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terça-feira, 2 de março de 2021

Meu Amigo Dahmer

Esses são os quadrinhos que deram origem ao filme, que inclusive já comentei aqui no blog. O autor Derf Backderf foi colega do psicopata Jeff Dahmer em uma escola do interior dos Estados Unidos na década de 1970. Apesar dos quadrinhos se chamar "Meu Amigo Dahmer" o fato é que ele não era amigo de Dahmer, ninguém era. Em sua juventude o futuro serial killer era um tipo esquisito que levava animais mortos para casa. Ele morava em uma residência afastada, quase dentro da floresta e era um daqueles tipos calados, de nenhum amigo.

Sua vida familiar era bem complicada. A mãe tinha histórico de problemas mentais e o pai era uma figura ausente. Quando eles se separaram, após anos e anos de brigas sem fim, Jeff Dahmer foi deixado para trás, sozinho naquela casa isolada. Outro segredo que Dahmer guardava a sete chaves é que ele era homossexual. Ninguém na escola sequer desconfiava disso. Além desse aspecto ele desde cedo começou a abusar de bebidas, chegando já bêbado na escola pela manhã.

Não vá esperando por um banho de sangue nessa história. O Jeff Dahmer mostrado aqui é apenas um colegial. O terrível serial killer que o mundo conheceu, seus crimes horrendos, tudo isso só iria acontecer anos depois. Aqui temos apenas a história de um jovem isolado, solitário, provavelmente com doença mental não diagnosticada, que acabou sendo deixado de lado pelos pais. E esse conjunto de fatores acabou resultando em todos aqueles crimes que hoje já são bem conhecidos. É a gênesis, a oriigem de um assassino em série e talvez por essa razão seja um material bem interessante. 

Meu Amigo Dahmer
Autor: Derf Backderf
Editora: Darkside Books
Data de Lançamento: 2017

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Minha visão dos quadrinhos

Minha visão dos quadrinhos
Eu nunca fui colecionador de quadrinhos. Tirando um breve período nos anos 90 em que eu comprei alguns exemplares do Homem-Aranha e do Batman, ainda em estilo formatinho da abril, com papel jornal, eu nunca fui de comprar gibis. E acredito que isso tenha sido causado pelo meu amor ao cinema. Os filmes eram muito mais interessantes e diversificados. 

Essa coisa de super-herói me parecia muito infantil, pois tudo era pretexto para personagens com roupas colantes e coloridas saírem na mão, quebrando o pau. Eu já tinha uma certa idade para ir atrás desse tipo de coisa. 

Eu me recordo de ir na casa de um amigo, ainda nos tempos colegiais e ver ele com uma boa quantidade de quadrinhos em seu quarto. Achava legal porque gostava de cultura pop, mas eu realmente nunca senti necessidade de comprar esse tipo de publicação. na época eu colecionava revistas de cinema e isso me bastava. Quadrinhos podiam até ter seu charme, mas falando sinceramente, nunca foi a minha praia. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O Batman Que Ri

Para quem estava em busca de um novo vilão no universo do Batman, temos agora esse Batman Que Ri! Isso mesmo, um Bruce Wayne de outra dimensão que é exposto a um estranho produto químico que o torna um vilão insano. Então ele vem ao universo do verdadeiro Batman e toca o terror. Até mandar corpos de outros Bruces Waynes, de dimensões paralelas ele faz! O interessante desse novo personagem é que ele é tão louco como o próprio Coringa. E o Batman para enfrentá-lo inala uma substância corporal do próprio Coringa para virar um opositor à altura dele. E nesse processo também vai enlouquecendo.

Achei estranho? Claro que sim. O sujeito é um misto perturbador entre Batman e o Coringa. Tem o uniforme do homem-morcego, mas também o sorriso louco de seu principal vilão. Ao redor dos olhos uma barra de metal. No mundo real ele obviamente não iria enxergar nada, mas como é um produto de nanquim o mais importante é mesmo a imagem - e essa ficou muito forte, temos que admitir. No saldo geral a trama se sustenta pelas seis edições. Não cai, mas também não traz maior originalidade. É o Batman enfrentando mais um vilão, ficando muito louco nessa disputa.

O Batman que Ri 1 - A Casa do Riso - Parte 1
Roteiro: Scott Snyder
Desenho: Jock
Editora: DC Comics

Pablo Aluísio. . 


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A Ultima Caçada De Kraven

Esse quadrinhos é considerado um dos melhores já publicados pela Marvel. Foi lançado originalmente nos anos 80, mas desde a primeira edição foi sendo relançado sempre foi em edições especiais, encadernados, etc. O roteiro foi escrito pelo aclamado J. M. DeMatteis, Pois bem, recentemente tudo foi compilado e lançado no Brasil em edição de luxo. Por isso resolvi conferir e ler pela primeira vez, já que falavam tão bem, resolvi verificar com meus próprios olhos.

O vilão é um caçador russo chamado Kraven. Ele fazia parte de uma família aristocrata que após a revolução precisou fugir para o Ocidente. Ao longo dos anos o Kraven viu seus pais perderem tudo, até a dignidade. Ele foi para a selva e lá adquiriu essa personalidade violenta e indomável.

De volta ao mundo civilizado ele decide então ir atrás do maior dos prêmios, caçando o Homem-Aranha. Esse combate entre o herói e o bizarro vilão rende excelentes momentos e até hoje é lembrado porque o Kraven mandou literalmente o Aranha para a cova! Pois é, por um período o Homem-Aranha se viu morto e enterrado. Sem dar spoilers antecipo que não curti muito a forma que esse problema foi resolvido.

O Homem-Aranha nunca poderia ser morto em uma revista em quadrinhos. De certo modo foi uma golpe publicitário colocando nas capas das edições ele saindo da tumba, etc. Há um segundo vilão na história, o Ratus, um sujeito modificado geneticamente que além de ser um serial killer, também é canibal. Esse tom mais violento e adulto desse gibi provavelmente foi o que o elevou a ter todos esse status como um dos melhores do herói. Só que hoje em dia, passados tantos anos, já não vi o mesmo impacto. Pelo contrário, considerei o material até mesmo um tanto convencional. Deve ser o efeito do passar dos anos. Para sentir o impacto desse quadrinhos só mesmo voltando nos anos 80, algo que obviamente é impossível.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quadrinhos + Faroeste

Bolsilivros de Faroeste
- Quando eu era um simples adolescente, um estudante Marista, eu tive uma breve coleção de livros de bolso de faroeste. Esses livrinhos de papel jornal e bonitas capas eram chamados de "bolsilivros". Outro dia me peguei pensando, será que ainda existem nas bancas pelo Brasil afora? Acredito que não, infelizmente. Isso porque eu sempre vi essa literatura de bolso como uma entrada no mundo dos livros em geral. O leitor de bolso certamente um dia se tornaria um leitor de livros maiores - como se deu no meu caso!

Hoje em dia sei que esse tipo de publicação foi herdeira, de modo em geral, das pulps americanas. A diferença era apenas de tema. A chamada Pulp Fiction trazia histórias bem fantasiosas, de magia, espada e bruxaria. Ora, o famoso personagem Conan surgiu na literatura pulp. E esses livrinhos eram chamados de pulp justamente por causa do papel que eram impressos. Pulpa. Além disso eles também eram vendidos a preços bem baratinhos.

Eu tive bolsilivros na década de 80. Por isso não saberia dizer o preço que custavam na época, mas fazendo um exercício de comparação penso que em dinheiro de hoje eles não custariam mais de 5 reais. E muitos desses livros eram escritos em série. Os autores brasileiros tinham seus nomes trocados por nomes estrangeiros, para parecer que eram materiais americanos. Que coisa, não é mesmo? Mas enfim, curtia muito esses livrinhos, se um dia encontrar por aí para comprar o farei, nem que seja para apenas matar a saudade desses tempos. 

O Homem-Aranha e o Clone!
Eu nunca tive muita tradição em comprar quadrinhos. Poucas vezes, ao longo da minha vida, comprei essas revistinhas. Nem quando era jovem, adolescente, na idade ideal para esse tipo de coleção. Na época preferia comprar revistas de cinema (ainda falarei muito disso por aqui). Uma exceção em minha memória foi alguns gibis que comprei do Homem-Aranha.

Não me recordo direito se isso foi nos anos 80 ou nos anos 90. Mas sim, fiz coleção de gibis do Spider Man. E aqui vale um pequeno contexto daquela época. Quem publicava as revistinhas era a editora Abril. Os gibis eram em papel jornal. Formato pequeno. Hoje em dia esse tipo de edição é chamada de "formatinho".

Pois bem, comecei a comprar as revistas em quadrinhos com a intenção de colecionar mesmo. Só que dei azar. Na época a Abril estava publicando a saga do clone no Brasil. O Homem-Aranha não era mais o Peter Parker, mas outro cara, que para diferenciar do Aranha tradicional usava uma espécie de moleton nas costas. Eu comprei várias revistinhas, mas o fato é que o material era fraco e não tardou para que eu largasse a coleção. Engraçado essas revistas se perderam no tempo, não tenho mais. Guardava dentro de uma caixa de sapato. Pois é, o culpado de tudo foi o tal clone. Se sua saga não fosse tão ruim talvez hoje eu tivesse uma grande coleção de quadrinhos daquela época. 

O Batman dos anos 80
Ainda nessa linha de memórias de quadrinhos, eu me recordo de também ter comprado revistinhas em quadrinhos do Batman nos anos 80 e 90. Também eram publicadas pela Abril Jovem em formato pequeno, o conhecido formatinho. Minhas lembranças do Batman nessa época são boas. Ao contrário das revistinhas do Homem-Aranha que eram meia-boca, os quadrinhos do Batman eram coisa fina, classe A.

Eu me lembro de uma edição em particular que ele enfrentava o Pantera Negra. Não era uma grande história, apenas um quebra-pau daqueles, mas a arte era muito boa. Fora isso também tenho lembranças que as revistas do Batman eram muito escuras! O que isso significa? Eu não sei se era culpa das edições da época, do papel jornal ou da impressão, mas realmente algumas histórias eram tao escuras que não se via nada, nem o Batman. Só dava para ler os balões, porque afinal eram brancos!

Eu também me recordo de ter lido "A Piada Mortal", que naquela época era uma novidade e tanto nas bancas. Essa ideia de "Graphic Novel" surgiu justamente naquela época. As edições eram caprichadas, em papel melhor, nada de papel jornal. Também eram mais caras. Outro aspecto que devo lembrar é que houve uma certa bagunça nas revistas do Batman no Brasil. Elas duravam um ano, dois, depois eram canceladas e começavam do zero. Isso irritava o colecionador. Bem ao contrário dos Estados Unidos onde, pelo que eu saiba, jamais foram canceladas nesses anos todos de publicação.

Pablo Aluísio.

Star Wars: Darth Vader - O Nono Assassino

Pois é, o universo "Star Wars" saiu dos cinemas e invadiu outros campos da cultura pop, entre eles o mundo dos livros e dos quadrinhos. Aliás a literatura envolvendo "Star Wars" se expandiu tanto e deu origem a tantos livros que até mesmo seu criador, George Lucas, confessou recentemente em entrevistas que nem ele consegue acompanhar mais! Definitivamente não está fácil para ninguém! E assim chegamos nesse "Star Wars Darth Vader - O Nono Assassino" que você pode encontrar tanto em forma de livro como em quadrinhos.

Apesar de girar em torno de um dos personagens mais celebrados da saga, o vilão Darth Vader, o fato é que esse "O Nono Assassino" não me surpreendeu muito! Na verdade achei o enredo meio banal, diria até preguiçoso. O roteiro, digamos assim, gira em torno de uma vingança. Vader mata um jovem e seu pai jura que vai matar o vilão negro. Vader já havia sofrido oito atentados a sua vida no passado e agora é enviado o nono assassino para dar cabo de sua vida. Será que conseguirá? Ou será exterminado como os demais?

Momentos memoráveis são poucos. Talvez a melhor ideia venha quando Vader desce em um planeta habitado por estranhas criaturas que o recebem quase como se ele fosse uma espécie de Messias ou enviado pelos céus. Uma alegoria que tenta pegar carona na lenda dos Maias que receberam os colonizadores espanhóis como deuses quando eles chegaram no novo mundo. Fora isso tudo soa um pouco sem originalidade. Vader enfrenta seus inimigos e obviamente por ter grande poder do lado negro da força os elimina em série. Em relação aos quadrinhos não gostei muito da arte. Achei banal. Então é basicamente isso. Dentro desse universo paralelo que corre sobre "Star Wars" esse Nono Assassino passa longe de ser um produto imperdível.

Título: Star Wars: Darth Vader - o Nono Assassino
Autores: Stephen Thompson, Iván Fernández
Editora: Panini Books
Data de Lançamento: 2016

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Espada Selvagem de Conan

A Espada Selvagem de Conan 1 - "A Espada Selvagem de Conan" foi um marco na história dos quadrinhos  Nos anos 80, por exemplo, suas edições vendiam milhões de cópias ao redor do mundo. Foi um sucesso espetacular. Agora a Marvel tenta ressuscitar a publicação. Só que há várias diferenças marcantes. No passado as revistas eram todas em preto e branco, com pouco ou nenhum luxo. No Brasil elas foram publicadas em sua maioria no velho papel jornal. Foi assim que toda uma legião de leitores se tornaram fãs de Conan e suas aventuras.

Agora na Marvel a situação mudou. Seguindo a tendência de transformar todas as suas publicações seguindo um estilo mais gourmet, Conan surge em cores vibrantes, bom papel de impressão e cuidados que o Conan raiz nunca teve no passado. Digo que essa primeira edição, mostrando Conan lutando contra um grupo de piratas violentos, não me deixou inteiramente satrisfeito. É bom material, sem dúvida, mas não chega ainda ao nível artístico das edições de antigamente. Mesmo assim, se você curte Conan, não deixe de comprar. Vai ser um bom retorno ao passado. / O Culto de Koga Thun Parte 1: O Náufrago / Roteiro: Gerry Duncan / Desenhos: Ron Garney

Conan - Quadrinhos Comentados:

Conan Exodus
Nessa história Conan atravessa uma região inóspita, cercado de animais selvagens. Primeiro ele precisa lidar com um grupo de lobos famintos, depois com um gato selvagem, sedento por seu sangue. Por fim enfrenta um urso negro no meio do rio. O curioso desses quadrinhos é que não há praticamente nenhum diálogo. Nenhuma palavra é dita pelo Conan. Apenas alguns poucos homens, de um povo estrangeiro, cujo idioma Conan não entende, são ditas. E nos balões não existem letras convencionais, mas sim letras antigas, como se fosse de um achado arqueológico remoto. Achei estranho, mas ao mesmo tempo inteligente e bem bolado. Enfim, um Conan bruto, selvagem, sem concessões a nada, nem à linguagem falada. / Conan Exodus 1 (Estados Unidos, 2019) Roteiro: Esad Ribic / Desenhos e arte: Esad Ribic.

Pablo Aluísio.

Eu, Vampiro

Título Original: Eu, Vampiro
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: Quebre Meu Corpo
Ano de Produção: 2014
Editora: DC Comics
Personagem: Andrew Bennett
Autores: Joshua Fialkov
Artista: Clayton Clair

Sinopse e comentários:
Um nobre inglês viaja em sua diligência durante uma noite com forte tempestade. O trajeto está alagado e após sua carruagem bater em uma pedra todos são jogados para fora, no meio da lama. Das sombras surge então um vulto, de alguém imponente, vestido com velhas roupas, dando a impressão de ser uma criatura muito antiga, secular. Após uma breve troca de palavras o homem finalmente descobre estar na presença de um ser sobrenatural, com poderes inclusive de se transformar em outros seres, como um lobo selvagem. A estranha criatura da noite lhe desafia a contar sua história. Talvez se ela for interessante e ele demonstrar que é um ser humano digno de continuar vivendo ele lhe poupe de uma morte lenta e dolorida.

Assim começa a trajetória de um novo personagem dos quadrinhos da DC Comics. Como se sabe a editora deu um reboot completo em seus personagens criando a série "Os Novos 52". Além dos tradicionais heróis (como Batman, Superman, Lanterna Verde e outros), os novos lançamentos da DC também estão trazendo novidades, entre eles o vampiro Andrew Bennett, uma criatura amaldiçoada que luta contra sua nova natureza maligna. Os textos são os mais bem elaborados possíveis e a arte é de alto nível. De fato o leitor é transportado mesmo para um mundo onde os seres noturnos sedentos de sangue dominam. Essa edição é a de número 00, uma tradição americana que procura mostrar as origens dos personagens. Para quem gosta do mundo dos quadrinhos é coisa fina, de muito bom gosto, diria até imperdível.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Alan Moore: "Quadrinhos são para crianças!"

Alan Moore, um dos grandes nomes da retomada do universo dos quadrinhos voltados para um público mais adulto resolveu soltar um depoimento de sinceridade em entrevista ao conceituado "The Guardian". Em sua forma de entender adultos que ainda consomem quadrinhos de super-heróis, mesmo sob o rótulo de que são "Graphic Novel" possuem algum problema emocional, são sujeitos que na verdade não querem crescer pois os personagens que idolatram foram criados para crianças até no máximo 13 anos. Depois disso o culto aos comics se torna anacrônico, absurdo, segundo Moore. Leia na íntegra o pensamento do criador de tantas obras cultuadas até nos dias de hoje:

"Eu não leio nada de super-heróis desde que terminei Watchmen. Odeio super-heróis. Acho que eles são abominações. Eles não significam mais o que costumavam significar. Eles ficavam originalmente nas mãos de escritores que ativamente expandiam a imaginação de seu público, formado por crianças de nove a 13 anos. Eles faziam isso muito bem. Hoje, os quadrinhos de super-heróis não tem nada a ver com essas crianças de nove a 13 anos. É uma audiência formada geralmente por homens, de 30, 40, 50, 60 anos. Alguém criou o conceito de graphic novel. Os leitores se agarraram a ele, interessados em uma maneira de validar seu contínuo amor pelo Lanterna Verde ou Homem-Aranha sem parecer de alguma forma emocionalmente subnormal. Eu não acho que o super-herói significa nada de bom. Acho bastante alarmante ver adultos assistindo ao filme dos Vingadores e se deliciando com conceitos e personagens criados para entreter crianças de 12 anos dos anos 1950.”

Pablo Aluísio.

Red Sonja

A guerreira Red Sonja do universo dos quadrinhos de Conan vai voltar ao cinema. A ideia dos produtores do estúdio é criar uma nova franquia pois os resultados do filme da Mulher-Maravilha provaram que é viável comercialmente explorar mais heroínas femininas nas telas de cinema.

As negociações sobre os direitos da personagem já estão avançadas e tudo leva a crer que nos próximos dias um contrato sobre seus direitos autorais seja assinado entre a editora de quadrinhos e a companhia de cinema que vai levar a guerreira de volta aos cinemas.

A última vez que Red Sonja ganhou um filme próprio foi nos anos 80 com o filme "Guerreira de Fogo". Na ocasião quem interpretou a personagem foi a atriz Brigitte Nielsen. A ideia agora é recomeçar do zero, sem influências do filme original. Esse universo de bárbaros, espadas e feitiçaria tem atraído cada vez mais o interesse dos estúdios de cinema de Hollywood. 

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Arlequina

Título Original: Arlequina 1
Nome da estória: Quente na Cidade
Ano de Lançamento: 2014
Coleção: Os Novos 52
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Universo: Batman
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmioti, Chad Hartin

Sinopse e Comentários:
A psiquiatra Harleen Quinzel se apaixonou pelo Coringa e se transformou na maluquinha Arlequina. Verdade seja dita, essa personagem sempre foi bem secundária dentro do universo Batman, mas agora a DC Comics decidiu investir nela, numa série de gibis próprios dentro da série "Os Novos 52". Eu já tinha percebido o interesse da editora em um grupo de animações que foram lançadas diretamente no mercado de vídeo nos Estados Unidos e agora confirmo que a DC quer mesmo transformar a palhacinha maluca em um dos seus potenciais personagens de sucesso daqui pra frente. A boa notícia é que se tirarmos essa primeira edição como ponto de referência vem mesmo muita coisa boa por aí.

A Arlequina surge como uma garota se mudando, numa moto com um saco enorme atrás. Ela deseja ir para seu novo endereço, um prédio velho, mas com chances de ser um dia lucrativo, bem nos arredores da cidade grande. Ela irá administrar o imóvel (imagine a loucura!), mas em troca precisará de grana, muita grana. Inicialmente Arlequina topa voltar ao trabalho como psiquiatra de dia e de noite entra numa competição violenta de patins - um esporte muito louco que anda cada vez mais popular nos states (e pasmem, existe mesmo no mundo real!). Gostei de tudo, da proposta, dos desenhos e do novo visual da Arlequina. Nessa série vou me amarrar pois tem grande potencial de ser uma das melhores coisas dos novos 52. Pode enfiar a cara também.

Título Original: Arlequina 2
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: Caos e Correria
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Autores: Armanda Conner e Jimmi Palmiotti
Artista: Stephane Roux

Sinopse e comentários:
Segunda edição da Arlequina. A personagem e a ousadia de certas estórias estão causando uma certa reação nos Estados Unidos. Aqui temos alguns exemplos disso. Em determinado momento a psicopata palhacinha Arlequina resolve alimentar seus cães com... carne humana! Pois é, mas voltemos ao fio da meada. A estória começa com Arlequina abraçando seu amado Coringa só que na página seguinte logo vemos que se trata de apenas um boneco de cera hiper realista. O museu de cera sinistro pertence à Madame Macabra, que tem seu estabelecimento situado exatamente no prédio que agora é administrado por Arlequina.

Depois disso ela resolve dar umas voltas nas redondezas e se depara com um protesto de protetores de animais, que querem a libertação dos cães e gatos presos por lá, pois caso ninguém os adote eles serão sacrificados. Claro que tal situação logo sensibiliza Arlequina que até tenta adotar alguns cãezinhos, mas como seu perfil não é o adequado ela logo é rejeitada. Quem conhece a personagem sabe que não ficará barato. Em pouco tempo ela se une a Hera Venenosa e juntas partem para o plano de libertar todos os animais. Após abrir as jaulas a confusão se torna completa, com os animais ganhando as ruas em disparata. Depois de muita luta Arlequina e Hera conseguem reunir toda a bicharada e a leva para o apê da palhacinha. Isso será apenas o começo de toda a confusão. O problema também é que ela precisa se livrar de todos os caçadores de recompensas que estão atrás dela. Não será uma tarefa muito fácil. Estou gostando muito das edições da Arlequina. Os enredos andam bem bolados e a qualidade dos desenhos é muito boa realmente. Palmas para  Stephane Roux. Pena que aqui ela não está loirinha, pois sempre associei sua figurinha a uma garota loira, maluca e confesso, bem sensual. Afinal há poucas coisas mais sexys no mundo do que uma jovem maluquinha como ela! 

Título Original: Arlequina 3
Nome da Estória: O Amor Fede
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2013
Editora: DC Comics
Personagens: Arlequina
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmiotti
Arte: Chad Hardin

Sinopse e comentários:
Chegou o dia dos namorados. Para Arlequina é uma data para se lamentar. Desde que seu Pudinzinho (sim, o próprio Coringa) foi tirado de circulação ela tem tido dificuldades em arranjar um novo namorado! Também pudera, quem desejaria namorar uma garota como ela, com uma enorme ficha policial, mentalidade de psicopata e figurino de palhacinha? Mesmo assim ela ainda deseja namorar, nem que seja nesse dia. Ao ingerir um pouco de uma planta deixada em seu apartamento por Hera Venenosa, Arlequina acaba ficando irresistível para os homens em geral, por causa do aroma que passa a exalar! Até aí tudo bem, se não fosse seu azar, já que ao passar por uma rua acaba se deparando com um ônibus cheio de criminosos que acabou de virar após um acidente.

Os bandidos então ficam caidinhos por ela, que agora precisa se defender da melhor maneira possível! Essa estorinha, que pode ser lida sem acompanhar as demais edições, puxa mais para o lado do bom humor mesmo. Ela chegou nas bancas americanas exatamente no fim de semana do Valentine´s Day (o dia dos namorados dos gringos) e então a DC resolveu encomendar um enredo temático para a escritora Amanda Conner! Como ela tem um gosto pelo bizarro tão acentuado como a da própria Arlequina (Ok, talvez nem tanto) acabou escrevendo um conto romântico de puro humor negro, com direito até mesmo a zumbis comedores de cérebros! Essa HQ é muito subversiva mesmo, vou te contar.

Título Original: Arlequina 4
Nome da Estória: Very Old Spice
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2014
Editora: DC Comics
Autores: Amanda Conner, Jimmy Palmiotti
Arte: Stephane Roux

Sinopse e comentários:
Finalmente a Arlequina está de volta ao trabalho. Depois de ficar por muito tempo presa em Arkham ela sente que está recomeçando a vida e nada melhor para isso do que um emprego, óbvio! Ela, conforme foi visto nas edições anteriores, conseguiu um lugar como terapeuta em um lar para idosos. Agora como doutora Quinzel, vestida de forma convencional, sem qualquer figurino ou maquiagem da Arlequina, ela ouve seus pacientes, entre elas uma senhora já bem idosa que se queixa de sua própria família! Eles a abandonaram de vez, sequer a visitam em datas especiais, nem um telefone, nada! Abandono completo mesmo. O triste depoimento acaba sensibilizando Arlequina, até um pouco além da conta. Após a consulta ela resolve procurar pelos familiares ingratos da velhinha. Uma vez na casa ela toca o terror. Já entra com uma escavadeira na sala de estar, detona o game do filho e depois destrói toda a coleção de trenzinhos de brinquedo do pai (sim, é um daqueles adultos bobocas que se recusam a crescer).

Feito isso joga toda a família no porta-malas para lhes dar uma lição! Sua intenção é jogar todos eles no cais, mas no meio do caminho lembra que tem que se apresentar ao seu time de patins violentos, algo que mesmo correndo não consegue chegar a tempo. O jogo já terminou e seu time perdeu! Sem saber o que fazer sua treinadora brinca e diz que a única coisa que ela poderia fazer era quebrar as pernas da equipe adversária! Poxa, se ela soubesse o quanto a Arlequina é maníaca não teria dito isso pois em segundos a palhacinha maluca está no volante de seu carro, que joga em cima das jogadoras do outro time. Como se a vida de Arlequina não fosse louca o suficiente ela ainda acaba se envolvendo em outra treta até o fim do dia. Ao receber um velho em seu consultório esse lhe convence a lutar contra um grupo de espiões russos da guerra fria que estão tentando destruir o "sonho americano". Tomada por um sentimento patriota, Arlequina se levanta bruscamente chamando todos para a ação - "Vamos lá pegar esses caras"... Maluquice pouca é bobagem! Divertida edição com muito humor negro a cargo de duas mulheres - Amanda no roteiro e, olhem que legal, Stephane Roux na arte - quem disse que mulheres também não são grandes desenhistas?


Título Original: Batgirl 1
Nome da Estória: Estilhaçada
Coleção: Os Novos 52
Ano de Produção: 2013
Editora: DC Comics
Personagens: Barbara Gordon (Batgirl),
Autores: Gail Simone
Arte: Ardian Syaf, Vicente Cifuentes

Sinopse e comentários:
Gosto muito da Batgirl. Ela é certamente uma das personagens mais humanas do universo Batman. Filha do comissário Gordon, vítima de um ataque covarde do Coringa que a deixou sem conseguir se mover por quase um ano após levar um tiro dele, Barbara Gordon realmente tem muitos traumas a superar. Mesmo com dificuldades ela segue em frente. Essa edição 1 da série "Os Novos 52" é muito, muito boa. Claro que em apenas uma edição não se poderia desenvolver tudo em detalhes, mas já temos aqui as informações básicas. Há um novo vilão em Gotham, um vigilante que sai distribuindo punições a pessoas, inclusive a um ex-capitão que deixou morrer mais de vinte membros de sua tripulação. O justiceiro que se identifica apenas como "O Espelho" o mata afogado com uma mangueira de jardim.

Do outro lado da cidade, já de noite, um casal de idosos é aterrorizado por um grupo de psicopatas - uma família de malucos que a imprensa de Gotham chama de "Os Assassinos de Brisby". Claro que para salvar o pobre casal a Batgirl consegue chegar a tempo, fazendo com que os marginais paguem por seus crimes. Um fato porém a deixa perturbada. Em determinado momento da ação ela acaba sofrendo uma lembrança traumática de quando o Coringa lhe atingiu em cheio com sua arma. Nesse momento Barbara sente o peso de carregar lembranças tão horríveis e praticamente congela, sem conseguir agir. Bela primeira edição da Batgirl nessa nova série da DC. Provavelmente seja um dos títulos mais promissores dessa nova era do universo Batman. O roteirista mandou muito bem e a arte é maravilhosa, caprichada. Fiquem de olho nesse título caros fãs do Batman.

Título Original: Arlequina 5
Coleção: Os Novos 52
Nome da estória: A Doutora Está Dentro!
Editora: DC Comics
Personagem: Arlequina
Autores: Amanda Conner e Jimmy Palmiotti
Artista: Chad Hartin

Comentários:
O velho Sy Borgman começa a explicar tudo o que ele deseja que Arlequina faça. Encontrar alguns velhos bastardos para lhes dar uma lição. É claro que a palhacinha topa, afinal de contas bater, mutilar e causar dor é com ela mesma! Arlequina porém está mais preocupada em se divertir. Assim ela resolve aceitar o convite de um mafioso italiano pé de chinela para assistir a um circo freak, uma apresentação com gente estranha e esquisita em um teatro poeira do Brooklin em Nova Iorque. O show é totalmente bizarro, mas Arlequina acaba se empolgando demais quando uma das atrizes chamada Queenie é atacada com uma faca cenicamente no palco. Sem pensar duas vezes ela vai até lá e arma a maior confusão que se possa imaginar.

Naquela mesma noite ela tem um terrível pesadelo com espiãs russas, ursos falantes e pessoas mortas! Mais freak e bizarro do que o próprio show que acabou de assistir. No dia seguinte ela se recupera e vai para o trabalho, já como Dra. Quinzel. Naquela mesma tarde ele se reune com Borgman para finalmente ir atrás do seu primeiro alvo, mas uma vez chegando lá tudo o que Arlequina encontra é um senhor já idoso numa cama de hospital. Definitivamente ele não parece com uma ameaça. Então depois dessa primeira tentativa eles vão para o segundo alvo, uma mulher conhecida como Ivana, que se diz especialista em explosivos. O desfecho desse encontro será no mínimo explosivo. No geral é mais uma boa edição com a palhacinha Arlequina.

Pablo Aluísio.

Superman - Os Novos 52

Superman - Os Novos 52
Infelizmente perdi alguns textos que havia escrito sobre essa fase do famoso personagem dos quadrinhos. De qualquer forma aqui vai um pequeno resumo do que achei dessas edições. Para quem não sabe a DC resolveu dar um reboot, zerando sua cronologia (mais uma vez!). O resultado foi a publicação de 52 novos títulos (daí o nome Os Novos 52). Foi uma decisão ousada da editora, isso em uma época em que os quadrinhos mostravam uma certa saturação. Alguns títulos até foram elogiados (como o Aquaman, por exemplo), mas o consenso geral sobre tudo foi bem negativo.

Li algumas edições do Superman. Eu queria muito gostar do material publicado, mas... sempre tem um "mas" não é mesmo? O fato é que o material é realmente muito ruim. As histórias são péssimas, mal escritas, tolas, fracas demais. Não tem um gancho para lhe pegar, para lhe fidelizar. Parece que nessa ansiedade de lançar tantos títulos de uma só vez a DC fraquejou na escolha de bons roteiros. 

O Superman desses quadrinhos não tem um foco. De vez em quando surge uns aliens genéricos para ele quebrar o pau, meter a porrada, mas nada vai muito além disso. Extremamente fracas, essas edições não fazem jus ao legado de um dos mais populares e famosos personagens de histórias em quadrinhos. Aliás o Superman foi o primeiro super-herói, a inspiração de todos os demais que vieram depois dele. Merece maior respeito.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Imortal Hulk

Essa primeira edição de Hulk Imortal é a melhor de todas. Vai por mim. Eu sigo lendo a coleção e até agora não vi nada tão bom como temos nesse primeiro número. O clima é de filme de terror e suspense - daqueles muito bons! Quando o quadrinho começa vemos Hulk praticamente morto! Mas claro que ele não ficará muito tempo nesse estado. O gigante verde volta e nas ruas começa a fazer justiça pelas próprias mãos, inclusive vingando a morte de uma garotinha inocente que foi vítima de uma gangue de criminosos. O momento em que Hulk chega no bueiro onde esses caras vivem e esmaga todos eles é um dos melhores do personagem nas revistas desde sua criação!

O traço do desenhista Joe Bennett está excepcional, captando muito bem as expressões do monstro. Junte isso a um bom roteiro e você terá o pacote completo para todo fã que aprecia uma boa revista em quadrinhos! Agora, infelizmente, eu tenho também que avisar que conforme as edições vão passando essa qualidade vai decaindo.

Principalmente quando a Marvel inventa de colocar a Capitã Marvel nessa história. Que coisa chata. O título deveria ser apenas do Hulk em minha opinião. De qualquer forma isso só acontece depois. Nessa primeira edição (que foi compilada com outras para lançamento no Brasil pela PaninI) não há o que reclamar. É coisa boa, quadrinhos de rara qualidade artística.

Imortal Hulk 1  - Ou Ele é Ambos
Roteiro: Al Ewing
Desenho: Joe Bennett
Editora: Marvel Comics.

Pablo Aluísio. 


Capitão América sempre foi vilão?!

A Marvel anunciou essa semana que o Capitão América sempre foi vilão. Todo mundo foi enganado por anos e anos... Ele não era defensor da América e nem dos valores americanos. Na verdade ele sempre foi um espião nazista, um vilão, um grande cretino e... sinceramente, a Marvel perdeu o rumo completamente! Esse ano a empresa zerou as revistas e surgiu com uma nova série de personagens repaginados, recriados, todos eles viraram minorias e o conservador Capitão América virou vilão...

Que ridículo! A Marvel está despencando nas vendas das revistas em quadrinhos no mundo todo porque perdeu o senso do ridículo. O politicamente correto engoliu a editora e todos os seus heróis. Os fãs estão inclusive deixando de comprar as revistas em um claro sinal de que estão de saco cheio da editora. Agora com esse novo golpe contra um dos ícones Marvel a situação se torna ainda mais absurda...

O fato é que a Marvel está sendo esmagada pela DC Comics, que também está promovendo um rebirth em seus heróis, porém respeitando suas mitologias que foram construídas ao longo de décadas e décadas. Transformar o Capitão América em um nazista é apenas mais um sintoma de que as coisas estão bem erradas na editora. Os novos editores não sabiam o que fazer com um herói tão patriótico, conservador e simbólico. Durante a II Guerra Mundial o Capitão foi símbolo da luta dos Estados Unidos contra o nazismo. Agora ele não se encaixa mais no politicamente correto extremista da geração anti-Trump, então o único jeito foi destruir sua imagem, o transformando em um vilão malvado. Francamente a Marvel deveria demitir todos os seus escritores, roteiristas e desenhistas. Começar do zero, mas da forma certa, porque do jeito que as coisas estão sendo feitas a Marvel vai acabar no buraco de vez... Viva o bom e velho Capitão América que todos conhecemos! Abaixo esses idiotas que estão trabalhando na Marvel hoje em dia...

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Homem-Aranha

Eu Sou o Homem-Aranha - Ok, pode parecer tolice - e de certa forma é, mas não deixa de ser algo curioso tentar entender o sucesso de certos personagens dos quadrinhos. Confesso que nunca fui um fã assumido de revistas em quadrinhos, minha arte preferida sempre foi o cinema, mas como hoje em dia a cultura pop está interligada em várias linguagens isso se torna um mero detalhe. Se o Superman é acusado de ser um reacionário do American Way of Life, encarnando a própria bandeirona americana, o Homem-Aranha é um personagem mais do que curioso. De certa forma ele é a antítese dos mais populares heróis da cultura pop dos Estados Unidos. Pense, Peter Parker não é um milionário como o Batman e nem um alienígena com super poderes como o Superman. Também passa longe de ser um Deus como Thor, não tem a força do Hulk e nem muito menos a inteligência do Homem de Ferro.

Ele é apenas um jovem, estudante, sem dinheiro, com problemas de relacionamento com a garota que ama. Tem um subemprego, onde tenta ganhar alguns trocados, um patrão chato e neurótico e para completar mora com a tia em um apartamento apertado. Com esses atributos (ou a falta deles) é sério que alguém ainda não consiga entender o sucesso desse personagem?! Pense bem. O Homem-Aranha não é o mais popular herói criado por Stan Lee por acaso. Não é o fato dele soltar teias e sair pendurado por aí que o torna popular, mas sim o fato dele ser um espelho do próprio leitor dos quadrinhos! A identificação é imediata. O leitor de quadrinhos quando o Aranha surgiu nas tirinhas também era um jovem, sem grana, estudante, que sonhava um dia também ser um herói. Stan Lee não é considerado um gênio à toa, ele sabia muito bem o que estava fazendo. Assim que abria as páginas de sua nova revistinha o leitor do Homem-Aranha podia exclamar para si mesmo: "Eu sou o Homem-Aranha"!

As pessoas precisam entender que se hoje em dia os personagens de quadrinhos valem milhões nem sempre foi assim. Nos anos 40, 50 e 60 os personagens da Marvel e da DC Comics passavam longe de ter todo esse status que desfrutam na atualidade. Quadrinhos naqueles tempos era uma arte menor (se é que alguém da época chegou mesmo a qualificar as aventuras em tirinhas como arte). Não me entenda mal. Não estou aqui para desqualificar os quadrinhos, ou comics, como os americanos gostam de chamar, nada disso. Só estou dizendo que como o próprio Stan Lee comentou em um documentário recente aqueles anos pioneiros eram de dureza, acima de tudo. Os roteiristas e desenhistas tinham uma vida dura, ganhavam pouco e não eram reconhecidos. Muitos dos criadores de alguns dos mais populares personagens de todos os tempos morreram praticamente na miséria. Iam para o trabalho de ônibus ou metrô e viviam uma vida de falta de grana com suas famílias em subúrbios de Nova Iorque. Sem dúvida eram artistas com "A" maiúsculo, mas não gozavam do prestígio, do dinheiro e da fama que hoje ostentam sujeitos como o próprio Stan Lee - que graças a Deus viveu para ver seu talento reconhecido devidamente, em vida!

Assim o cabeça de teia é no fundo o alter-ego de cada leitor de suas aventuras. Não há muito mistério sobre isso. Se o Superman é o cara bonitão, cheio de valores e muito ciente de seus deveres, o Homem-Aranha é apenas um cara comum tentando viver um dia de cada vez. E ganhar a vida, não se engane, é muito duro para um nova-iorquino como ele. O Batman é um poço de complexos, traumas e tragédias mas quando se mora em uma mansão milionária, tendo acesso a todos os brinquedos tecnológicos mais sofisticados, a coisa fica mais fácil. Pior é ter os mesmos traumas - sim o Aranha também tem parentes mortos - mas precisando pegar o metrô todas as manhãs para encarar um emprego chato e sem graça. Diante disso não resta dúvidas que o Peter Parker é mesmo um herói, no mais estrito sentido da palavra. 

Homem-Aranha: Quadrinhos Comentados:

O Espetacular Homem-Aranha 16
Esse é outro título da Marvel nos Estados Unidos. Mesmo após tantos anos de sua criação original o Homem-Aranha continua sendo um dos personagens maiv famosos e comerciais do universo de quadrinhos na América. Nessa edição o Homem-Aranha volta a ter que encarar um de seus piores inimigos, o caçador Kraven. A diferença é que Kraven não está só, tem um herdeiro e uma galeria enorme de bestas feras, homens com características de animais, para tocar o terror. E Kraven agora desistiu de caçar leões e leopardos na savana africana. Ele agora tem até mesmo uma visão ecologista do mundo, quem diria. O que Kraven quer mesmo é caçar homens e o Homem-Aranha é o seu maior objetivo de vida, vida de caçador. Gostei do gibi, vale até acompanhar as próximas edições. Vamos ver.

Pablo Aluísio.

Thor - O Rei Devorador

Li essa primeira edição do Thor. Foi intitulada como "Thor, o Rei Devorador Parte 1 - O inverno Negro". A primeira coisa que o leitor vai perceber é que o visual do personagem mudou, pelo menos na capa. Ele está bem diferente. E isso se explica na história. Acontece que agora Thor é o Rei. Está sentado no trono do pai. E isso parece pesar sobre ele. Até o martelo está mais complicado de se levantar. A idade também chegou. O Thor que encontramos nessas páginas é um Thor velho, lapidado pelos anos e anos de luta. Ele precisa fazer um discurso para seu povo e se mostra ansioso e nervoso sobre isso.

Porém antes que possa sequer ficar frente a frente com seus súditos algo incrível acontece. Galactus, o devorador de planetas, surge no horizonte. Ele não vem para destruir o mundo de Thor, mas sim para pedir sua ajuda  Um estranho fenômeno no universo, conhecido apenas como "O inverno negro" está devorando tudo por onde passa. Como deter essa ameaça?

Para que Thor venha combater ao seu lado ele precisa mudar, ficar mais "cósmico". E é isso que acontece nas últimas páginas dessa edição. Com a transformação o Deus do Trovão muda de imagem, se transformando naquilo que vemos na capa da revista. Ficou interessante? Até que ficou, mas será que irá trilhar o caminho certo? Bom, isso só saberemos na próximas edições. Até lá.

Thor, o Rei Decorador - O inverno Negro
Roteiro: Donny Cates
Desenho: Nick Klein
Editora: Marvel Comics

Pablo Aluísio. 


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Batman: O Longo Dia das Bruxas

Começamos o dia com uma dica muito interessante. A editora Eaglemoss está lançando no Brasil, em dois volumes encadernados, um dos arcos mais clássicos da mitologia do Batman, "O Longo Dias das Bruxas" de Jeph Loeb e Tim Sale. Para entender sua importância é bom frisar que o cineasta Christopher Nolan confessou em entrevistas que essa série teria sido sua grande inspiração para a inesquecível trilogia que rodou com o personagem nos cinemas.

Além disso a trama coloca novamente o Batman como um detetive ao velho estilo, em busca dos verdadeiros responsáveis por uma série de assassinatos de membros da máfia, todos cometidos durante os principais feriados. Some-se a isso o fato de que cronologicamente a história se passa nos primeiros anos de Bruce Wayne como Batman, ainda como um herói inexperiente e sujeito a falhas, algumas até primárias.

Obviamente, como acontece em toda grande história de detetive, "O Longo Dia das Bruxas" consegue prender a atenção do leitor do começo ao fim justamente pelo mistério de saber quem seria o responsável pelos crimes. Para isso não se admire se durante a leitura venha a ocorrer inúmeras reviravoltas. Você vai ser levado a acreditar que um personagem estaria por trás das mortes para depois se surpreender ao verificar que na verdade não seria nada disso o que de fato estaria acontecendo. A arte é primorosa, seguindo de perto as tendências artísticas da época em que foi publicado originalmente - 1996. Então é isso. Não deixe de ter esse precioso item em sua coleção. Para fãs do Batman é realmente uma edição imperdível. Serão 400 páginas de puro deleite. Isso eu posso garantir.

Pablo Aluísio. 

Quem precisa do Batman?

Bom, a grande novidade dos últimos dias foi o anúncio de Ben Affleck como o próximo Batman do cinema. Em fóruns de cinema e cultura pop não se fala de outra coisa! Alguns gostaram, outros odiaram. Uma parte acha o Affleck talentoso, outros o consideram um canastrão de carteirinha. Até mesmo lista de assinaturas (abaixo assinado) está sendo organizada. Afinal o Affleck ao que parece já passou da idade e além do mais já se deu mal com outro personagem de quadrinhos, o Demolidor. O sujeito já é casado com a Elektra mas será que isso vai ajudar de alguma forma? Penso que a discussão não é bem por aí. Veja bem, eu gosto dos filmes do Batman, tanto os originais assinados por Tim Burton quanto os mais recentes do Nolan. Inclusive da nova trilogia já comentei todos aqui no blog. Batman é um bom personagem pois já é naturalmente doentio, dark, sombrio. Bem a cara da juventude de hoje. Um sujeito em eterna crise existencial, com um trauma que simplesmente não consegue superar.

Mas não é esse o ponto. A questão que faço agora é muito simples: há mesmo necessidade de mais filmes de Batman nas telas? Não já tivemos filmes suficientes? Muitas vezes esses personagens de quadrinhos já ganharam suas películas definitivas na sétima arte como aconteceu com o primeiro Superman de 1978. Precisa mesmo fazer tudo de novo?! Lá vamos nós de novo ver a origem, a morte dos pais de Batman, seu treinamento e... senhores, é muito Déjà vu. A primeira coisa que me vem à cabeça quando penso em novos filmes do Batman é essa recente (e bem decepcionante) aventura do Superman. Não seria melhor fazer novas animações como a Warner já tem feito ultimamente? Olha, vou ser bem sincero, em minha opinião seria muito melhor pegar esses milhões de dólares que serão investidos em mais uma aventura desse personagem e realizar dez ou quinze bons dramas, com temas interessantes, criativos, sociais, mais de acordo com o mundo em que vivemos. Até porque viver eternamente em uma bolha de plástico pop (ou em uma batcaverna) também não é nada bom...

Pablo Aluísio.