sábado, 7 de abril de 2018

Chicago

Caso raro de musical que acabou vencendo o Oscar de melhor filme do ano. Foi ao meu ver uma forma de Hollywood prestigiar um gênero cinematográfico que teve seu auge na era de ouro, mas que depois, com os anos, foi sendo abandonado pelos estúdios. O roteiro dessa bonita produção assim procurou seguir os passos dos antigos musicais da Metro, muito embora tenha também adotado um estilo que fizesse referência aos musicais atuais da Broadway. Unindo os dois mundos acabou chegando em um ponto perfeito. É de fato um show, com excelente produção, contando inclusive com um elenco afiado. O mais interessante é que apenas Catherine Zeta-Jones tinha formação de bailarina. Nem Renée Zellweger e nem muito menos Richard Gere tinham a menor base para atuar em algo assim. O curioso é que apesar disso não fizeram feio e se saíram até muito bem.

O enredo e a trama são apenas alegorias de uma chicago dos anos 30 infestada de gangsters. Mero pretexto para números musicais cada vez mais bem elaborados. O curioso é que conseguiram unir uma estorinha de crimes, assassinatos passionais, com a beleza dos musicais da velha escola. Acredito que em certos momentos ficou um pouco desfocado, essa coisa de uma mulher matar seu marido mulherengo e na cena seguinte sair dançando e cantando por aí. Mas é a tal coisa, isso é algo típico de musicais americanos, é necessário entrar no espírito desse tipo de filme. No mais penso que "Chicago" foi importante pois se tornou um verdadeiro ponto de revitalização para esse tipo de produção. Depois de seu sucesso de público e crítica vieram outros filmes contemporâneos na mesma linha, sendo um dos mais bem sucedidos o mais recente "La-La-Land".

Chicago (Chicago, Estados Unidos, 2002) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Bill Condon, Bob Fosse / Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, John C. Reilly / Sinopse: Após matar seu marido, a dançarina e cantora Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) precisa recomeçar sua vida. Ela contrata o advogado Billy Flynn (Gere) para lhe defender nos tribunais. O criminalista também está defendendo outro caso passional envolvendo a jovem starlet Roxie Hart (Renée Zellweger), o que causa um frenesi na mídia sensacionalista. Filme vencedor de seis Oscars nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Som. Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Renée Zellweger) e Melhor Ator (Richard Gere).

Pablo Aluísio. 

3 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★★
    Roteiro: ★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 8.0

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. "uma mulher matar seu marido mulherengo e na cena seguinte sair dançando" Quando estamos falando de, digamos, uma "Opera Máfia" acho que certa suspenção de descrença se faz necessária em prol do todo. É aquela estória dos musicais: todo sabe dançar muito, todo mundo sabe cantar muito, basta começar a cantar e uma orquestra maravilhosa te faz acompanhamento, etc.
    Por isso que eu não gosto muito de criticar os filmes ruins do Elvis, que eram paraticamente videoclips, afinal pelo menos ele era: O CANTOR!

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  3. Pois é, tem que gostar de musicais para apreciar esse tipo de roteiro. Acho que por isso tanta gente tem aversão a musicais em geral no cinema. No teatro (Broadway) funciona melhor.

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