quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Grand Canyon

Título no Brasil: Grand Canyon - Ansiedade de uma Geração
Título Original: Grand Canyon
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Meg Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Steve Martin, Danny Glover, Mary-Louise Parker, Mary McDonnell, Alfre Woodard

Sinopse:
Os destinos de várias pessoas vão se entrelaçando ao longo do tempo. E a vida de cada personagem enfrenta diversas situações delicadas e imprevisíveis. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor roteiro original (Lawrence Kasdan, Meg Kasdan).

Comentários:
Esse filme não pode ser definido como uma comédia como muitas vezes vi em manuais e guias de filmes. Não é muito por essa linha. Há diversas situações ocorrendo ao mesmo tempo. Kevin Kline, por exemplo, interpreta um sujeito rico cujo carro dá problemas, bem no meio de um bairro negro, com criminosos à espreita. Acaba sendo salvo por Danny Glover, um homem com muita experiência de vida que dirige um caminhão de guincho. Já Steve Martin, aqui de barba e bem diferente, é o executivo de cinema que precisa lidar com atrizes problemáticas. E as mulheres formam a maior parte do arco narrativo do filme, mostrando desde uma jovem com problemas de depressão até uma senhora casada que encontra um bebê no meio dos arbustos de um parque. Enfim, é um filme com várias pequenas histórias que acabam se interligando de uma maneira ou outra. Poderia ser um filme de Robert Altman, mas não é. É isso sim um bom drama dirigido e roteirizado pelo competente e talentoso Lawrence Kasdan. Um bom filme dos anos 90 que anda injustamente esquecido.

Pablo Aluísio.

Amigos, Sempre Amigos

Título no Brasil: Amigos, Sempre Amigos
Título Original: City Slickers
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Ron Underwood
Roteiro: Lowell Ganz, Babaloo Mandel
Elenco: Billy Crystal, Jack Palance, Daniel Stern, Patricia Wettig, Helen Slater, Noble Willingham

Sinopse:
Quase completando 40 anos, um azarado yuppie de Manhattan é convocado para se juntar a seus dois amigos em uma viagem de transporte de gado no oeste americano. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante (Jack Palance).

Comentários:
Era para ser uma comédia de rotina, sem maiores pretensões. A carreira do ator e comediante Billy Crystal ia sempre nessa linha, de divertimento para toda a família, filmes que eram diversões e passatempos inofensivos. E essa fita não fugia muito dessa fórmula, só que surpreendeu todo mundo ao ser premiada em festivais de cinema bem importantes, inclusive a própria Academia que deu a estatueta do Oscar para o veterano ator Jack Palance por sua atuação. Ficou meio óbvio que o Oscar foi dado mesmo pelo conjunto da obra e não exatamente por esse filme em si. Geralmente grandes veteranos que nunca foram premiados em nada durante uma longa carreira acabam vencendo esses "prêmios de consolação". De qualquer forma o papel do bom e velho Palance é interessante e ele se esforça bem para agradar ao público e aos críticos de plantão. Deu certo, é meio esquecível, mas tudo bem, na época funcionou bem, tanto que ele foi premiado em praticamente todos os grandes prêmios do cinema naquele ano. Na noite da premiação do Oscar ele também divertiu todo mundo fazendo flexões em pleno palco para provar que estava em boa forma. Foi um momento engraçado da história do Oscar, sem dúvida.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Rocketeer

Título no Brasil: Rocketeer
Título Original: The Rocketeer
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Joe Johnston
Roteiro: Dave Stevens, Danny Bilson
Elenco: Billy Campbell, Jennifer Connelly, Timothy Dalton, Alan Arkin, Paul Sorvino, Ed Lauter

Sinopse:
Cliff (Billy Campbel) é um jovem piloto que descobre um protótipo de jetpack, um jato que poderia levantar vôo, acoplando em suas costas. Ele então decide combater o crime usando de um disfarce, passando a ser conhecido por todos como Rocketeer. E enquanto vai prendendo todos os vilões, decide investir também no amor de sua vida.

Comentários:
Inegavelmente bem produzido, afinal não deixava de ser um produto Disney, esse "The Rocketeer" não conseguiu fazer sucesso. Pelo que me lembre não conseguiu sequer espaço no circuito comercial de cinemas no Brasil, sendo lançado diretamente em vídeo. Eu me recordo que assisti justamente assim, alugando o VHS nas locadoras. O que aconteceu para que o resultado comercial não fosse tão bom? Acredito que tenha sido o filme certo, mas na época errada. Nos anos 90 não havia essa febre de filmes com super-heróis. Hoje em dia, mesmo personagens de segunda linha, conseguem algum sucesso comercial, mas em 1991 isso não acontecia. O Rocketeer também era pouco conhecido, praticamente ninguém conhecia esse personagem que usava de uma velha tecnologia para impressionar. Uma espécie de homem a jato ou homem movido a foguete. Quem iria se interessar em suas aventuras naquele começo de anos 90? Além disso o personagem tem suas histórias passadas na era dos antigos seriados de aventuras no cinema, ainda nos tempos das matinês, lá pela década de 1930. Isso rendeu uma bela direção de arte ao filme, mas esse bom gosto vintage não se reverteu em interesse do público. Assim o tal Rocketeer, que mais parecia um foguete antigo, caiu tão rapidamente como havia subido aos céus. Coisas de Hollywood. 

Pablo Aluísio.

Barton Fink

Título no Brasil: Barton Fink - Delírios de Hollywood
Título Original: Barton Fink
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Circle Films, Working Title Films
Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: John Turturro, John Goodman, Judy Davis, Michael Lerner, John Mahoney, Tony Shalhoub

Sinopse:
Um renomado dramaturgo de Nova York é atraído para a Califórnia para escrever para o cinema e descobre a verdade infernal da indústria cinematográfica de Hollywood. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Michael Lerner), melhor direção de arte (Dennis Gassner) e melhor figurino (Richard Hornung).

Comentários:

Nessa altura já podemos dizer que todo e qualquer filme envolvendo os irmãos Coen é um bom motivo para ir ao cinema. Eles realmente se destacaram ao longo desses anos como cineastas e roteiristas de muito talento. E por falar em roteiro, esse filme aqui é uma auto referência ao cinema americano. O protagonista é um sujeito talentoso que decide cruzar o país para tentar uma carreira de roteirista em Hollywood e aí... a lógica, ou a falta de lógica, da indústria do cinema começa a enlouquecer o pobre sujeito. O filme vai numa crescente de perda de contato com a realidade, tudo resultando em um clímax bem ao estilo do que de pior poderia existir em Hollywood. Claro, uma forma dos irmãos Coen levar um passo à frente, na base da fina ironia, as próprias críticas que eles têm de Hollywood. Por fim não poderia deixar de tecer elogios ao ator John Turturro. Ele está perfeito nesse que foi o papel de sua vida. Sua atuação foi tão marcante nessa película que até hoje, mesmo após tantos anos, ainda me lembro desse filme quando vejo o ator em qualquer outra produção. E de fato, devo dizer, ele nunca mais teve tanta oportunidade de mostrar seu talento. De maneira em geral sua carreira passou a ser feita apenas de papéis coadjuvantes a partir daqui. Uma injustiça com seu potencial.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Arkansas

Filme muito bom, me surpreendeu. A história gira em torno de um grupo de traficantes menores, peões no comércio de drogas que atuam no sul dos Estados Unidos. Como um dos personagens explica logo no começo do filme, por aquelas bandas não existe um "crime organizado", nem nada como se vê nos filmes de mafiosos italianos de Nova Iorque. O tráfico de drogas é, ao contrário disso, bem desorganizado. Os criminosos geralmente são pessoas do baixo clero, alguns bandidinhos de segunda classe. Cada um tentando sobreviver a cada dia. Nenhum deles se tornando um grande chefão do mundo do crime. O personagem interpretado pelo ator Liam Hemsworth se encaixa nesse tipo de perfil de criminoso de segunda linha. Ele vende pequenas quantidades de drogas, o necessário apenas para pagar suas contas mais básicas com aluguel, alimentação, etc. Nada que o vá deixar rico ou algo semelhante. Essa situação dura até que surge o convite para ele ir até o Arkansas. Lá atua um traficante conhecido apenas como Frog, o sapo. Ninguém realmente conhece ele. O sujeito é especialista em viver na surdina, obviamente para não ser morto por concorrentes ou ser preso pela polícia.

Na verdade Frog (Vince Vaughn) era um vendedor de bugigangas de uma pequena loja de Memphis que viu uma oportunidade de ganhar mais dinheiro vendendo outro produto mais lucrativo. No caso, claro, drogas. E ele acaba se dando muito bem, sempre mantendo sua identidade completamente desconhecida até mesmo com os que trabalhavam para ele. Havia ali uma hierarquia, contando inclusive com tiras corruptos, tal como o policial florestal interpretado por John Malkovich. Quando esse é assassinado, Frog percebe que há uma quebra na cadeia de vendas. Algo que ele vai precisar consertar, mesmo que seja com muita violência. Clark Duke, que dirige esse filme muito bom, também atua como o traficante pernóstico conhecido apenas como Swin. Um sujeitinho folgado, que não está nem aí para as regras do trárico. Ele apenas quer se dar bem. O roteiro desse filme tem uma fina ironia, uma inteligência que me agradou bastante. O cotidiano desses criminosos que vivem na mais baixa hierarquia do tráfico de drogas no sul, não deixa de ter momentos divertidos e morbidamente engraçados. É uma espécie de "Os Bons Companheiros" sem a cosa nostra e seu glamour. Enfim, esse é um daqueles lançamentos desse ano que você deve assistir. Está bem acima dos demais filmes de 2020 que vi até agora.

Arkansas (Arkansas, Estados Unidos, 2020) Direção:  Clark Duke / Roteiro: Clark Duke, Andrew Boonkrong / Elenco: Liam Hemsworth, Vince Vaughn, John Malkovich,  Clark Duke, Jacob Zachar, Patrick Muldoon / Sinopse: Um grupo de traficantes do baixo clero do mundo do crime começa um jogo de vida e morte pelo controle da venda de drogas no estado do Arkansas. Quem conseguir se manter vivo até o final se tornará o novo chefão do tráfico.

Pablo Aluísio. 

Green Card

Título no Brasil: Green Card - Passaporte para o Amor
Título Original: Green Card
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Peter Weir
Roteiro: Peter Weir
Elenco: Gérard Depardieu, Andie MacDowell, Bebe Neuwirth, Gregg Edelman, Robert Prosky, Jessie Keosian

Sinopse:
Georges (Gérard Depardieu) é um imigrante francês que decide ficar nos Estados Unidos após seu visto perder a validade. Com isso logo fica ilegal naquele país. Sua saída seria conseguir o Green Card, mas para isso ele teria de se casar com uma americana. E ele realmente embarca em um casamento de fachada com Brontë (Andie MacDowell), para logo depois se descobrir apaixonado verdadeiramente por ela. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original (Peter Weir).

Comentários:
Gérard Depardieu foi para os Estados Unidos e aí não teve jeito. Ele teve que dançar conforme a música tocada pelo cinemão americano mais comercial. Nada de filmes de arte, cult-movies, grandes pretensões artísticas, nada mais disso. Quando se entra para a indústria de cinema do Tio Sam o mais importante passa a ser fazer bilheteria, nada muito além disso. E esse filme é mais do que comercial. Não deixa de ser irônico o fato de que Gérard Depardieu caiu direto nos braços da Touchstone Pictures, companhia cinematográfica que pertencia ao grupo Disney. Era o selo do ratinho mais famoso do mundo que produzia filmes para toda a família. Os filmes da Touchstone criaram, de certa forma, o selo "family friendly" dentro da indústria de entretenimento, então nada de muito polêmico, nem forte e nem dramático demais poderia entrar nessa linha de filmes. Assim esse "Green Card" não passa de água com açúcar. E a presença da atriz Andie MacDowell ajudou a suavizar ainda mais o tom. Enfim, para quem sempre estava acostumado a ir para uma outra direção em sua carreira, esse "Green Card" foi mesmo uma mudança e tanto de rumos para Gérard Depardieu.

Pablo Aluísio.

domingo, 9 de agosto de 2020

Domino

Título no Brasil: Domino
Título Original: Domino
Ano de Produção: 2019
País: Dinamarca, França
Estúdio: Backup Media, Saban Films
Direção: Brian De Palma
Roteiro: Petter Skavlan
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Guy Pearce, Søren Malling, Paprika Steen, Emrin Dalgic, Eriq Ebouaney

Sinopse:
Após a morte do parceiro, um policial da força de investigação da polícia da Dinamarca, decide descobrir o crime por conta própria. Ela vai até a Espanha para encontrar e prender o assassino e uma vez lá descobre que o criminoso tem envolvimento com o Estado Islâmico e o terrorismo internacional.

Comentários:
É muito decepcionante quando você assiste a um novo filme de um diretor que sempre gostou e esse se revela de péssima qualidade. É o caso desse thriller policial europeu chamado "Domino". O diretor Brian De Palma, de tantos filmes excelentes, parece que caiu em um abismo de filmes ruins. Esse é dos piores. Complicado entender como um cineasta como esse, que no passado chegou a ser comparado com Alfred Hitchcock, conseguiu cair tanto. Esse filme não é apenas ruim, mas cansativo e mal feito. Há cortes abruptos, revelando desleixo na edição final, A história é mal contada, cheio de buracos narrativos. Além de cenas que deveriam explorar suspense e tensão, mas que no final só são risíveis. Parece que depois de sucessivos fracassos comerciais no cinema americano, Brian De Palma só consegue espaço agora no cinema europeu, em pequenas companhias cinematográficas, que não estão interessadas em qualidade. Uma grande pena encontrar um mestre do cinema em situação tão ruim e delicada. Espero que ele um dia dê uma volta por cima na carreira, que hoje em dia está decisivamente em declínio completo.

Pablo Aluísio.

Querelle

Título no Brasil: Querelle
Título Original: Querelle
Ano de Produção: 1982
País: Alemanha, França
Estúdio: Planet Film, Albatros Pictures
Direção: Rainer Werner Fassbinder
Roteiro: Rainer Werner Fassbinder
Elenco: Brad Davis, Franco Nero, Jeanne Moreau, Laurent Malet, Günther Kaufmann, Burkhard Driest

Sinopse:
Querelle (Brad Davis) é um marinheiro belga que durante uma viagem acaba se envolvendo com pessoas do submundo em portos europeus. Traficantes de drogas, assassinos, fugitivos da justiça, todos os tipos marginalizados acabam esbarrando com ele em sua jornada. Filme premiado no Venice Film Festival.

Comentários:
Esse é um filme muito interessante. Produzido na década de 1980, é uma adaptação do romance escrito por Jean Genet. O diretor Rainer Werner Fassbinder fez um filme bem diferente do convencional, a começar de seu protagonista, um marinheiro que dentro de um ambiente de marginalidade acaba se tornando também ele um marginal. O filme tem uma fotografia saturada, para realçar bem esse ambiente em que ele passa a viver, ou a visitar, porque em cada porto ele encontra algo diferente. E em busca de novas experiências sexuais vale tudo, inclusive o amor de outros homens. O ator Brad Davis havia sido revelado ao grande público por causa do excelente "O Expresso da Meia-Noite", ótimo drama dirigido pelo cineasta Alan Parker (recentemente falecido). Considerado um belo galã, muito promissor, inclusive dentro do cinema americano, ele viu sua carreira acabar cedo porque contraiu AIDS em uma época em que essa doença era uma sentença de morte. Segundo algumas informações na época de sua morte ele, em sua vida privada, era homossexual, embora sua esposa tenha defendido que essa informação não condizia com a verdade. De qualquer maneira esse filme acabou se tornando um belo retrato de seu talento, mesmo ainda bem jovem. PS: E pensar que pouco após a morte do Brad Davis outro galã de nome Brad iria começar uma das mais populares carreiras de Hollywood. Sim, estou me referindo ao Brad Pitt. São ironias do destino.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de agosto de 2020

Doce Virginia

Um casamento ruim pode gerar inúmeros problemas. Veja o caso desse filme. Uma esposa insatisfeita, que já não aguenta mais a indiferença e a violência de seu marido, decide que chegou a hora de contratar um assassino profissional para executá-lo. Um sujeito chamado Elwood (Christopher Abbott) aceita 50 mil dólares pelo "serviço". E ele realmente não perde tempo. Mata não apenas o marido dela, como também dois outros homens que estava ao seu lado em um restaurante. Serviço feito, é hora de receber o pagamento. Só que a ex-esposa descobre que o falecido marido não lhe deixou nada, a não ser dívidas e mais dívidas. E agora, como ela vai pagar o assassino?

O criminoso fica esperando seu dinheiro e decide se hospedar em uma pequeno hotel da região, um daqueles estabelecimentos de beira de estrada, bem comuns nos Estados Unidos. O lugar se chama "Doce Virginia". Esse é gerenciado por Sam Rossi (Jon Bernthal). No passado ele foi campeão de rodeios, mas depois de levar muitas quedas e ter um rouro caindo por cima dele, sua carreira acabou. Agora ele vive dentro do possível, gerenciando aquele hotel, colocando caras violentos para fora, de vez em quando salvando alguma prostituta em apuros que dá o azar de pegar um cliente violento e abusivo. No começo sua aproximação com o novo hóspede Elwood é bem amigável, mas isso seguramente vai durar pouco. Afinal ele é um criminoso, um assassino profissional e não vai tardar para que tudo acabe em uma explosão de violência. Bom filme, gostei. Inicialmente todos os personagens são bem desenvolvidos, para só depois haver uma conexão entre todos eles. Boa direção, elenco afinado, em um thriller que não decepciona.

Doce Virginia (Sweet Virginia, Canadá, 2017) Direção: Jamie M. Dagg / Roteiro: Paul China, Benjamin China / Elenco: Jon Bernthal, Christopher Abbott, Imogen Poots / Sinopse: Sam Rossi (Jon Bernthal), gerente de um hotel de beira de estrada chamado "Doce Vírginia" não sabe, mas seu novo hóspede é na realidade um assassino profissional que está na cidade para receber o dinheiro de um crime que cometeu. E essa aproximação, inicialmente amigável, pode se tornar bem violenta e explosiva.

Pablo Aluísio.

Henry & June

Título no Brasil: Henry & June
Título Original: Henry & June
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Philip Kaufman
Roteiro: Philip Kaufman
Elenco: Fred Ward, Uma Thurman, Kevin Spacey, Maria de Medeiros, Richard E. Grant, Juan Luis Buñuel

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Anaïs Nin, o filme "Henry & June" conta a história do romance e erotismo vivido pela autora com o escritor Henry Miller e sua esposa June. Em plena década de 1930 eles decidiram ampliar seus horizontes eróticos e sexuais. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Philippe Rousselot). 

Comentários:
Esse filme conta uma história real de um triângulo amoroso que aconteceu em Paris, durante o ano de 1931. Os envolvidos eram escritores e poetisas, que decidiram romper com o moralismo e o pensamento conservador que existia na época. Nada de relacionamentos tradicionais, com casais chatos que procuravam seguir uma determinada cartilha de comportamento. Como intelectuais que eram, eles perceberam que tudo aquilo não passava de meras convenções sociais e como tais deveriam ser rompidas, sem culpas e nem pecados. O cineasta Philip Kaufman sempre foi conhecido por assinar obras cinematográficas mais autorais e também mais intelectualizadas. Aqui ele quis levar para a tela um evento envolvendo artistas que sempre admirou em sua vida. O resultado ficou muito bom, bem produzido, com um elenco acima da média. Na época se falou muito do fato do filme, que tinha tanto potencial nesse sentido, ter ficado de fora das principais categorias do Oscar. Parece que isso de deu pelo teor erótico de seu roteiro, considerado acentuado demais pela Academia. Um falso moralismo de seus membros. Uma pena. Assim se escreveu mais um capítulo na longa lista de injustiças do Oscar. Como cinema "Henry & June" é um primor.

Pablo Aluísio.