sábado, 9 de julho de 2022

Elvis Presley - Elvis (1956) - Parte 1

O segundo disco de Elvis na RCA Victor foi bem mais produzido do que o primeiro. A gravadora ganhou confiança com o trabalho do cantor que já naquela altura havia se tornado o artista mais vendido do selo. Para alguém com vinte e poucos anos era um feito e tanto! Assim o produtor Steve Sholes trouxe para o estúdio mais músicos, mais instrumentos, tudo para melhorar o som do novo álbum.

Em 1956 o principal veículo de promoção de Elvis não foi o cinema (seu primeiro filme ainda nem tinha sido filmado), mas sim a televisão e seus programas de variedades. Bastaram as primeiras apresentações de Elvis na TV para que a polêmica tomasse conta da imprensa.

Falem mal de mim, mas falem de mim - diria o Coronel Parker. Claro, grande parte dos artigos eram críticas ferozes a forma como Elvis cantava e dançava. Para muitos aquilo era sexualizado demais, impróprio para as adolescentes que começavam a curtir Elvis. Hoje em dia a dança de Elvis nesses primeiros programas de televisão aparentam ser apenas giros bem originais de um artista que tentava de alguma forma chamar a atenção para sua música. A cabeça das pessoas dos anos 50 era mesmo bem diferente da nossa. Ecos de um mundo mais conservador e tradicional.

De qualquer forma para Elvis e seu grupo de músicos o importante era fazer um bom trabalho de estúdio. As primeiras músicas do novo disco foram gravadas nos estúdios da RCA na costa oeste. Era o Radio Recorders, localizado em West Hollywood, Califórnia. A primeiro canção não poderia ser mais simbólica, a bela balada "Love Me" de Leiber e Stoller. Nesse mesmo dia Elvis já havia gravado "Playing for Keeps" que seria lançada em single. Para "Love Me" foram necessários 9 takes para que Elvis se desse por satisfeito. O curioso é que anos depois Jerry Leiber explicaria que havia composto a música quase como uma sátira ao estilo country de Nashville. Elvis ignorou essa intenção original do compositor e fez uma grande gravação, uma das melhores e mais memoráveis faixas dessa fase de sua carreira.

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Pablo:
    Acabei de assistir o filme "Elvis".

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  2. Como espetáculo visual, teatral, sim. O Baz Luhrmann, sendo Baz Luhrmann, vide Gatsby.
    Como biografia, não.
    Só pra você ter uma ideia, outro dia o Ed Motta disse que o Elvis era um "cavalo", um idiota, um musico de baixíssimo nível. O mundo veio abaixo e o Ed Motta virou um monstro.
    No filme em cinco minutos de projeção o Elvis é chamado justamente de "cavalo do Cel. Tom Parker", que o usava como um cavalo de corrida pra ganhar dinheiro e cobrir suas dívidas de jogo.
    Estou há 45 anos esperando uma boa biografia do Elvis, e não foi dessa vez. Nem o Tom Hanks, como Tom Parker, surpreendentemente, funciona direito. O Harry Carver, o empresário carniceiro de "Roustabout", é mais Tom Parker que ele.

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  3. Ainda não assisti, o que posso dizer é que se esse filme não for bom então nenhum outro será... É o melhor que Hollywood poderia fazer... Asim podemos jogar fora todas as esperanças de ver um bom filme de Elvis algum dia...

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  4. A Pablo, detalhe: eu assiti em inglês e a vozinha que o Tom Hanks faz para mimetizar o sotaque do Tom Parker é de matar.

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