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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um Rosto Sem Passado

Título no Brasil: Um Rosto Sem Passado
Título Original: Johnny Handsome
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Carolco Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: John Godey, Ken Friedman
Elenco: Mickey Rourke, Ellen Barkin, Elizabeth McGovern, Morgan Freeman, Forest Whitaker, Lance Henriksen

Sinopse:
Johnny Handsome (Mickey Rourke) é um gangster deformado que planeja um assalto com sua quadrilha nos arredores de Los Angeles. Durante a execução do crime porém ele descobre que foi traído por dois de seus comparsas. Preso, é condenado a uma pesada pena. Atrás das grades é escolhido para fazer parte de um inovador programa de reabilitação, onde o Dr. Steven Fischer (Forest Whitaker) resolve reconstruir sua face. Depois finalmente ganha a liberdade das ruas. Com nova aparência e uma nova oportunidade de trabalho tudo caminha para que Johnny finalmente trilhe o caminho de uma nova vida, mas a pura verdade é que a mente de Johnny ainda está consumida pelo desejo de vingança. Filme indicado aos prêmios da Chicago Film Critics Association Awards e Los Angeles Film Critics Association Awards.

Comentários:
Nunca entendi porque "Johnny Handsome" não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. Talvez o fato da Carolco estar indo à falência justamente naquele ano explique parte de seu fracasso comercial, mas nem isso resolve inteiramente a equação. Com um elenco simplesmente fantástico (leia a ficha técnica acima para conferir), direção correta e precisa de Walter Hill, outro ícone dos anos 80, o filme tinha tudo para dar certo. Na verdade foi extremamente mal lançado (no Brasil então nem se fala, indo diretamente para o mercado de vídeo VHS), caindo inexoravelmente no esquecimento (quase) completo. Uma injustiça pois ainda o considero um pequeno cult movie daquela década. Estrelado pelo mito Mickey Rourke, o filme explorava um personagem que passava por uma radical mudança em seu rosto - algo que me lembrou imediatamente de "O Segundo Rosto", aquele clássico injustiçado com Rock Hudson. Some-se a isso o fato do roteiro ter um paralelo com eventos pessoais da própria vida de Mickey Rourke na época, o que supostamente aumentaria o interesse pela fita. Foi justamente por aqui que todos começaram a perceber estranhas mudanças em sua fisionomia causadas por cirurgias plásticas desastrosas. De galã underground ele passou a ter um semblante esquisito, com bochechas de silicone! Uma mudança que veio para pior. Tudo isso porém não ajudou o filme em praticamente nada. Entre as atrizes destaco o furacão sensual Ellen Barkin, cuja química em cena curiosamente não funcionou muito bem com Rourke. Elizabeth McGovern, uma das estrelas jovens mais bonitas daqueles anos também está no filme. Ela inclusive vem em um momento muito bom na carreira, fazendo sucesso na série "Downton Abbey" onde interpreta a Condessa de Grantham, Cora Crawley. Assim no final de tudo temos que dar o braço a torcer. "Johnny Handsome", infelizmente, é aquele tipo de filme de que você sempre gostou, mas que jamais aconteceu, caindo nas sombras do esquecimento após todos esses anos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Quarto do Pânico

Título no Brasil: O Quarto do Pânico
Título Original: Panic Room
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Fincher
Roteiro: David Koepp
Elenco: Jodie Foster, Kristen Stewart, Forest Whitaker

Sinopse:
Meg Altman (Jodie Foster) vive confortavelmente e tranquilamente ao lado de sua filha Sarah (Kristen Stewart) numa bela casa na Califórnia. Sua rotina muda completamente quando a residência é subitamente invadida por três criminosos. Apavorada, ela e a filha logo correm para o chamado "quarto do pânico", um aposento fortemente protegido adaptado especialmente para esse tipo de situação de emergência. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Atriz (Jodie Foster).

Comentários:
O fato do filme ser dirigido por David Fincher leva muita gente a se decepcionar com esse "Panic Room", afinal de contas estamos falando de um cineasta que assinou verdadeiras obras primas como "Clube da Luta", por exemplo. Assim quando o filme chega ao fim o gosto de decepção fica no ar. Na realidade considero esse um dos mais despretensiosos trabalhos do diretor. Aqui ele quis apenas realizar um thriller de suspense e tensão da maneira mais eficiente possível. Não há exercícios de metalinguagem, inovações estéticas ou manipulação da linguagem cinematográfica. É apenas uma produção mais comercial, feita para ajudar no estrelismo de Jodie Foster e nada muito além disso. O segredo para gostar do filme é baixar as expectativas, esperar por um filme na média, com sustos e enredo envolvente, embora nada revolucionário ou algo parecido. E como brinde, para as fãs da saga "Crepúsculo", o filme ainda traz em seu elenco uma ainda muito jovem Kristen Stewart! Forest Whitaker também está lá, esse um ator que sempre achei muito subestimado pois o considero extremamente talentoso. Então é isso, não vá esperando mais uma obra prima de David Fincher que você certamente pelo menos se divertirá.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Crimes Cruzados

Título no Brasil: Crimes Cruzados
Título Original: Pawn
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Imprint Entertainment, Most Films
Direção: David A. Armstrong
Roteiro: Jay Anthony White
Elenco: Forest Whitaker, Ray Liotta, Michael Chiklis, Common, Jessica Szohr, Sean Faris

Sinopse:
O policial Will (Forest Whitaker) resolve fazer uma pequena pausa em sua ronda noturna para fumar um cigarro e depois ir em sua lanchonete 24 horas preferida para tomar um gole de café. Ao entrar no local e sentar para ser servido ele começa a perceber que há algo errado no modo de agir daquelas pessoas, todas parecem tensas e aparentam estar nervosas. Logo Will descobre que há um bando de criminosos no local mas entre aqueles clientes quem seriam os assaltantes?

Comentários:
Se você estiver em busca de um policial dos bons eu recomendo esse pouco falado mas muito bom "Pawn". A situação básica é passada toda em uma lanchonete onde um grupo de bandidos mantém todos os clientes e funcionários como reféns. Os criminosos estão interessados em um cofre no fundo do estabelecimento que contém dinheiro e um HD muito importante para o grupo, mas o cofre é daqueles que só abrem em determinado horário, assim os assaltantes precisam esperar pelo horário certo. Tudo corre relativamente bem até um policial entrar lá para tomar um cafezinho, a partir daí tudo se transforma em um verdadeiro inferno. O curioso desse roteiro (muito bem escrito e estruturado) é que nada, mas nada mesmo, é o que aparenta ser. Os clientes não são tão indefesos assim, os policiais não são tão íntegros como se pode pensar e para completar os criminosos definitivamente não estão lá para apenas para um assalto comum. Eficiente, com uso inteligente de flashbacks (estilo mosaico) e muito bem interpretado esse é um daqueles filmes que não são muito comentados e nem badalados mas valem muito a pena pela tensão e inteligência dentro de sua trama. Ótimo entretenimento.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Mordomo da Casa Branca

Título no Brasil: O Mordomo da Casa Branca
Título Original: The Butler
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Follow Through Productions
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong, Wil Haygood
Elenco: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Mariah Carey, Vanessa Redgrave, Cuba Gooding Jr, James Marsden, Alan Rickman, Jane Fonda

Sinopse: 
Baseado em fatos reais o filme conta a história de Cecil Gaines (Forest Whitaker), pobre e negro, nascido em um dos estados sulistas mais racistas dos Estados Unidos. Após testemunhar seu pai ser morto por um branco que não sofreu qualquer condenação por esse assassinato, ele começa a aprender uma nova profissão, a de serviçal na fazenda rural onde mora. Conforme os anos passam ele começa a melhorar de vida, inclusive trabalhando em grandes hotéis, até ser admitido para ser mordomo na Casa Branca, exercendo essa função por mais de 30 anos.

Comentários:
Filme que tem causado grande repercussão nos Estados Unidos. Não é para menos já que conta a história do homem que vê sua vida passando, servindo como mordomo da Casa Branca, ao mesmo tempo em que vai testemunhando as mudanças sociais pelas quais passa a sociedade americana. Ele chega na Casa Branca durante a presidência de Dwight D. Eisenhower, ainda nos anos 1950, e só se aposenta durante os anos presidenciais do republicano Ronald Reagan. O roteiro é extremamente bem escrito e mostra nos dois filhos de Cecil o destino de muitos jovens negros daquela época. Um deles se torna ativista, entra para os Panteras Negras e começa a lutar pelos direitos civis dos negros. O outro resolve ir por um caminho diferente e se torna soldado do exército americano durante a Guerra do Vietnã. Com isso a família de Cecil acaba sendo um alegoria do que foi toda a história dos negros americanos durante aqueles anos turbulentos.

Conforme a imprensa dos EUA revelou recentemente alguns eventos mostrados no filme são meramente ficcionais mas isso em nada diminui a ótima qualidade cinematográfica desse "O Mordomo da Casa Branca". Em termos de elenco o espectador encontrará uma galeria de estrelas mas como não poderia ser diferente quem rouba todas as atenções é mesmo o ator Forest Whitaker no papel principal. Ele tem uma atuação magistral mostrando o mordomo Cecil desde sua juventude até seus dias de velhice e aposentadoria. A apresentadora de TV Oprah Winfrey interpreta sua esposa e se saí muito bem. Embora não sejam parecidos fisicamente com os personagens que interpretam os atores John Cusack (Nixon), James Marsden (Kennedy) e Alan Rickman (Reagan) conseguem trazer para o filme a essência dos presidentes que interpretam. A direção também é muito bem realizada, procurando nunca cair na pieguice mas sem perder a emoção em nenhum momento. Enfim, grande filme, bela mensagem e uma forma muito didática e agradável de contar parte da história americana do século XX. Seja você ativista ou não, assista, pois é uma excelente obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Ponto de Vista

Título no Brasil: Ponto de Vista
Título Original: Vantage Point
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Pete Travis
Roteiro:  Barry L. Levy
Elenco: Dennis Quaid, Mathew Fox, Forest Whitaker

Sinopse: 
A execução de uma tentativa de assassinato ao presidente dos Estados Unidos é analisado sob cinco diferentes pontos de vista. Produção que investe na ação e no suspense, levemente inspirada no filme de Akira Kurosawa, 'Rashomon'.

Comentários:
Considero um filme tecnicamente muito bem realizado mas no aspecto entretenimento deixa a desejar pois a mesma situação é repetida inúmeras vezes causando um inevitável aborrecimento no espectador. Assim o mesmo atentado à vida do presidente americano é visto sob o ponto de visão de cinco personagens diferentes, cada um com sua própria versão dos acontecimentos. Certamente o roteiro pegou carona nas inúmeras tentativas de explicar a morte do presidente JFK. Como mostrado em um recente programa do Discovery a morte de Kennedy pode ser recriada sob inúmeros pontos de vista, com centenas de versões divergentes entre si. Foi justamente isso que o diretor pretendeu com esse filme. Certo, é uma boa ideia, inclusive pode ser muito interessante sob o aspecto cinematográfico mas o resultado, não tem como negar, é cansativo. Na quarta repetição dos fatos o espectador já estará torcendo para o filme acabar logo. Enfim, é válido como uma tentativa de inovação das técnicas de narrativa mas fora isso nada de muito relevante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Quando o Amor Acontece

Depois do enorme fracasso comercial de "Velocidade Máxima 2" a atriz Sandra Bullock tentou juntar os pedacinhos de sua carreira nesse filme romântico despretensioso. Aqui ela interpreta Birdee Pruitt, uma mulher que descobre estar sendo traído pelo marido com sua melhor amiga. De repente ela vê seu mundo desmoronar após a revelação. Sem pensar duas vezes resolve acabar o casamento, indo morar novamente com sua mãe, em sua casa em Smithville, Texas, para tentar um recomeço em sua vida. Após os problemas inerentes ao divórcio ela finalmente redescobre o amor ao conhecer um novo homem em sua vida. O cowboy bonitão que surge em sua vida é interpretado pelo cantor (e dublê de ator) Harry Connick Jr.

O interessante nesse "Quando o Amor Acontece" não vem tanto do fato de Bullock estar nesse tipo de produção, afinal é nesse estilo mesmo que ela consegue seus melhores resultados comerciais. O fato que chama a atenção é a direção do ator Forest Whitaker. Ele mostra muito talento em conduzir uma estorinha até banal mas com bastante eficiência. Ao custo de 30 milhões de dólares (orçamento de um filme médio em Hollywood) ele conseguiu entregar um produto honesto, sem nenhuma pretensão, que conseguiu reerguer o prestígio de Sandra Bullock perante os estúdios. Foi também um novo caminho para a atriz que aqui assumiu parte da função de produtora, através de sua própria companhia, a Fortis Films. O resultado é agradável, nada excepcional, mas que no final das contas entrega aquilo que o público (feminino em sua maioria) deseja e espera. Está de bom tamanho.

Quando o Amor Acontece (Hope Floats, Estados Unidos,1998) Direção: Forest Whitaker / Roteiro: Steven Rogers / Elenco: Sandra Bullock, Harry Connick Jr., Gena Rowlands / Sinopse: Após descobrir que seu marido a está traindo com sua melhor amiga, Birdee Pruitt (Bullock) decide voltar para a casa de sua mãe em uma pequena cidadezinha do Texas. Lá tentará reencontrar o amor e um novo caminho para sua vida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O Último Desafio

Alegrai-vos fãs dos filmes de ação. Arnold Schwarzenegger está de volta! Depois de esporádicas aparições na série “Os Mercenários”, o ator austríaco, ícone da década de 80, volta com força total. Como todos sabem Schwarzenegger tinha se afastado do mundo do cinema para se dedicar a uma bem sucedida carreira política. Depois do fim de seu mandato como governador da Califórnia e diante da impossibilidade de concorrer à Casa Branca por ser um americano naturalizado (apenas americanos natos podem se tornar presidente naquele país) ele resolveu deixar a política de lado, decidindo voltar ao cinema definitivamente. A boa noticia é que sua volta se dá em um bom filme, realmente divertido, que não vai decepcionar aos fãs de sua filmografia. Aqui Arnold Schwarzenegger interpreta o xerife Ray Owens. Após longos anos na polícia de Los Angeles, no Departamento de Narcóticos, ele decide trilhar um caminho mais calmo e sossegado se tornando o homem da lei de uma sonolenta e pacata cidadezinha na fronteira do México com os Estados Unidos. Como nada acontece de muito grave no local o xerife é assessorado por apenas três auxiliares. A maioria da população já é idosa e a cidade proporciona o clima de sossego ideal para uma aposentadoria tranquila.

As coisas começam a mudar quando um perigoso chefão de um cartel mexicano consegue escapar numa fuga espetacular do FBI que o escoltava para o corredor da morte. Rico e poderoso ele consegue despistar os federais e ruma em um carro possante para a fronteira dos Estados Unidos com o México. O problema é que bem no meio do caminho está justamente a pequena cidadezinha onde o personagem de Arnold Schwarzenegger é o xerife. Já deu para imaginar o que vem por aí não é mesmo? Determinado a impedir que o fugitivo passe para o lado mexicano Schwarzenegger e seu grupo pegam a estrada, no objetivo de capturar o foragido. Para os fãs de filmes como “Comando Para Matar” ou “Jogo Bruto” não haverá do que reclamar, “O Último Desafio” é bem movimentado, com excelentes cenas de ação e principalmente perseguições alucinadas pelas estradas poeirentas do deserto americano. Outro ponto a favor dessa produção é que ela em vários momentos resolve homenagear a mitologia dos filmes de western, afinal Arnold Schwarzenegger é um xerife da fronteira, tema sempre presente e recorrente em diversos faroestes antigos. Some-se a isso o excelente elenco de apoio (Forest Whitaker como o agente líder do FBI, Johnny Knoxville como um caipira biruta, colecionador de armas de guerra, Rodrigo Santoro como o único preso da cadeia local e Eduardo Noriega como o chefão fugitivo) e você terá um ótimo produto em mãos. “O Ùltimo Desafio” é divertido, movimentado, bem realizado, com doses certas de bom humor e cenas de ação de boa adrenalina. Um filme que vai deixar muito fã do velho e bom Schwarzenegger gratificado.

O Último Desafio (The Last Stand, Estados Unidos, 2013) Direção: Jee-woon Kim / Roteiro: Andrew Knauer / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Forest Whitaker, Eduardo Noriega, Johnny Knoxville, Rodrigo Santoro,  Harry Dean Stanton, Luis Guzmán, Genesis Rodriguez / Sinopse: Xerife de uma pequena e pacata cidadezinha na fronteira dos Estados Unidos com o México se vê na incumbência de prender um foragido extremamente perigoso que conta com o apoio de seu poderoso e rico cartel de drogas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de março de 2013

Bom Dia Vietnã

Dentro do ciclo de filmes sobre a Guerra do Vietnã que foram realizados na década de 80 esse “Bom Dia Vietnã” foi um dos mais interessantes. Longe da melancolia de um “Platoon” e distante da insanidade desenfreada de “Nascido Para Matar” o filme apostava no talento cômico de Robin Williams sem deixar também o drama de lado, uma vez que as cicatrizes do Vietnã ainda estavam bem abertas dentro da sociedade americana e não seria de bom tom transformar tudo em uma comédia pastelão. Por isso o filme funciona não apenas por seus excelentes momentos de humor mas também pela temática social e contextual mostrando o dia a dia e a rotina das tropas americanas estacionadas naquela distante e estranho país do sudoeste asiático. Robin Williams era completamente desconhecido no Brasil quando o filme pintou nas telas em 1987. De fato ele só tinha dois filmes lançados por aqui antes, ambos com fraca repercussão de bilheteria em nosso país. A primeira referência vinha de “Popeye”, uma comédia que tentava trazer para o cinema as aventuras do famoso marinheiro dos desenhos animados. Não deu muito certo. A segunda lembrança surgia de “O Mundo Segundo Garp”, um filme que ninguém se interessou em ver. No mercado de vídeo ainda havia disponível “Moscou em Nova Iorque”, uma comédia de costumes interessante e era só. Assim “Bom Dia Vietnã” foi seu primeiro grande sucesso por aqui, se tornando a produção que o tornou famoso em nosso país.

O enredo do filme conta a história real do militar Adrian Cronauer (Robin Williams) que é enviado para o Vietnã em 1965, poucos meses antes do conflito realmente se tornar um buraco sem fundo para as forças americanas. Como gostava muito de música e era um sujeito extremamente simpático e bem humorado ele logo foi escalado para exercer a função de DJ na rádio das forças armadas. Embora possa parecer um posto sem importância a verdade era que Adrian exercia uma função muito importante dentro daquele conflito pois com suas transmissões bem humoradas e divertidas conseguia entreter as tropas americanas que estavam no front, elevando a moral dos soldados de uma forma em geral. Robin Williams obviamente dá um verdadeiro show com sua interpretação, imitando figuras populares da época, contando piadas e divertindo a todos. É curioso porque muitas pessoas pensam ainda hoje que ele sempre foi apenas um comediante careteiro e ignoram o fato de Williams ter uma excelente formação dramática tendo se formado em uma das escolas de interpretação mais prestigiadas dos Estados Unidos, a Juilliard em Nova Iorque, que tem um dos mais concorridos cursos do país. Lá estudou ao lado do também futuro astro Christopher Reeve (de Superman). Foram inclusive grandes amigos até o fim da vida de Reeve. Com tanta bagagem não é de se surpreender que esteja tão bem e tão à vontade no papel. Por fim é importante lembrar da grande trilha sonora do filme, que inclusive ressuscitou um dos grandes clássicos da carreira de Louis Armstrong, a nostálgica e bela "We have all the Time in the World". Enfim, para quem gosta do tema sobre o conflito dos Estados Unidos no distante e pequeno Vietnã, o filme é sem dúvida um excelente programa.

Bom Dia Vietnã (Good Morning, Vietnam  Estados Unidos, 1987) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Mitch Markowitz / Elenco: Robin Williams, Forest Whitaker, Bruno Kirby, Tung Tranh Tran , Chintara Sukapatana / Sinopse: Militar Americano se torna DJ da única rádio oficial das forças armadas no Vietnã. Lá esbanja bom humor e versatilidade o que acaba trazendo problemas para ele com o alto comando estacionado no país asiático.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tocaia

Na década de 80 a Touchstone Pictures se tornou o braço adulto do império Disney. As produções dessa companhia, embora feitas para o público acima dos 16 anos,  ainda eram leves, divertidas e realizadas para toda a família. Nada de palavrão, nem de situações ofensivas. Tudo era light e soft. Dentro do selo vários atores fizeram bastante sucesso como os dois protagonistas desse delicioso policial com várias pitadas de comédia. Estamos falando da dupla Emilio Estevez e Richard Dreyfuss. Esse tipo de roteiro que explorava a diferença de personalidade entre dois policiais já não era nenhuma novidade na época (basta lembrar de “Máquina Mortífera”) mas a boa química entre esses atores garantiram uma ótima diversão. Na deliciosa trama acompanhamos dois tiras, Chris (Richard Dreyfuss) e Bill (Emilio Estevez), que recebem a missão de vigiar a casa onde mora Maria (Madeleine Stowe), ex-namorada de um criminoso foragido da lei. A chamada tocaia é sempre uma operação de muita paciência e espera e aqui a dupla passa por vários apuros para transformar sua missão em um sucesso. Escondidos na casa em frente e armados com potentes equipamentos de espionagem eles esperam... esperam... e esperam um pouco mais. Tudo em nome da possibilidade de colocar as mãos no criminoso.

Como sempre acontece nesse tipo de filme temos no roteiro dois policiais com personalidades bem opostas. Bill (Estevez), o tira mais jovem, é quadrado, certinho e procura seguir todos os procedimentos e protocolos de sua corporação policial. Já o veterano Chris (Dreyfuss) é o extremo oposto disso. Fanfarrão e pouco avesso a seguir as normas ao pé da letra ele acaba fazendo o impensável ao se relacionar com a mulher que está vigiando. Isso obviamente vai contra todas as regras da polícia. O que poderia se tornar bem cansativo – assistir a uma dupla de policiais em tocaia – logo se torna uma ótima diversão justamente por causa das atitudes fora dos padrões de Chris. “Tocaia” é aquele tipo de filme que você não cria maiores expectativas mas acaba gostando muito por causa do roteiro bem escrito e das situações bem armadas e desenvolvidas. Os atores em cena também ajudam muito. Dreyfuss é ótimo para interpretar personagens assim, a do cara mais velho e nada responsável ou maduro. Idem para Estevez (filho de Martin Sheen e irmão de Charlie Sheen) que faz o tira nerd e careta. Do choque entre eles teremos as melhores cenas do filme. O resultado é dos mais simpáticos e agradáveis e isso tudo se reverteu na excelente bilheteria – que daria origem a uma continuação bem inferior e sem idéias novas. De qualquer forma se você quiser conhecer um policial divertido e bem humorado da década de 80 procure por “Tocaia”, uma produção que diverte bastante e mostra que nem só de “Um Tira da Pesada” vivia o gênero naqueles anos.

Tocaia (Stakeout, Estados Unidos, 1987) Direção: John Badham / Roteiro: Jim Kouf / Elenco: Richard Dreyfuss, Emílio Estevez, Madeleine Stowe, Aidan Quinn, Dan Lauria, Forest Whitaker, Earl Billings./ Sinopse: Dois policiais, um jovem e um veterano, ficam de tocaia na frente da casa de uma ex-namorada de um fugitivo perigoso procurado pelo FBI. O que começa como uma simples operação de rotina acaba virando um caos após um dos tiras decidir, de forma irresponsável, se envolver com a mulher que é justamente o foco de sua investigação.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Catch 44

Três jovens garotas acabam se envolvendo com Mel (Bruce Willis), um influente chefão do crime organizado. Ao longo do caminho acabam conhecendo tipos bizarros como Ronny (Forest Whitaker), um assassino psicótico. "Catch .44" pode ser uma boa surpresa. O jeitão de produção B sem maiores pretensões acaba atuando favoravelmente pois o espectador vai assistir ao filme com expectativas bem baixas que ajudam na hora de avaliar a produção. Para minha surpresa digo que o filme não é desprezível como eu pensava ser. Não é obviamente nenhuma obra prima mas tem aspectos interessantes. O roteiro é bem escrito, usa e abusa de flashbacks para no final desvendar apenas uma única situação: O que estaria fazendo diversas pessoas diferentes em um bar de beira de estrada altas horas da noite? A linha narrativa segue a chegada de três garotas nesse local onde elas pensam que vão cumprir um serviço para o traficante Mel (Bruce Willis, que só atua em praticamente duas cenas o filme inteiro). O elenco é formado por três beldades (com cara de modelos) e Forest Whitaker em poucas mas boas cenas em que parece estar bem inspirado para atuar.

Esse é apenas o segundo filme dirigido por Aaron Harvey. Ele nunca fez nada de muito relevante mas demonstra ter bom controle sobre a narrativa do filme, que não é fácil e pode até mesmo confundir os espectadores menos atentos. Confesso que achei seu estilo muito comprometido com o jeito Tarantinesco de ser, ou seja, muitos diálogos (a maioria papo furado) interligados com cenas de violência irracional. A cena final do filme mostra bem isso pois é literalmente um banho de sangue. De qualquer forma ele tenta criar um bom clima (o que de certa forma consegue) com cenas que jogam o tempo todo com sombra e luz (principalmente nas internas dentro do bar onde praticamente acontece toda a trama do filme). O saldo final é interessante, nada medíocre. Vale a pena dar uma espiada.

Catch .44 (Catch .44, Estados Unidos, 2011) Direção: Aaron Harvey / Roteiro: Aaron Harvey / Elenco: Bruce Willis, Forest Whitaker, Malin Akerman, Brad Dourif / Sinopse: Três jovens garotas acabam se envolvendo com Mel (Bruce Willis), um influente chefão do crime organizado. Ao longo do caminho acabam conhecendo tipos bizarros como Ronny (Forest Whitaker), um assassino psicótico.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Platoon

Quando era apenas um jovem entusiasmado pela honra de servir ao seu país, Oliver Stone se alistou no exército norte-americano na mesma época em que se agravava a Guerra do Vietnã. Voluntário, idealista, Stone iria encontrar nas selvas asiáticas o oposto do que ansiava: tropas despreparadas, negros e pobres, oficiais sem direção, abuso de drogas e muita indisciplina. Um caos. Mergulhado no meio do inferno daquele conflito ele conseguiu sobreviver, saindo ileso do campo de batalha. De volta aos EUA resolveu exorcizar tudo o que passou escrevendo o roteiro desse "Platoon". Apesar de tudo o filme não é integralmente autobiográfico como muitos pensam. Stone certamente tirou muito de sua experiência pessoal e inseriu no texto porém ao mesmo tempo criou personagens totalmente de ficção para dar suporte dramático ao enredo. O que se vê nas telas é um choque. O cinema americano já havia mostrado o horror dessa guerra insana e inglória antes, principalmente em "Apocalypse Now", a obra prima de Francis Ford Coppola, mas "Platoon" vinha para inaugurar um novo ciclo. 

Depois de seu sucesso de público e crítica os estúdios correram atrás e produziram diversas fitas cujo tema girava em torno da intervenção americana naquele país sem importância do sudeste asiático. Depois que Stone visitou as selvas em "Platoon" outros grandes cineastas seguiram pelo mesmo caminho como Stanley Kubrick e o ótimo "Nascido Para Matar". O enredo de "Platoon" gira em torno de Chris (Charlie Sheen), jovem americano que se alistou voluntariamente no exército por puro patriotismo. Enviado para o Vietnã ele sente na própria carne a decadência das forças armadas de seu país. Lá encontra dois sargentos que são opostos entre si. Barnes (Tom Berenger) é um sujeito linha dura, beirando às raias da insanidade causada pela guerra. Do outro lado surge o bondoso Elias (Willem Dafoe), cuja força moral ainda traz um mínimo de dignidade ao seu pelotão. Tentando sobreviver um dia de cada vez Chris aos poucos começa a entender a sordidez das operações, a desumanidade e o universo caótico em que se encontra. "Platoon" foi visto na época de seu lançamento como um acerto de contas da arte cinematográfica com o conflito perdido pelos americanos. A Academia reconheceu a importância do filme e o indicou a sete Oscar, tendo vencido quatro (Melhor filme, diretor, som, montagem). Visto hoje em dia o filme ainda soa bastante relevante dando fundamento ao seu lema publicitário: "O Inferno existe e se chama Guerra".  

Platoon (Platoon, Estados Unidos, 1986) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Oliver Stone / Elenco: Charlie Sheen, Willem Dafoe, Tom Berenger, Forest Whitaker, Kevin Dillon, Johnny Depp / Sinopse: Chris (Charlie Sheen) é um jovem americano que decide se alistar no exército na época da guerra do Vietnã. O que presenciará no front irá mudá-lo pelo resto de sua vida.  Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor filme.

Pablo Aluísio.