quarta-feira, 20 de julho de 2022

Crônicas de um Cinéfilo - Parte 10

Uma vida de cinéfilo nos anos 80 não se resumia ao cinema. Pelo contrário. A TV aberta era muito especial nessa época em termos de filmes. Posso me lembrar vivamente da Sessão da Tarde naqueles anos. Eram filmes excelentes. Outro dia fui conferir os filmes que estavam passando na Sessão da Tarde de hoje e só havia filmes fracos, telefilmes americanos que ninguém conhece. Esqueça essa decadência. Nos anos 70 e 80 havia uma programação muito mais rica.

Muitos brasileiros vão se lembrar dos filmes de Jerry Lewis e Elvis Presley nesse período. Além disso havia uma variedade muito boa de comédias adolescentes, filmes de faroeste e tudo o mais que o cinéfilo tinha direito. As outras emissoras além da Rede Globo também passavam bons filmes. No sábado pela tarde a Rede Rocord passava uma sessão apenas com antigos filmes de faroeste. Eram ótimos! A Bandeirantes (atualmente mais conhecida como Band) também não ficava atrás. Havia muitos filmes de ação e até uma sessão só para filmes de terror B, os conhecidos filmes Trash! E a cereja do bolo vinha pela apresentação do próprio Zé do Caixão! Estranho e divertido ao mesmo tempo!

Na Globo havia sessões especiais na programação. O Supercine passava os grandes filmes, algo que depois seria herdado e passado para a Tela Quente. Nas madrugadas a Globo mantinha uma sessão apenas para filmes clássicos. Era o Cinema Classe A que passava todas às quartas pela madrugada, após o Jornal da Globo. Como era a época dos videocassetes eu sempre deixava o meu programado para no dia seguinte assistir aos grandes filmes do passado.

Foi através dessas gravações que vi pela primeira vez grandes filmes como "E O Vento Levou", "Assim Caminha a Humanidade" e "Juventude Transviada", "Casablanca" além de centenas de outros clássicos. O cinéfilo da época que tivesse um videocassete e uma coleção de fitas para gravar realmente fazia a festa! Para gravar em qualidade o dono do videocassete usava a velocidade SP. Para gravar até três ou mais filmes em uma fita de seis horas ele usava a velocidade EP. E no outro dia fazia sua própria sessão de cinema em casa. Eram tempos em que não existia internet e muitos desses clássicos não tinham chegado nas locadoras brasileiras. Só algum tempo depois selos especiais como a CIC e a Warner finalmente começaram a colocar no mercado brasileiro grandes clássicos da sétima arte para os cinéfilos.

Pablo Aluísio.

5 comentários:

  1. Crônicas de um Cinéfilo - Parte 11
    Pablo Aluísio.

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  2. Ótimas lembranças!! Eu cheguei a gravar Ben-Hur e Tubarão na mesma fita ,velocidade EP é claro ,srrs

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  3. Eu me recordo que assisti "Assim Caminha a Humanidade" após gravar na madrugada em velocidade EP... rsrsrs
    O filme era enorme e eu fiquei com medo da fita acabar antes do filme... rsrssrs

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  4. "Muitos brasileiros vão se lembrar dos filmes de Jerry Lewis e Elvis Presley nesse período"
    Eu conheci o Elvis num dos "Festival Elvis Presley" em que passavam seus filmes durante toda a semana na Sessão da Tarde.

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  5. Dificilmente havia um mês sem algum filme do Elvis ou do Lewis...

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