domingo, 24 de fevereiro de 2008

Primórdios do Judaísmo

O judaísmo primitivo não pregava a existência de alma e nem tampouco de vida após a morte. E como os judeus antigos lidavam com esse tema? De maneira mais simples do que se pensa. O homem ao nascer recebia o sopro da vida de Deus. Quando morria Deus retomava esse mesmo sopro da vida. O homem que morreu simplesmente deixava de existir. Toda a sua identidade, suas ideias, suas paixões, seus amores, seus pensamentos, tudo se acabava. Não havia conceito de vida após a morte, tampouco de céu ou inferno.

O conceito de alma vem da filosofia da Grécia antiga. E o conceito de vida após a morte pertencia inicialmente aos seguidores da antiga religião do Egito dos tempos do faraós. Não havia nada disso no judaísmo. E o conceito de Céu e Inferno tem muito mais a ver com o pensamento de Zoroastro do que qualquer outra coisa. Essa dualidade de céu, inferno, Deus e o Diabo são coisas do Zoroastrismo. Nada a ver com o judaísmo em seus primórdios.

Religião é cultura. E as culturas se influenciam entre si. A religião dos judeus antigos recebeu influências de outras religiões de sua época. O monoteísmo, por exemplo, certamente foi uma influência do Faraó Akhenaton que certa manhã acordou e determinou que no Egito antigo só haveria um único deus, o deus Sol. Os demais deveriam ser banidos. Os judeus tiveram esse contato e acharam que essa era mesmo uma ótima ideia.

O Judaísmo primitivo não era monoteísta, mas sim politeísta, com dezenas de deus diferentes. O Deus da Bíblia foi o deus vencedor. Seu nome? Yahweh, uma divindade dos tempos dos muitos deuses. Ele foi retratado originalmente com cara bovina (tinha cabeça de touro) e corpo humano. Lembrou alguma coisa a você? Sim, os deuses do antigo Egito também eram retratados assim, uma fusão de corpo de homem e animal. E Zoroastro jogou o caldo final nessa mistura, trazendo dualidade e ética para o judaísmo. Haveria assim a partir de determinado período histórico o surgimento de céu, inferno, Deus, Diabo, Alma, vida após a morte.

Pablo Aluísio.

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