse: Explorando o casco de um cargueiro soviético naufragado, uma equipe de mineiradores de alto mar liderada pelo oceanógrafo Steven Beck fica cara a cara com uma criatura mutante e desconhecida até então.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de abril de 2015

Sexta-Feira 13

Ontem foi Sexta-Feira 13, então me lembrei desse primeiro filme de terror de uma longa franquia, com filmes que iam do interessante ao ruim, das boas ideias ao patético. Esse primeiro filme faz parte de uma onda que varreu o cinema americano a partir dos anos 70. Antes disso os filmes no máximo investiam em cenas com mais suspense, onde a violência nunca era explícita, mas apenas sugerida. Depois os filmes de terror foram ficando mais ousados, mostrando cenas de sangue e tripas, como foi dito na época. E segundo essa tendência de violência mais explícita surgiram filmes como esse "Sexta-Feira 13".

O curioso é que nesse primeiro filme o personagem do Jason iria ser bem coadjuvante na história. Ele, no máximo, surgia como uma sombra, uma lenda que aterrorizava jovens ao lado do fogueiras no meio da noite. Estava longe de aparecer como o assassino de facão na mão e máscara de hockey na cabeça. É um filme bem mais soft do que os que viriam depois. É um bom filme? Diria que para a época estava muito bem localizado. Hoje em dia provavelmente os fãs de terror vão achar tudo um tanto datado. Afinal de contas o tempo não perdoa, nem a saga do Jason sobrevive ao passar dos anos. 

Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, Estados Unidos, 1980) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Victor Miller, Ron Kurz / Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Kevin Bacon, Jeannine Taylor / Sinopse: Um campo de verão vira palco de mortes e desespero anos depois que havia sido fechado justamente por causa de uma tragédia ocorrida em seu interior.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de abril de 2015

Cherry 2000

Esse filme é claramente uma imitação mais pobre e sem orçamento de "Blade Runner". Em um futuro próximo (no caso do roteiro, o ano de 2017), os solitários terão a oportunidade de comprar companheiras, robôs na verdade, para se relacionarem. O modelo mais cobiçado é justamente o de Cherry 2000. Só que algo sai errado e essas bonecas robóticas se vingam dos seres humanos, causando caos e destruição. Deu para perceber bem o tamanho da bomba? Pois é, ainda assim o filme conseguiu ser lançado nos cinemas brasileiros na época! E olha que a crítica obviamente caiu matando em cima dos absurdos do roteiro e da precária produção.

Claro que a questão das replicantes é imitado de Blade Runner. Só que o que era sofisticado e noir no filme de Ridley Scott, aqui vira puro kitsch. Há uma tentativa também de usurpar cenas de Rambo. Como se vê é uma geléia geral de falta de ideias próprias e originalidade. A única coisa que se salva no final é a presença da própria Melanie Griffith. Jovem e bonita, nem a peruca laranja conseguiu destruir seu apelo sexual na tela. Nos anos 80 ela era uma beldade e tanto!

Cherry 2000 (Estados Unidos, 1987) Direção: Steve De Jarnatt / Roteiro: Lloyd Fonvielle, Michael Almereyda / Elenco: Melanie Griffith, David Andrews, Pamela Gidley / Sinopse: Em 2017, um empresário de sucesso viaja aos confins da terra para descobrir que a mulher perfeita está sempre debaixo de seu nariz. Ele contrata um rastreador renegado para encontrar uma duplicata exata de sua esposa andróide.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

RoboCop: O Policial do Futuro

Esse filme tive oportunidade de assistir no cinema. Ainda adolescente acabei assistindo a um dos maiores clássicos dos filmes de ação dos anos 80. O interessante é que jamais ouvira falar nesse personagem. Porém as críticas que vinham lá de fora eram as melhores possíveis. Não era apenas um filme de um policial construído com restos de um tira baleado e máquina de última geração. Havia muito mais, inclusive um fundo emocional muito bem escrito no roteiro. O lado humano do Robocop começava a lembrar de sua vida passada, quando era apenas o policial Murphy. E nem toda a tecnologia do mundo podia superar as emoções humanas.

Outro aspecto digno de nota é que o filme também foi considerado bem violento para a época. Realmente havia cenas fortes, como aquela do criminoso literalmente derretendo após cair um produto químico em seu corpo. Porém é bom frisar que tudo estava encaixado em um contexto muito bem construído, em um mundo onde as grandes corporações começavam a tomar conta, inclusive das forças policiais. Enfim, grande filme dos anos 80. Um dos melhores dessa safra.

RoboCop: O Policial do Futuro (Robocop, Estados Unidos, ) Direção: Paul Verhoeven / Roteiro:  Edward Neumeier, Michael Miner / Elenco: Peter Weller, Nancy Allen, Dan O'Herlihy / Sinopse: Em um futuro próximo o departamento de polícia de Detroit e uma empresa multinacional poderosa criam um novo tipo de policial, metade homem, metade máquina, para combater os criminosos da cidade.

Pablo Aluísio.