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domingo, 25 de julho de 2021

Nine

Gostei desse musical. A direção foi de Rob Marshall, o mesmo cineasta que dirigiu "Chicago". Se aquele ganhou o Oscar e foi consagrado, nesse aqui teve resultados bem mais modestos. Mesmo assim se trata de um filme com classe, muito sofisticado, com ótima trilha sonora. A história conta a crise existencial e artística pela qual passa o cineasta italiano Guido Contini (Daniel Day-Lewis). No passado ele fez uma série de filmes maravilhosos, amados por todos. Só que agora ele parece ter perdido a originalidade e a criatividade para dirigir filmes. Seus últimos lançamentos foram fracassos comerciais. E agora, perto do começo das filmagens de seu novo filme, não há nada, não há script e nem um roteiro. Ele se sente completamente vazio.

O enredo de "Nine" foi claramente inspirado na vida do cineasta Federico Fellini, a tal ponto que o personagem também é chamado várias vezes de "maestro". E no meio dessa história vão surgindo os números musicais, todos ótimos em minha visão. O elenco conta com uma galeria de estrelas de Hollywood e cada uma delas tem seu próprio número musical onde dança e canta (muito bem, por sinal). A única que achei um pouco desperdiçada foi Nicole Kidman. Ela interpreta a musa dos filmes do diretor Guido. Só tem um belo número onde canta - ela tem uma voz linda - mas fora isso tem pouco espaço denrro da história. Daniel Day-Lewis tem mais espaço, obviamente. Além de seu conhecido talento como ator ele surpreende completamente ao cantar. Tem voz bonita e não desafina em nenhuma nota. Enfim, um filme bonito de se ver e também de se ouvir. Gostei de praticamente tudo.

Nine (Nine, Estados Unidos, Itália, 2009) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Michael Tolkin, Anthony Minghella, baseados no musical da Broadway "Nine" de Arthur Kopit / Elenco: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Judi Dench, Sophia Loren, Kate Hudson, Marion Cotillard / Sinopse: Diretor de cinema passa por uma crise pessoal e artística. Além de não ter nenhuma ideia para seu próximo filme ainda precisa lidar com problemas pessoais envolvendo os amores de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Penélope Cruz), melhor figurino, melhor música (Take It All) e melhor direção de arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de abril de 2019

O Retorno de Mary Poppins

A Disney tinha duas opções para trazer a personagem Mary Poppins de volta aos cinemas. A primeira seria fazer um remake do filme clássico original. A segunda seria produzir uma continuação. Acabou decidindo pela segunda alternativa. Esse novo filme da Mary Poppins é uma espécie de sequência do primeiro filme. Ela retorna, reencontra as crianças do primeiro filme (agora adultos, com problemas financeiros) e vai cuidar dos filhos deles. O clima de magia e inocência continua o mesmo. Há muitas canções (o filme poderia ser considerado um musical ao velho estilo) e cenas que misturam animação à moda antiga com atores reais. A produção é caprichada e de bom gosto, porém nada disso parece ter atraído a criançada dos dias de hoje.

O filme custou 130 milhões de dólares e mal conseguiu recuperar o investimento nas bilheterias dos cinemas. Era algo esperado. Esperar a mesma reação de uma criança atual como a das crianças da década de 1960 era algo que definitivamente não iria acontecer. Não se repetiria. As crianças atuais estão mais ligadas em tecnologia e games. Uma babá como Mary Poppins, mesmo com seus "poderes mágicos" não seria mesmo um atrativo para a gurizada.

De bom mesmo temos um ótimo elenco, mesmo que algumas estrelas tenham pouco espaço em cena. A premiada Meryl Streep interpreta uma prima de Mary Poppins, com direito a música e coreografia próprias. A maquiagem é pesada, mas o talento se sobressai. Colin Firth é o banqueiro sem alma que quer colocar as mãos numa casa hipotecada, justamente onde vivem as crianças que Mary está cuidando. O filme revela ainda o talento de Emily Blunt em musicais. Ela canta, dança e se sai muito bem no filme. Todos já sabiam que como atriz ela era realmente muito boa, acima da média, mas esses outros talentos ainda eram desconhecidos do grande público. De fato ela é uma artista completa.

O Retorno de Mary Poppins (Mary Poppins Returns, Estados Unidos, 2018) Direção: Rob Marshall / Roteiro: David Magee / Elenco: Emily Blunt, Meryl Streep, Colin Firth, Lin-Manuel Miranda, Ben Whishaw / Sinopse: A babá Mary Poppins (Blunt) retorna para rever as crianças que cuidou no passado. Elas agora são adultas, com problemas financeiros com o banco. Aos poucos ela vai tentando ajudar, enquanto cuida de novas crianças. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música Original, Melhor Canção Original ("The Place Where Lost Things Go"), Melhor Figurino e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt), Melhor Ator (Lin-Manuel Miranda) e Melhor Trilha Sonora.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de abril de 2018

Chicago

Caso raro de musical que acabou vencendo o Oscar de melhor filme do ano. Foi ao meu ver uma forma de Hollywood prestigiar um gênero cinematográfico que teve seu auge na era de ouro, mas que depois, com os anos, foi sendo abandonado pelos estúdios. O roteiro dessa bonita produção assim procurou seguir os passos dos antigos musicais da Metro, muito embora tenha também adotado um estilo que fizesse referência aos musicais atuais da Broadway. Unindo os dois mundos acabou chegando em um ponto perfeito. É de fato um show, com excelente produção, contando inclusive com um elenco afiado. O mais interessante é que apenas Catherine Zeta-Jones tinha formação de bailarina. Nem Renée Zellweger e nem muito menos Richard Gere tinham a menor base para atuar em algo assim. O curioso é que apesar disso não fizeram feio e se saíram até muito bem.

O enredo e a trama são apenas alegorias de uma chicago dos anos 30 infestada de gangsters. Mero pretexto para números musicais cada vez mais bem elaborados. O curioso é que conseguiram unir uma estorinha de crimes, assassinatos passionais, com a beleza dos musicais da velha escola. Acredito que em certos momentos ficou um pouco desfocado, essa coisa de uma mulher matar seu marido mulherengo e na cena seguinte sair dançando e cantando por aí. Mas é a tal coisa, isso é algo típico de musicais americanos, é necessário entrar no espírito desse tipo de filme. No mais penso que "Chicago" foi importante pois se tornou um verdadeiro ponto de revitalização para esse tipo de produção. Depois de seu sucesso de público e crítica vieram outros filmes contemporâneos na mesma linha, sendo um dos mais bem sucedidos o mais recente "La-La-Land".

Chicago (Chicago, Estados Unidos, 2002) Direção: Rob Marshall / Roteiro: Bill Condon, Bob Fosse / Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, John C. Reilly / Sinopse: Após matar seu marido, a dançarina e cantora Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) precisa recomeçar sua vida. Ela contrata o advogado Billy Flynn (Gere) para lhe defender nos tribunais. O criminalista também está defendendo outro caso passional envolvendo a jovem starlet Roxie Hart (Renée Zellweger), o que causa um frenesi na mídia sensacionalista. Filme vencedor de seis Oscars nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Edição e Melhor Som. Também vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Renée Zellweger) e Melhor Ator (Richard Gere).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Caminhos da Floresta

Não parece, mas "Into the Woods" é um musical da Disney adaptado do texto original escrito por James Lapine (que chegou até mesmo a dirigir uma comédia com Michael J. Fox na década de 90 chamada "Um Talento Muito Especial"). A premissa básica é reunir em uma só história quatro contos infantis bem conhecidos: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, João e o Pé de Feijão e Cinderela. Imagine colocar juntos todos os personagens desses famosos contos de fadas, reunindo todos eles em um só enredo. Depois adicionar uma grande atriz como Meryl Streep como uma bruxa da floresta que jogou uma maldição em um casal e pronto, está feito o roteiro. Como se trata de um musical obviamente há muitos números de canto. Por isso praticamente todo o elenco canta em algum momento do filme, até mesmo atores e atrizes que nunca fizeram isso em cena em outros filmes. De todos eles a que se sai melhor é realmente Meryl Streep. Ela já havia soltado a voz em "Mamma Mia!" e conforme deixou claro em várias entrevistas adora cantar sempre que a oportunidade surge em sua carreira. Claro que o que ouvimos durante as cenas não é o resultado de um tom natural, muitas vezes os atores vão para o estúdio e cantam praticamente o dia inteiro tentando acertar alguma nota musical. Depois com a tecnologia que os estúdios de gravação dispõem atualmente tudo é montado para parecer que a performance de todos eles é impecável. Mesmo sendo fruto de muitos programas de áudio não podemos deixar de elogiar pelo menos a coragem desses profissionais em se expor assim, em algo que nunca foi necessariamente seu ponto forte. Até Johnny Depp dá seu pequeno show como o Lobo Mau na floresta esperando pela Chapeuzinho Vermelho, o que origina um dos momentos mais divertidos do filme.

Já voltando ao roteiro eu devo dizer que nem sempre o resultado de reunir tantas histórias diferentes em uma só me deixou muito satisfeito. A verdade é que o roteiro tem uma característica que me incomodou um pouco. Ele nunca mostra o principal de cada conto de fadas. Assim, por exemplo, você não verá João entrando na casa do gigante após escalar o pé de feijão. Ela já surge depois, fugindo com as moedas e o ovo de ouro que roubou. Uma criança que ainda não conheça os contos de fadas ficará um pouco perdida. Eu considerei isso um erro e tanto por parte do roteirista pois ele presume que cada criança que vá ao cinema ver esse filme já saiba de antemão tudo o que acontece nos contos de fadas que deram origem ao filme. O mesmo vale para todos os demais personagens. Cinderela só aparece fugindo do príncipe depois do baile, sem explicar o que ela estaria fazendo lá, como chegou até a festa, etc. Rapunzel também é pouco explorada e Chapeuzinho Vermelho é só uma garotinha gulosa e mão leve para doces. Para a mente de uma criança de sete anos ou com menos idade tudo vai soar confuso e disperso. Mesmo assim ainda vale a pena conhecer o filme. É uma boa diversão, tem músicas bem escritas e um clima de fantasia que ajuda a digerir a produção. Não é impecável, mas diverte.

Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos, 2014) Direção: Rob Marshall / Roteiro: James Lapine / Elenco: Meryl Streep, Johnny Depp, Emily Blunt, Anna Kendrick, James Corden, Billy Magnussen, Chris Pine / Sinopse: Uma feiticeira da floresta (Streep) coloca uma maldição em um casal para que eles não tenham filhos. Para quebrar o feitiço ela exige que eles consigam quatro objetos preciosos: a capa da Chapeuzinho Vermelho, a vaca de João dos pés de feijão, o sapatinho de Cinderela e os cabelos de Rapunzel. Só com isso em mãos a bruxa deixará que o jovem casal seja feliz e tenha seu tão sonhado filho. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep), Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Design de Produção. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical, Melhor Atriz (Emily Blunt) e Melhor Atriz Coadjuvante (Meryl Streep).

Pablo Aluísio.