quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Kingdom Come

Título no Brasil: Ainda não Definido
Título Original: Kingdom Come
Ano de Produção: 2014
País: Canadá
Estúdio: Matchbox Pictures Inc
Direção: Greg A. Sager
Roteiro: Geoff Hart, Greg A. Sager
Elenco: Ry Barrett, Camille Hollett-French, Jason Martorino

Sinopse:
Um grupo acorda subitamente em um lugar escuro e em ruínas que mais parece um hospital abandonado. Aos poucos todos vão procurando saber o que de fato estaria acontecendo. O surgimento de estranhas criaturas e aparições sobrenaturais nas trevas torna tudo ainda mais assustador. Afinal de contas o que todas aquelas pessoas teriam em comum e o que de fato estaria acontecendo? A verdade é bem mais aterradora do que todos podem imaginar.

Comentários:
Filme alternativo de terror canadense com pequeno orçamento que acaba agradando caso você consiga comprar a ideia central do roteiro. Na verdade o argumento é bem mais interessante do que inicialmente se supõe. No começo do filme você pensa que vai assistir mais uma daquelas fitas sangrentas sem nada muito original por trás - uma série de mortes sem fim e sem criatividade. Isso porém é uma visão superficial sobre o texto que sim, por mais incrível que isso possa parecer, acaba surpreendendo por causa da algumas boas sacadas. O hospital parcialmente destruído funciona praticamente como uma antessala do inferno ou até mesmo um retrato mais metafórico do que seria o purgatório católico. Todos que estão ali precisam acertar contas com algo errado que fez no passado. Assim o que inicialmente parece ser um grupo de pessoas inocentes em uma situação limite se revela mais como um conjunto de sujeitos que cometeram alguns crimes horrendos. Há o pedófilo contumaz, o assassino da própria filha e um estuprador serial. Agora eles parecem encurralados, prontos para pagarem por suas iniquidades em vida. Para quem gosta de teologia o texto ainda se utiliza do anjo negro, que está ali para revelar as fraquezas humanas e a falibilidade da alma humana. Pois é, analisando-se bem e de perto é de se ficar mesmo surpreso que tanta coisa interessante se possa ser extraído de um filme com uma estória aparentemente tão simples. Muitas vezes é necessário saber interpretar as entrelinhas para entender completamente as nuances que certas estórias possuem para contar.

Pablo Aluísio.

Em Terreno Selvagem

Título no Brasil: Em Terreno Selvagem
Título Original: On Deadly Ground
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Seagal
Roteiro: Ed Horowitz, Robin U. Russin
Elenco: Steven Seagal, Michael Caine, Joan Chen

Sinopse:
Forrest Taft (Steven Seagal) é um agente ambiental que trabalha para a Companhia de Petróleo Aegis no Alasca. O executivo e CEO da companhia porém não está muito preocupado com questões ambientais, só com lucros, cada vez mais potencializados. Hipócrita, lança comerciais onde vende a imagem de um executivo industrial ambientalista. Agora seu principal objetivo é a construção de uma grande plataforma que irá destruir não apenas o maio ambiente, mas também a tradicional cultura dos esquimós que vivem na região.

Comentários:
Steven Seagal surge aqui dirigindo um filme de ação com um roteiro ambientalista. Nos anos 1990 a onda verde estava em seu auge (basta lembrar da Eco 92) e o ator assim tentou capitalizar em cima disso. Obviamente que apesar das boas intenções o filme acabou virando alvo de chacotas por parte da crítica, afinal de contas não deixava de ser irônica a situação onde um brutamontes de repente parava a pancadaria para declamar discursos de preservação. Steven Seagal acabou pagando um preço alto, pois o filme virou um dos campeões de indicações ao Framboesa de Ouro, inclusive nas categorias de pior filme, direção, ator, atriz e roteiro. Apesar de não ser nenhum primor sempre achei essa enxurrada de carga negativa bastante exagerada. É uma diversão escapista, onde Seagel quis criar algum conteúdo, mesmo não se saindo muito bem. Além disso tem o valente Michael Caine defendendo seu cachê! Só isso já basta para conferir a produção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nikita - Criada Para Matar

Título no Brasil: Nikita - Criada Para Matar
Título Original: La Femme Nikita
Ano de Produção: 1990
País: França, Itália
Estúdio: Gaumont, Les Films du Loup
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Anne Parillaud, Marc Duret, Patrick Fontana

Sinopse:
Nikita (Anne Parillaud) é uma jovem garota que acaba trilhando o caminho da criminalidade. Ela tem talento para o uso de armas e fugas, mas acaba sendo presa após um assalto mal sucedido. Sua perícia porém não passa despercebido pelo serviço secreto, sempre em busca de pessoas como ela. Assim uma alternativa é oferecida: Nikita aceita se tornar uma agente, pronto para realizar qualquer missão, e em troca ela tem sua pena de prisão revogada. Será que sua personalidade rebelde e impulsiva será a adequada para se tornar uma verdadeira assassina profissional de Estado?

Comentários:
Já que estamos falando da filmografia do cineasta Luc Besson, vale a lembrança desse "Nikita - Criada Para Matar". No Brasil quando se fala no filme Nikita todos se lembram do remake americano "A Assassina" que tinha a atriz Bridget Fonda liderando o elenco. Aquela era uma produção tipicamente Made in USA, dirigida pelo talentoso John Badham. Não é obviamente desse filme que estamos a tratar aqui. A versão original francesa é muito mais sofisticada e bem realizada, contando com a talentosa Anne Parillaud no papel título. Em produções como essa, Luc Besson procurou claramente pelo sucesso comercial. Ele deixou parte de suas pretensões artísticas de lado para emplacar uma robusta bilheteria. Mesmo assim suas inovações não podem ser descartadas. O filme tem uma iluminação em tons azuis escuros que dá um visual próprio ao resultado final. Por pequenos detalhes como esse passa longe de ser um filme de ação de rotina como aconteceu com sua versão americana. Besson tenta entender a mente de Nikita, sua obsessão e opressão ao realizar as missões para as quais é designada. Anne Parillaud não é tão bonita como Bridget Fonda, mas com certeza é mais sensual e talentosa. Para quem admira a obra de Besson é uma excelente oportunidade para entender essa fase de transição pela qual passou em sua carreira.

Pablo Aluísio.

Um Sonho Possível

Título no Brasil: Um Sonho Possível
Título Original: The Blind Side
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado no livro de Michael Lewis
Elenco: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw

Sinopse:
Michael Oher (Quinton Aaron) é um jovem negro americano cujo lar é desfeito. Praticamente abandonado pelos pais, deixado ao relento, ele acaba encontrando apoio e segurança com uma família branca de sua cidade. Leigh Anne (Sandra Bullock) é uma dondoca sulista que acredita em seu potencial como jogador de futebol americano. Dando todo o apoio possível, com a ajuda do treinador de sua escola, Michael Oher começa finalmente a subir na vida, com a ajuda do esporte e de sua nova família. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Sandra Bullock). Filme vencedor do Globo de Ouro também na mesma categoria.

Comentários:
Sandra Bullock já fez muita abobrinha na carreira, mas pelo menos essa fita tem uma certa relevância. Seguindo uma política de ações afirmativas também dentro do cinema americano, temos aqui mais uma daquelas produções que valorizam histórias reais de negros que superaram as muitas adversidades para se tornarem pessoas bem sucedidas e realizadas em suas vidas. O enfoque gira em torno de Michael Oher (Quinton Aaron), um americano negro, que acaba sendo acolhido por uma família branca do sul dos Estados Unidos. Como se sabe o sul sempre foi tradicionalmente uma região de muito preconceito racial e social. Assim o roteiro procura mostrar a bem sucedida interação entre esses dois lados, que para muitos sulistas jamais deveriam ser misturados. A personagem de Sandra Bullock é uma típica dondoca sulista, mas com um diferencial importante, já que ela tem um grande coração. Seu trabalho é bom, ela consegue equilibrar o lado humano com uma certa comicidade, mas daí a ser premiada com o Oscar vai uma certa dose de exagero. E como se isso não bastasse o filme ainda arrancou uma improvável indicação ao Oscar de Melhor Filme, algo sem muito propósito e que talvez só se justifique pelo fato da academia tentar ser o mais politicamente correta possível. Mesmo assim, reconhecendo que o filme foi muito superestimado, indico. Vale pelas boas intenções, por alguns momentos realmente inspirados de Bullock e principalmente pela história, edificante e acolhedora.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Batman & Robin

Título no Brasil: Batman & Robin
Título Original: Batman & Robin
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Akiva Goldsman, baseado na obra de Bob Kane
Elenco: Arnold Schwarzenegger, George Clooney, Chris O'Donnell, Uma Thurman, Alicia Silverstone

Sinopse:
Batman (George Clooney) se une ao seu pupilo e parceiro no combate ao crime, Robin (Chris O'Donnell), e à Batgirl (Alicia Silverstone) para enfrentar os terríveis vilões Mr. Freeze (Arnold Schwarzenegger) e Poison Ivy (Uma Thurman). Filme indicado a três prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Maquiagem, Figurino e Melhor Filme de Fantasia. "Vencedor" do Framboesa de Ouro na categoria Pior Atriz Coadjuvante (Alicia Silverstone).

Comentários:
Nem só de obras primas viveu o personagem Batman nos cinemas. Para quem é jovem e só conheceu mesmo os filmes dirigidos por Christopher Nolan é bom saber que houve uma primeira franquia que surgiu com Tim Burton e morreu com Joel Schumacher. E foi justamente esse filme aqui que enterrou a primeira quadrilogia do homem morcego nos cinemas. O interessante é que as filmagens foram muito badaladas pois todos queriam conferir o personagem com o novo queridinho de Hollywood, George Clooney. De fato ele estava no pique do sucesso, após provar que tinha conseguido fazer a complicada transição da TV para o cinema. Assim a Warner desembolsou uma fortuna para tê-lo na pele de Batman. O estúdio inclusive queria realizar o melhor filme de todos os tempos sobre o herói, com orçamento milionário e caprichos impensáveis naquela época, como por exemplo, contratar o astro Arnold Schwarzenegger para interpretar o vilão Mr. Freeze! Tudo parecia caminhar para a consagração de mais um grande blockbuster, desses que realmente arrasam quarteirões mas... tudo resultou em um grande desapontamento! Joel Schumacher, provavelmente inspirado na série televisiva dos anos 1960, optou erroneamente por dar ao filme um tom exageradamente cartunesco, beirando a paródia completa. O público não aceitou e a crítica detestou. Depois que Tim Burton tinha renovado o personagem com tintas sombrias era de fato uma surpresa e tanto uma abordagem tão pop e camp como essa. Desnecessário dizer que o filme naufragou completamente, se tornando um vexame para todos os envolvidos. George Clooney ainda tentou amenizar soltando algumas piadinhas sobre o uniforme ridículo que estava usando (com direito a mamilos salientes), mas nada disso salvou "Batman & Robin" de se tornar um dos maiores desastres da história da Warner Bros. Uma mancha negra complicada de apagar na história de um dos mais populares heróis de quadrinhos de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

Linha Mortal

Título no Brasil: Linha Mortal
Título Original: Flatliners
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Peter Filardi
Elenco: Kiefer Sutherland, Kevin Bacon, Julia Roberts, William Baldwin

Sinopse:
Um grupo de arrogantes estudantes de medicina decide desvendar um dos últimos grandes mistérios da ciência moderna: a morte! Eles não desejam vencer ela, mas apenas a sondar de dentro. Assim decidem realizar uma rede de experiências levando o corpo a um estado de quase-morte. A intenção é sondar essa fronteira, para tentar descobrir o que realmente de fato existe no outro lado da vida. O que eles não sabiam é que com isso acabam abrindo portas que jamais deveriam ter sido abertas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Filme indicado ao prêmio Saturn da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção e Melhor Atriz Coadjuvante (Julia Roberts). 

Comentários:
Alguns filmes melhoram bastante com o passar do tempo. Isso se deve principalmente aos roteiros, que sendo de boa qualidade, não envelhecem jamais. Um caso que se encaixa perfeitamente no exemplo acima é essa fita de suspense que fez bastante sucesso na época de seu lançamento, tanto nos cinemas como no mercado de vídeo VHS. Os personagens são extremamente interessantes, jovens estudantes de medicina, egocêntricos, arrogantes, cheios de si, afinal de contas eles estão no topo da cadeia alimentar no ultra concorrido universo dos cursos de ponta da carreira acadêmica americana. Para jovens assim não existem barreiras que os impeçam de irem até o limite. E o que seria mais tentador e ousado do que tentar explicar os mecanismos que rondam a própria morte? Assim no auge de sua petulância eles ousam tentar atravessar essa barreira, verificar o que existe no outro lado e voltar para contar o que viram. Não é uma das tarefas mais simples de realizar. O elenco de "Flatliners" conseguiu reunir um grupo de jovens atores - ainda desconhecidos do grande público na época - que nos anos que viriam iriam se tornar astros e estrelas do cinema americano. Dentre eles se destaca Julia Roberts, ainda colhendo os frutos do recente sucesso de "Uma Linda Mulher". A direção é do irregular Joel Schumacher, um cineasta conhecido por intercalar bons filmes com bombas atômicas. Aqui, para alívio geral, ele comparece com uma obra não apenas interessante, mas também bem desafiadora. Prova que, quando acerta a mão, ele consegue mesmo realizar bons filmes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Loucademia de Polícia

Título no Brasil: Loucademia de Polícia
Título Original: Police Academy
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Hugh Wilson
Roteiro: Neal Israel, Pat Proft
Elenco: Steve Guttenberg, G.W. Bailey, Kim Cattrall

Sinopse:
O jovem Carey Mahoney (Steve Guttenberg) decide entrar na Academia de Polícia. Lá encontra o mais estranho grupo de pessoas que jamais imaginaria. Todos os tipos mais exóticos e estranhos da cidade também estão tentando virar policiais.

Comentários:
Está sendo lançado nos Estados Unidos todos filmes dessa franquia que fez muito sucesso nos anos 80. Eu fico aqui pensando se ainda existe espaço para esse tipo de humor nos dias de hoje. Dificilmente esse tipo de filme encontrará algum novo fã, sendo que apenas os nostálgicos comprarão esse tipo de box. Particularmente nunca fui grande fã, mesmo na época considerava os filmes da "Police Academy" muito pastelões, quase como se fossem um renascimento do estilo de comédia do tipo "Os Três Patetas". Mesmo assim, bem bobos, os filmes certamente fizeram muito sucesso ao ponto de todo ano sair um novo, inclusive no Brasil, onde as fitas eram muito bem recebidas pelo público brasileiro - o que se formos pensar bem, até faz muito sentido, pois o tipo de comédia mostrada aqui, mais popular e escrachada, também faz parte do humor tipicamente nacional. Em suma, uma diversão que vai soar bem datada para os mais novos, embora algumas boas risadas também estejam garantidas.

Pablo Aluísio.

Dizem Por Aí...

Título no Brasil: Dizem Por Aí...
Título Original: Rumor Has It...
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Ted Griffin
Elenco: Jennifer Aniston, Mark Ruffalo, Shirley MacLaine, Kevin Costner

Sinopse:
Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) é uma garota que descobre por acaso que sua própria família foi a principal fonte de inspiração para o livro e o filme "The Graduate" (A Primeira Noite de um Homem), um clássico do cinema americano dos anos 60. Depois do choque inicial ela decide ir até o fim para descobrir e conhecer todos os envolvidos nessa história.

Comentários:
Pois é, como diz o ditado a vida não está fácil para ninguém... nem para os astros e estrelas do passado. Basta dar uma rápida olhada no elenco dessa comédia romântica para bem entender isso. Shirley MacLaine foi uma das atrizes mais populares dos anos 60. Colecionou prêmios, sucessos e amores. Kevin Costner foi um campeão absoluto de bilheterias no auge de sua carreira. Chegou ao ponto de ganhar os principais prêmios da Academia em obras como "Dança com Lobos". O problema é que Hollywood é uma indústria e como toda atividade comercial o seu passado vale menos do que sua capacidade de gerar lucro. Assim esses dois ícones de ontem viraram coadjuvantes de luxo para estrelinhas de hoje. Quem, em sã consciência, iria dizer que Costner um dia seria uma escada para uma estrelinha de sitcom da TV? Pois é, o mundo dá voltas e esse dia chegou. E o filme em si? Bom, é mais uma comédia romântica que fará a alegria das fãs de Jennifer Aniston! Em poucas palavras: bobinho, inofensivo e despretensioso, tal como o nível cultural de quem adora essa atriz.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de outubro de 2014

Licença para Casar

Título no Brasil: Licença para Casar
Título Original: License to Wed
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Kim Barker, Tim Rasmussen
Elenco: Mandy Moore, John Krasinski, Robin Williams

Sinopse:
Sadie Jones (Mandy Moore) e John Krasinski (Ben Murphy) formam o casal que pretende se casar em breve numa bela cerimônia católica tradicional pois ela professa essa fé. Para isso eles precisam antes passar por um curso de formação de noivos onde serão colocados à prova pelo padre Frank (Robin Williams), um religioso fora dos padrões, o que definitivamente não vai ser nada fácil para eles!

Comentários:
Pois é, o tempo passa e as carreiras dos atores vão mudando gradativamente, algumas para melhor e outras para pior. No caso do comediante Robin Williams infelizmente as coisas estão piorando com o tempo. Ele já não consegue mais estrelar filmes tão bons como no passado. Com a perda de material melhor, seus personagens também vão ficando cada vez mais sem graça, o que não me deixa surpreso quando o vejo em papéis mais sérios em filmes comuns. Esse aqui até tenta ter alguma graça, mas o roteiro é muito fraquinho. Sempre querendo fazer piada em cima das excentricidades do padre Frank (Williams) a coisa não funciona. Algumas tentativas de humor inclusive ficam constrangedoras como o uso de dois bebês mecânicos que mais parecem bonecos assustadores de filmes de terror B. Acrescente a isso um casal de atores que não empolga e não são carismáticos e você tem em mãos mais um abacaxi. Poderia ser muito divertido ver Robin Williams interpretando um reverendo cheio de esquisitices, mas esse potencial aqui simplesmente não foi aproveitado e nem virou uma realidade.

Pablo Aluísio.

Clube da Luta

Título no Brasil: Clube da Luta
Título Original: Fight Club
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Fincher
Roteiro: Jim Uhls, baseado na obra de Chuck Palahniuk 
Elenco: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham Carter, Meat Loaf

Sinopse:
Tyler Durden (Brad Pitt) se junta a outros homens como ele, para violentos combates pelos subterrâneos das grandes cidades com o desesperado objetivo de escapar de alguma forma do marasmo e do tédio da vida moderna. Nesse mundo de extremos, um narrador (Edward Norton) conta suas experiências nesse submundo que muitos ignoram existir. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhores efeitos sonoros, melhores efeitos especiais e melhor edição. Indicado ainda a 19 outros prêmios, entre eles Brit Awards, MTV Movie Awards e Las Vegas Film Critics Society.

Comentários:
"Fight Club" foi muito badalado em seu lançamento. Não era para menos, pois de fato o filme unia uma proposta nova e inteligente com um roteiro cheio de boas sacadas. Os personagens retratam de certa maneira o vazio existencial que impera entre os mais jovens ou entre adultos que descobrem que o jogo finalmente acabou, que não há mais nenhuma esperança no fim do túnel. Para escapar do sufocante tédio do dia a dia e preencher esse vácuo em suas almas, eles partem em busca de emoções mais viscerais, animais mesmo, trazendo-os de volta a um estado mais natural e selvagem. A briga assim funciona não apenas como uma brilhante válvula de escape do massacrante cotidiano, mas também como um retorno às origens animalescas dos seres humanos. Para muitos especialistas estamos assim diante da maior obra prima assinada pelo criativo cineasta David Fincher. Não há como negar que Fincher é seguramente um dos cinco diretores mais brilhantes que surgiram em meados dos anos 1990. Seus filmes nunca se rendem ao lugar comum cinematográfico, especialmente aqueles que tinham tudo para se tornarem fitas descartáveis como "Seven" ou "O Curioso Caso de Benjamin Button", mas que numa verdadeira tacada de mestre se tornaram pequenos clássicos contemporâneos. O elenco também está em momento particularmente inspirado. Edward Norton, o narrador e também protagonista de tudo o que acontece, transparece em sua voz toda a melancolia e falta de ânimo de seguir em frente com sua vida enfadonha. Brad Pitt dá vida a um personagem completamente amoral, que não liga mais para qualquer tipo de valor humano que um dia tenha sido importante para a vida civilizada em sociedade. Infelizmente no Brasil o filme ficou também tristemente marcado por uma tragédia ocorrida em um cinema, quando um jovem estudante de medicina com problemas mentais abriu fogo contra o público em um cinema de São Paulo. Melhor esquecer esse tipo de coisa e louvar sempre o excelente nível desse "Clube da Luta", um dos melhores filmes do cinema americano surgidos dos últimos anos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de outubro de 2014

Onde o Diabo se Esconde

Título no Brasil: Onde o Diabo se Esconde
Título Original: Where the Devil Hides
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: LD Entertainment
Direção: Christian E. Christiansen
Roteiro: Karl Mueller
Elenco: Alycia Debnam Carey, Colm Meaney, Adelaide Kane, Jennifer Carpenter 

Sinopse:
Numa fechada e isolada comunidade religiosa nascem seis garotas no sexto dia do sexto mês. Para o líder e pastor Elder Beacon (Colm Meaney) isso é um claro sinal da presença do diabo pois o 666 está presente bem no meio daqueles acontecimentos. Após uma tragédia, os anos passam e as meninas se tornam finalmente mulheres. Prestes a celebrarem seus aniversários de 18 anos, uma série de mortes começam a acontecer dentro da comunidade. Estaria Beacon realmente com a razão ou tudo seria fruto apenas de uma visão fanática e fatalista de sua seita?

Comentários:
"Where the Devil Hides" começa muito bem. Somos apresentados àquela comunidade fechada em si mesmo, onde tudo gira em torno de uma visão religiosa fundamentalista da vida. As garotas são impedidas de conhecer rapazes fora da fazenda onde vivem, festas e bebidas também não são tolerados. Todos se vestem de forma igual, com vestimentas sóbrias e soturnas. As meninas vão tentando viver suas vidas da melhor forma possível naquele clima opressor, embora seja complicado para adolescentes viverem naquele ambiente de repressão e culpa. Para Mary (Alycia Debnam Carey) a situação é ainda mais delicada, já que ela tem constantes ataques de epilepsia que são interpretadas como manifestações diábolicas. Após sofrer quase um abuso sexual por parte do pastor, ela resolve ir embora, algo que não será muito fácil, pois fora criada longe do mundo moderno. Conseguirá se livrar da suposta maldição ao qual está supostamente condenada? O primeiro conselho que daria a quem for assistir a esse filme é não confiar inteiramente nas armadilhas do roteiro. Falar muito seria de certa forma estragar as surpresas, mas de antemão é válido informar que o espectador é levado a crer e acreditar em uma certa situação que parece ser a mais racional possível. De repente o roteiro dá uma reviravolta e tanto e o tom geral muda radicalmente (em minha opinião, não para melhor). Mesmo assim, com esse tipo de concessão não há como negar que é um horror curioso, diria até bem instigante, apesar do deslize final que comete. Só pecou mesmo por tentar ser pop e juvenil demais.

Pablo Aluísio

Jogos Mortais 2

Título no Brasil: Jogos Mortais 2
Título Original: Saw II
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Leigh Whannell, Darren Lynn Bousman
Elenco: Donnie Wahlberg, Beverley Mitchell, Franky G

Sinopse:
O Detetive Eric Matthews (Donnie Wahlberg) investiga um assassinato quando acaba descobrindo o envolvimento do psicopata Jigsaw (Tobin Bell) no crime mas não isso não é tudo: ele também mantém sete pessoas presas, envolvidas em um novo jogo mortal onde precisam localizar um antídoto contra um gás mortal que será lançado neles, caso não consigam vencer o desafio. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Segundo filme da franquia "Saw". Até hoje fico surpreso com a enorme quantidade de filmes que foram lançados em cima do personagem Jigsaw em tão pouco tempo. Esse aqui ainda mantém a qualidade que fez a fama da série. As armações de Jigsaw são bem armadas, verdadeiras armadilhas assassinas. O filme tem um bom roteiro e na direção o toque do jovem e talentoso cineasta Darren Lynn Bousman que acabou agradando tanto ao estúdio que voltaria à franquia com "Jogos Mortais 3" em 2006 e "Jogos Mortais 4" em 2007. No geral é mais um gore violento e sanguinário, o que convenhamos é justamente o que espera o público alvo desse tipo de fita. No final das contas a criatividade na idealização das mortes e o jogo sádico de Jigsaw são os principais fatores que conseguem manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Projeto Secreto - Macacos

Título no Brasil: Projeto Secreto - Macacos
Título Original: Project X
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Jonathan Kaplan
Roteiro: Lawrence Lasker, Stanley Weiser
Elenco: Matthew Broderick, Helen Hunt, William Sadler

Sinopse:
Jimmy Garrett (Matthew Broderick) é um jovem designado para cuidar de um grupo de chimpanzés que são utilizados em um programa militar secreto denominado "Project X". Sua convivência com os animais acaba criando um vínculo emocional com eles. Não demora muito e Garrett começa a pensar em uma maneira de os tirar de lá.

Comentários:
Recentemente no Brasil um grupo de ativistas pela causa dos direitos dos animais invadiu um laboratório de testes e salvou vários filhotes da raça Beagle. Esse fato, amplamente noticiado na imprensa, me lembrou imediatamente desse filme, "Projeto Secreto - Macacos". O enredo tem o mesmo objetivo, denunciar os abusos que são cometidos contra animais que são expostos a experimentos científicos. O personagem de Broderick é um sujeito que acaba se envolvendo justamente nesse tipo de situação, só que no seu caso a coisa é ainda mais barra pesada pois se trata de animais usados em testes de armas militares. Além do sempre carisma presente em Matthew Broderick, o filme ainda se destaca pela bela presença da atriz Helen Hunt e da direção segura de Jonathan Kaplan. Os animais do filme também são extremamente bem treinados, tornando a situação explorada pelo roteiro ainda mais comovente. Enfim deixo a dica caso você seja um ecologista ou não! Em ambos os casos a película certamente valerá a pena!

Pablo Aluísio.

Meus Vizinhos São um Terror

Título no Brasil: Meus Vizinhos São um Terror
Título Original: The 'Burbs
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Dante
Roteiro: Dana Olsen
Elenco: Tom Hanks, Bruce Dern, Carrie Fisher, Corey Feldman

Sinopse:
Ray Peterson (Tom Hanks) é um típico paí de família americano que vê algo de estranho em seus novos vizinhos. Acostumado com uma amizade mais próxima de quem mora ao lado ele logo percebe que os novos moradores de sua rua não querem muita conversa com os seus vizinhos. Ray assim começa a colocar na cabeça que há algo de errado com aquela gente. Estaria certo ou tudo seria fruto apenas da falta do que fazer com sua vida?

Comentários:
Simpático e bem humorado filme estrelado por Tom Hanks, ainda em sua fase como comediante. Produzido por Steven Spielberg esse era o tipo de produção que não fazia muito alarde nas bilheterias de cinema, mas que depois encontrava seu lugar ideal no mercado de vídeo (em pleno auge do VHS), se tornando campeão de locações. O roteiro brinca com o chamado americano suburbano típico. É aquele cara que mora em uma boa casa nos subúrbios das grandes cidades e que leva uma vida levemente entediante. Para passar o tempo começa a xeretar a vida dos vizinhos. É curioso ver que em praticamente todos os filmes e séries que enfocam esse tipo de americano médio ele sempre é retratado como um idiota, completamente controlado pela esposa e filhos. Deve ser algum tipo de tradição na terra do Tio Sam, quem sabe. Deixando essas curiosidades sociológicas de lado o fato é que o filme é boa diversão, muito embora vá se perdendo aos poucos durante o desenrolar da trama. Os problemas do roteiro foram causados por uma grande greve de roteiristas em Hollywood na época, por isso o espectador vai claramente notar que embora comece muito bem o enredo vai perdendo qualidade até o seu final, que também não é grande coisa. Mesmo assim, com todos esses pequenos defeitos, o filme ainda diverte e funciona, principalmente se for encarado como um pipocão no fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ligações Perigosas

Título no Brasil: Ligações Perigosas
Título Original: Dangerous Liaisons
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Keanu Reeves, Uma Thurman

Sinopse:
Baseado no famoso romance "Les Liaisons Dangereuses" do autor Choderlos de Laclos (1741 - 1803), o filme "Ligações Perigosas" narra as intrigas, fofocas e ciladas sociais que se desenvolvem na corte francesa do século XVIII. De um lado o fútil e perigoso Visconde Sébastien de Valmont (John Malkovich), do outro a maquiávelica Marquesa Isabelle de Merteuil (Glenn Close) e no meio de todas as armações sociais a bela e jovem Madame de Tourvel (Michelle Pfeiffer). Um jogo mortal de sedução e poder dentro das relações entre nobres da monarquia francesa da época. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte.

Comentários:
Choderlos de Laclos foi um dos principais generais de Napoleão Bonaparte. Quando não estava nos campos de batalha lutando por seu imperador, escrevia romances. O livro que deu origem a esse filme logo se tornou um dos mais populares de sua carreira como escritor. Ele desvenda o jogo de poder e cobiça que existia dentro da corte francesa. O curioso é que o próprio Napoleão era fruto da revolução francesa, que procurava colocar abaixo a ordem social da monarquia daquela nação, mas tão logo assumiu o poder absoluto deu origem a também uma corte suntuosa e luxuosa, provando que nem sempre as boas intenções resultam em algo positivo. Deixando um pouco de lado esse contexto histórico o fato é que "Ligações Perigosas" tem uma das tramas mais saborosamente perversas da história do cinema americano. Stephen Frears, em grande momento, soube como poucos explorar as vilanices de seus personagens. Aqui, como obviamente podemos notar, o que importa é realmente passear pelas artimanhas e manipulações dos dois personagens centrais, ambos sem quaisquer escrúpulos pessoais ou valores morais, mas mestres na arte da manipulação social. Claro que apenas dois grandes atores poderiam tirar todo o potencial do texto literário para as telas de cinema. Nesse ponto John Malkovich e Glenn Close estão soberbos. Glenn Close em especial tem uma das melhores atuações de sua vida e quem a conhece sabe que isso definitivamente não é pouca coisa. O contraste da podridão de seus interesses e almas com a delicada inocência, juventude e beleza de Michelle Pfeiffer (linda no filme) garantem o alto nível do filme no quesito atuação. Em termos de produção o filme também apresenta um requinte único, com belíssima reconstituição de época, extremamente luxuosa nos mínimos detalhes. Um filme para se ter na coleção, com a finalidade de se rever sempre que possível. Cinema do mais puro e fino bom gosto.

Pablo Aluísio.