domingo, 16 de abril de 2017

8mm - Oito Milímetros

Título no Brasil: 8mm - Oito Milímetros
Título Original: 8MM
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Andrew Kevin Walker
Elenco: Nicolas Cage, Joaquin Phoenix, James Gandolfini
  
Sinopse:
O detetive particular Tom Welles (Nicolas Cage) é contratado por uma rica senhora, agora viúva, que descobriu um material perturbador no cofre do marido falecido. É um filme e ao que tudo indica ele traz cenas reais de um assassinato. Ela quer descobrir a origem e a veracidade das filmagens. Cabe a Welles agora investigar, indo para o submundo da pornografia e criminalidade da cidade. Filme indicado ao Urso de Ouro do Berlin International Film Festival.

Comentários:
O cineasta Joel Schumacher sempre foi conhecido pela irregularidade em sua filmografia. Ele tanto conseguiu dirigir bons filmes, como verdadeiras bombas ao longo de sua carreira. Esse aqui fica no meio termo. Na verdade pode-se considerar até um bom filme, principalmente por explorar um tema bem complicado, o submundo dos chamados "snuff films", filmes trazendo imagens reais de crimes como assassinatos, estupros, etc. Algo direcionado mais para um público bem doentio. Ao ser contratado por uma viúva rica ele cai fundo no pior submundo de Los Angeles e lá descobre todos os tipos de perversões e taras sexuais. Além do bom roteiro outro aspecto que chama a atenção nessa produção é o elenco de apoio. Não é para menos, temos aqui um ótimo Joaquin Phoenix, em um papel bem estranho e fora dos padrões e James Gandolfini, da série de sucesso "Família Soprano" como um sujeito bem desprezível. Em suma, " 8mm - Oito Milímetros" é um bizarro passeio pelo submundo da alma humana, algo que acaba destruindo até mesmo a vida familiar e profissional do detetive, protagonista da fita. Entre os vários filmes de Joel Schumacher esse é certamente um dos que valem a pena ser conhecidos, embora não seja indicado para pessoas de estômagos fracos.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de abril de 2017

Vivendo no Limite

Título no Brasil: Vivendo no Limite
Título Original: Bringing Out the Dead
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: Nicolas Cage, Patricia Arquette, John Goodman, Ving Rhames, Tom Sizemore, Marc Anthony
  
Sinopse:
Baseado no livro escrito por Joe Connelly, o filme conta a história de Frank Pierce (Nicolas Cage), um paramédico que começa a perder sua sanidade durante intensos e prolongados plantões noturnos trabalhando em uma ambulância pelas ruas mais pobres de Nova Iorque. Em pouco tempo começa a ter alucinações com pacientes que tentou salvar, mas que morreram sob seus cuidados. Filme indicado ao Florida Film Critics Circle Awards.

Comentários:
Esse é um dos filmes mais diferentes de Martin Scorsese. Durante anos o diretor teve problemas com cocaína, assim ele resolveu imprimir um ritmo alucinado ao seu filme, com um roteiro completamente insano, mostrando a rotina de um paramédico literalmente vivendo no limite (em caso raro de título nacional bem adequado). Hoje em dia o filme é pouco lembrado, mesmo para os admiradores do cinema de Scorsese. O filme fez pouco sucesso, para o estúdio foi um fracasso de bilheteria, mas mesmo assim teve boa recepção por parte da crítica. Certamente não é dos mais brilhantes trabalhos do cineasta, que aqui procurou por um roteiro mais convencional, embora inove na forma como ele mostra a estória do protagonista de uma maneira em geral. Nicolas Cage está bem no papel, principalmente por explorar um personagem na tênue linha entre a loucura e a sanidade. Com os olhos esbugalhadas, cara de quem não está entendendo muito o que está acontecendo ao redor, ele conseguiu atuar muito bem. No geral é um filme na média, o que se tratando de Martin Scorsese acaba sendo muito pouco.

Pablo Aluísio.

Atomica

Título no Brasil: Atomica
Título Original: Deep Burial
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Lifeboat Productions
Direção: Dagen Merrill
Roteiro: Kevin Burke, Federico Fernandez-Armesto
Elenco: Tom Sizemore, Sarah Habel, Dominic Monaghan, Phil Austin, Tony Doupe, Hahn Cho
  
Sinopse:
Após um desastre nuclear de proporções globais, uma empresa americana instala estações de descontaminações nas chamadas zonas vermelhas (onde a radiação nuclear se torna mortal para qualquer ser humano). Após uma dessas estações apresentar problemas de comunicação com a base, uma engenheira é enviada para descobrir o que estaria acontecendo lá. Acaba descobrindo algo bem sinistro naquelas instalações.

Comentários:
Essa ficção "Deep Burial" explora não o espaço, mas sim o nosso próprio planeta, devastado em um futuro de contaminação radiotiva. Basicamente o roteiro explora apenas três personagens, todos eles isolados em uma estação remota de descontaminação nuclear do ambiente. A protagonista é uma jovem engenheira chamada Abby (Sarah Habel). Inexperiente, ela chega na estação e encontra apenas um zelador, Robinson (Dominic Monaghan). O engenheiro da estação Dr. Zek (Tom Sizemore) está desaparecido. Após alguns dias, tentando recuperar o sistema de comunicação daquela estação, Abby consegue localizar Zek, no meio da zona vermelha, prestes a morrer. Ela o traz de volta e então cria-se uma situação de tensão. O engenheiro afirma que o zelador não é quem diz ser, mas sim um terrorista. Já Robinson diz que está falando a verdade e que Zek enlouqueceu ao ser exposto à radiação, se tornando um psicótico. Quem afinal estaria falando a verdade? O roteiro se baseia justamente nessa dúvida até o fim, até a última cena. Os efeitos especiais são apenas medianos. Toda a trama se passa dentro da estação, então temos quase um teatro filmado. Três personagens, sendo que um deles está dizendo a verdade, enquanto o outro é um psicopata pronto para tudo. O veterano Tom Sizemore segura a onda no quesito atuação já que a jovem atriz Sarah Habel é bem fraca. Melhor se sai Dominic Monaghan com seu personagem, que tanto pode ser um zelador falando a pura verdade, como um psicótico terrorista perigoso. Assista para conferir e descobrir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

As Vantagens de Ser Invísivel

Título no Brasil: As Vantagens de Ser Invísivel
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky
Elenco: Emma Watson, Nina Dobrev, Logan Lerman, Paul Rudd
  
Sinopse:
Durante os anos 80 o introvertido Charlie (Logan Lerman) chega em um novo colégio. Como novato ele sente dificuldades em se enturmar para fazer novas amizades. A salvação vem com dois alunos que parecem fora do comum, mas logo se mostram bem colegas dele. Ela se chama Sam (Emma Watson) e ele Patrick (Ezra Miller). Juntos acabam formando um grupinho de amigos para atravessar essa fase tão complicada da vida chamada adolescência. 

Comentários:
Filmes sobre adolescentes americanos sempre são problemáticos. Ou são comédias debiloides ou então fitas de pura vulgaridade, pura desculpa para mostrar jovens seminuas e muita nudez gratuita. Só na década de 1980 é que surgiram bons filmes no gênero, justamente aqueles assinados pelo mestre John Hughes. Talvez por essa razão o enredo de "The Perks of Being a Wallflower" se passe justamente nesse momento histórico. O diretor obviamente busca uma identificação com aqueles filmes. Cada um dos personagens procura retratar jovens reais e não caricatos, como já estamos acostumados a ver. O drama de Charlie talvez seja o mais complicado de superar. Além da timidez e da falta de jeito com as garotas ele ainda tem que superar uma série de sintomas que podem indicar o surgimento de algum tipo de problema mental. Para Patrick a situação é ainda mais delicada já que ele é gay e namora às escondidas o principal atleta da escola. Se descobrirem certamente ele passará por uma situação extremamente comprometedora - isso para não dizer perigosa. O diretor e roteirista Stephen Chbosky realizou um bom filme, honesto e correto dentro de suas possibilidades. Além disso traz a cultuada (pelo menos entre os adolescentes) Emma Watson, aqui tentando se livrar um pouco do estigma de ter sido uma das protagonistas da franquia Harry Potter.

Pablo Aluísio.

Punho de Ferro

Título no Brasil: Punho de Ferro
Título Original: Iron Fist
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Television
Direção: John Dahl, Farren Blackburn
Roteiro: Gil Kane, Roy Thomas, Scott Buck
Elenco: Finn Jones, Jessica Henwick, Jessica Stroup, Tom Pelphrey, David Wenham, Wai Ching Ho
  
Sinopse:
Após ser dado como morto, desaparecido por anos, Danny Rand (Finn Jones) volta para Nova Iorque, para descobrir o que aconteceu com a empresa que um dia pertenceu ao seu pai. Ele reencontra pessoas de seu passado, mas todas elas se recusam a acreditar que ele é de fato o garoto Danny, que supostamente teria morrido de um acidente aéreo, junto de seus pais, há muitos anos! Agora Danny precisará provar sua verdadeira identidade, ao mesmo tempo em que tenta sobreviver aos atentados de todos aqueles que desejam sua morte.

Comentários:
Nova série da Marvel que está sendo exibida pelo Netflix. É a tal coisa, nunca tivemos uma onda tão grande de adaptação dos quadrinhos como agora. Primeiro no cinema e agora no mundo das séries. Esse "Iron Fist" na verdade faz parte de um pacote maior de adaptações de personagens secundários do universo Marvel. São heróis que muito provavelmente não teriam a popularidade necessária para estrelar uma super produção de Hollywood, assim eles foram parar nas séries. "Punho de Ferro" foi criado para aproveitar a onda de filmes de artes marciais durante os anos 60. Sua influência vem dos filmes com o mito Bruce Lee. Embora seja um personagem com longa bagagem, ele nunca foi muito popular, nem nos Estados Unidos. É um daqueles heróis criados pela Marvel que ficaram pelo meio do caminho. Ele chegou a ter sua própria revista, que depois foi cancelada. Nessa série tenta-se contar as origens do herói. Danny Rand (Finn Jones) passou anos no oriente, onde se tornou um mestre em artes marciais. De volta aos Estados Unidos ele é tratado quase como um morador de rua, pois se veste de forma simples, com roupas surradas, sem calçados. 

Ele é o verdadeiro herdeiro de uma grande corporação, por isso há muitos interesses em eliminá-lo, já que há muitos anos ele foi dado como morto. Os fãs de quadrinhos andam reclamando dessa adaptação (o que não é novidade pois eles sempre reclamam). Muitos afirmam que a série (que em sua primeira temporada apresenta 13 episódios) não tem uma boa produção. Reclamam ainda que os episódios enrolam demais, nunca chegando em lugar nenhum. A pior crítica porém vem das cenas de ação. Há quem afirme que as cenas com lutas marciais são decepcionantes, o que em termos de "Punho de Ferro" é um problema e tanto. De minha parte não penso dessa forma. Acabei gostando do episódio piloto. Sim, as coisas acontecem no seu devido tempo, mas isso nem sempre é um defeito de roteiro. Provavelmente o ritmo esteja lento demais para quem acompanha quadrinhos, porém para séries não vi maiores problemas. Muitos vezes os roteiristas precisam apresentar o herói para o público que não o conhece dos gibis. Isso leva tempo. Por isso deixo aqui o benefício da dúvida, pois com o tempo todos esses problemas podem ser superados. É esperar para ver.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cinquenta Tons Mais Escuros

Depois que esse filme acabou fiquei com aquela sensação de que ele foi bem mais leve e convencional do que o primeiro. Claro que as mentes de muitas mulheres que são loucas por esses livros da autora E.L. James ainda precisam ser estudadas (como alguém pode amar um protagonista que espanca as mulheres e as chamam de submissas?), mas de um modo em geral achei a trama desse segundo filme bem mais sensata e equilibrada. Não há tanta violência e nem absurdos como vimos na primeira estória. O bilionário Christian Grey (Jamie Dornan) continua um doente que adora misturar prazer sexual com violência física, porém nesse segundo livro a autora o suavizou bastante, talvez por causa das inúmeras críticas que recebeu. Ele ainda gosta de dar uns tapas na namorada Anastasia Steele (Dakota Johnson), mas sem tortura e sadismo. O sujeito aliás está mais romântico, parece ter mais sentimentos e até pensa em casamento! Os tempos mudaram mesmo...

E é justamente por ter pegado mais leve que essa continuação funciona melhor. O romance do casal parece ser mais normal, sem insanidades violentas exageradas e inoportunas. Grey ainda tem muito a esconder da namorada, mas tirando seu passado traumático de lado ele surge como um namorado mais normal, diria até convencional. Claro que suas demonstrações de riqueza ainda pipocam aqui e acolá (parecendo que as mulheres, apesar de todos os avanços, ainda possuem um fetiche por homens ricos e poderosos). Darwin explicaria. Mesmo assim, com esse revés (que tem grande fundo de verdade no mundo real), o fato é que a trama é bem mais fluída, redonda e funcional. Ainda continua sendo um filme feito e direcionado essencialmente para o público feminino. Para os homens pode até vir a funcionar se você tiver um pouquinho de paciência. Muitos vão achar alguns momentos piegas demais (e realmente são), porém como é uma estória de transição as coisas ainda vão se encaixando para serem solucionadas na terceira parte da franquia, no já anunciado "Cinquenta Tons de Liberdade", com previsão de chegar nos cinemas em 2018 ou 2019. Assim temos que ter, como já escrevi, um pouco da paciência para assistir tudo. No final das contas não aborrece e nem chateia. Apenas serve como passatempo.

Cinquenta Tons Mais Escuros (Fifty Shades Darker, Estados Unidos, 2017) Direção: James Foley / Roteiro: Niall Leonard / Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Kim Basinger, Eric Johnson, Marcia Gay Harden, / Sinopse: Após as experiências traumáticas vistas no primeiro filme a jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson) resolve dar uma nova chance para o bilionário Christian Grey (Jamie Dornan). Ele parece mais equilibrado e sensato, mas será que uma volta aos seus braços realmente daria certo?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Dinheiro Sujo

O filme começa mostrando a rotina dessa jovem mãe chamada Chloe (Alice Eve, muito bonita). Ela cria a filha sozinha, no limite do possível, trabalhando e morando em um motel de beira de estrada. A curadora da infância está no pé dela pois aquele definitivamente não é um ambiente para se criar uma garotinha. O problema é que Chloe não tem dinheiro para alugar uma casa ou um apartamento em outro lugar. A vida é dura. A maioria dos que frequentam o motel são prostitutas e seus clientes, o que significa que de vez em quando há confusões e brigas dentro dos apartamentos. Uma noite chega para se hospedar um estranho sujeito conhecido como Topo (Bryan Cranston), um homem de poucas palavras. Ele parece ter problemas de visão, porém não deixa o jeito misterioso de ser. Ele se hospeda em um dos quartos. Seu parceiro aluga outro, mas acaba no meio de uma enorme confusão com uma garota de programa.

Topo e seu partner são criminosos que precisam levar um "pacote" para uma quadrilha, só que na confusão com a garota que o sujeito levou para o quarto tudo se complica. Ele é esfaqueado, a garota morre com um tiro no peito e a polícia chega. Topo precisa sair dali para continuar sua tarefa, mas a polícia acaba levando o carro apreendido, com toda a grana dentro. A pobre Chloe acaba assim no meio do caos, ao ser levada como refém. Tanta coisa assim acontece apenas nos trinta minutos iniciais de filme, depois começa um jogo mortal em busca do dinheiro que Topo precisa entregar para sua quadrilha, com direito a mortes, acerto de contas e traições. Gostei bastante desse thriller policial, principalmente pelo roteiro eficiente que nunca deixa o ritmo cair. Há sempre uma situação de tensão no ar e a duração certa do filme (com pouco mais de 80 minutos) prende a atenção do espectador, do começo ao fim, sem momentos de tédio ou aborrecimento. Como não poderia deixar de ser o grande destaque no elenco vai para Bryan Cranston, o Walter White de "Breaking Bad". Ele interpreta esse criminoso frio que está ficando quase que completamente cego. Mesmo assim ele precisa entregar o "pacote" para o filho do chefão da quadrilha onde presta "serviços". Outro destaque vai para a gatinha Alice Eve, que mais parece a irmã mais velha de Sarah Jones. Sua personagem, uma sofrida mãe que cria a filha sozinha, não é tão inocente e frágil como se pensa. Então é isso, um bom filme policial onde todos estão do lado errado da lei. Vale conferir.

Dinheiro Sujo (Cold Comes the Night, Estados Unidos, 2013) Direção: Tze Chu / Roteiro: Tze Chun, Oz Perkins / Elenco: Bryan Cranston, Alice Eve, Ursula Parker, Logan Marshall-Green  / Sinopse: Chloe (Eve), a funcionária de um motel, cai nas mãos de um perigoso criminoso, Topo (Cranston), que precisa recuperar o dinheiro de sua quadrilha após a polícia levar o carro onde estava todo a grana dos criminosos que ele deveria entregar.

Pablo Aluísio.

O Atirador

Série: O Atirador
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Simon Cellan Jones, entre outros
Roteiro: John Hlavin, Simon Cellan Jones, entre outros
Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten, Cynthia Addai-Robinson, Eddie McClintock, Omar Epps, David Marciano
  
Episódios Comentados:

Shooter 1.01 - Point of Impact 
A série acompanha a história do veterano de guerra Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe). Durante a invasão americana no Iraque (operação Tempestade do Deserto) ele se tornou um exímio franco atirador dos Marines. Agora está longe da carreira militar, curtindo a vida ao lado da mulher e sua pequena filha, uma garotinha de oito anos. Para não perder a mira faz incursões na floresta, procurando manter a prática dos tempos em que era um fuzileiro naval. Sua paz e tranquilidade são quebradas quando ele é procurado por um agente da CIA, um sujeito que tem a responsabilidade de manter a segurança do presidente dos Estados Unidos.

Há pouco a agência de inteligência detectou a presença de um sniper estrangeiro dentro do país e todos temem pela vida do líder na nação. Durante sua campanha militar Bob Lee enfrentou esse mesmo atirador, aliás foi ferido por ele. Por isso se torna a pessoa ideal para enfrentá-lo. Essa é basicamente a premissa da série. Confesso que gostei desse primeiro episódio, embora tenha algumas críticas sobre o ritmo do roteiro, que muitas vezes me pareceu apressado demais, tentando fisgar o espectador de todo jeito. Mesmo com esse problema até que me diverti. A série é produzida pelo ator Mark Wahlberg que também interpretou um sniper das forças armadas no cinema. Acredito que promete, acima de tudo, uma vez que uma segunda temporada já está em produção para exibição no mercado americano. Pelo visto o público de lá gostou bastante. Enfim, vale a pena acompanhar.

Shooter 1.03 - Musa Qala  
No episódio anterior o sniper (atirador de elite) Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe) conseguiu escapar da prisão. E nem precisa esclarecer que todos querem pegá-lo, desde o FBI, passando pela CIA e pela agência de segurança nacional. Se torna imperioso para todos eles colocarem as mãos em Bob Lee. Porém como ele é treinado para desaparecer no meio da multidão isso vai ficando cada vez mais complicado. Uma possibilidade é forjar a própria morte, algo que ele faz assim que possível. Ele se deixa filmar em um mercadinho de conveniência e depois seu paradeiro numa cabana na floresta é localizado. Tudo fachada. Ele cria um ambiente onde sua morte é praticamente confirmada. O que o bem treinado atirador porém deseja é justamente isso, que todos pensem que ele está morto. Enquanto isso contando com a ajuda da agente Memphis ele pretende provar sua inocência, ao mesmo tempo em que localiza os responsáveis por tudo o que aconteceu. / Shooter 1.03 - Musa Qala (Estados Unidos, 2016) Direção: Roxann Dawson / Roteiro: John Hlavin, Adam Fierro / Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten.

Shooter 1.04 - Overwatch  
Muito bom esse episódio. Bob Lee Swagger (Ryan Phillippe) forjou sua morte no episódio anterior e isso lhe traz uma certa liberdade em seu raio de ação. O roteiro então bifurca o enredo do episódio. Mostrando a atualidade, onde Bob Lee procura se aliar a uma agente do FBI para ter uma fonte no governo e o passado, quando somos levados até uma operação no Afeganistão. Bob Lee está em uma missão complicada, quando um grupo dos marines entram em um vilarejo onde está um procurado líder terrorista. Inicialmente todos pensam em contar com a colaboração dos moradores, mas essa premissa logo se mostra frágil quando todos são emboscados, desarmados e ficam à mercê dos terroristas. Apenas um tiro certeiro dado por Bob Lee pode contrabalancear as forças. Nesse episódio também se vai desvendando a participação da CIA em tudo o que está acontecendo. E essa interferência da agência de inteligência do governo americano começou há muito tempo atrás. / Shooter 1.04 - Overwatch (Estados Unidos, 2016) Direção: Cellan Jones / Roteiro: John Hlavin, T.J. Brady / Elenco: Ryan Phillippe, Shantel VanSanten, Cynthia Addai-Robinson.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Bruxa de Blair

Título no Brasil: Bruxa de Blair
Título Original: Blair Witch
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Adam Wingard
Roteiro: Simon Barrett
Elenco: James Allen McCune, Callie Hernandez, Corbin Reid, Brandon Scott, Wes Robinson, Valorie Curry
  
Sinopse:
Um grupo de jovens decide viajar até a cidade de Burkittsville para adentrar na sombria floresta de Black Hills Forest. A irmã de um dos jovens desapareceu nesse mesmo lugar há muitos anos e ele precisa descobrir o que aconteceu a ela. Há a velha lenda de uma bruxa que havia sido morta na região, mas ele definitivamente não acredita em nada disso. Portando aparelhos de gravação de última geração ele pretende localizar a garota desaparecida, ao mesmo tempo em que tem a intenção de desmistificar tudo da velha lenda local.

Comentários:
Muita gente andou pensando que esse seria um remake do primeiro filme "A Bruxa de Blair", mas não! Esse filme não é um remake, mas sim uma espécie de continuação. Seu nome correto deveria ser "A Bruxa de Blair III", pois é uma continuação da estória dos filmes anteriores, porém por motivos comerciais os produtores não quiseram seguir por esse caminho. O filme segue basicamente o mesmo estilo da produção original, ou seja, vários jovens com câmeras na mão, filmando tudo o que lhes acontece dentro da floresta onde supostamente vive uma bruxa amaldiçoada. No geral não é um filme muito assustador. O impacto do primeiro filme há muito passou, dessa maneira o que temos aqui é mais um genérico do estilo mockumentary. As situações não são particularmente originais, nem bem boladas e nem muito menos assustadoras. A tal bruxa novamente fica à espreita e quase nunca aparece frontalmente. Aqui ainda usaram um pouco de computação gráfica para mostrá-la em momentos breves, mas a tal criatura, a bruxa, não consegue ser nem muito aterrorizante. O filme assim só tem um mérito: é melhor filmado do que o primeiro, com enquadramentos melhores e imagem melhor. Fora isso, nada de muito importante. É uma continuação que tenta ser diferente, mas que no final apenas repete o primeiro filme. Em suma, mais do mesmo, sem muitas novidades.

Pablo Aluísio.

Bellevue

Série: Bellevue 
Ano de Produção: 2017
País: Canadá
Estúdio: Canadian Broadcasting Corporation (CBC)
Direção: Adrienne Mitchell, entre outros
Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell
Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan, Sharon Taylor, Patrick Labbé, Vincent Leclerc
  
Episódios Comentados:

Bellevue 1.01 - Pilot
Uma nova série que assisti recentemente o episódio piloto foi Bellevue. Essa série é estrelada pela atriz Anna Paquin, que interpretava a personagem Sookie Stackhouse de "True Blood". Com o cancelamento daquela série em 2014, ela agora finalmente volta ao mundo das séries nesse novo programa. A estória se passa em uma pequena cidade chamada Bellevue. É lá que mora a policial Annie Ryder (Paquin). O lugar é pacato, remoto e como era de se esperar, sem crimes. Os policiais possuem uma rotina quase tediosa, sem ter muito o que fazer. As coisas porém mudam quando um jovem rapaz desaparece. Ele é um conhecido atleta da escola, um dos melhores jogadores de Hockey. Todos da cidade ficam alarmados com seu sumiço, já que ele era um garoto muito promissor. O caso então vai parar nas mãos da oficial Annie. Ela então começa a investigar. O interessante é que o adolescente, que parecia ser um modelo para os outros rapazes de sua idade, escondia alguns segredos. Na verdade tudo indicava que ele era gay, gostava de se vestir de mulher escondido, quando estava sozinho e parecia ter intenção de se tornar um travesti. Assim começam a surgir no horizonte indícios de um crime de ódio, de homofobia. Para completar o quadro ainda parece haver muitas ligações com uma velha igreja abandonada na região. Enfim, avaliar uma série apenas por seu episódio piloto pode ser bem precipitado. No quadro geral até gostei, mas senti que o programa não foge muito do padrão mediano de séries policiais da TV que são produzidos lá fora. Nada de muito impactante, nem inovador. / Bellevue 1.01 - Pilot (Canadá, 2017) Direção: Adrienne Mitchell / Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell / Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan, Sharon Taylor, Patrick Labbé, Vincent Leclerc

Bellevue 1.02 - He's Back
Essa série explora homossexualismo juvenil, homofobia e assassinato. O primeiro episódio rodou em torno do desaparecimento de um jovem, um jogador do time da escola que às escondidas gostava de se vestir de mulher. Um garoto que desejava ser travesti, enfim. A detetive Annie Ryder (Anna Paquin) pega o caso e como era de se esperar procura por informações com as pessoas que eram suas amigas na escola, etc. Bingo! Acaba descobrindo mesmo o que aconteceu, mesmo que nem todas as versões batam entre si. Basicamente é a velha história: garoto com tendências gays, sofre com sua opção sexual, virando alvo dos jovens de sua idade. Alguns querem encher ele de porrada, enquanto outros tentam convencer ele a passar por um tratamento de reversão do homossexualismo (seja lá o que isso signifique!). A policial encontra pistas interessantes, como pequenos pedaços de pele numa cerca elétrica. O pior vem na cena final do episódio quando finalmente Annie encontra um corpo boiando em um lago, dentro de uma floresta. Pode ser ou não o garoto desaparecido. A resposta virá (assim espero) no próximo episódio. / Bellevue 1.02 - He's Back (Estados Unidos, 2017) Direção: Adrienne Mitchell / Roteiro: Jane Maggs, Adrienne Mitchell / Elenco: Anna Paquin, Shawn Doyle, Billy MacLellan.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ouro e Cobiça

Após a morte de seu pai, Kenny Wells (Matthew McConaughey) herda a companhia mineradora dele. As coisas porém vão de mal a pior. Em pouco tempo a empresa entra em uma situação tão ruim que praticamente fica à beira da falência. Desesperado para salvá-la, Wells resolve ir até a distante Indonésia para uma cartada final. Ele vende seus últimos bens e investe em uma suposta mina de ouro situada no meio da floresta. Seu parceiro Michael Acosta (Edgar Ramírez) acredita saber onde o ouro está. Assim Wells sai em busca de investidores que queiram financiar aquele ousado projeto, só que as coisas não vão sair exatamente como eles planejaram. O poster desse filme vai enganar muita gente. Nele vemos o ator Matthew McConaughey olhando para uma floresta fechada, certamente procurando por seu Eldorado pessoal. Isso pode levar alguns a acreditarem que vão assistir a um filme de aventuras na selva, do tipo Indiana Jones. Ledo engano. Na verdade o que temos aqui é um drama baseado em fatos reais. A história verdadeira de um empresário do ramo de mineração que investiu seus últimos centavos no sonho meio louco de encontrar uma enorme mina de ouro nos confins das selvas da Indonésia.

Confiando numa teoria não muito confiável chamada "anel de fogo" ele parte para uma expedição alucinada ao lado de seu parceiro, um especialista chamado Michael Acosta. Para levantar fundos ele vai até a bolsa de valores de Nova Iorque em busca de investidores e assim começa uma insana captação de recursos em um empreendimento que ficou famoso não exatamente por suas descobertas de grandes jazidas de ouro. O roteiro explora muito bem essa falta de controle no mercado de valores das principais bolsas dos Estados Unidos. Basta uma conversa mais ou menos crível para que uma chuva de dinheiro venha a surgir no horizonte. O que era apenas uma aposta em uma suposta mina existente na selva logo se torna uma ciranda financeira sem controle nenhum. Matthew McConaughey se empenhou em sua atuação. Ele está gordo, careca e com dentição ruim, tudo para se parecer com o Kenny Wells da vida real. Ele provavelmente estava apostando em uma indicação ao Oscar ou ao Globo de Ouro, só que isso não se concretizou. O filme acabou sendo indicado apenas ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("Gold" de Iggy Pop). O filme de um modo em geral me agradou bastante. Não era bem o que eu estava esperando, mas certamente funcionou dentro de sua proposta inicial. No fundo é um tratado sobre a cobiça sem limites do ser humano.

Ouro e Cobiça (Gold, Estados Unidos, 2017) Direção: Stephen Gaghan / Roteiro: Patrick Massett, John Zinman / Elenco: Matthew McConaughey, Edgar Ramírez, Bryce Dallas Howard, Corey Stoll, Toby Kebbell, Bill Camp / Sinopse: O filme mostra a história de um norte-americano que parte em uma aventura de exploração e busca ao ouro numa floresta tropical inóspita.

Pablo Aluísio.

Criminosos e Anjos

Título no Brasil: Criminosos e Anjos
Título Original: Outlaws and Angels
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Burnt Pictures
Direção: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Chad Michael Murray, Francesca Eastwood, Luke Wilson, Frances Fisher, Teri Polo, Madisen Beaty
  
Sinopse:
Uma quadrilha de ladrões de bancos foge após mais um assalto. Dois dos criminosos são baleados e mortos e imediatamente começa uma perseguição envolvendo homens da lei e caçadores de recompensas. Para fugir do cerco a quadrilha resolve tomar uma direção perigosa, indo pelo lado mais hostil do deserto. Com os cavalos mortos, sedentos de fome e sede, eles finalmente chegam em uma pequena fazenda, onde resolvem tomar de reféns toda a família que mora lá. Agora todos vão tentar sobreviver naquela armadilha mortal.

Comentários:
Muito bom esse western que tem em seu elenco a jovem atriz Francesca Eastwood. Pelo sobrenome famoso já deu para perceber seu parentesco. Ela é filha do mito Clint Eastwood e da atriz Frances Fisher. Ela interpreta a filha rebelde do fazendeiro que de repente se vê cercado pela quadrilha fugitiva. Eles fazem suas filhas e sua esposa de reféns, criando uma grande tensão. Curiosamente a personagem de Francesca Eastwood chamada Florence Tildon acaba se apaixonando pelo líder do bando de ladrões, Henry (Chad Michael Murray, com uma enorme cicatriz no rosto). Isso cria um clima de terror dentro da fazenda pois ela parece disposta a um sangrento acerto de contas com sua própria família. Enquanto todos ficam nesse clima de tensão e violência dentro da fazenda, um grupo liderado pelo caçador de recompensas Josiah (Luke Wilson) vai cercando o local. 

"Outlaws and Angels" é surpreendentemente bom! Tem um roteiro muito bem escrito, excelentes cenas e um elenco afiado. Talvez a única crítica maior que esse western moderno mereça é o excesso de violência. Desde a primeira cena, quando a quadrilha chega para assaltar o banco, até a última - em um desfecho até moralmente condenável - tudo é bem violento. Cabeças explodem e o sangue jorra à vontade. As pessoas mais sensíveis vão reclamar um pouco. Há também uma preocupação do diretor e roteirista JT Mollner em recriar algumas características do western spaghetti como a trilha sonora marcante e os closes nos rostos dos personagens em momentos de tensão e violência. De qualquer maneira no geral gostei muito. É um faroeste que não faz vergonha para a família Eastwood, muito pelo contrário. Não ficaria surpreso em saber que o próprio Clint teria ajudado no filme, seja em relação ao roteiro ou à direção. A filha de Clint mostra que tem futuro no gênero. Espero que ela venha a estrelar outros faroestes como esse, os fãs certamente irão agradecer!

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de abril de 2017

Capitão Fantástico

Definitivamente Ben (Viggo Mortensen) não é um sujeito muito comum. Ele cria seus filhos no meio da natureza, onde não frequentam a escola e nem recebem uma educação formal e tradicional. Após a morte de sua esposa, ele precisa finalmente enfrentar de novo o mundo real pois os pais de sua mulher (que cometeu suicídio) querem um enterro católico e normal para ela. Ben pensa diferente. A esposa queria um funeral completamente fora dos padrões em seu testamento. Assim, ao lado dos filhos ele então parte para uma jornada de despedida."Capitão Fantástico" é um belo filme. Ele traz em seu roteiro elementos do velho movimento hippie, onde algumas pessoas sonharam por uma vida diferente, que fugisse dos padrões impostos pela sociedade. Era uma maneira de procurar por uma liberdade de vida sem limites, a ser alcançada de todas as formas. Ben tenta passar esses valores para os filhos, os tornando pequenos intelectuais extremistas, muito embora todos acabem percebendo que esse caminho, apesar de ser bem inspirador, não é muito adequado para uma família como aquela.

O roteiro é bem interessante porque mostra um pai de família que tem uma visão de mundo muito intelectualizada, demonstrando que teorias abstratas em excesso nem sempre funcionam muito bem no mundo real. Os filhos se ressentem disso e o seu sogro (interpretado pelo ótimo Frank Langella) se torna um oponente à altura na criação de seus netos. Ele quer que os garotos frequentem uma escola, que tenham amigos, que namorem, que tenham um futuro pela frente, indo para universidades, etc. Já Ben rejeita tudo isso, baseado muitas vezes em uma visão idealista demais da realidade. Tão idealista que se torna muitas vezes surreal. O saldo final porém é muito positivo. Como cinema "Capitão Fantástico" é uma pequena obra prima que inclusive deveria ter mais reconhecimento. As tímidas indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor ator para Viggo Mortensen não condizem com a excelente qualidade dessa obra cinematográfica como um todo. O roteiro levanta muitas questões, muitos questionamentos, que ficam na mente do espectador por um bom tempo. Encontrar filmes hoje em dia que levantem tais questões e faça pensar é cada vez mais raro, por isso sua importância. De tantas produções que foram indicadas ao Oscar nesse ano essa foi seguramente uma das mais injustiçadas. Não deixe passar em branco.

Capitão Fantástico (Captain Fantastic, Estados Unidos, 2016) Direção: Matt Ross / Roteiro: Matt Ross / Elenco: Viggo Mortensen, Frank Langella, George MacKay, Samantha Isler / Sinopse: Após a morte da esposa, que se matou em uma crise de bipolaridade, o pai Ben (Mortensen) junta seus filhos para irem ao seu funeral. Algo que irá trazer muitos conflitos pois seu sogro deseja um enterro tradicional para a filha, enquanto Ben e as crianças estão dispostos a cumprirem os últimos desejos da mãe.

Pablo Aluísio.

Blade Runner 2049

Ontem foi divulgado o trailer de "Blade Runner 2049", a tão aguardada sequência do clássico Sci-fi dos anos 80. Sinceramente fico com um pé atrás. Continuações tardias como essa não possuem um bom histórico. Há muitos filmes ruins nesse tipo de categoria. Geralmente aproveitam apenas o nome comercial de um filme famoso para faturar nas bilheterias. Assistindo ao trailer porém pude perceber que, apesar das expectativas baixas, há algum fio de esperança. A presença de Ryan Gosling pode ser um indício de que o roteiro é realmente bom, afinal esse ator não costuma se envolver com abacaxis. Ele é bem independente em relação a Hollywood  e acredito que se ele aceitou fazer o filme então boa coisa vem por aí.

Já a presença de Harrison Ford no elenco infelizmente não quer dizer muita coisa. Embora ele tenha estrelado o filme original, aquela era uma época diferente em sua carreira. Dos anos 90 para cá a presença de Ford não traz mais nenhuma garantia que o filme seja bom ou promissor. Ele atuou em muitos filmes caça-níqueis, alguns deles até constrangedores. Por isso não me anima nada vê-lo no trailer. Agora pior mesmo é saber que Ridley Scott não estará na direção. Ele apenas será o produtor executivo desse novo filme. Isso pode ser um sinal ruim.

O estúdio resolveu entregar a direção para o canadense Denis Villeneuve. E quem é ele? Bom, em termos de ficção ele dirigiu um filme recente que foi extremamente elogiado pela crítica, "A Chegada". Também dirigiu o bom " Sicario: Terra de Ninguém". Assim como Ryan ele não costuma participar de projetos meramente oportunistas. Assim, no final dessa balança de expectativas, temos coisa boas e ruins nos dois lados. Se o filme vai ser mesmo um marco ou apenas um blockbuster que pediu emprestado o nome de um clássico, só o tempo dirá. O filme tem data de estreia marcada para outubro.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de abril de 2017

Alien: Covenant

Até tentei gostar desse novo filme, mas o roteiro é muito básico. Se duvida disso posso resumir tudo em poucas linhas: Nave de colonizadores passa por uma tempestade solar. Há problemas. A tripulação é acordada. O novo comandante decide ir em um planeta próximo. O lugar está cheio de aliens. Todos vão morrendo. Fim. Achou muito simples? É bem por aí mesmo. O filme anterior "Prometheus" abriu um monte de possibilidades e deixou inúmeras perguntas no ar. Só que esse novo filme não está nem aí para elas. Ele se contenta apenas em contar uma estorinha banal de astronautas sendo devorados por aliens e é só. Ninguém vai ter nenhuma informação a mais sobre os novos rumos da série. É tudo muito básico, com uma equipe de colonos servindo de menu para aliens famintos. Há algumas novidades de design dos monstros, mas igualmente não vemos nada de muito interessante. era mesmo de se supor que haveria pelo menos alguma novidade nesse aspecto. A tecnologia melhorou nos efeitos digitais. Era claro que tudo seria mais bem feito. Isso é o mínimo de se esperar. Não é novidade. 

Foi decepcionante. Claro que o filme continua investindo em um visual bem peculiar, bem característico dos filmes de Aliens, mas nada vai muito além disso. Uma boa ficção não vive apenas de efeitos especiais. Tem que ter um enredo inteligente, coisa que Alien: Covenant não tem. Esses personagens da nave Covenant são muito chatos e sem conteúdo. Essa coisa de um usar chapéu de cowboy, a outra ter traumas pela morte do marido (passa o filme todo chorando, que saco!) e o velho clichê do comandante inexperiente, já deu o que tinha que dar há anos. Nenhum personagem humano tem maior profundidade. São todos rasos, como convém a astronautas que só estão lá para serem devorados em série. Que coisa feia Sr. Ridley Scott! Pensei que iria pelo menos criar alguma personalidade para essas pessoas. Só sobra de bom mesmo os dois sintéticos interpretados por Michael Fassbender. Um é bonzinho, o outro malvadão. Um segue sendo leal aos seres humanos, cumprindo todas as suas funções dentro da equipe. O outro quer que os seres humanos se danem, pois em sua opinião é uma raça desgraçada e inútil, que destrói tudo por onde anda no universo (em certo aspecto ele até tem razão sobre isso). Esse sintético antigo prefere os aliens, que ele admira como uma espécie predadora perfeita. Além disso, por não ser uma criatura orgânica ele vive muito bem ao lado deles, que não vão devorar um sintético feito de substância químicas tóxicas. Provavelmente esse personagem será central no próximo filme ou não - dependendo do que Ridley decida. Não me admira se ele ignorar esse segundo filme, como fez com o primeiro. Então é isso ai. Um novo aliens que não acrescenta nada, que não melhora e nem marca dentro da série. É banal demais para ser levado à sério.

Alien: Covenant (Alien: Covenant, Estados Unidos, 2017) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Ridley Scott / Roteiro: Ronald Shusett / Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup / Custo de produção: 97 milhões de dólares / Data de Estreia: 17 de maio de 2017 / Sinopse: Mais um exemplar da franquia cinematográfica de sucesso "Aliens".

Pablo Aluísio.