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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Passagem para a Índia

Título no Brasil: Passagem para a Índia
Título Original: A Passage to India
Ano de Lançamento: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: EMI Films
Direção: David Lean
Roteiro: David Lean
Elenco: Alec Guinness, James Fox, Judy Davis, Peggy Ashcroft, Victor Banerjee, Nigel Havers

Sinopse:
Na era colonial, onde a Índia não passava de uma colônia do império britânico, um evento e um suposto crime abalam as estruturas daquela sociedade, colocando em polos opostos figuras importantes, tanto do lado inglês, como do lado indiano. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor atriz coadjuvante (Peggy Ashcroft) e melhor trilha sonora original (Maurice Jarre). 

Comentários:
David Lean não foi um diretor de cinema qualquer. Ele foi um dos grandes cineastas autorais da história da sétima arte. E esse, infelizmente, foi seu último filme. Nem preciso dizer que é outra obra-prima em uma filmografia realmente inigualável. Lean fazia cinema para quem amava cinema. Essa é uma das informações básicas que você precisa entender. E aqui seu grande cinema voltou a brilhar. Um filme que tem seu próprio ritmo e que de maneira sutil criticava a sociedade colonial inglesa, com todas as suas contradições, incoerências e também ambiguidades. Um retrato nada sutil daquela geração britânica que sustentou um sistema colonialista e exploratório que se estendia em praticamente todos os continentes do globo. E tudo isso emoldurado em uma boa e também trágica história para se  contar na tela grande. Enfim, uma despedida à altura daquele que pode ser considerado um dos grandes diretores de nossa época. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Mistérios e Paixões

Título no Brasil: Mistérios e Paixões
Título Original: Naked Lunch
Ano de Produção: 1991
País: Inglaterra, Canadá
Estúdio:  Recorded Picture Company (RPC)
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg
Elenco: Peter Weller, Judy Davis, Ian Holm, Julian Sands, Roy Scheider, Monique Mercure

Sinopse:
Depois de desenvolver um vício na substância tóxica que usa para matar insetos, um exterminador acidentalmente mata sua esposa e se envolve em um plano secreto do governo orquestrado por insetos gigantes em uma cidade portuária no Norte da África. Filme indicado no Berlin International Film Festival e Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor direção (David Cronenberg).

Comentários:
Não procure por sentido e lógica. "Mistérios e Paixões" de David Cronenberg não faz muito sentido mesmo.  William S. Burroughs é obviamente uma referência cultural muito forte, ao ponto do diretor e roteirista ter creditado o roteiro como inspirado na sua conhecida novela. A questão é que literatura e cinema, apesar das semelhanças, não são artes completamente conexas. Nem sempre o que funciona na literatura dá muito certo no cinema. Porém não espere por fidelidade total do filme com o livro original. Esse aliás foi descrito por Orson Welles como uma dessas obras literárias que eram impossíveis de se adaptar para as telas de cinema. David Cronenberg sabia muito bem disso, mas tentou a sorte. Ao invés de buscar por uma narrativa linear ele priorizou as imagens estranhas, bizarras, de um ser humano literalmente virando um inseto gigante. Eu me recordo que quando assisti ao filme pela primeira vez não gostei do que vi. Hoje porém já tenho uma opinião melhor sobre essa película. Nem tudo que vira filme precisa fazer muito sentido. Isso é secundário. O que vale é a arte pela arte e mesmo que seja estranha, vale a pena. Aqui David Cronenberg voltou aos insetos asquerosos, mas ao contrário de "A Mosca" sua intenção não era fazer terror, mas sim literatura cinematográfica. Valeu pela coragem e boas intenções.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Barton Fink

Título no Brasil: Barton Fink - Delírios de Hollywood
Título Original: Barton Fink
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Circle Films, Working Title Films
Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: John Turturro, John Goodman, Judy Davis, Michael Lerner, John Mahoney, Tony Shalhoub

Sinopse:
Um renomado dramaturgo de Nova York é atraído para a Califórnia para escrever para o cinema e descobre a verdade infernal da indústria cinematográfica de Hollywood. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator coadjuvante (Michael Lerner), melhor direção de arte (Dennis Gassner) e melhor figurino (Richard Hornung).

Comentários:

Nessa altura já podemos dizer que todo e qualquer filme envolvendo os irmãos Coen é um bom motivo para ir ao cinema. Eles realmente se destacaram ao longo desses anos como cineastas e roteiristas de muito talento. E por falar em roteiro, esse filme aqui é uma auto referência ao cinema americano. O protagonista é um sujeito talentoso que decide cruzar o país para tentar uma carreira de roteirista em Hollywood e aí... a lógica, ou a falta de lógica, da indústria do cinema começa a enlouquecer o pobre sujeito. O filme vai numa crescente de perda de contato com a realidade, tudo resultando em um clímax bem ao estilo do que de pior poderia existir em Hollywood. Claro, uma forma dos irmãos Coen levar um passo à frente, na base da fina ironia, as próprias críticas que eles têm de Hollywood. Por fim não poderia deixar de tecer elogios ao ator John Turturro. Ele está perfeito nesse que foi o papel de sua vida. Sua atuação foi tão marcante nessa película que até hoje, mesmo após tantos anos, ainda me lembro desse filme quando vejo o ator em qualquer outra produção. E de fato, devo dizer, ele nunca mais teve tanta oportunidade de mostrar seu talento. De maneira em geral sua carreira passou a ser feita apenas de papéis coadjuvantes a partir daqui. Uma injustiça com seu potencial.

Pablo Aluísio.