sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Jefferson em Paris

Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Enquanto na França se disseminam cada vez mais as ideias revolucionárias em busca de liberdade, Jefferson tenta superar a contradição entre manter boas relações com o sistema da monarquia francesa e o próprio simbolismo que representava pois sua nação naquele momento havia se tornado um exemplo bem sucedido de rompimento com o antigo regime das realezas européias. "Jefferson em Paris" é um bom drama histórico que tenta desvendar aspectos da complexa personalidade de Jefferson. O período enfocado no filme acontece anos antes dele se tornar presidente. Considerado uma pessoa sem sofisticação dentro da corte de Luís XVI a principal missão do diplomata naquele momento era realmente trazer maior reconhecimento para os Estados Unidos, que nada mais era naquela época do que uma jovem nação que procurava se organizar após se livrar do imperialismo colonial inglês.

A figura de Thomas Jefferson é das mais interessantes do ponto de vista histórico. Considerado um dos pais da América, Jefferson era um símbolo de liberdade mas ao mesmo tempo mantinha escravos em sua enorme fazenda. Seu caso com a escrava Sally Hemings, de apenas 15 anos, ainda hoje desperta constrangimento a historiadores americanos, sempre tão ciosos em preservar a memória dos grandes nomes de sua história. O fato porém é que certas verdades não podem ser escondidas. Jefferson teve filhos com suas escravas e a despeito de sua genialidade (foi um dos principais autores da carta de independência americana, era criativo e muito interessado em ciência), essa mancha em sua biografia não pode ser varrida para debaixo do tapete. O filme por sua vez é muito bem realizado, com ótima reconstituição de época e em nenhum momento ofende a inteligência do espectador. Felizmente o ufanismo e a patriotada, tão comuns em filmes que mostram grandes personagens da história americana como esse, também está sob controle. Dito isso fica a recomendação desse belo filme que seguramente vai lhe trazer um pouco mais de cultura histórica.

Jefferson em Paris (Jefferson in Paris, Estados Unidos, 1995) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala / Elenco: Nick Nolte, Greta Scacchi, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Thomas Jefferson (Nick Nolte) é enviado como embaixador dos Estados Unidos para a corte luxuosa do rei Luís XVI em Paris. Lá buscará por reconhecimento para seu país, a jovem nação americana.

Pablo Aluísio.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Frank (Bruce Willis) está tentando levar uma vida normal. Depois de anos trabalhando na agência americana de inteligência o que ele mais quer agora é curtir uma vida sossegada ao lado de Sarah (Mary-Louise Parker), uma mulher bem mais jovem de que está apaixonado. Sua tranquilidade é perturbada quando é procurado por Marvin (John Malkovich). Um documento secreto vazou na internet indicando a presença de ambos em um serviço sujo realizado na URSS durante a guerra fria. A operação chamada "Sombra da Noite" tinha como objetivo plantar uma arma nuclear dentro do território russo para fragilizar e minar o regime comunista. Agora, tantos anos depois do fim da missão, tudo parece voltar para cima deles já que um grupo de assassinos está sendo muito bem pago para eliminar os dois, uma vez que eles se tornaram arquivos vivos de uma operação que pode causar sérios danos para o governo americano. Até mesmo a amiga Victoria (Helen Mirren) é contratada para tirar Frank do mapa. A primeira providência passa a ser continuar vivo, para só depois desvendar tudo o que está relacionado com a missão "Sombra da Noite".

Recentemente Bruce Willis se envolveu em algumas polêmicas. A primeira foi quando pediu um cachê milionário para participar da franquia "Mercenários" e a segunda quando afirmou que filmes de ação, com todas aquelas explosões, eram chatos mas rendiam ótimas bilheterias. Devo concordar com Willis. Essa franquia "Red" é um excelente exemplo disso. Embora o primeiro filme tenha feito bastante sucesso (a ponto de gerar essa continuação) nunca gostei dessas produções. São muitos clichês para um filme só. Claro que o próprio roteiro brinca com alguns deles e acentua um lado mais cômico em tudo o que se vê na tela mas isso é pouco. Não vejo nenhuma novidade maior nesse tipo de película. Para piorar temos que encarar um elenco com ótimos atores envolvidos em algo desse tipo. Lamento mesmo em ver o grande Anthony Hopkins envolvido em algo assim. Até Catherine Zeta-Jones está péssima como uma agente da contra-espionagem russa. No final não há muito o que criticar pois "Red 2" não sai da fórmula vazia de filmes com muitas explosões e poucas novidades. Completamente dispensável para cinéfilos de bom gosto.

Red 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos (Red 2, Estados Unidos, 2013) Direção: Dean Parisot / Roteiro: Jon Hoeber, Erich Hoeber / Elenco: Bruce Willis, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Anthony Hopkins, Byung-hun Lee, Catherine Zeta-Jones / Sinopse: Dois antigos membros da inteligência americana ficam em apuros após documentos secretos vazarem na internet revelando que ambos participaram de uma missão secreta na URSS durante a guerra fria.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bernie

Bernie Tiede (Jack Black) tem um emprego incomum. Ele trabalha numa funerária numa pequena cidadezinha do Texas. Mesmo trabalhando em algo que para muitos seria sinistro, Bernie começa a ganhar as graças de todos por ser uma pessoa gentil, acolhedora, de boa índole e muito humano. Sua busca para se tornar um verdadeiro cristão acaba lhe angariando a simpatia geral da comunidade. Simpático e amigo de todos ele acaba se aproximando até mesmo da mulher mais odiada do lugar, a megera milionária Marjorie Nugent (Shirley MacLaine). Ela é o extremo oposto de Bernie. Não gosta de ninguém, trata todos muito mal, é racista e intragável, mas mesmo assim acaba se afeiçoando ao doce e carismático Bernie. A amizade logo se torna muito próxima e eles começam a viajar, conhecendo outras cidades, frequentando grandes espetáculos da Broadway. As coisas começam a ficar esquisitas quando de repente  Marjorie some do mapa. Ninguém mais a vê em lugar nenhum. Bernie dá desculpas sobre sua ausência mas meses depois de sua última aparição a família dela resolve investigar. Isso irá revelar um dos crimes mais infames da história criminal dos Estados Unidos.
 
"Bernie" foi baseado numa história real. A estrutura do filme aliás é muito interessante. Os eventos que chocaram o país são reconstituídos através dos depoimentos dos próprios moradores da cidadezinha do Texas onde tudo aconteceu. Tudo intercalado com cenas recriadas por atores. O resultado é muito bom realmente. Não se trata exatamente de uma comédia mas sim de uma narração bem inteligente que tira proveito do fato de todos os moradores adorarem Bernie, não importando o fato dele ter cometido um crime bárbaro e sem muita explicação. Quem cai em cima dele para o jogá-lo na cadeia é o promotor Danny Buck (Matthew McConaughey) que aproveita a notoriedade que o caso ganha na imprensa para obviamente se auto promover o máximo possível. O filme é muito bem conduzido e tem um elenco muito bom. Jack Black deixa os exageros de lado para dar vida ao Bernie, tão amado e querido por todos, apesar de tudo. Shirley MacLaine também está fabulosa como a megera sem coração Marjorie. É sempre bom rever esse grande nome do cinema americano ainda na ativa e disponibilizando belas atuações como vemos aqui. Enfim é isso, "Bernie" merece uma segunda chance já que passou por aqui sem maior repercussão. É um filme realmente interessante, que prende a atenção do espectador do começo ao fim. Vale bastante a pena conhecer. 
 
Bernie (Idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Richard Linklater / Roteiro:  Skip Hollandsworth, Richard Linklater / Elenco: Jack Black, Shirley MacLaine, Matthew McConaughey / Sinopse: O filme narra o infame caso criminal envolvendo o simpático Bernie (Black) e a megera da cidade Marjorie (MacLaine). Do encontro de pessoas tão diferentes nasce um dos crimes mais chocantes da história policial dos EUA.
 
Pablo Aluísio.

Os Escolhidos

Uma típica família americana começa a presenciar estranhos eventos em sua casa. Tudo começa com acontecimentos estranhos mas aparentemente sem muita importância. A comida da geladeira aparece pelo chão da cozinha durante a madrugada. Na noite seguinte vários enlatados ficam empilhados em uma coluna impossível e coisas do tipo. O casal só começa a ficar preocupado de verdade quando o filho caçula os avisa que há um novo morador na casa, chamado simplesmente de "O homem de areia" pelo garoto. Alucinação? Assombração? Ou tudo não passaria de mais um "amigo imaginário" tão comum na cabeça das crianças? Bom, os eventos sem explicação vão ganhando cada vez mais vulto no cotidiano da família até o ponto em que eles decidem procurar por ajuda urgente! Acabam encontrando o que procuram em um sujeito esquisito que se diz especialista no assunto (em boa interpretação do ator J.K. Simmons). A família então descobre da pior maneira possível a veracidade da curiosa citação de  Arthur C. Clarke que dizia: "Existem duas possibilidades no universo: ou estamos sozinhos, ou não estamos sozinhos. Ambas são igualmente terríveis."

Avançar mais na sinopse de "Os Escolhidos" seria uma má ideia para o leitor do blog, isso porque um dos grandes atrativos do filme se concentra na série de surpresas que o roteiro vai desvendando aos poucos, com o desenrolar do enredo. Inicialmente o espectador vai pensar que está assistindo a uma fita de terror, de casas mal assombrados e presenças demoníacas, até porque a linguagem, os caminhos da trama e os eventos supostamente paranormais vão se sucedendo ao longo do filme. Mas será que é isso realmente? É justamente nisso que reside o grande segredo de "Os Escolhidos". De antemão quero avisar que nem todo mundo vai gostar do desfecho ou das explicações sobre os acontecimentos mas isso é normal e vai variar de pessoa para pessoa. Alguns acharão bem bolado, outros pensarão certamente que é tudo uma grande bobagem. De nossa parte podemos dizer que se não é um clássico do gênero pelo menos é um dos que mais tentaram ser original. Também foi bem interessante rever a atriz Keri Russell (a eterna Felicity da TV) em um papel diferente, que muito provavelmente lhe dará novo fôlego no cinema. Arrisque, assista, mesmo que não seja exatamente o que você está esperando. O filme será certamente um bom entretenimento em um fim de noite.

Os Escolhidos (Dark Skies, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Stewart / Roteiro: Scott Stewart / Elenco: Keri Russell, Jake Brennan, Josh Hamilton / Sinopse: Família começa a passar por eventos inexplicáveis em sua casa. Para tentar entender o que se passa eles procuram a ajuda de um "especialista" no assunto que logo lhes avisam que há algo muito sinistro rondado todos os familiares.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Elysium

O ano é 2154. A humanidade está dividida em duas castas principais. Os ricos moram na estação espacial Elysium, um lugar magnífico, lindo, cheio de belas mansões e maravilhosos jardins. Os pobres moram na Terra, nessa altura da história um planeta poluído, devastado, superpovoado e repleto de pobreza e miséria. Max (Matt Damon) nasceu em uma Los Angeles decadente, onde quase todos só falam espanhol e são latinos. Seu sonho é um dia ir para Elysium mas como ex-presidiário isso parece ser um objetivo muito longe de se concretizar. Para sobreviver ele se torna operário de uma indústria da região. Em um mundo onde ter emprego é um grande privilégio, ele não se importa muito em ser explorado da maneira mais vil pelos grandes capitalistas que dominam o mundo. Durante uma operação padrão dentro da empresa ele acaba sendo contaminado por altos graus de radiação. Sua única saída seria a tecnologia médica de Elysium mas para chegar lá ele terá que contar com um verdadeiro "coiote espacial", Spider (Wagner Moura), um bandido pé de chinelo que ganha a vida transportando ilegais para dentro de Elysium.

Como se pode perceber pela sinopse essa ficção "Elysium" tem boas ideias. Afinal analisando-se bem vemos que tudo é uma grande metáfora sobre a sociedade americana atual. A estação Elysium assim nada mais seria que o próprio Estados Unidos, um oásis de riqueza e prosperidade que estaria sendo invadido por massas de ilegais todos os dias! Não é preciso ser muito perspicaz para entender as intenções do roteiro ao colocar toda aquela multidão de pobres e miseráveis latinos invadindo a Elysium (EUA) em busca de uma melhor condição de vida. É uma visão preconceituosa? Claro que sim! Infelizmente o que poderia ser um argumento muito interessante do ponto de vista sociológico logo se rende aos mais batidos clichês do gênero, caindo na vala comum dos filmes de ação e ficção pipoca que invadem as telas dos cinemas comerciais mundo afora. O primeiro ato, mostrando a nova realidade social do mundo do futuro, acaba dessa forma desabando sobre uma enorme quantidade de soluções fáceis e óbvias demais para ser levado à sério. O que era de fato um conceito muito promissor logo deixa de ter importância pois o roteiro, de forma muito preguiçosa aliás, prefere se apoiar nas cenas de ação gratuitas ao invés de desenvolver melhor o que se passa naquele universo. Assim o que sobra é um filme genérico e batido que logo se torna um dos mais decepcionantes da temporada.

Elysium (Elysium, Estados Unidos, 2013) Direção: Neill Blomkamp / Roteiro: Neill Blomkamp / Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Wagner Moura, Diego Luna, Alice Braga, Sharlto Copley / Sinopse: No futuro da Terra a separação entre pobres e ricos é ameaçada por um ex-presidiário, Max (Damon), que precisa de todas as formas entrar na estação Elysium em busca de uma cura para a radiação a que foi exposto. Do mesmo diretor de "Distrito 9".

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Apenas uma Noite

Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) parecem formar, aos olhos dos outros, um belo casal, mas no fundo tudo não passa de uma mera fachada social. Internamente o cotidiano é de brigas, desconfianças e ciúmes. Michael está sempre em viagens de negócios e nutre uma indisfarçável atração por Laura (Eva Mendes), uma latina muito sensual e charmosa. Se o marido sonha com uma escapada de seu casamento falido a esposa também não fica muito atrás. Desde que morou na França alguns anos atrás Joanna se interessou muito pelo escritor americano radicado em Paris, Alex (Guillaume Canet), afinal ele é muito espirituoso, inteligente e atraente. Além disso eles possuem interesse em comum pois ela sonha um dia também se tornar uma escritora. Como se pode perceber, embora casados, os dois estão a um passo de trair um ao outro. E tudo parece seguir por esse caminho quando em uma noite em particular Joanna resolve jantar fora com Alex enquanto o marido está em uma viagem de negócios. E esse também não perde tempo ao se encontrar em um hotel com Laura. Traições para todos os lados.

Esse "Apenas uma Noite" tem uma moralidade bem duvidosa. Ao mesmo tempo em que mostra a derrocada de um casamento joga com a expectativa do espectador sobre os acontecimentos que se desenrolam na tela. Será que ele trairá a esposa? Será que ela trairá o marido? A trama se desenrola apenas em uma noite (como deixa claro o título), onde marido e mulher terão a oportunidade (ou não) de trair seus laços matrimoniais. Keira Knightley está muito bem na caracterização da esposa, que está em grande conflito emocional. Sabe que o marido talvez a esteja traindo mas não tem certeza. Ao mesmo tempo não sabe se o trair será uma boa ideia. Infelizmente o ator Sam Worthington, que interpreta o marido, não se sai bem em cena, ficando muitas vezes inexpressivo na tentativa de passar algum conflito para o público que assiste ao filme. Já Eva Mendes interpreta uma caricatura, a da mulher latina, muito sexy, que pouco está se importando com o fato do homem objeto de seu desejo ser casado ou não! Apesar desses pequenos pecados a película ainda é bem interessante pois procura mostrar a questão da infidelidade conjugal de uma forma bem adulta e coerente. 

Apenas uma Noite (Last Night, Estados Unidos, 2010) Direção: Massy Tadjedin / Roteiro: Massy Tadjedin / Elenco: Keira Knightley, Sam Worthington, Eva Mendes, Guillaume Canet / Sinopse: Durante uma noite um casal em crise tem todas as oportunidades para concretizar uma infidelidade mútua. Será que vão realmente pular a cerca?

Pablo Aluísio.

Vestida para Casar

Katherine Heigl despontou para a fama no seriado "Grey´s Anatomy" que inclusive acompanho até hoje. Na série ela fazia uma das jovens médicas que tinham que enfrentar o duro período de especialização em um grande hospital de Seattle. Sempre chamou a atenção com seu papel, principalmente depois que sua personagem passou por vários eventos dramáticos dentro da trama até se desligar completamente da série para tentar a carreira no cinema. Afinal era uma boa aposta pois carisma não faltava para a moça. Esse "Vestida para Casar" vem justamente nessa esteira. É mais uma tentativa de torná-la uma estrela de cinema, mais especificadamente no milionário ramo das comédias românticas de Hollywood. A direção foi entregue a uma mulher, a cineasta loira Anne Fletcher de alguns filmes dirigidos especialmente ao público feminino como por exemplo "Ela Dança, Eu Danço" e "A Proposta" com Sandra Bullock. "Vestida para Casar" vai mais ou menos pela mesma linha, ou seja, é uma comédia romântica inofensiva.

Katherine Heigl aqui interpreta Jane. Apesar de ser bonita, interessante e inteligente ele nunca encontrou o grande amor de sua vida. Em segredo acaba nutrindo uma paixão por seu superior na empresa onde trabalha mas antes que tente algo sua irmã dá o bote e acaba conquistando o coração dele. Passada para trás pela própria irmã caçula Jane tenta aos poucos recolocar sua vida emocional no lugar. "Vestida Para Casar" custou meros 30 milhões de dólares, uma pechincha em termos de Hollywood, e acabou se saindo muito bem nas bilheterias. Sua fórmula batida (diria até fácil) novamente provou que as comédias românticas tem mesmo muito fôlego e potencial nas filas de cinema. Katherine Heigl ainda não virou uma estrela de primeira grandeza no cinema americano mas já tem um bom currículo de filmes nesse estilo. Depois desse filme, fitas semelhantes vieram em seguida como por exemplo "A Verdade Nua e Crua", "Par Perfeito", "Juntos Pelo Acaso", "Como Agarrar Meu Ex-Namorado" e "O Casamento do Ano". A simpática atriz de sorriso fácil pelo visto vai longe ainda.

Vestida para Casar (27 Dresses, Estados Unidos, 2007) Direção: Anne Fletcher / Roteiro: Aline Brosh McKenna / Elenco: Katherine Heigl, Edward Burns, Malin Akerman, James Marsden, Jane Pfitsch, Krysten Ritter / Sinopse: Irmã caçula acaba roubando o grande amor de sua irmã mais velha e agora se prepara para casar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

É o Fim

Esse filme é muito louco! Vamos ao enredo? O ator Seth Rogen (que assim como todos os demais atores do filme interpreta a si mesmo) recebe em sua casa em Los Angeles o amigo Jay Baruchel. Juntos eles fazem o que mais gostam de fazer: fumar maconha e jogar videogame o dia inteiro. Depois de várias horas na vadiagem eles decidem ir até a casa de James Franco, que está dando uma festa de arromba com várias celebridades. Para se ter uma idéia estão lá a inglesinha Emma Watson, o comediante (e cheirador de cocaína compulsivo) Michael Cera e o gordinho Jonah Hill. No meio da festa, com muitas garotas e drogas, algo inesperado acontece! A terra treme, abre buracos no chão e de repente pessoas começam a ser levadas para o céu em grandes raios de luz! Já os demais ficam na terra testemunhando um verdadeiro... apocalipse! É isso mesmo que você leu. "É o fim" mostra o apocalipse surgindo na Los Angeles de hoje, pegando todos os atores de Hollywood de surpresa!

O roteiro é muito bizarro! Provavelmente foi escrito por Seth Rogen com a cabeça cheia de erva, só pode! Como é muito bem relacionado em Hollywood conseguiu levar vários nomes famosos para participar em pontas maiores ou menores, com a nova geração do cinema americano bem representada em cena. Enquanto o mundo vai se acabando eles tentam sobreviver ao fim do mundo dentro da casa de James Franco. É claro que piadas de baixo nível estão por toda parte e a vulgaridade é uma constante em diálogos e situações. Mesmo assim consegue divertir, por mais improvável que isso possa parecer. Provavelmente as pessoas mais religiosas se sintam um pouco ofendidas pela proposta de Seth, até porque tudo parece uma grande piada do ator com as crenças cristãs - em particular com as figuras de demônios e anjos da morte (que surgem no filme em bons efeitos digitais). Afinal tudo se resume em fazer uma comédia muito louca em cima das profecias do livro das revelações da Bíblia (obviamente sendo o Apocalipse o principal alvo). O filme deixa algumas conclusões mas a principal é a de que Seth Rogen deve parar de fumar maconha em grandes quantidades pois caso contrário mais filmes noiados como esse poderão ser feitos nos anos seguintes!

É o Fim (This Is the End, Estados Unidos, 2013) Direção: Evan Goldberg, Seth Rogen / Roteiro:  Seth Rogen, Evan Goldberg / Elenco: James Franco, Jonah Hill, Seth Rogen, Jay Baruchel, Danny McBride, Craig Robinson, Michael Cera, Emma Watson / Sinopse: Grupo de atores em uma festa de arromba na casa de James Franco descobrem, surpresos, que o mundo passa pelo apocalipse! Os bons são levados imediatamente ao céu mas eles, maconheiros e drogados, ficam na Terra para enfrentar uma verdadeira invasão de demônios e seres malignos.

Pablo Aluísio.

Wolverine: Imortal

O soldado Logan (Hugh Jackman) é feito prisioneiro pelas tropas japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. Enviado a um campo de prisioneiros em Nagasaki ele acaba testemunhando um evento histórico: o ataque nuclear na cidade na fase final da guerra. No último momento resolve salvar a vida de um dos guardas pois seu esqueleto de  adamantium consegue salvar a ambos da explosão nuclear. Muitos anos depois, Logan agora leva uma vida isolada e longe da civilização. Vivendo como um ermitão ele prefere a companhia dos animais selvagens ao do homem. Numa noite encontra um urso bastante ferido e vai tomar satisfações com caçadores locais. Para sua surpresa uma jovem japonesa vem ao seu encontro dizendo ser a enviada de um amigo do passado, justamente o guarda que ele salvou a vida na guerra, Yashida (Hal Yamanouchi). Ele está morrendo e quer da o último adeus ao amigo americano. O que Wolverine nem desconfia é que está na verdade entrando no meio de uma grande conspiração envolvendo interesses corporativos e a luta pelo segredo de sua própria imortalidade.

Começa assim "Wolverine: Imortal" mais uma tentativa de tornar viável a franquia do personagem em produções solos. Como se sabe o primeiro Wolverine foi mal recebido por público e crítica. Recebendo vários comentários ruins o estúdio soube muito bem absorver todos eles, aprendendo com seus próprios erros. Esse segundo filme da franquia já se saiu bem melhor, inclusive em termos comerciais uma vez que se tornou uma das três maiores bilheterias do ano. O diretor James Mangold acertou em apostar em algo mais simples, com menos personagens, tudo centrado numa trama de fácil compreensão. Além disso o fato do filme ter sido ambientado todo no Japão trouxe novos ares ao personagem, melhorando ainda mais seu conceito entre os fãs. Wolverine surge aqui como um verdadeiro Ronin, ou seja, um samurai sem mestre. Enfrentando guerreiros, ninjas e até mesmo um samurai robótico feito de adamantium como ele, "Wolverine: Imortal" se mostra um filme de quadrinhos muito eficiente e bem realizado, embora com alguns probleminhas ainda, mas nenhum deles graves a ponto de desmerecer a fita. Em poucas palavras, finalmente acharam o caminho certo para Logan nas telas. Que venham agora os próximos filmes da franquia.

Wolverine: Imortal (The Wolverine, Estados Unidos, 2013) Direção: James Mangold / Roteiro: Mark Bomback, Scott Frank / Elenco: Hugh Jackman, Will Yun Lee, Tao Okamoto, Hal Yamanouchi / Sinopse: Wolverine (Hugh Jackman) vai ao Japão para se despedir de um antigo amigo que está morrendo mas acaba se vendo envolvido no meio de uma complicada rede de interesses envolvendo a luta pelo controle de uma grande corporação e a busca pelo segredo de sua própria imortalidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de setembro de 2013

O Lugar Onde Tudo Termina

Luke (Ryan Gosling) trabalha em um parque de diversões. Ele é piloto da moto do Globo da Morte, uma atração perigosa mas que paga um péssimo salário. Viajando de cidade em cidade ele vai parar em Schenectady, New York. Lá reencontra Romina (Eva Mendes), uma garçonete com o qual teve um caso meses antes. Luke que não é de muitas palavras logo desconfia que algo está acontecendo na vida de sua garota e para sua surpresa descobre que ela tem um filho seu, um bebezinho que ela tenta em vão esconder de seu ex-namorado. O problema é que ela já mora com um outro homem que resolveu assumir a figura de pai adotivo da criança. Luke quer ser um pai presente na vida do filho mas não tem dinheiro suficiente para ajudar em sua criação. Assim resolve tomar uma decisão radical. Ao lado de um comparsa começa a realizar assaltos a banco pela região. Ótimo piloto, passa a usar de sua habilidade para fugir da polícia após seus crimes. Por um tempo as coisas até que funcionam muito bem para ele até o dia em que cruza caminho com o policial Avery Cross (Bradley Cooper). O encontro durante uma fuga mudará para sempre o destino de sua vida.

Belo filme esse "O Lugar Onde Tudo Termina". O ator Ryan Gosling novamente surpreende estrelando mais uma ótimo produção em sua filmografia. Em certos momentos lembrei de "Drive" mas esse aqui é bem mais complexo e completo. O roteiro pode ser dividido em três atos bem nítidos. No primeiro acompanhamos a dura vida do personagem de Ryan Gosling. É um sujeito que caminha numa escolha sem volta. Ao abraçar o mundo do crime ele também dá adeus a uma vida equilibrada e segura, algo aliás que nunca teve. Gosling está ótimo em seu trabalho pois ele tem esse raro talento de imprimir carisma em papéis nem sempre agradáveis. A segunda linha narrativa já mostra a conturbada vida do policial Cross (Cooper), um sujeito ambicioso e pouco ético que começa aos poucos a subir no mundo da política. Por fim acompanhamos no ato final os desdobramentos do terrível encontro entre o criminoso e o tira, algo que repercutirá inclusive no futuro de seus próprios filhos. É sem dúvida um filme extremamente bem escrito, com ótimo elenco e enredo mais do que interessante que inclusive atravessa os anos. É um filme mais longo que o habitual (quase duas horas e meia de duração) mas que em momento nenhum cansará o espectador. Esse podemos recomendar sem qualquer receio. Grande filme certamente.

O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines, Estados Unidos, 2012) Direção: Derek Cianfrance / Roteiro: Derek Cianfrance, Ben Coccio / Elenco: Ryan Gosling, Bradley Cooper, Eva Mendes, Rose Byrne, Ray Liotta, Bruce Greenwood / Sinopse: Duas gerações sofrem as consequências de um terrível acontecimento ocorrido numa pequena cidade do interior dos EUA, Schenectady, New York.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de setembro de 2013

Seis Balas

O novo filme do ator Jean-Claude Van Damme é surpreendentemente bom e toca em uma questão que ultimamente tem ganho cada vez mais espaço em jornais e noticiários: o tráfico de pessoas. Na trama um casal de americanos e sua filha adolescente vão para a distante Moldávia, ex-república soviética. O pai é lutador de MMA e vai até lá para disputar uma luta com um conhecido esportista local. Seus problemas começam quando a filha desaparece dentro do hotel onde estão hospedados. Na verdade ela cai nas mãos de um grupo de traficantes de pessoas que vêem na jovem, loira e americana, uma “mercadoria” das mais preciosas no submundo do sexo do leste europeu. Desesperados eles tentam de todas as formas encontrar sua filha mas seus esforços são em vão. Como última tentativa eles contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira, Samson Gaul (Van Damme), especializado nesse tipo de resgate. Suas investigações acabam mostrando o envolvimento de altos funcionários do governo local, pois o mercado do sexo é uma das principais fontes de renda daquele país.

O título do filme, “Seis Balas”, reflete como é banal o tráfico envolvendo adolescentes (e até mesmo crianças) nesse mundo sórdido das ex-Repúblicas soviéticas. Seis balas é o preço que se paga por uma jovem garota, vendida praticamente como escrava para atuar em prostíbulos por toda a Europa. Como se vê o argumento é dos mais interessantes. Van Damme está envelhecido mas conseguiu manter sua boa forma física. Seu personagem vive como açougueiro na capital da Moldávia e nas horas livres trabalha como mercenário contratado. Infelizmente nem sempre seus serviços são bem sucedidos como é mostrado na cena inicial quando um grupo de jovens explorados sexualmente por uma rede de pedofilia acabam mortos por uma falha de estratégia por parte dele. Mesmo com o peso em sua consciência tenta seguir em frente. O filme tem ação, boas cenas e um cenário que não é muito comum em filmes (“Seis Balas” foi rodado na Hungria e na Romênia, ambos os países servindo de “Moldávia” no enredo). Enfim está recomendado essa nova fita de ação de Van Damme que consegue manter o interesse da primeira à última cena.

Seis Balas (6 Bullets, Estados Unidos, 2012) Direção: Ernie Barbarash / Roteiro: Chad Law, Evan Law / Elenco: Jean-Claude Van Damme, Joe Flanigan, Anna-Louise / Sinopse: Jovem adolescente americana é raptada no leste europeu por um grupo de traficantes de pessoas. Para tentar localizar seu paradeiro seus pais contratam os serviços de um veterano da legião estrangeira especializado nesse tipo de crime.

Pablo Aluísio.

Soldados da Fortuna

Durante uma missão no Afeganistão o oficial Craig McCenzie (Christian Slater) acaba descumprindo ordens expressas de seus superiores para salvar a vida de um de seus homens. Julgado pela justiça militar do exército acaba ganhando seu desligamento da força de forma desonrosa. De volta aos EUA resolve abrir seu próprio negócio, uma agência de segurança, mas as coisas andam mal. Pior se encontra seu velho amigo, que veterano e rebaixado de forma também desonrosa, não consegue arranjar emprego em sua volta ao lar. A solução para ambos acaba vindo de um programa muito peculiar: Os Soldados da Fortuna. É um tipo de turismo radical para milionários endinheirados. Em troca de um ingresso caríssimo esses ricos entediados são levados por soldados treinados e veteranos para zonas de conflito reais, onde podem desfrutar de toda a adrenalina e emoção de uma guerra de verdade! Com seu treinamento militar de elite McCenzie acaba sendo a opção ideal para o programa que o contrata para evitar a todo custo que algum desses ricaços sofra algum tipo de perigo no campo de batalha. A missão então passa a ser uma entrega de armas na chamada Ilha das Cobras, um lugar isolado e controlado por um ditador sanguinário. O problema é que nada acaba saindo como planejado.

Assim que surgiram as primeiras cenas de "Soldados da Fortuna" na tela eu me lembrei imediatamente das antigas produções de ação da produtora Cannon Group. Quem é cinéfilo de longa data saberá exatamente do que estou falando. Curiosamente nos créditos pude conferir também que o filme foi produzido pela produtora Globus-film. Ora, o produtor Yoram Globus era um dos donos da Cannon. Assim tudo se explica. É uma produção nova com todas as características que fizeram a festa dos fãs da Cannon na década de 80. Nessa fórmula temos filmes com roteiros simples, muitas explosões e cenas de ação. É o que eu gosto de chamar de filme de ação em sentido estrito. Nada de enrolação e nem de tentar ser o que não é. Tudo se resume a um ritmo de puro pancadaria sem freios. "Soldados da Fortuna" é exatamente isso. A única curiosidade mais digna de nota é a presença de um elenco de apoio acima da média. Todos os atores que interpretam os milionários que pagam para sentir a emoção de um verdadeiro campo de guerra são nomes reconhecíveis dos cinéfilos. De uma maneira ou outra é o tipo de filme que indico para quem gosta de ação e nada mais do que ação. Se é o seu caso, bom apetite.

Soldados da Fortuna (Soldiers of Fortune, Estados Unidos, 2013) Direção: Maxim Korostyshevsky / Roteiro: Alexandre Coscas, Robert Crombie / Elenco: Christian Slater, Sean Bean, Ving Rhames, Colm Meaney, Dominic Monaghan / Sinopse: Veterano da guerra do Afeganistão (Slater) é contratado para levar um grupo de ricaços até um front de batalha real para que eles experimentem a adrenalina de uma verdadeiro campo de guerra. As coisas porém acabam saindo que era inicialmente planejado.

Pablo Aluísio

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sangue no Gelo

Os chamados Serial Killers, ou assassinos em série, são terríveis criminosos na vida real mas que no cinema acabam rendendo bons filmes. Um exemplo é esse novo "The Frozen Ground", filme que tem tido boa receptividade pela crítica na Europa e nos EUA. Um dos atrativos de seu roteiro é o fato de ter sido baseado em fatos reais o que deixa tudo ainda mais impressionante para o espectador. A história se passa em Anchorage, uma cidade isolada e fria no distante Alasca. É lá que começam a surgir vários corpos no meio da floresta. Inicialmente o departamento de polícia não vê ligação entre todas as mortes uma vez que há uma certa distância temporal entre elas. Um policial porém, o detetive Jack Halcombe (Nicolas Cage), começa a perceber que existe um padrão nos crimes. Todas as vítimas são jovens, bem parecidas entre si, com cabelos escuros curtos, sendo algumas delas prostitutas desaparecidas. Além disso os corpos revelam sinal de execução, com tiros de um potente rifle, calibre .223, dados pelas costas. O aparecimento de uma nova vítima ainda viva, uma garota que sofreu uma tentativa de estupro acaba levando o foco das investigações para o pacato cidadão e pai de família Robert Hansen (John Cusack). Mas como provar que esse sujeito acima de todas as suspeitas é na verdade um psicopata serial?

Como é um filme baseado em fatos reais o roteiro inverte de certa forma a sequência dos acontecimentos em relação aos filmes tradicionais sobre serial killers. Assim o espectador sabe logo de antemão quem é o assassino. Mesmo com essa inversão, onde não existe o impacto de se descobrir quem é o criminoso responsável pelas mortes, o filme mantém o interesse. Ponto para o ator Nicolas Cage que vem em uma maré baixa já há algum tempo. Não resta dúvida que é uma ótima notícia para os fãs de Cage que ultimamente tem se especializado em atuar em produções ruins, daquelas que viram chacotas nas mãos dos críticos. Aqui temos uma situação bem diferente, ainda bem, pois é um filme realmente bem realizado, roteirizado e com ótima reconstituição dos fatos. Outro que também está muito bem em cena é John Cusack. Sua caracterização é perfeita pois ele conseguiu trazer para as telas aquelas nuances psicológicas bem conhecidas de assassinos desse tipo. Eles geralmente mantém uma fachada social perfeita, com família e trabalho. Parecem cidadãos exemplares. Alguns são até muito pacatos e admirados pelos vizinhos. Por baixo da máscara de bom mocismo porém se esconde um predador feroz. Um retrato perfeito de um triste caso real que abalou o Alasca e que certamente abalará também o espectador. Assista sem receios, afinal Cage vinha virando sinônimo de filme ruim mas aqui felizmente isso passa longe de acontecer. 

Sangue no Gelo (The Frozen Ground, Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Walker / Roteiro: Scott Walker / Elenco: Nicolas Cage, John Cusack, Vanessa Hudgens, Dean Norris / Sinopse: Policial prestes a se aposentar (Cage) acaba sendo designado para o caso que iria definir toda a sua carreira: a caça e captura do maior serial killer da história do Alasca.

Pablo Aluísio.

Jobs

Steve Jobs (Ashton Kutcher) é um jovem universitário que decide abandonar a faculdade para viajar pelo mundo, indo parar na Índia, onde conhece a realidade daquele povo. De volta aos EUA, sem saber direito que rumo tomar na vida, resolve se unir ao talentoso e inspirado Steve Wozniak (Josh Gad) para criar e desenvolver uma ideia nova e original, a criação de um novo conceito em informática, surgindo daí as origens do chamado PC, o computador pessoal. Inicialmente criam uma placa inovadora e depois com a ajuda de um investidor criam a Appel Computers, uma empresa que nas décadas seguintes se tornaria a mais valiosa de todo o mundo. Como se pode perceber "Jobs", o filme, tenta desvendar a figura desse famoso executivo, homem de negócios e inovador da indústria de informática. Infelizmente uma figura tão complexa e interessante para o nosso mundo moderno ganhou apenas uma pálida representação nessa produção muito burocrática, quadrada e sem inspiração, que se contenta apenas em narrar da forma mais enfadonha possível os principais eventos de sua vida.

A verdade pura e simples é que o personagem Steve Jobs retratado nesse filme não tem profundidade nenhuma. Ele é visto como um capitalista voraz, que após subir na carreira começa a se livrar de forma nada sutil de todas pessoas que o ajudaram a criar sua empresa vitoriosa. Ao mesmo tempo também mostra a terrível competição dentro das grandes empresas corporativas dos EUA, onde a puxada de tapete, a traição e o jogo de poder são fatos comuns, livres de qualquer ética pessoal. O roteiro se concentra mesmo na vida profissional de Jobs sem se importar em nenhum momento com a vida pessoal do retratado. Para se ter uma ideia o espectador é meio que informado que Jobs se recusou a assumir a paternidade de sua filha, mas tudo é jogado na tela sem qualquer complexidade, suas razões para agir assim são pessimamente explicadas em uma ou duas linhas de diálogo e nada mais. O ator Ashton Kutcher que interpreta Jobs, como era de se esperar, não consegue em nenhum momento captar a personalidade única desse executivo. Geralmente ele é retratado em cena apenas como uma pessoa extremamente rígida no trato com seus empregados. Sempre com cara de tensão e de poucos amigos o trabalho de Ashton Kutcher ficaria mais adequado se ele estivesse interpretando um psicopata e não uma pessoa tão imaginativa e criadora como Jobs. Assim o que temos aqui é um filme muito fraco, com estilo de telefilme, sem qualquer inovação ou surpresa. Bem decepcionante e vazio no final das contas.

Jobs (Jobs, Estados Unidos, 2013) Direção: Joshua Michael Stern / Roteiro: Matt Whiteley / Elenco: Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Josh Gad / Sinopse: O filme narra a vida de Steve Jobs. Após largar a universidade ele decide criar uma empresa na garagem de seus pais. Isso daria origem a Apple, uma das maiores empresas de informática do mundo moderno.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Invocação do Mal

Um casal e suas filhas se mudam para um velho casarão no meio do bosque. Há muitos anos o local se encontra abandonado mas pelo tamanho da propriedade e pelas possibilidades do lugar o preço se torna irresistível. Assim que se mudam começam a perceber estranhos acontecimentos. Primeiro o cão da família é encontrado morto, depois as jovens filhas começam a sentir a presença de entidades no local, tudo aliado a fatos inexplicáveis como o constante cheiro de carne podre que permeia toda a casa. Após uma noite em que fica clara a presença de espíritos no local a mãe das meninas procura pela ajuda de um casal especialista em demonologia. Após uma breve visita chegam na conclusão que realmente o local está infestado de entidades do mal. Enquanto esperam pela aprovação do Vaticano para a realização de um exorcismo tentam entender e pesquisar a natureza do mal que se manifesta no velho casarão. Essa nova produção de terror "Invocação do Mal" tem chamado bastante a atenção dos fãs de filmes de terror e suspense, tanto que está em cartaz nos cinemas brasileiros. O público em geral também tem gostado bastante da proposta da película.

A explicação não é tão complicada de entender. O filme escolheu, de maneira bastante acertada, seguir a linha dos antigos filmes de terror, principalmente dos da década de 70. Assim o que temos aqui é uma volta ao velho estilo, das casas mal assombradas e das fitas de exorcismo que tanto sucesso fizeram naquela década. O roteiro se baseia em fatos reais o que aumenta ainda mais o interesse. Obviamente que não foge a certos clichês - facilmente reconhecidos por quem costuma assistir a esse tipo de filme - mas mesmo assim temos que reconhecer que o resultado é muito eficiente. Além disso a ausência de efeitos digitais (que sempre estragam essa linha de produções de terror) é outro ponto muito positivo. Ao invés disso o diretor joga com a surpresa, com o susto e com a própria ambientação das locações (a casa velha, escura, a árvore assustadora usada para enforcamentos no passado, o lago imundo e assustador, etc). Como resultado de todos esses fatores o que temos é realmente um dos melhores filmes de terror do ano! Se você gosta de temas assim, então "Invocação do Mal" é mais do que recomendado pois os sustos estão assegurados.

Invocação do Mal (The Conjuring, Estados Unidos, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Casal e suas filhas se mudam para um velho casarão que começa a dar sinais da presença de entidades sobrenaturais do mal.

Pablo Aluísio.