sexta-feira, 13 de abril de 2018

O Exorcista - Segunda Temporada

Ontem terminei de assistir a segunda temporada da série "O Exorcista". Como já escrevi antes essa temporada foi bem melhor do que a primeira, até porque os primeiros episódios da série nunca conseguiram acertar direito. Na segunda temporada vários personagens foram cortados, ficando basicamente apenas os padres Tomas e Marcus. Esse foi um acerto grande dos roteiristas. Tiraram aquele núcleo familiar insuportável de Geena Davis e focaram apenas nos dois padres exorcistas, agora andarilhos, viajando pelo interior dos Estados Unidos. Numa dessas jornadas eles encontram um orfanato, ou melhor dizendo, uma família que acolhe órfãos.

No lugar já havia acontecido uma chacina ao estilo Amityville, assim era de se supor que alguma manifestação demoníaca estivesse agindo naqueles bosques. E realmente era verdade. O roteiro dos primeiros episódios da segunda temporada são muito bons, tanto que consigo até mesmo dizer que é melhor ignorar a primeira temporada e partir logo para essa.  Aos poucos a qualidade vai decaindo um pouco, mas nada muito grave. Por isso de maneira em geral acabei gostando dessa segunda season. No episódio final chega-se até a pensar que o padre Marcus vai embora, abandonado a série (o que seria um erro absurdo), mas a última cena deixa tudo em aberto. Gostei também da ideia de colocar o padre Tomas dentro da mente dos possuídos, enfrentando o diabo praticamente face a face. Com efeitos especiais muito bons - para uma série de TV - o desfecho me deixou satisfeito. Assim vou continuar assistindo, caso haja uma terceira temporada e olha que quase larguei tudo no episódio piloto.

O Exorcista - Segunda Temporada (The Exorcist, Estados Unidos, 2018) Direção: Jeremy Slater, entre outros / Roteiro: Jeremy Slater, entre outros / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Kurt Egyiawan / Sinopse: Nessa segunda temporada dois padres exorcistas chegam numa pequena cidade do interior dos Estados Unidos, numa região onde aconteceu um crime terrível no passado. Pelas circunstâncias tudo leva a crer que o demônio ainda age no lugar, colocando em risco a vida de um grupo de adolescentes que vive em uma casa orfanato.

Episódios Comentados:

O Exorcista - 2.03 - Unclean
Nesse episódio o Padre Tomas Ortega (Alfonso Herrera) e seu fiel parceiro de exorcismos o ex-Padre Marcus Keane (Ben Daniels) chegam em Seattle para atender um pedido de socorro de uma mãe que diz que sua filha está possuída. Assim que entram na casa Marcus desconfia do que está realmente acontecendo. A garota não demonstra os sinais claros de possessão. Pelo contrário, ela parece ter sido induzida naquele estado por sua mãe, que leu vários livros sobre exorcismos e ficou obcecada com o assunto. Marcus assim nega que seja realizado o ritual, mas Tomas pensa diferente, que a garota precisa sim de um exorcismo, criando um clima bem ruim entre os dois. Enquanto eles não chegam em um acordo uma revoada de corvos se dirige para uma casa que serve como orfanato para crianças e adolescentes abandonados. Os pássaros acabam atingindo a casa com violência, demonstrando que algo sobrenatural está prestes a acontecer. Bom episódio de uma série que em minha opinião ainda não se encontrou completamente./ O Exorcista - 2.03 - Unclean (EUA, 2016) Direção: Ti West / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand.

O Exorcista 2.04 - One For Sorrow
 A primeira temporada de "O Exorcista" não foi grande coisa. Presos em certos personagens, tirados do filme clássico, a coisa não fluiu muito bem. Percebi porém que essa era aquele tipo de série que deveria se persistir assistindo, mesmo com os episódios fracos iniciais. Nessa segunda temporada já temos outro plot, que está muito interessante mesmo. Desde os primeiros episódios, ainda lá na primeira temporada, eu percebi que a melhor coisa dessa série era a dupla formada pelo padre Tomas Ortega e o ex-sacerdote (agora excomungado) Marcus Keane! E minhas impressões iniciais só se confirmaram com o tempo. Os roteiristas tiveram a ótima ideia de tirar eles da cidade grande, os fazendo andar por pequenas cidadezinhas do interior, onde acabam encontrando novos casos para exorcizar. Os três primeiros episódios dessa segunda temporada já foram muito bons, que agora ficam melhores com a chegada dos dois padres em um orfanato que está sendo acuado por diversas manifestações sobrenaturais. Aviso de spoler! A cena final desse episódio quando se descobre que a garotinha Grace já não mais pertence a esse mundo é de arrepiar! Simplesmente imperdível!/ O Exorcista 2.04 - One For Sorrow (EUA, 2016) Direção: So Yong Kim / Roteiro: Jeremy Slater / Elenco: Alfonso Herrera, Ben Daniels, Zuleikha Robinson, Kurt Egyiawan, Li Jun Li, Brianna Hildebrand

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Perdidos no Espaço

Finalmente depois de um tempo assisti a essa nova versão de "Perdidos no Espaço". Não, não é um filme novo, mas sim uma série da Netflix. Confesso que minhas expectativas não estavam muito altas, principalmente depois de ver cenas avulsas do episódio piloto. Havia modificações ali que me deixaram um pouco de sobreaviso. Só que após conferir o primeiro episódio pude constatar que a série - pelo menos tirando em média nesse primeiro programa - está realmente boa, diria até acima do que eu esperava. A trama segue basicamente sendo a mesma: uma família de astronautas perde o rumo após sua nave, a Jupiter 2, sofrer um acidente. Eles vão parar em um planeta desconhecido, fora do nosso sistema solar. Após se recuperarem do pouso forçado começam os problemas. A nave afunda numa fenda de gelo. As temperaturas são congelantes e eles precisam achar um jeito de ir embora dali.

A Judy também fica presa no gelo congelado ao mergulhar na fenda onde está a Jupiter 2. Antes dela conseguir sair da água essa congela completamente. Bom, se você alguma vez assistiu na vida ao seriado clássico vai saber que três personagens sempre dominaram todas as atenções: o garoto Will Robinson (aqui menos cerebral e gênio do que o primeiro), o Robô (que estava sempre soltando a expressão "Perigo! Perigo!) e é claro o Dr. Smith, alívio cômico e grande vilão (embora querido) da série original. Os três estão de volta. O Robô agora não é a velha "lata de sardinhas" dos tempos passados, mas sim uma criatura high-tech que inclusive consegue mudar o formato de seu corpo, se tornando ora mais aracnídeo, ora humanoide! Em relação ao Dr. Smith temos uma surpresa e tanto. Não é mais um senhor já idoso, mas sim uma mulher. Bom, em termos. Na verdade a personagem que vai ser a nova Dra. Smith é apenas uma fugitiva que rouba um casaco de um engenheiro chamado... Dr. Smith! Estou realmente curioso para ver como isso vai se desenvolver. Então é isso. Ainda só vi até o momento o primeiro episódio, mas posso antecipar que gostei do que assisti. Espero que mantenha o bom nível nos próximos episódios.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Southam, Neil Marshall, Stephen Surjik, Deborah Chow / Roteiro: Vivian Lee, Kari Drake, Katherine Collins, baseados na série original criada por Irwin Allen, Matt Sazama e Burk Sharpless / Elenco: Maxwell Jenkins (Will Robinson), Parker Posey (Dra. Smith), Brian Steele (O Robô), Toby Stephens (John Robinson), Molly Parker (Maureen Robinson), Taylor Russell (Judy Robinson), Mina Sundwall (Penny Robinson), Ignacio Serricchio (Don West) / Sinopse: A nave Jupiter 2 sofre um acidente e vai parar em um planeta desconhecido, onde a tripulação, formada pela família Robinson, terá que sobreviver a todos os perigos desse novo universo.

Pablo Aluísio.

The Terror

Nova série da produtora AMC (uma das minhas preferidas nesse ramo). Aqui voltamos ao passado. O ano é 1847. A Marinha Real Inglesa envia dois navios para explorar o Círculo Polar Ártico. Não é uma viagem comum ou simples de realizar. A região é extremamente perigosa, não apenas pelos mares congelados, mas também pelo clima extremo a que são submetidos todos os homens da tripulação. Ambas as embarcações estão sob o comando de um capitão que almeja mais a glória da conquista e da aventura, do que propriamente em navegar com segurança. Assim ele resolve ignorar os conselhos de seu imediato, avançando rumo ao norte mesmo com a aproximação de um inverno absurdamente rigoroso.

A produção é ótima. Logo nas primeiras cenas do episódio piloto já percebemos que vem coisa por aí. Aliás boas séries são assim, elas conquistam o espectador desde o primeiro episódio, caso contrário não valem mesmo a pena. Aqui temos um roteiro inteligente, seguindo as linhas históricas com precisão. O Ártico, uma imensa massa de oceanos congelados, não forma um continente como a Antártida. Isso porém era desconhecido por esse pioneiros que acabaram se dando mal por causa das condições climáticas da região. Nem as bússolas conseguiam parar no lugar por causa do eixo magnético da Terra. Então é isso. Por enquanto só vi o primeiro episódio chamado "Go For Broke", mas já posso adiantar que a série é coisa fina. Em tempo: nessa primeira temporada são previstos dez episódios. Espero acompanhar todos eles.

The Terror (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants, Edward Berger. Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: David Kajganich, Andres Fischer-Centeno / Elenco: Jared Harris, Ciarán Hinds, Tobias Menzies, Ian Hart / Sinopse: Dois navios da Marinha Real Britânica partem rumo ao Círculo Polar Ártico para explorar a região, sem saber das imensas dificuldades que encontrarão pela frente.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Hostis

Um faroeste estrelado pelo ator Christian Bale? Taí algo que chama a atenção desde a primeira vez que você ouve falar desse filme! É uma combinação que me fez assistir a esse western assim que tive oportunidade. E logo no começo percebemos que vem coisa boa. A primeira cena é brutal. Temos um rancho onde vive um casal e suas duas pequenas filhas. O homem está cortando madeira quando percebe um grupo de índios Cheyenne se aproximando. O massacre se torna inevitável. Naqueles tempos pioneiros a lei que prevalecia no velho oeste era a do mais forte. É triste ver crianças sendo mortas, mas é através dessa primeira cena que as coisas começam a tomar rumo no roteiro.

Em um forte próximo o Capitão da cavalaria Joseph J. Blocker (Christian Bale) é designado para uma nova missão. E isso envolve a escolta de um antigo chefe tribal. Ele odeia índios. Passou a vida inteira matando nativos em guerras sangrentas, de pura barbárie na fronteira. Por isso fica indignado quando é designado para levar o velho indígena para o território mais ao norte, onde ele poderá reencontrar seu antigo lar. O antigo chefe tribal é conhecido do capitão. No passado eles estiveram em linhas diferentes no campo de batalha. O militar da cavalaria o considera apenas um assassino cruel. Seguindo ordens - com ameaças de ir para a corte marcial - ele finalmente obedece às ordens. Forma uma pequena tropa e começa a seguir viagem pelo oeste. O caminho está cheio de guerreiros ávidos em derramar sangue dos "jaquetas azuis", os soldados da cavalaria. O pior é que ele terá que manter a vida do chefe a salvo, custe o que custar. Claro que no meio da jornada o destino do capitão se cruza com a da mulher do rancheiro assassinado na primeira cena do filme, a única sobrevivente do massacre envolvendo toda a sua família. Esse encontro será a espinha dorsal de toda a história do filme.

De maneira em geral gostei bastante desse novo western. Ele tem o que poderíamos chamar de velho charme dos faroestes do passado. Claro que há também um desenvolvimento maior da parte psicológica de todos os personagens, em especial do capitão de Bale. É um homem forjado pela guerra e pela violência que não consegue viver de outra forma. O filme é um pouco mais longo do que o habitual, com mais de duas horas de duração, mas não senti o tempo passar. Roteiro, reconstituição de época, figurinos, tudo muito bem realizado. A produção é ótima, com belas paisagens do velho oeste. Por fim uma pequena ressalva. O ator Ben Foster interpreta um militar que está sendo enviado para a forca após cometer crimes de guerra. Ele obviamente tem uma personalidade psicopata o que cria uma certa afinidade com o capitão interpretado por Bale. Afinal ambos fizeram parte de grandes carnificinas no passado. Esse personagem poderia render muito mais, até porque Foster é um dos melhores atores de sua geração. Porém infelizmente ele não tem o potencial aproveitado. Um pequeno deslize de um filme realmente muito bom que vai agradar aos fãs do bom e velho western americano.

Hostis (Hostiles, Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Cooper / Roteiro:  Scott Cooper, Donald E. Stewart / Elenco: Christian Bale, Rosamund Pike, Ben Foster, Scott Shepherd, Jonathan Majors / Sinopse: Capitão da cavalaria é designado para levar um velho e doente chefe indígena e sua família para uma reserva no Colorado. Ele odeia isso, simplesmente por odiar nativos em geral. Para ele servir de escolta para o inimigo seria o maior dos absurdos, Porém, ordens são ordens, e ele parte em sua jornada rumo ao destino final. No caminho acaba encontrando guerreiros cheyennes, fazendeiros armados e clima hostil.

Pablo Aluísio. 

Submersão

Wim Wenders é um diretor cultuado pelos cinéfilos. Alguns de seus filmes são considerados obras primas da sétima arte. Aqui porém ele decidiu trilhar caminhos mais convencionais. O roteiro divide a sua história em dois momentos bem definidos. No primeiro temos o encontro entre Danielle Flinders (Alicia Vikander) e James More (James McAvoy); Eles estão no mesmo hotel, curtindo férias. Depois de um breve encontro na praia, onde rápidas apresentações são feitas, começam a namorar.  Ela é uma cientista, no momento fazendo um estudo sobre a vida em regiões escuras e desconhecidas dos oceanos. Ele se diz engenheiro especializado em recursos hídricos. Conforme o filme avança vamos descobrindo que ele está obviamente mentindo para ela.

No segundo momento, após eles se separarem com promessas de reencontro, o filme fica bem melhor. Danielle embarca em uma missão de estudo, fazendo parte da equipe de um submarino de submersão em grandes profundezas. Como se trata de um mergulho muito profundo nas fossas oceânicas muita coisa pode dar errada. Já James vai para a Somália, região situada no chamado chifre da África, em constante guerra civil. Novamente usando o disfarce de engenheiro de águas ele entra no país, mas é sequestrado no aeroporto da capital por terroristas. Afinal, há suspeitas que ele é um agente do serviço secreto britânico. Embora Wim Wenders tenha feito seu filme mais convencional, uma produção conjunta entre produtores alemães e franceses, seu estilo de cinema ainda pode ser percebido em diferentes momentos do filme, principalmente quando os protagonistas estão em algum tipo de crise existencial. No geral é uma produção que funciona melhor como tensão (com a descida ao fundo do oceano) e violência (com o sequestro dos terroristas) do que como filme romântico. Winders parece ter atirado para dois alvos, não acertando direito nenhum deles.

Submersão (Submergence, França, Alemanha, 2017) Direção: Wim Wenders / Roteiro: Erin Dignam, baseado no romance de J.M. Ledgard / Elenco: Alicia Vikander, James McAvoy, Alexander Siddig / Sinopse: O filme narra a história do romance entre Danielle (Alicia Vikander) e James (James McAvoy); que se conhecem em um hotel à beira-mar. Depois de um breve namoro eles precisam se separar, pois cada um tem seus compromissos profissionais. Ela vai para uma missão nas profundezas do oceano e ele parte para a Somália, um país em guerra civil, infestado por terroristas islâmicos. Filme indicado no San Sebastián International Film Festival na categoria de Melhor Filme europeu do ano.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 10 de abril de 2018

Você Nunca Esteve Aqui

Não adianta esperar que o ator  Joaquin Phoenix venha a interpretar uma pessoa normal. Isso está fora de seus planos há anos. Assim quando o vejo na lista de qualquer elenco já espero de antemão que venha personagens bizarros e estranhos pela frente. É justamente o que ocorre nesse seu novo filme. Phoenix interpreta um sujeito bem esquisito. Com barba messiânica, ao estilo profeta do velho testamento, ele mora com a mãe idosa em um pequeno apartamento. Vida dura. Aos poucos descobrimos que ele faz pequenos "serviços" para sobreviver. Entenda-se serviços sujos no submundo. Também fica claro desde o começo que ele tem muitos problemas psicológicos. Na verdade é um suicida em potencial. Seu novo serviço consiste em localizar uma garota menor de idade que está em um prostíbulo frequentado por pedófilos. Mais barra pesada impossível.

O sujeito não usa armas, para isso prefere martelos, daqueles de construção civil. Um único golpe na cabeça de seu opositor já resolve a questão. Claro que nas brigas ele também acaba se ferindo, mas isso não é problema. Ele consegue arrancar seus dentes quebrados com um alicate! Com a boca cheia de sangue dá um sorriso psicótico. Pois bem, o que parecia ser mais um servicinho sujo acaba trilhando outros caminhos. Figurões políticos pedófilos estão no meio de seu caminho e até mesmo os tiras parecem encobrir os crimes desses figurões. Perceba que a imagem de políticos em geral não é péssima apenas no Brasil, mas no mundo todo. Aqui eles são retratados como vermes imundos. O filme é pesado, sombrio e não abre margem para muitos clichês desse tipo de produção. Não é um filme de ação, está mais para drama existencial com cenas brutais. Se for o que estiver procurando é uma das melhores opções de Menu à disposição.

Você Nunca Esteve Aqui (You Were Never Really Here, Estados Unidos, 2017) Direção: Lynne Ramsay / Roteiro: Lynne Ramsay, baseado no romance escrito por Jonathan Ames / Elenco: Joaquin Phoenix, Judith Roberts, Ekaterina Samsonov / Sinopse: Veterano na guerra do Afeganistão, Joe (Phoenix) ganha a vida agora fazendo pequenos e grandes serviços sujos. Um sujeito brutal que usa martelos de construção civil para esmagar os crânios daqueles que ficam em seu caminho. Agora ele é contratado para localizar uma garota menor de idade que está semi escravizada em um prostíbulo para pedófilos. Entre os envolvidos estão figurões do mundo político, entre eles o próprio governador do estado. Filme premiado no Cannes Film Festival nas categorias de Melhor Ator (Phoenix) e Melhor Roteiro.

Pablo Aluísio.

Paterno

Filme baseado em fatos reais. Al Pacino interpreta Joe Paterno, um treinador veterano de futebol americano. Querido pelos torcedores e jogadores de sua equipe, um nome muito respeitado no mundo do esporte, ele vê toda a sua carreira desmoronar quando uma jovem jornalista chamada Sara Ganim (Riley Keough) começa a investigar uma série de denúncias envolvendo pedofilia de um dos membros da equipe de Paterno. O que parecia algo baseado apenas em rumores, começa a ganhar uma grande dimensão quando vários outros casos de abuso sexual infantil começam a ser descobertos. Pior do que isso, muitos dos abusos foram cometidos dentro do estádio do time de futebol, algo que seria facilmente descoberto pelo veterano treinador. Teria ele se omitido diante desses crimes? Encobriu de alguma forma os abusos envolvendo crianças? O que realmente fez para que seu assistente pedófilo fosse acusado e preso? Estaria envolvido nos crimes de alguma forma? São perguntas que o roteiro vai desvendado aos poucos...

Al Pacino volta ao mundo do futebol americano, terreno que ele não pisava desde "Um Domingo Qualquer" de 1999. Ao contrário desse outro filme, que de certa maneira louvava o esporte, esse aqui mostra um dos piores escândalos envolvendo treinadores, cartolas e jogadores. Algo que gerou grande escândalo nos Estados Unidos quando foi desvendado. Mostra que a pedofilia está em praticamente todos os setores da sociedade, envolvendo até mesmo pessoas acima de qualquer suspeita. Além do velho Pacino, novamente muito bem em sua atuação, com grandes e pesados óculos de grau, outro destaque do elenco é a atriz Riley Keough. A neta de Elvis Presley, que começou profissionalmente no mundo da moda, tem surpreendido cada vez mais como atriz. Sempre escolhendo personagens mais desafiadoras, ela tem se destacado em sua geração. Aqui atua em um filme com o grande Al Pacino, um dos mais consagrados atores da história do cinema, mais uma amostra que a garota vai realmente longe na carreira.

Paterno (Paterno, Estados Unidos, 2018) Direção: Barry Levinson / Roteiro: Debora Cahn, John C. Richards / Elenco: Al Pacino, Riley Keough, Annie Parisse / Sinopse: Joe Paterno (Al Pacino), um treinador veterano de futebol americano, há 60 anos considerado um dos melhores profissionais do esporte, vê sua imagem ser destroçada pela mídia após o envolvimento de um de seus assistentes em um caso envolvendo inúmeros abusos sexuais de menores. O homem, um criminoso pedófilo, acaba arrastando Paterno para o centro do escândalo, quando todos começam a se perguntar se o treinador de alguma forma encobriu tudo o que estava acontecendo ao seu redor.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Solaris

Em 1972 o mundo do cinema ficou surpreendido por uma das obras primas da ficção, o filme russo "Solaris" de Andrei Tarkovsky. Até hoje o filme é cultuado por representar um salto absurdo em termos de roteiro e ambientação. Para celebrar os 30 anos de seu lançamento original o ator George Clooney e o diretor Steven Soderbergh resolveram fazer um remake americano da obra. Então chegamos nessa versão de 2002. Tive a oportunidade de assistir no cinema. De fato considero um filme muito bom, embora não possa ser comparado com a versão original de Tarkovsky. Um dos acertos foi não aceitar fazer concessões comerciais, ou seja, transformar a trama em algo mais palatável para o público em geral. O mesmo clima opressivo foi mantido.

Isso ajudou e também prejudicou o filme em certos aspectos. O ritmo lento e a proposta mais cabeça não foi tão bem aceito no ocidente. Muitos criticaram a pretensão de Steven Soderbergh em tentar fazer algo melhor ou, pelo menos, igualar ao impacto que o filme russo causou nos anos 70. Comercialmente o filme foi um fracasso. Eu me recordo de ter assistido a uma entrevista de lançamento da produção, onde um George Clooney muito nervoso, tenso e estressado, rebatia as críticas de que o filme era "longo, chato e arrastado demais". Nesse ponto dei inteira razão a Clooney, uma vez que esses mesmos adjetivos poderiam ser usados contra o filme de 72. Como escrevi antes, não é um ficção comum, que se renda aos clichês do gênero. O roteiro traz algo a mais, com argumento bem complexo e com toques de surrealismo presentes. Tem que aceitar sua proposta para curtir a produção como um todo. Caso contrário o espectador vai achar mesmo tudo um grande tédio.

Solaris (Solaris, Estados Unidos, 2002) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Steven Soderbergh, baseado no livro de Stanislaw Lem / Elenco: George Clooney, Natascha McElhone, Ulrich Tukur / Sinopse: Chris Kelvin (George Clooney) é um astronauta que orbitando um planeta distante começa a ter alucinações psicológicas perturbadoras, onde começa a ver estranhas criaturas andando pelos corredores de sua nave. Filme indicado ao Urso de Ouro do Berlin International Film Festival.

Pablo Aluísio. 

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra

Eu acompanhei a carreira do ator Johnny Depp desde os anos 80. Naquela época ele só atuava em filmes mais cult, artísticos. Por isso era um dos jovens atores mais prestigiados pela crítica mundial. O tempo passou e em 2003 ele finalmente se rendeu ao cinemão mais comercial de Hollywood. Deixou sua imagem de ator alternativo de lado para abraçar esse blockbuster da Disney. O mais curioso dessa metamorfose é que o filme não era baseado em um livro, nem um game, mas sim em uma atração do parque Disneyworld, isso mesmo, um brinquedo muito popular entre os visitantes de lá. Absurdo? Ora, em Hollywood nada se cria, tudo se transforma, tudo se copia...

O curioso é que apesar de revisitar um velho tema em termos de gêneros cinematográficos, a dos filmes de piratas, bem populares nos tempos de Errol Flynn, essa nova produção tinha como alvo o público mais jovem, que frequentava salas de cinema dos shopping centers. Assim havia farto uso de efeitos especiais de última geração, com um toque de magia e fantasia que não ficariam deslocados em um filme da série "O Senhor dos Anéis". O resultado foi, pelos menos comercialmente, muito bom. Esse primeiro filme rendeu quase um bilhão de dólares, o colocando entre as maiores bilheterias de todos os tempos, abrindo espaço para uma franquia que não parece ter fim, pois até hoje em dia está em cartaz. Johnny Depp obviamente ficou milionário. Dos cachês pequenos dos filmes de arte, ele pulou para o primeiro time entre os mais bem pagos da indústria cinematográfica americana. Nada mais justo, uma vez que seu pirata Jack Sparrow (inspirado nos maneirismos de Keith Richards dos Stones) era certamente uma das melhores coisas do filme.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl, Estados Unidos, 2003) Direção: Gore Verbinski / Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio / Elenco: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Keira Knightley / Sinopse: O Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp) é um pirata do século XVII que precisa quebrar uma maldição envolvendo sua tripulação e seu navio, o Pérola Negra! Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Johnny Depp), Melhor Maquiagem, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Johnny Depp).

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de abril de 2018

A Exceção

A queda da antiga e tradicional monarquia prussiana abriu espaço para a subida ao poder do nazismo. Esse mais do que interessante filme mostra o que aconteceu com o Kaiser Wilhelm II (Christopher Plummer) vinte anos após perder o poder. Ele se encontrava isolado, no exílio na Holanda. Levava uma vida melancólica, mas igualmente tranquila até que a Alemanha invade a Holanda em 1940. Hitler imediatamente manda um capitão do exército do Reich para supostamente garantir a segurança pessoal do Kaiser, mas como o roteiro do filme mostra não era bem essa a intenção real. O filme se desenvolve justamente a partir da chegada do capitão ao velho casarão onde agora mora o Kaiser. Ele é um homem de idade avançada que ainda tem sonhos de voltar ao trono alemão. O que seria uma dádiva ao mundo se realmente acontecesse, pois era um homem calejado pela vida, com certa sabedoria, que jamais daria começo a uma guerra de proporções mundiais como a que os nazistas promoveram.

Claro que com Hitler no poder ele jamais voltaria à antiga glória da monarquia, porém a esperança ainda o movia. O filme tem uma sensibilidade bem orquestrada para mostrar esse lado sentimental, piegas e até ridículo de um antigo monarca que ainda respirava ideais que eram impossíveis de acontecer naquele momento histórico. Grande parte do que se vê na tela é mera ficção, mas o contexto histórico foi bem real, aconteceu de verdade. Um dos pontos altos do filme acontece quando o Kaiser destronado recebe a visita do braço direito de Hitler, a besta fera Heinrich Himmler, um monstro capaz de falar despreocupadamente na mesa de jantar sobre a melhor forma de executar crianças deficientes em campos de concentração. Claro que essa cena, muito bem realizada, muito provavelmente jamais aconteceu, mas serve como ponto de inflexão do grande trabalho de atuação do excelente Christopher Plummer em um papel que lhe caiu muito bem. Ele sai despedaçada interiormente do que ouve. Há também um romance entre o capitão e a empregada do Kaiser, mas essa parte da trama, apesar de importante na história, não consegue superar o grande trabalho de Plummer. Enfim, um filme muito bom, mostrando um lado periférico da história que poucos conhecem.

A Exceção (The Exception, Estados Unidos, Inglaterra, 2016) Direção: David Leveaux / Roteiro: Simon Burke, baseado no romance "The Kaiser's Last Kiss", escrito por  Alan Judd  / Elenco: Christopher Plummer, Lily James, Jai Courtney, Ben Daniels, Eddie Marsan / Sinopse:  Holanda, 1940. O Kaiser destronado Wilhelm II (Christopher Plummer) vê pela janela de sua casa a chegada de um destacamento do exército alemão. O país foi invadido por tropas nazistas e Hitler envia um capitão para cuidar da segurança pessoal do ex-monarca prussiano. Tudo porém está encoberto em uma grande neblina de falsa intenções e mentiras deliberadas por parte do III Reich. Filme indicado ao Golden Trailer Awards.

Pablo Aluísio.

Anastasia

Essa foi a primeira animação da Fox. Veio em um momento em que esse mercado começava a ser disputado pelos demais estúdios de Hollywood por causa dos grandes sucessos de bilheteria da Disney, que reinava sozinha e absoluta nesse mundo de longas de animação. Tecnicamente é um filme perfeito, a tal ponto de chegou a concorrer a dois Oscars (ambos relacionados ao maravilhoso trabalho que foi realizado em sua trilha sonora). O enredo foi escrito em cima da lenda que persistiu por décadas após a morte da família do último czar da Rússia, Nicolau II. Dizia-se que a sua filha mais jovem, Anastasia, teria sobrevivido ao massacre da revolução comunista. Ela teria ido embora, morar em algum lugar lugar da Europa. Era a última representante da monarquia destronada.

Claro que historicamente você não deve esperar muito dessa animação. A ideia dos produtores e do diretor Don Bluth (de "Fievel") era contar uma estorinha de conto de fadas, com princesas perdidas, etc. Nada de dissecar o que de fato aconteceu na revolução russa! O grande vilão é Rasputin, que na história real era um protegido da família Romanov (veja que ironia!). Os verdadeiros vilões da morte da família Romanov foram os comunistas que comandados por Lênin, promoveram um banho de sangue inocente na Rússia. Isso porém não é mostrado na animação. Todo o mal cabe apenas ao bruxo Rasputin, aqui voltando do mundo dos mortos, o que rende algumas sequências que na minha opinião nem eram muito adequadas para crianças. Afinal ele retorna praticamente como um zumbi, com pedaços de seu corpo caindo pelo caminho! Mesmo assim gostei de praticamente tudo, das músicas, do romance entre Anastasia e um jovem que vive de pequenos golpes, do estilo e da riqueza dos desenhos, da paleta de cores, etc. No final o filme foi elogiado pela crítica, mas não chegou a ser um campeão de bilheteria, apenas retornando um pequeno lucro para a Fox Talvez essa coisa toda de revisitar um período tão complicado da história tenha atrapalhado um pouco seu sucesso. Ignore esse aspecto e procure se divertir com o que a animação tem de melhor.

Anastasia (Anastasia, Estados Unidos, 1997) Direção: Don Bluth, Gary Goldman / Roteiro: Susan Gauthier, Bruce Graham / Elenco (dubladores): Meg Ryan, John Cusack, Christopher Lloyd, Kirsten Dunst, Angela Lansbury / Sinopse: O bruxo Raputin resolve amaldiçoar a família imperial da Rússia. Depois de uma noite de caos e violência apenas a princesa Anastasia consegue sobreviver. Ela vai parar em um orfanato, sem memória, sem lembrar de seu passado. Após se encontrar com um jovem ela decide ir a Paris para reencontrar sua avó, que a procura por anos e anos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música ("Journey To The Past" de Stephen Flaherty e Lynn Ahrens) e Melhor Trilha Sonora Original (Stephen Flaherty, Lynn Ahrens e David Newman).

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de abril de 2018

O Rebelde no Campo de Centeio

J.D. Salinger foi um dos escritores mais aclamados e estranhos da literatura dos Estados Unidos. Ainda bastante jovem, recém saído da universidade, ele escreveu uma obra prima absoluta chamada "O Apanhador do Campo de Centeio". O livro vendeu 25 milhões de cópias e a crítica se rendeu ao talento daquele escritor iniciante. E depois disso aconteceu o inesperado. Ao invés de desenvolver uma longa e produtiva carreira literária, publicando outros grandes livros, Salinger simplesmente desapareceu. Foi morar em uma remota propriedade onde ficou praticamente recluso por décadas e nunca mais lançou outro livro na vida! Um fato surpreendente, ainda mais se formos pensar naquela figura caricata do gênio precoce que é lembrado por apenas uma única obra prima e nada mais.

Esse filme aqui tenta contar a história desse escritor (ou pelo menos o que se sabe após ele se retirar do mundo). Quando o filme começa Salinger é apenas um estudante universitário, tentando que alguns de seus contos curtos sejam publicados em revistas literárias. Ele tem um mentor, o professor Whit Burnett (Kevin Spacey, novamente roubando o filme para si), que o encoraja a escrever um romance com o mesmo personagem de seus contos, um jovem rebelde chamado Holden Caulfield que acabou virando um símbolo para a juventude da época. Outro bom aspecto desse filme biográfico é que ele explora também um lado pouco conhecido do escritor. Ele foi para a II Guerra Mundial como soldado, voltando para casa com sérios traumas do que viveu nos campos de batalha. Pode-se inclusive afirmar que ele nunca mais foi o mesmo depois dessa experiência, o que talvez explique, do ponto de vista psicológico, muitas das atitudes estranhas que tomou ao longo de sua vida. Enfim, muito bom (diria didático até) esse retrato de J.D. Salinger, um escritor sui generis, que escreveu apenas um romance, um clássico de seu tempo, para depois sumir  para sempre da vida pública.

O Rebelde no Campo de Centeio: A Vida de J.D. Salinger (Rebel in the Rye, Estados Unidos, 2017) Direção: Danny Strong / Roteiro: Danny Strong, baseado na biografia escrita por Kenneth Slawenski/ Elenco: Nicholas Hoult, Kevin Spacey, Victor Garber, Zoey Deutch / Sinopse: Anos 1940. Um jovem universitário que aspira ser um escritor, chamado J.D. Salinger (Nicholas Hoult), decide incentivado por seu professor, escrever um romance a quem chama de "O Apanhador no Campo de Centeio", se tornando assim um dos autores mais aclamados de seu tempo.

Pablo Aluísio. 

Chicago

Caso raro de musical que acabou vencendo o Oscar de melhor filme do ano. Foi ao meu ver uma forma de Hollywood prestigiar um gênero cinematográfico que teve seu auge na era de ouro, mas que depois, com os anos, foi sendo abandonado pelos estúdios. O roteiro dessa bonita produção assim procurou seguir os passos dos antigos musicais da Metro, muito embora tenha também adotado um estilo que fizesse referência aos musicais atuais da Broadway. Unindo os dois mundos acabou chegando em um ponto perfeito. É de fato um show, com excelente produção, contando inclusive com um elenco afiado. O mais interessante é que apenas Catherine Zeta-Jones tinha formação de bailarina. Nem Renée Zellweger e nem muito menos Richard Gere tinham a menor base para atuar em algo assim. O curioso é que apesar disso não fizeram feio e se saíram até muito bem.

O enredo e a trama são apenas alegorias de uma chicago dos anos 30 infestada de gangsters. Mero pretexto para números musicais cada vez mais bem elaborados. O curioso é que conseguiram unir uma estorinha de crimes, assassinatos passionais, com a beleza dos musicais da velha escola. Acredito que em certos momentos ficou um pouco desfocado, essa coisa de uma mulher matar seu marido mulherengo e na cena seguinte sair dançando e cantando por aí. Mas é a tal coisa, isso é algo típico de musicais americanos, é necessário entrar no espírito desse tipo de filme. No mais penso que "Chicago" foi importante pois se tornou um verdadeiro ponto de revitalização para esse tipo de produção. Depois de seu sucesso de público e crítica vieram outros filmes contemporâneos na mesma linha, sendo um dos mais bem sucedidos o mais recente "La-La-Land".

Chicago (Chicago, Estados Unidos, 2002) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Bill Condon, Bob Fosse / Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, John C. Reilly / Sinopse: Após matar seu marido, a dançarina e cantora Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) precisa recomeçar sua vida. Ela contrata o advogado Billy Flynn (Gere) para lhe defender nos tribunais. O criminalista também está defendendo outro caso passional envolvendo a jovem starlet Roxie Hart (Renée Zellweger), o que causa um frenesi na mídia sensacionalista. Filme vencedor de seis Oscars nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Som. Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Renée Zellweger) e Melhor Ator (Richard Gere).

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Rampage: Destruição Total

Mais um filme em cartaz atualmente nos cinemas do Brasil. Mais uma produção feita para o público adolescente. O "The Rock" Dwayne Johnson, que não é bobo, nem nada, apenas repete de certa maneira a fórmula de "Jumanji", filme que mal saiu de exibição nos cinemas. Basicamente tudo se resume em misturar atores de carne e osso com monstros digitais, com o melhor que existe em termos de computação gráfica para o cinema. Nesse enredo The Rock interpreta um biólogo chamado Davis Okoye. Ele tem uma aproximação especial com um gorila albino conhecido como George. Esse animal, bem raro, foi resgatado após sua família ser morta por caçadores. Levado para os Estados Unidos começa a aprender a língua dos sinais. Até aí tudo bem, mas eis que uma estação orbital cai na Terra. Nessa estação eram feitas experiências com engenharia e mutação genética. Ao cair no solo acaba contaminando animais, entre eles George, um lobo e um imenso crocodilo.

Bom, como "Rampage: Destruição Total" é no fundo apenas um filme de monstros, é claro que os animais acabam crescendo descontroladamente, se tornando enormes, violentos e ferozes. Enquanto eles vão para a cidade grande, destruindo tudo que encontram pela frente, o biólogo de Dwayne Johnson tenta evitar que aconteça uma tragédia maior. No geral é um filme que se apoia totalmente nos efeitos especiais. Isso fica bem óbvio desde o começo. Apesar de ser uma fórmula mais do que gasta, a de monstros destruindo as cidades construídas pelo homem, parece que ainda funciona. O filme conseguiu se tornar o mais assistido dentro do mercado americano na semana que passou, faturando bastante e fazendo sucesso de bilheteria, algo que era mais do que esperado, uma vez que o estúdio bancou uma produção cara, que custou mais de 120 milhões de dólares. Parece que o interesse que o público americano tem por gorilas gigantes (vide "King Kong") ainda permanece, mesmo passados tantos anos de sua chegada ao cinema pela primeira vez.

Rampage: Destruição Total (Rampage, Estados Unidos, 2018) Direção: Brad Peyton / Roteiro: Ryan Engle, Carlton Cuse / Elenco: Dwayne Johnson, Naomie Harris, Malin Akerman / Sinopse: Após a queda de uma estação orbital três animais selvagens são contaminados por um estranho agente biológico. Eles se tornam enormes, monstros gigantes, que se dirigem para Chicago para destruir tudo por onde passam. Nada parece deter as criaturas pois elas possuem um estranho poder de regeneração. No meio do caos o biólogo Davis Okoye (Johnson) tenta restabelecer contato com George, o gorila que ajudou a criar no Zoo da cidade.

Pablo Aluísio. 

Um Lugar Silencioso

Esse filme de terror tem sido bem elogiado pela crítica. Não é muito comum ver tantas resenhas positivas para um filme desse gênero. E afinal qual é a novidade? Imagine viver em um mundo dominado por estranhas criaturas. Esses bichos que parecem insetos do tamanho de um ser humano são completamente cegos, mas possuem uma audição fora do comum, extremamente sensíveis. Assim resta aos que sobreviveram a essa infestação fazer o menor barulho possível para não atrair os monstros. O menor ruído já chama a atenção desses seres que chegam com extrema violência. São aliens? Experimentos genéticos que deram errado? O roteiro não explica a origem e nem o que são, apenas os usam como elementos de pavor, nada mais. Quando o filme começa vemos essa família que vive isolada em uma velha fazenda no campo. Eles estão cercados por todos os lados pelas criaturas, por isso se comunicam pela linguagem dos sinais. A mulher está grávida e o pai tenta desesperadamente localizar alguém por seu rádio amador. Agora imagine ter um filho no meio dessa situação! O choro estridente do bebê certamente vai chamar a atenção dos monstros que estarão prontos para matar toda a família.

Olha eu apreciei esse filme apenas em termos. Confesso que me incomodou bastante o fato do filme ser quase todo em completo silêncio, com praticamente quase nenhum diálogo sendo dito pelos atores. Chega um momento em que você começa a sentir tédio da situação. Sim, em tese, a ideia pode até ser considerada original e bem bolada, porém silêncio demais pode levar alguns espectadores a simplesmente pegarem no sono, seja no cinema, seja em casa. Acredite, eu vi essa situação na sala de cinema. O silêncio era tanto que alguns dormiram! Provavelmente por causa desse efeito colateral o diretor John Krasinski tenha resolvido fazer um filme curtinho, com pouco mais de 80 minutos de duração. Ele não quis arriscar colocando todo mundo para cochilar. Deixando um pouco a ironia de lado devo dizer que sim, o filme tem bons momentos, principalmente de suspense, mas ao mesmo tempo passa longe de ser esse filmão que muitos estão dizendo por aí aos quatro ventos. Vale uma sessão de cinema, mas antes não deixe de beber bastante café para não dormir no meio do filme.

Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, Estados Unidos, 2018) Direção: John Krasinski / Roteiro: Bryan Woods, Scott Beck / Elenco: Emily Blunt, John Krasinski, Millicent Simmonds / Sinopse: Jovem casal vivendo isolados em uma velha casa de fazenda tenta proteger os filhos do ataque de estranhas criaturas completamente cegas, mas que atacam ao menor sinal de um mínimo barulho. Vivendo em silêncio completo os membros da família vão tentando sobreviver, um dia de cada vez.

Pablo Aluísio.