terça-feira, 17 de novembro de 2015
Abaixo o Amor
"Down with Love" é bem divertido, inclusive tive a oportunidade de conferir no cinema, mas falha justamente em um dos pontos que deveriam ser o forte de seu roteiro: a sofisticação. Em determinados momentos o filme escolhe o lado mais vulgar, algo que seria impensável nas comédias dos anos 60 que tenta recriar. Renée Zellweger desfila com um fino figurino - que acaba se tornando uma das melhores coisas do filme, mas também decepciona com o excesso de botox na face. Algo que o diretor deveria ter corrigido já que isso não existia na época em que a história do filme se passa. Quando ela aparece com rosto inchado em cena logo ficamos com aquela sensação de superficialidade que estraga em parte o charme dessa comédia vintage. Apesar de tudo ainda vale conhecer.
Abaixo o Amor (Down with Love, Estados Unidos, 2003) Direção: Peyton Reed / roteiro: Eve Ahlert, Dennis Drake / Elenco: Ewan McGregor, Renée Zellweger, David Hyde Pierce / Sinopse: Um filme dos dias atuais com o estilo das antigas comédias românticas dos anos 1960. Filme vencedor do Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Figurino.
Pablo Aluísio.
Eu, Eu Mesmo e Irene
Só mesmo o amor para justificar ela em um papel tão, digamos assim, sem importância. Hoje em dia ela anda em baixa, principalmente depois de uma intervenção plástica que praticamente destruiu sua fisionomia. Isso porém pouca importa para os fãs de Carrey que pelo menos nessa fita não tiveram o que reclamar pois o ator deitou e rolou com seu papel, a de um homem com problemas de múltipla personalidade. Atualmente praticamente esquecida a fita ainda mantém um certo charme, pois algumas gags são realmente bem divertidas, engraçadas e resistiram ao teste do tempo. Além do mais os melhores filmes de Carrey sempre foram aqueles em que ele foi menos pretensioso. O descompromisso com algo mais sério sempre foi o segredo de seu sucesso. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Jim Carrey).
Eu, Eu Mesmo e Irene (Me, Myself & Irene, Estados Unidos, 2000) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Mike Cerrone / Elenco: Jim Carrey, Renée Zellweger, Anthony Anderson / Sinopse: Um relacionamento muito doido envolvendo uma garota bonita e um sujeito com um parafuso a menos.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
A Enfermeira Betty
Claro que tudo sob um viés bem humorado, investindo em um tipo de linguagem mais nonsense, tudo valorizado ainda mais pelo bom elenco de apoio que contou inclusive com gente talentosa como Morgan Freeman e Chris Rock (que aqui está em seu tipo habitual, bem exagerado e fora de controle, diria até histriônico). Ainda linda no começo de sua carreira, com olhar e jeito joviais e bem longe das plásticas que destruíram sua feição original, Renée Zellweger brilhou com seu trabalho a ponto inclusive de também levar o Globo de Ouro para casa. Um feito e tanto para uma jovem atriz texana que naquela altura do campeonato ninguém ainda conhecia direito. Depois desse momento as portas da indústria do cinema iriam se abrir definitivamente para a atriz - pena que o excesso de luzes e fama tenha de certa maneira tirado o seu bom senso com o passar dos anos. De uma forma ou outra a magia do cinema está aí para preservar Zellwegger em um tempo em que ela não passava de uma jovem starlet buscando seu lugar ao sol.
A Enfermeira Betty (Nurse Betty, Estados Unidos, 2000) Direção: Neil LaBute / Roteiro: John C. Richards / Elenco: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear./ Sinopse: A história de uma mulher comum que trabalha como enfermeira e que tem seus sonhos e suas aspirações de vida.
Pablo Aluísio.
Os Queridinhos da América
Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.
Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.
Pablo Aluísio.
domingo, 15 de novembro de 2015
O Guarda-Costas e a Primeira Dama
Nada se salva, o roteiro é péssimo, não tem graça e nem razão de ser. O elenco não sabe o que fazer com um material tão ruim. O fracasso comercial praticamente destruiu a carreira do novato diretor Hugh Wilson, que a partir daí foi de mal a pior, tentando emplacar numa carreira morta em seu nascimento, assinando outras porcarias do tipo "Polícia Desmontada" e "De Volta para o Presente" (péssimo filme com o ainda mais péssimo Brendan Fraser). Enfim, desista. Se nunca viu, passe longe. Se perdeu seu precioso tempo vendo isso, os meus sinceros pêsames!
O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, Estados Unidos, 1994) Direção: Hugh Wilson / Roteiro: Hugh Wilson, Pj Torokvei / Elenco: Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton / Sinopse: Um guarda-costas é designado para cuidar da segurança de ninguém menos do que a Primeira-Dama dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Três Formas de Amar
Como resolver uma situação como essa, onde todos parecem interessados, mas que no fundo ninguém consegue dar o braço a torcer? Eventualmente Alex propõe aos rapazes um tipo de relacionamento aberto, onde ninguém seria realmente de ninguém e todos poderiam compartilhar da mesma cama sem maiores culpas. Bem, se não houvesse sentimento envolvido até poderia dar certo, porém como há paixões no meio dessa equação todos acabam se machucando emocionalmente, de uma forma ou outra. Entre as acusações que o filme sofreu estava a de que ele seria na verdade um longo comercial ou lobby da causa gay ou bissexual. Não vejo motivos para isso. No fundo é apenas uma história de amor triangular que definitivamente não deu muito certo!
Três Formas de Amar (Threesome, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Fleming / Roteiro: Andrew Fleming / Elenco: Lara Flynn Boyle, Josh Charles, Stephen Baldwin / Sinopse: O roteiro explora um conturbado triângulo amoroso.
Pablo Aluísio.
sábado, 14 de novembro de 2015
A Colina Escarlate
O grande destaque desse terror ao velho estilo dirigido por Guillermo del Toro vem da direção de arte (ou como alguns preferem chamar atualmente, do design de produção). A velha e decadente mansão da família Sharpe acaba se tornando ela própria uma personagem da história. Construída em cima de uma antiga mina de argila, vai afundando a cada ano, parcialmente destruída pela ação do tempo. A antiga casa é aterrorizante, escura e sombria. Lembra muito as velhas casas mal assombradas dos antigos filmes ingleses. E dentro do espírito decadente dessa pequena nobreza em ruínas se esconde todos os tipos de relações incestuosas e taras inconfessáveis. O mistério vai se revelando aos poucos em um clima que me agradou bastante. O roteiro, embora seja de certa maneira previsível, tem sua dose de charme e elegância. Os fantasmas que vão surgindo se encaixam perfeitamente no enredo, revelando aos poucos a sangrenta história do lugar. Os efeitos especiais são adequados, de bom gosto e estão inseridos na proposta de se contar bem os fatos do passado da dinastia Sharpe. O enorme cenário que foi construído para a realização do filme é real, não virtual, o que acrescentou muito no resultado final. O elenco também me agradou muito, principalmente a atuação do ator Charlie Hunnam (o 'Jax' Teller de "Sons of Anarchy"). Para quem interpreta um motoqueiro na série, não ficou nada mal como um médico vitoriano com vocação a gestos heroicos. Aliás todos os personagens do filme nos remetem àquele universo vitoriano dos antigos romances ingleses. Todos de uma maneira ou outra surgem finos, educados e sofisticados na superfície, embora na realidade sejam grotescos, gananciosos, rudes e mesquinhos no interior de suas almas. Assim não deixe de conhecer. É de fato um terror muito bom, com um irresistível sabor nostálgico, tudo embalado em um visual realmente impressionante, de encher os olhos.
A Colina Escarlate (Crimson Peak, Estados Unidos, Canadá, 2015) Direção: Guillermo del Toro / Roteiro: Guillermo del Toro, Matthew Robbins / Elenco: Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston, Charlie Hunnam, Jim Beaver / Sinopse: Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem herdeira americana que é seduzida pelo galante nobre inglês Thomas Sharpe (Tom Hiddleston). Membro de uma realeza arruinada financeiramente ele precisa do dinheiro de Edith para a construção de uma máquina a vapor inovadora que irá agilizar a extração de argila vermelha de uma velha e abandonada mina que pertence à sua família há gerações. Depois de se casar com Edith ele a leva para morar na vitoriana mansão de Allerdale Hall. A velha casa, decadente e destruída, esconde segredos terríveis que logo Edith irá descobrir.
Pablo Aluísio.
Mia Wasikowska
Tirando Alice de lado eu destacaria outros filmes dela de que gostei bastante. Entre eles o recente "A Colina Escarlate", um filme que relembra os antigos clássicos ingleses de terror. Nesse roteiro ela está particularmente bonita e atraente com um figurino belíssimo de época. Longos vestidos brancos que inclusive nos remetem ao visual fantasmagórico mais utilizado em filmes de casas mal assombradas do passado. Sua personagem Edith é uma jovem que não deseja apenas viver de sua beleza e da fortuna de seu pai, um rico industrial, mas sim vencer como escritora e jornalista. Embora o filme não explore todo o potencial dela, o fato é que o resultado se revela muito bom, seja você um romântico ou apenas um admirador de fitas de terror ao velho estilo.
É bom também que se diga que Mia Wasikowska fica excepcionalmente bem em adaptações de romances históricos como "Madame Bovary" (cuja resenha pretendo escrever em breve) e "Jane Eyre", os dois filmes que melhor exploraram sua beleza e talento até agora. "Jane Eyre" é um livro romântico muito cultuado do século XIX, escrito por Charlotte Brontë. É um clássico absoluto da literatura inglesa e já ganhou inúmeras versões cinematográficas ao longo dos anos. A estrelada por Mia foi lançada em 2011 e contou com uma produção refinada e muito luxuosa, marca registrada da BBC Films. Embora a direção seja um pouco burocrática, sem grandes ousadias narrativas, o filme acabou sendo salvo exatamente por causa de sua elegância e charme irretocáveis. É outro filme que Mia também se destaca muito por causa dos figurinos de época.
Antes deles também seria interessante destacar sua atuação em "Minhas Mães e Meu Pai" onde ela interpretou uma adolescente criada por duas lésbicas que em determinado momento de sua vida decide ir atrás do seu pai biológico. O roteiro explorou muito bem essas novas formações familiares que nasceram dentro da sociedade atual, onde o velho modelo de pai e mãe acaba sendo substituído por uma nova forma de entidade familiar, geralmente proveniente de uniões homoafetivas. Nesse filme Mia teve a oportunidade de contracenar com duas grandes atrizes, Julianne Moore e Annette Bening, que estavam perfeitas em cena. Um belo aprendizado, ainda mais para ela que ainda era bem jovem. Por falar em contracenar com veteranas talentosas, Mia tem tido muita sorte nesse quesito. Basta lembrar de seu trabalho ao lado de Glenn Close no subestimado "Albert Nobbs". O roteiro explora a curiosa história de uma mulher inglesa do século XIX que para se proteger passa a assumir o comportamento e a identidade de um homem. Outro bom filme de época que vale a pena conhecer.
Indicada a vários prêmios ao redor do mundo Mia ainda tem muito a mostrar. Esperamos que sua carreira siga nesse ritmo de bons filmes, sempre bem produzidos, com enredos edificantes. Seus próximos filmes prometem. Ela estará em "HHH", um filme ambientado na Segunda Guerra Mundial baseado no romance de Laurent Binet. Também retornará ao papel que a tornou conhecida no mundo inteiro, a da garota Alice. Em "Alice Através do Espelho" a atriz voltará para o País das Maravilhas mais uma vez. O filme é uma super produção dos estúdios Disney para 2016 dirigida por James Bobin (o mesmo cineasta do sucesso recente "Os Muppets"). A produção está sendo vista como uma das grandes apostas da companhia para o ano que vem. Então é isso, fiquem de olho em Mia. Certamente é uma das mais promissoras jovens atrizes de Hollywood.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Quarteto Fantástico
Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four, Estados Unidos, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell / Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.
Pablo Aluísio.
Uma Virada do Destino
Steve Martin, entre comédias de sucesso e filmes apenas medianos, para não dizer medíocres, ele procurou sobreviver em Hollywood da melhor forma possível. Esse aqui até que não é tão mal. O roteiro é redondinho e bem familiar, o que acabou agradando ao público. Filmes com crianças também dificilmente desagradam. Assim Martin acabou conseguindo uma bilheteria até que muito boa em seu lançamento. Apesar de hoje em dia estar meio datado vale a pena uma espiada, por causa das boas intenções de seu roteiro. Além disso Steve Martin sempre compensa com seu carisma natural.
Uma Virada do Destino (A Simple Twist of Fate, Estados Unidos, 1994) Direção: Gillies MacKinnon / Roteiro: Steve Martin / Elenco: Steve Martin, Gabriel Byrne, Laura Linney / Sinopse: Comédia romântica dos anos 90 estrelada pelo ator e comediante Steve Martin.
Pablo Aluísio.