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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Michael Collins

Drama histórico que resgata a figura do líder revolucionário irlandês Michael Collins (aqui interpretado pelo ator Liam Neeson). Esse foi um homem importante na luta pela independência da Irlanda. Sob dominação inglesa por séculos, os irlandeses começaram a colocar em prática seus ideais de independência nacional justamente na época em que Collins começou a despontar no turbulento cenário político de sua nação. O diretor Neil Jordan obviamente criou um filme patriótico, muitas vezes até ufanista, da causa irlandesa. O filme por essa razão se torna muitas vezes panfletário em demasia, o que certamente incomodará algumas pessoas. Quando um diretor adota esse tipo de postura a primeira reação do público é desconfiar da veracidade do que se vê na tela.

Há todo aquele clima de euforia nacional que atrapalha uma visão mais imparcial dos fatos históricos. Mesmo com esse pequeno deslize, temos que admitir que como pura obra cinematográfica temos aqui um bom filme. Manipuladora, até maniqueísta, mas também bem honesta já que procura trazer a visão bem pessoal de Neil Jordan da questão, mesmo que essa venha a surgir de uma forma um pouco nublada, maquiada, para varrer os aspectos negativos de Collins para debaixo do tapete histórico. Além disso o filme apresenta uma das melhores interpretações da carreira do ator Liam Neeson, nessa época ainda empenhado em atuar bem, em filmes relevantes. Hoje em dia ele literalmente se acomodou em uma série sem fim de filmes de ação. Enfim, outros tempos, outros filmes.

Michael Collins - O Preço da Liberdade (Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, 1996) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Neil Jordan / Elenco: Liam Neeson, Aidan Quinn, Julia Roberts, Alan Rickman, Stephen Rea, Ian Hart, Charles Dance / Sinopse: A história de um líder político que sonhava com a liberdade da Irlanda. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Chris Menges) e Melhor Música Original (Elliot Goldenthal). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Liam Neeson) e Melhor Trilha Sonora (Elliot Goldenthal).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Fuga de Pretória

O regime racista do Apartheid na África do Sul foi um dos maiores absurdos da sociedade mundial nos últimos anos. Negros e brancos eram segregados pela própria lei. Uma atrocidade. Esse filme conta a história real do ativista Tim Jenkin (Daniel Radcliffe). Ao lado de um colega do movimento antirracista ele espalhou panfletos com textos contra o regime. Acabou sendo preso e pegou uma pena duríssima, de 12 anos de prisão. Completa injustiça. Acabou sendo enviado para a prisão federal de Pretória onde passou a cumprir pena como preso político. Entretanto jamais se conformou com o que sofreu.

Assim que chegou em Pretória começou a pensar numa maneira de fugir dali. Porém sem violência, apenas usando da sua inteligência. Logo percebeu que aquela era uma velha prisão, sem muitos mecanismos de segurança. A solução de seus problemas era relativamente simples, fazer cópias das chaves dos carcereiros. Como não tinha metal, pensou em produzir chaves de madeira dentro das celas, uma vez que tinha acesso a materiais da oficina da prisão. E assim começou a elaborar seu plano de fuga. Gostei desse filme, pois geralmente filmes com essa temática costumam ser bons. "Fuga de Pretória" certamente não decepcionará aos admiradores desse estilo de cinema.

Fuga de Pretória (Escape from Pretoria, Austrália, África do Sul, Inglaterra, Estados Unidos, 2020) Direção: Francis Annan / Roteiro: Francis Annan, L.H. Adams / Elenco: Daniel Radcliffe, Daniel Webber, Ian Hart, Mark Leonard Winter / Sinopse: O filme conta a história real do ativista Tim Jenkin (Daniel Radcliffe) e seus companheiros de prisão que planejaram uma fuga ousada e inteligente da prisão federal de Pretória, na África do Sul, durante o regime racista do Apartheid.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de junho de 2020

O Último Reino

Outra série da BBC que merece menção. A história se passa no ano de 866, na Inglaterra da Idade Média. Naqueles tempos distantes a grande ilha era dividida politicamente em vários reinos e feudos independentes, sendo a maioria deles pertencentes ao povo chamado Saxão. Viviam basicamente da terra em uma cultura de subsistência. Embora houvesse rivalidades entre os clãs, essas não eram tão sérias e graves a ponto de colocar em risco aquela civilização. As coisas começaram a mudar com a chegada dos povos vikings, vindos das terras do norte. Eram guerreiros cujo objetivo máximo era a conquista, pilhagem e domínio dos povos invadidos.

O roteiro dessa série assim acompanha a vida de Uhtred de Bebbanburg (Alexander Dreymon), o jovem filho de um Rei Saxão que é morto durante uma dessas invasões. Levado ainda criança para ser criado pelos inimigos como escravo, ele acaba se adaptando ao novo mundo, se tornando muito querido na família que o acolheu. Enquanto isso seu tio usurpa seu trono, impondo uma tirania que deseja eliminar o único herdeiro de direito ao poder, ou seja, ele mesmo. O primeiro episódio tem mais de uma hora de duração e me pareceu muito bom, embora tenha também achado um pouco expansivo demais por contar muito em um tempo relativamente curto. Para bem entender isso é interessante escrever que a história contada nesse piloto agrega mais de vinte anos na vida do protagonista.

O elenco é muito bom e dois nomes de destacam. O primeiro é o de Matthew Macfadyen, que os fãs de séries inglesas reconhecerão de imediato pois ele é bem conhecido por interpretar o inspetor Edmund Reid da série "Ripper Street". Macfadyen tem esse jeito todo próprio de trabalho que nos remete aos antigos atores britânicos, com aquela postura impecável e dicção perfeita. O segundo nome que chama a atenção no elenco é o do veterano Rutger Hauer (de "Blade Runner, o Caçador de Androides", "O Feitiço de Áquila" e tantos outros filmes conhecidos). Ele interpreta um velho monarca normando chamado Ravn, cego e incapacitado para o campo de batalha, o que o deixa em segundo plano dentro de seu clã. A lamentar apenas o fato de que esses dois atores não vão seguir na série nos próximos episódios em decorrência do que acontece com seus personagens dentro da história. De qualquer maneira deixo a dica desse "The Last Kingdom". São quatro temporadas que certamente vão agradar aos fãs de séries medievais como essa.

O Último Reino (The Last Kingdom, Inglaterra, 2015) Direção: Edward Bazalgette, Peter Hoar, entre outros / Roteiro: Stephen Butchard, Bernard Cornwell, entre outros / Elenco:Alexander Dreymon, Matthew Macfadyen, Ian Hart, Rutger Hauer / Sinopse: A série "O Ùltimo Reino" conta a história de um clã poderoso e guerreira em uma Inglaterra medieval, assolada por invasões de navios do grupo Viking, em um momento histórico de violência e barbárie.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de setembro de 2018

The Terror

Nova série da produtora AMC (uma das minhas preferidas nesse ramo). Aqui voltamos ao passado. O ano é 1847. A Marinha Real Inglesa envia dois navios para explorar o Círculo Polar Ártico. Não é uma viagem comum ou simples de realizar. A região é extremamente perigosa, não apenas pelos mares congelados, mas também pelo clima extremo a que são submetidos todos os homens da tripulação. Ambas as embarcações estão sob o comando de um capitão que almeja mais a glória da conquista e da aventura, do que propriamente em navegar com segurança. Assim ele resolve ignorar os conselhos de seu imediato, avançando rumo ao norte mesmo com a aproximação de um inverno absurdamente rigoroso.

A produção é ótima. Logo nas primeiras cenas do episódio piloto já percebemos que vem coisa por aí. Aliás boas séries são assim, elas conquistam o espectador desde o primeiro episódio, caso contrário não valem mesmo a pena. Aqui temos um roteiro inteligente, seguindo as linhas históricas com precisão. O Ártico, uma imensa massa de oceanos congelados, não forma um continente como a Antártida. Isso porém era desconhecido por esse pioneiros que acabaram se dando mal por causa das condições climáticas da região. Nem as bússolas conseguiam parar no lugar por causa do eixo magnético da Terra. Então é isso. Por enquanto só vi o primeiro episódio chamado "Go For Broke", mas já posso adiantar que a série é coisa fina. Em tempo: nessa primeira temporada são previstos dez episódios. Espero acompanhar todos eles.

The Terror (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants, Edward Berger. Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: David Kajganich, Andres Fischer-Centeno / Elenco: Jared Harris, Ciarán Hinds, Tobias Menzies, Ian Hart / Sinopse: Dois navios da Marinha Real Britânica partem rumo ao Círculo Polar Ártico para explorar a região, sem saber das imensas dificuldades que encontrarão pela frente.

Episódios Comentados:

The Terror 1.04 - Punished, as a Boy
É tudo uma questão de perspectiva. Nos três primeiros episódios fomos apresentados aos personagens, a tripulação que está em dois navios do século XIX que ousam ir até os confins do Atlântico norte. Claro que lá no fim da linha eles iriam encontrar o Ártico, um oceano que fica congelado por meses a fio. Praticamente não existe luz solar, apenas a desolação branca de um inverno que nunca chega ao fim. Nos episódios anteriores também vimos que alguns tripulantes começam a aparecer mortos. Eles seguem em expedições para procurar por um caminho, uma saída, já que os grandes naus de madeira estão presos no gelo. Aí começam os problemas. Uma criatura desconhecida começa a atacar. No começo eles pensam tratar-se de um urso polar, mas não... estão enganados! Nesse quarto episódio as coisas não estão totalmente claras, mas arriscaria dizer que se trata de um Yet, ou como é mais conhecido (pelo menos pela minha geração), um abominável homem das neves. O famoso Pé Grande. Tudo está sendo levado para esse caminho. O que deixa isso mais claro é o fato dos tripulantes afirmarem terem visto grandes, enormes pegadas no gelo, que são tão grandes que não poderiam ser a de um urso! Bom, também é interessante dizer que agora os navios contam apenas com um capitão pois o outro já foi devidamente trucidado pelo bicho. Esse episódio também é interessante porque mostra como a disciplina era mantida nessas velhas embarcações. Um marujo ousa contestar o comando e por isso é chicoteado ao estilo "Punido como um garoto", ou seja, abaixando as calças para levar chicotadas nas nádegas, até virar carne viva, puro sangue! Não era fácil mesmo ser um marinheiro nesses tempos pioneiros! / The Terror 1.04 - Punished, as a Boy (Estados Unidos, 2018) Estúdio: AMC / Direção: Edward Berger / Roteiro: Dan Simmons / Elenco: Jared Harris, Tobias Menzies, Paul Ready, Adam Nagaitis, Ian Hart, Nive Nielsen.

The Terror 1.09 - The C, the C, the Open C
A agonia dos homens, dos tripulantes, continua nesse episódio. Eles deixaram os dois navios para trás. Agora caminham pelo chão arenoso do Ártico, carregando a reboque dois barcos com mantimentos. Na espreita a criatura, que quando ataca não deixa quase ninguém vivo. Nesse episódio os roteiristas fizeram algo muito interessante, colocando lado a lado dois grupos. Um liderado pelo capitão e o outro por amotinados. Enquanto no primeiro se prima pela vida humana, com a convicção de não deixar ninguém para trás, no segundo vale a lei da selva, a sobrevivência do mais forte. Os doentes e incapazes de caminhar logo são mortos e são canibalizados. A pura barbárie. No meio do desespero surge uma esperança na figura de uma ave voando. Ora, marinheiros sabem que onde há aves, há mar, há água por perto. Isso prova que eles estão caminhando na direção certa. O problema é chegar vivo até o litoral e torcer para que uma vez lá nada esteja congelado, que haja possibilidade de colocar os barcos na água para que eles consigam fugir daquele deserto de gelo. A vida nesse lugar esquecido por Deus tem validade apenas relativa. / The Terror 1.09 - The C, the C, the Open C (Estados Unidos, 2018) Estúdio: American Movie Classics (AMC) / Direção: Tim Mielants / Roteiro: Dan Simmons, David Kajganich / Elenco: Jared Harris, Tobias Menzies, Paul Ready.

The Terror 1.10 - We Are Gone
Esse episódio encerra a temporada. Curioso que soube recentemente que haverá uma segunda temporada! Bom, provavelmente será outra história porque essa do navio encalhado no Ártico chegou realmente ao fim. Nesse final temos o Capitão Francis Crozier (Jared Harris) feito refém dos rebeldes. Esse segundo grupo que também saiu no meio da nevasca para encontrar o litoral está enlouquecendo aos poucos. Além de praticarem canibalismo eles são liderados por um louco. Assim quando a criatura os ataca, tudo vira um completo caos. O próprio tenente que está à frente do grupo resolve arrancar sua própria língua com uma faca para dar de sacrifício ao estranho animal. Por falar nesse monstro, é justamente nesse episódio que o vemos bem, em detalhes. Em toda a temporada ele surgiu meio escondido nas sombras. Agora no ataque final a turma dos efeitos digitais precisou caprichar. Ficou muito bom o resultado. Definitivamente não é apenas um urso polar como se pensava inicialmente. Por fim não fiquei muito convencido do destino final do Capitão. Como um inglês como aquele poderia se contentar em ter agora uma existência no meio daqueles povos nativos? Ficou um pouco forçada a conclusão da temporada. / The Terror 1.10 - We Are Gone (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants / Roteiro: David Kajganich / Elenco: Jared Harris, Tobias Menzies, Paul Ready.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

The Terror

Nova série da produtora AMC (uma das minhas preferidas nesse ramo). Aqui voltamos ao passado. O ano é 1847. A Marinha Real Inglesa envia dois navios para explorar o Círculo Polar Ártico. Não é uma viagem comum ou simples de realizar. A região é extremamente perigosa, não apenas pelos mares congelados, mas também pelo clima extremo a que são submetidos todos os homens da tripulação. Ambas as embarcações estão sob o comando de um capitão que almeja mais a glória da conquista e da aventura, do que propriamente em navegar com segurança. Assim ele resolve ignorar os conselhos de seu imediato, avançando rumo ao norte mesmo com a aproximação de um inverno absurdamente rigoroso.

A produção é ótima. Logo nas primeiras cenas do episódio piloto já percebemos que vem coisa por aí. Aliás boas séries são assim, elas conquistam o espectador desde o primeiro episódio, caso contrário não valem mesmo a pena. Aqui temos um roteiro inteligente, seguindo as linhas históricas com precisão. O Ártico, uma imensa massa de oceanos congelados, não forma um continente como a Antártida. Isso porém era desconhecido por esse pioneiros que acabaram se dando mal por causa das condições climáticas da região. Nem as bússolas conseguiam parar no lugar por causa do eixo magnético da Terra. Então é isso. Por enquanto só vi o primeiro episódio chamado "Go For Broke", mas já posso adiantar que a série é coisa fina. Em tempo: nessa primeira temporada são previstos dez episódios. Espero acompanhar todos eles.

The Terror (Estados Unidos, 2018) Direção: Tim Mielants, Edward Berger. Sergio Mimica-Gezzan / Roteiro: David Kajganich, Andres Fischer-Centeno / Elenco: Jared Harris, Ciarán Hinds, Tobias Menzies, Ian Hart / Sinopse: Dois navios da Marinha Real Britânica partem rumo ao Círculo Polar Ártico para explorar a região, sem saber das imensas dificuldades que encontrarão pela frente.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Título no Brasil: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Título Original: Harry Potter and the Sorcerer's Stone
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Steve Kloves, baseado na obra de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Richard Harris, Maggie Smith, Ian Hart, John Hurt
  
Sinopse:

O garoto Harry Potter (Daniel Radcliffe) acaba descobrindo que seus pais foram famosos bruxos no passado e recebe uma carta para ir estudar na escola de magia de Hogwarts. Uma vez lá vê sua vida mudar completamente ao conhecer novos amigos e colegas de classe. O que ele não esperava é que um velho inimigo de seus pais também está de volta e ao que parece, mais forte do que nunca. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Figurinos e Melhor Música (John Williams). Filme também indicado ao BAFTA Awards e vencedor do prêmio de Melhor Figurino da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Film.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme da longa e bem sucedida franquia do personagem Harry Potter no cinema. Durante anos tentou-se convencer a escritora J.K. Rowling a vender os direitos para o cinema, mas foi apenas em 2000 que ela finalmente assinou com a Warner Bros. Em troca exigiu poder de veto, ou seja, ela poderia vetar a escolha do diretor e demais membros da equipe técnica. O escolhido acabou sendo o especialista Chris Columbus, um diretor que conhecia bem o nicho infanto-juvenil. Além de ser um entendido no mercado ele também era considerado pouco autoral e até mesmo inofensivo (ou seja, não iria mudar muito a essência dos livros). Muito provavelmente por causa de todas essas características reunidas acabou caindo nas graças da autora. Assim Columbus acabou criando um filme que é a sua cara. Bonito visualmente, com excelente direção de arte, cenários deslumbrantes, efeitos especiais de bom gosto, mas também quase que completamente asséptico. 

Como se trata de um filme de apresentação, ou seja, onde todo o universo de Potter foi apresentado ao grande público pela primeira vez, até que funcionou muito bem. Como obra puramente cinematográfica porém deixa obviamente a desejar. É um filme realizado para o grande circuito comercial, para as massas, então não espere por nada que seja surpreendente ou inovador. Muito longe disso. Columbus parecia estar apenas preocupado em contar seu enredo sem pisar nos calos de absolutamente ninguém. Como um filme assim, baseado em um livro tão popular, não poderia fracassar, o gostinho que ele deixou no final é de ser um grande e longo pastel de vento. Bonito e charmoso, temos que admitir, mas mesmo assim um pastel de vento sem muito conteúdo. Outro aspecto que vale menção é que se você viu o filme há muito tempo vai acabar se surpreendendo com o elenco. Na época eles não passavam de crianças, sem muito o que fazer em cena. Da trupe a que mais se destaca ainda é a  Emma Watson, que apesar da pouca idade, já deixava claro que tinha muita personalidade. Os demais ficam restritos na categoria de "crianças fofinhas". Então é isso, "Harry Potter and the Sorcerer's Stone" é puro mainstream, embalado por uma popularidade poucas vezes vista no mercado literário. Uma fórmula que não costuma mesmo dar errado.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Os Cinco Rapazes de Liverpool

Mesmo depois de tantos anos de seu lançamento (e lá se vão 21 anos de sua estréia!) ainda considero o melhor filme já feito sobre os Beatles no cinema. O mais famoso grupo de rock da história aqui surge como um bando de jovens amigos, que ainda não sabiam direito o que fariam da vida, mas que nesse meio tempo resolveram apostar no velho sonho de fazer sucesso no mundo da música. O interessante é que nessa fase eles eram cinco e não quatro, como foram imortalizados. O roteiro assim foca na figura de Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff), o quinto Beatle, que para muitos ainda segue sendo um completo desconhecido. Grande amigo pessoal de John Lennon, ele foi incorporado aos Beatles por causa de sua amizade, embora não soubesse tocar direito nenhum instrumento. Na verdade ele sonhava ser artista plástico e se casar com sua namorada, a bela Astrid Kirchherr (Sheryl Lee), embora o destino lhe reservasse outro caminho.

A história dessa grande amizade é o foco principal dessa produção que contou ainda com uma maravilhosa trilha sonora, que procurou revitalizar o som que o grupo tinha na época, quando eles foram para a Alemanha lutar por alguns trocados, tocando em boates cavernosas e bares de strip-tease. Nunca os Beatles foram tão humanos e próximos de nós como nesse filme, um verdadeiro clássico moderno que mostra acima de tudo que é possível se fazer um grande filme sobre alguns dos maiores mitos do olimpo da música mundial. Um belo retrato de uma amizade que rompeu a barreira do tempo.

Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool (Backbeat, Inglaterra, Alemanha, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas / Elenco: Stephen Dorff, Sheryl Lee, Ian Hart. / Sinopse: O filme resgata a história dos Beatles em seus primórdios. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Musical.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os Cinco Rapazes de Liverpool

Definitivamente o melhor filme já realizado sobre as origens dos Beatles. O foco é voltado basicamente para os meses em que a banda esteve em Hamburgo se apresentando em boates de strip tease de má reputação e casas de shows de quinta categoria. Eram jovens, inexperientes mas acima de tudo corriam atrás do sonho de um dia se tornarem famosos no mundo inteiro. É justamente esse o ponto mais relevante do filme pois capta o momento da juventude dos rapazes de Liverpool quando tudo era possível e não havia limites para sonhar. O roteiro é caprichado, muito fiel do ponto de vista histórico e resgata a figura de Stuart Stutcliffe do esquecimento. Ele era o melhor amigo de John Lennon na época, um companheiro de farras que o guitarrista integrou ao grupo, mesmo não sando músico e não sabendo tocar direito nenhuma nota. De fato em Hamburgo os Fab Four eram na realidade cinco. Esse fato inusitado inclusive deu origem a um dos lemas publicitários do filme que até hoje soa bem bolado. Dizia o poster original de Backbeat: “Conheça John, Paul, George, Pete e... Stu?!” Além de Stuart outra personagem dos primórdios do grupo ganha também destaque nessa produção: a artista plástica Astrid Kirchherr (interpretada pela linda Sheryl Lee no auge de sua beleza). Astrid não era apenas a namorada de Stu mas também uma pessoa influente entre os Beatles, tanto que teve papel fundamental na mudança de visual do grupo. Saiu o estilo “Teddy Boy” com muito couro negro e entrou uma imagem mais sofisticada, com cabelos lisos de franjas – que se tornaria a marca registrada do grupo em sua primeira fase.

John Lennon é interpretado em Backbeat pelo ótimo ator Ian Hart. Sua caracterização realmente é perfeita, inclusive conseguindo reproduzir perfeitamente o timbre de voz característico de Lennon. De fato temos que admitir que todos os Beatles estão bem caracterizados em cena, exceto talvez Pete Best que surge bastante apagado dentro do roteiro (talvez porque ele logo tenha sido tirado do conjunto sendo substituído por Ringo Starr que tinha mais carisma e presença de palco). O roteiro não tem medo também em tocar em temas polêmicos como a morte de Stuart Stutcliffe. Morto precocemente na flor da idade por causa de um problema cerebral. Durante anos rolou um boato de que o próprio John Lennon teria algo a ver com seu problema de saúde. Lennon era um sujeito brigão na juventude e vivia se metendo em brigas de bar. Consta em algumas versões que foi durante uma dessas brigas de rua que Stu foi severamente ferido ao ter sua cabeça batida em um muro. Verdade ou ficção? Nunca saberemos. O que porém podemos ter certeza é que Backbeat é um ótimo retrato do grupo em seu início. É o verdadeiro Gênesis dos Beatles. Quem diria que aqueles garotos iriam se transformar no conjunto de rock mais popular da história? Coisas do destino. Assista ao filme e tente entender os caminhos que levaram os rapazes de Liverpool para esses picos da glória, da fama e do sucesso.

Os Cinco Rapazes de Liverpool (Backbeat, Estados Unidos, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas, Stephen Ward / Elenco: Stephen Dorff, Ian Hart, Sheryl Lee, Rob Spendlove, Jennifer Ehle, Gary Bakewell, Chris O'Neill, Frieda Kelly / Sinopse: O filme acompanha o começo da carreira do grupo musical The Beatles. Aqui vemos os cinco rapazes ingleses de Liverpool tentando alcançar o sucesso em Hamburgo na Alemanha.

Pablo Aluísio.