Hoje em dia sei que esse tipo de publicação foi herdeira, de modo em geral, das pulps americanas. A diferença era apenas de tema. A chamada Pulp Fiction trazia histórias bem fantasiosas, de magia, espada e bruxaria. Ora, o famoso personagem Conan surgiu na literatura pulp. E esses livrinhos eram chamados de pulp justamente por causa do papel que eram impressos. Pulpa. Além disso eles também eram vendidos a preços bem baratinhos.
Eu tive bolsilivros na década de 80. Por isso não saberia dizer o preço que custavam na época, mas fazendo um exercício de comparação penso que em dinheiro de hoje eles não custariam mais de 5 reais. E muitos desses livros eram escritos em série. Os autores brasileiros tinham seus nomes trocados por nomes estrangeiros, para parecer que eram materiais americanos. Que coisa, não é mesmo? Mas enfim, curtia muito esses livrinhos, se um dia encontrar por aí para comprar o farei, nem que seja para apenas matar a saudade desses tempos.
O Homem-Aranha e o Clone!
Eu nunca tive muita tradição em comprar quadrinhos. Poucas vezes, ao longo da minha vida, comprei essas revistinhas. Nem quando era jovem, adolescente, na idade ideal para esse tipo de coleção. Na época preferia comprar revistas de cinema (ainda falarei muito disso por aqui). Uma exceção em minha memória foi alguns gibis que comprei do Homem-Aranha.
Não me recordo direito se isso foi nos anos 80 ou nos anos 90. Mas sim, fiz coleção de gibis do Spider Man. E aqui vale um pequeno contexto daquela época. Quem publicava as revistinhas era a editora Abril. Os gibis eram em papel jornal. Formato pequeno. Hoje em dia esse tipo de edição é chamada de "formatinho".
Pois bem, comecei a comprar as revistas em quadrinhos com a intenção de colecionar mesmo. Só que dei azar. Na época a Abril estava publicando a saga do clone no Brasil. O Homem-Aranha não era mais o Peter Parker, mas outro cara, que para diferenciar do Aranha tradicional usava uma espécie de moleton nas costas. Eu comprei várias revistinhas, mas o fato é que o material era fraco e não tardou para que eu largasse a coleção. Engraçado essas revistas se perderam no tempo, não tenho mais. Guardava dentro de uma caixa de sapato. Pois é, o culpado de tudo foi o tal clone. Se sua saga não fosse tão ruim talvez hoje eu tivesse uma grande coleção de quadrinhos daquela época.
Ainda nessa linha de memórias de quadrinhos, eu me recordo de também ter comprado revistinhas em quadrinhos do Batman nos anos 80 e 90. Também eram publicadas pela Abril Jovem em formato pequeno, o conhecido formatinho. Minhas lembranças do Batman nessa época são boas. Ao contrário das revistinhas do Homem-Aranha que eram meia-boca, os quadrinhos do Batman eram coisa fina, classe A.
Eu me lembro de uma edição em particular que ele enfrentava o Pantera Negra. Não era uma grande história, apenas um quebra-pau daqueles, mas a arte era muito boa. Fora isso também tenho lembranças que as revistas do Batman eram muito escuras! O que isso significa? Eu não sei se era culpa das edições da época, do papel jornal ou da impressão, mas realmente algumas histórias eram tao escuras que não se via nada, nem o Batman. Só dava para ler os balões, porque afinal eram brancos!
Eu também me recordo de ter lido "A Piada Mortal", que naquela época era uma novidade e tanto nas bancas. Essa ideia de "Graphic Novel" surgiu justamente naquela época. As edições eram caprichadas, em papel melhor, nada de papel jornal. Também eram mais caras. Outro aspecto que devo lembrar é que houve uma certa bagunça nas revistas do Batman no Brasil. Elas duravam um ano, dois, depois eram canceladas e começavam do zero. Isso irritava o colecionador. Bem ao contrário dos Estados Unidos onde, pelo que eu saiba, jamais foram canceladas nesses anos todos de publicação.
Pablo Aluísio.
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ResponderExcluirDezembro de 2020
Pablo Aluísio.