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domingo, 21 de março de 2021

Cidadão Kane

Esse clássico do cinema é até hoje considerado por muitos críticos de cinema como o melhor filme já realizado na história. Um título que poucos filmes conseguiram sustentar por décadas e décadas. O interessante é que o filme acabou sendo ao mesmo tempo a obra-prima de Orson Welles e também sua maior desgraça profissional. O roteiro, brilhantemente escrito por Herman J. Mankiewicz, era na verdade uma versão nada lisonjeira da vida do magnata das comunicações William Randolph Hearst, que ficou indignado quando soube da existência do filme. Ele então usou de todo o seu poder e dinheiro para destruir o filme de Orson Welles. Dono de centenas de jornais ao redor dos Estados Unidos, ele colocou seus jornalistas numa ampla campanha de destruição do filme. Também pressionou pessoalmente para que donos de cinemas não exibissem "Cidadão Kane". A campanha surtiu efeitos. O filme não conseguiu fazer sucesso de bilheteria, sequer conseguindo recuperar seus custos. A consagração só viria mesmo muitos anos depois quando o filme foi redescoberto por estudiosos da sétima arte. Inovador em vários aspectos, seu reconhecimento, ainda que tardio, veio para consagrar a genialidade de seus realizadores.

"Cidadão Kane" é uma experiência única dentro da historia do cinema, com ótimas e inovadoras tomadas de cena, ângulos inusitados e todos os tipos de experimentação imaginada. Não havia nada parecido assim na década de 1940. Consagrado para sempre como o ápice da vida de Orson Welles também se concretizou em sua ruína pessoal. Dito como maldito pelos grandes estúdios de Hollywood, ele viu sua carreira praticamente ser destruída. De qualquer forma, mesmo com todas as adversidades, boicotes e artimanhas que foram feitas contra o filme, o fato é que no final de tudo a arte venceu. A sétima arte venceu.

Cidadão Kane (Citizen Kane, Estados Unidos, 1941) Direção: Orson Welles / Roteiro: Herman J. Mankiewicz, Orson Welles / Elenco: Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead, Ruth Warrick  / Sinopse: Após a morte do magnata editorial Charles Foster Kane (Orson Welles), jornalistas audaciosos lutam para descobrir o significado de sua declaração final; 'Rosebud'. Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor roteiro original. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, melhor ator (Orson Welles), melhor direção (Orson Welles), melhor direção de fotografia (Gregg Toland), melhor direção de arte, melhor som, edição e música (Bernard Herrmann).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Torrente de Paixão

Título no Brasil: Torrente de Paixão
Título Original: Niagara
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry Hathaway
Roteiro: Charles Brackett, Walter Reisch
Elenco: Marilyn Monroe, Joseph Cotten, Jean Peters, Max Showalter, Denis O'Dea, Richard Allan

Sinopse:
A jovem e bonita Rose Loomis (Marilyn Monroe) viaja com o marido George (Joseph Cotten) para passar um fim de semana nas famosas cataratas do Niágara, um ponto turístico na fronteira entre Estados Unidos e Canadá. Ele é um veterano de guerra, traumatizado e impotente. Ela quer se livrar desse marido o mais rapidamente possível.

Comentários:
Esse é um dos melhores filmes da carreira de Marilyn Monroe. Tecnicamente é um thriller de suspense, com Marilyn interpretando uma típica femme fatale. Uma mulher jovem, muito bonita e com sensualidade à flor da pele. Aqui a atriz não mediu esforços e colocou toda a sua sexualidade natural na tela. O diretor Henry Hathaway entendeu bem isso, criando cenas que são puro deleite visual nas curvas exuberantes da atriz. Na cena mais famosa o diretor deixou a câmera filmar um longo caminhar de Marilyn Monroe, onde ela rebola à vontade para os espectadores. São dois minutos e meio de sequência, algo inédito no cinema até então. Imagine algo assim sendo lançado em plenos anos 1950 com todo aquele moralismo. Claro, os fãs de Marilyn Monroe adoraram. E sua personagem, uma mulher maravilhosa que não estava nem aí para os problemas do marido impotente, procurando sempre por um novo amante de ocasião, ferviam ainda mais o clima de despudor do filme. Assim temos aquele que para muitos é o melhor momento de Marilyn Monroe no cinema, aqui usando e abusando de sua imagem de loira gostosa e sem nenhuma vergonha disso. Uma aula de cinema sutilmente erótico em uma época que isso era considerado um verdadeiro pecado no cinema.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Assalto ao Submarino Wayne

Título no Brasil: Assalto ao Submarino Wayne
Título Original: Assault on the Wayne
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Studios
Direção: Marvin J. Chomsky
Roteiro: Jackson Gillis
Elenco: Joseph Cotten, Leonard Nimoy, Lloyd Haynes, Dewey Martin, William Windom, Keenan Wynn

Sinopse:

Durante a guerra fria um submarino americano cruza o Atlântico com a missão de levar um armamento de alta tecnologia, misseís especiais da marinha. O que não se suspeita é que um dos tripulantes é na verdade um sabotador à bordo.

Comentários:
Esse é um filme bem raro de se encontrar hoje em dia. Originalmente o filme acabou sendo exibido na TV americana em 1971. Havia planos para seu lançamento nos cinemas, mas depois a Paramount decidiu que seria melhor exibi-lo no canal CBS. Era lucro certo e fácil já que o orçamento do filme foi restrito. Nos anos 80 ele chegou a ser lançado em nosso mercado de vídeo VHS pelo selo CIC. Nunca chamou muita atenção. O que vale a pena mesmo são os efeitos especiais, um pouco datados pelo tempo, é verdade, além da presença de um elenco bem interessante e esforçado. Entre os atores quem mais se destaca é Leonard Nimoy. Ele interpreta o comandante Phil Kettenring. Homem austero e disciplinador, que a despeito disso também apresenta uma personalidade nebulosa e misteriosa. A presença de Nimoy também serve como referência para provar que o ator foi muito além de seu personagem mais famoso, o Sr. Spock da série Jornada nas Estrelas. Quando a série de TV original acabou ele teve que partir para outros trabalhos, entre eles esse interessante filme de submarinos. Assim deixo a dica para quem admirava o trabalho desse ator. Ele faz o filme valer bastante a pena.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de setembro de 2017

Homens em Revolta

Título no Brasil: Homens em Revolta
Título Original: Untamed Frontier
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Hugo Fregonese
Roteiro: Gerald Drayson Adams, John Bagni
Elenco: Joseph Cotten, Shelley Winters, Scott Brady, Lee Van Cleef, Suzan Ball, Minor Watson, José Torvay
  
Sinopse:
Após matar um homem desarmado, Glenn Denbow (Scott Brady) é acusado de assassinato. Sua única esperança de não ser enforcado é que a única testemunha do crime, a garçonete Jane Stevens (Shelley Winters), não testemunhe contra ele no tribunal. Como ela sempre teve uma quedinha por ele, Glenn decide se casar às pressas com a garota, pois assim Jane não poderia ir ao tribunal prestar testemunho contra seu próprio marido. Glenn é um sujeito rico, filho de um clã poderoso de criadores de gado, mas não se endireita na vida, sempre se envolvendo em problemas, o que aumenta ainda mais o desgosto de seu pai, o latifundiário Matt Denbow.

Comentários:
Esse é um faroeste da Universal que nem é muito conhecido, mas que vale a pena por ter uma boa estória e um bom roteiro. A trama gira em torno da família Denbow, um clã rico, dono de vastas terras na fronteira entre o Texas e o México. Com 40 mil cabeças de gado eles começam a ter problemas com invasores de sua propriedade, colonos que viajam rumo ao oeste. Isso acaba criando uma grande tensão na região. Para piorar o herdeiro Glenn é um sujeito pusilânime, mau caráter e criador de problemas. Ele se casa com uma garçonete (Winters) para fugir da lei, porém mesmo depois de casado não melhora em nada, continuando com as bebedeiras e as brigas nos saloons da cidade. Seu pai assim acaba elegendo seu sobrinho, o correto Kirk Denbow (interpretado pelo astro do filme, Joseph Cotten), como seu braço direito na condução da fazenda. Ele, por sua vez, acaba se apaixonando pela esposa do primo... Jane (Winters)! Nem é preciso ser muito perspicaz para entender que algo assim definitivamente não poderia acabar bem. O filme é muito interessante, bem fotografado e apesar da curta duração não decepciona em nenhum momento. A grande estrela desse western vem da presença de Shelley Winters. Ela tem a personagem mais bem desenvolvida e se formos pensar bem todo o enredo gira em torno justamente dela. É uma garota pobre que acaba entrando em uma rica família latifundiária, se destacando por causa de sua personalidade firme e cheia de boas opiniões. Até o velho patriarca acaba gostando dela, apesar das circunstâncias nada normais envolvendo seu casamento com o filho. No geral não posso negar, acabei gostando bastante. Sim, é um faroeste até simples, porém bem eficiente. Vale a sessão.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Os Cruéis

Título no Brasil: Os Cruéis
Título Original: I Crudeli
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Alba Cinematografica
Direção: Sergio Corbucci
Roteiro: Sergio Corbucci, Albert Band, Louis Garfinkle
Elenco: Joseph Cotten, Norma Bengell, Al Mulock, Julián Mateos, Aldo Sambrell, Gino Pernice

Sinopse:
Após a derrota humilhante na guerra civil americana as tropas do sul são dispensadas. Muitos veteranos começam a vagar pelo velho oeste em busca de algum meio de sobrevivência. Para o Coronel Jonas (Joseph Cotten) essa situação é humilhante. O veterano então decide planejar um grande roubo de ouro para reerguer o exército confederado. Um sonho megalomaníaco que ele lutará para transformar em realidade. 

Comentários:
Western Spaghetti dirigido pelo grande diretor Sergio Corbucci. Esse cineasta seguramente foi um dos mais talentosos mestres do cinema italiano, em especial dos faroestes. Ele criou e dirigiu o grande sucesso "Django", provavelmente o filme mais famoso dessa época. Colhendo os frutos desse sucesso (e de muitos outros), Sergio Corbucci procurou ampliar os horizontes desse tipo de filme, explorando mais aspectos históricos, etc. Ao ler sobre um fanático oficial confederado que lutou para reerguer a Confederação sulista após o fim da guerra civil nos Estados Unidos, o diretor resolveu escrever o roteiro desse filme. A história (que era real) parecia tão absurda que daria certamente um ótimo western italiano. Inicialmente Corbucci pensou em escalar Franco Nero para o papel, mas como o protagonista era um veterano coronel sulista, bem mais velho, o ator não foi contratado. Outro detalhe que chama a atenção no elenco é a presença da atriz brasileira Norma Bengell. Com um figurino elegante, em trajes negros, ele chama a atenção pela classe e sofisticação. Então é basicamente isso. Um bom faroeste italiano que prima por ter sido dirigido por um dos grandes mestres do gênero.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O Abominável Dr. Phibes

Título no Brasil: O Abominável Dr. Phibes
Título Original: The Abominable Dr. Phibes
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: American International Pictures (AIP)
Direção: Robert Fuest
Roteiro: James Whiton, William Goldstein
Elenco: Vincent Price, Joseph Cotten, Hugh Griffith
  
Sinopse:
O Dr. Anton Phibes (Vincent Price) é um cientista renomado e prestigiado que vê sua vida sair dos trilhos após um grave acidente. O carro em que viajava sai da estrada e ele fica desfigurado com a batida. Pior do que isso, sua amada esposa morre. Inconformado com os rumos do destino e sofrendo de alucinações o antes equilibrado e racional homem da ciência começa um plano de vingança contra todos aqueles que ele culpa pela tragédia.

Comentários:
É curioso que na fase final de sua carreira o ídolo dos filmes de terror Vincent Price tenha estrelado o maior sucesso comercial de sua filmografia. Sim, "The Abominable Dr. Phibes" foi o maior sucesso de bilheteria de Vincent Price. Ele mal sabia que ao aceitar o convite para atuar como o insano Phibes iria se tornar mais popular do que nunca. Um veterano das telas que realmente merecia esse reconhecimento. Bem recebido por público e crítica em seu lançamento o status cult desse filme só cresceu com o passar dos anos. Para os especialistas essa fita tinha uma primorosa direção de arte (a ponto de alguns deles afirmarem que era o último suspiro da era dos filmes barrocos de terror), um roteiro muito bem escrito (baseado em uma velha peça teatral londrina) e, é claro, a sempre marcante atuação de Price, com sua voz maravilhosa, uma de suas maiores marcas registradas. O curioso é que o ator passa grande parte do filme escondido nas sombras ou sob pesada maquiagem, mas nem isso atrapalhou. Esse "O Abominável Dr. Phibes" é realmente um de seus momentos mais marcantes nas telas. Price inclusive foi homenageado na Espanha, durante o Sitges - Catalonian International Film Festival, recebendo o prêmio de melhor ator. Mais do que merecido, não apenas pelo conjunto da obra, mas também por seu carisma à prova de falhas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

O Grande Massacre

Título no Brasil: O Grande Massacre
Título Original: The Great Sioux Massacre
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Sidney Salkow
Roteiro: Marvin A. Gluck, Sidney Salkow
Elenco: Joseph Cotten, Darren McGavin, Philip Carey,
Julie Sommars, Nancy Kovack, John Matthews

Sinopse:
O General George Armstrong Custer (Philip Carey) é designado para a fronteira como comandante da Sétima Cavalaria do exército americano para concretizar a missão de pacificar as tribos indígenas Sioux da região. Chegando lá adota uma postura de superioridade, arrogância e intolerância para com as reivindicações dos índios, o que acaba despertando a ira de todos os caciques. O confronto final se dá em Little Big Horn quando as tropas de Custer são cercadas por centenas e centenas de guerreiros liderados por Touro Sentado.

Comentários:
Começa um certo revisionismo dentro do cinema americano sobre o real papel exercido pelo general George Armstrong Custer e a sétima cavalaria nas chamadas guerras Indígenas. Para entender bem isso basta prestar atenção na época em que esse filme foi produzido, meados dos anos 1960, quando os americanos ficaram mais críticos em relação a vários grandes nomes de sua história. Nesse filme o general não é mais apresentado como um herói sem máculas, como era comum em filmes antigos, estrelados por galãs como Errol Flynn. Aqui o militar americano surge como um sujeito de moral duvidosa, de caráter dúbio em relação ao tratamento que dispensava aos membros da nação Sioux. Claro que ainda não temos um completo realismo em cena mas o filme mostra claramente o caminho que produções futuras iriam tomar sobre esse espinhoso tema. Como não poderia deixar de ser os acontecimentos ocorridos na batalha de Little Big Horn - quando a cavalaria foi massacrada pelos índios liderados por Touro Sentado - ganham destaque. Sem dúvida é uma obra bem corajosa para a época, um western socialmente consciente que merece ser redescoberto.

Pablo Aluísio.