sábado, 10 de novembro de 2012
Não Estou Lá
Sou fã de Bob Dylan e essa cinebiografia fora dos padrões é uma das mais originais e surpreendentes que já assisti. O uso de vários atores retratando de forma metafórica vários momentos da vida do Bob é uma sacada excepcionalmente bem desenvolvida. Quem me dera todos os grandes ídolos do Rock tivessem filmes tão intrigantes como esse para eternizá-los em celulóide. Como o próprio nome sugere realmente todos estão lá, menos o biografado, Dylan, que preferiu continuar nas sombras. O elenco é multiestelar. Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Cate Blanchet, Charlotte Gainsbourg e Julianne Moore. Não é todo dia que se consegue reunir um time de grandes atores e atrizes como esse. O segredo que atraiu tanta gente boa se encontra no roteiro desfragmentado do filme, que foge das soluções fáceis. De certa forma cada ator (e atriz) dá sua visão pessoal de Dylan. Alguns optaram por uma abordagem mais natural, outros já priorizam o mito. No saldo final temos um belo retrato artístico do biografado. Não vá esperando uma biografia linear, fácil de digerir, pelo contrário, tudo é demasiadamente solto, livre no ar. Cabe assim ao espectador ir juntando as peças do quebra cabeças, o que convenhamos torna tudo mais divertido.
Não Estou Lá ( I'm Not There, Estados Unidos - Alemanha, 2007) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Todd Haynes, Oren Moverman / Elenco: Christian Bale, Richard Gere, Heath Ledger, Cate Blanchet, Charlotte Gainsbourg, Marcus Carl Franklin e Julianne Moore / Sinopse: Seis atores diferentes (Christian Bale / Cate Blanchett / Heath Ledger / Marcus Carl Franklin / Richard Gere / Ben Whishaw) dão vida ao mito musical Bob Dylan. Em uma narrativa desfragmentada vários episódios da vida do artista, intercaladas por estórias retiradas de suas canções, tentam mostrar aspectos e facetas do homem e do mito.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Curtindo a Vida Adoidado
Quando os filmes de John Hughes eram lançados na década de 80 eles nunca eram levados à sério, até porque eram em sua maioria comédias juvenis mostrando aspectos da vida dos jovens daqueles anos. Hoje em dia a obra de John Hughes sofre uma justa revisão e finalmente tem ganho status de bom cinema, realmente relevante. Sim, é cultura pop em essência, mas cultura pop de ótima qualidade. Um exemplo é esse filme que muito provavelmente seja o mais famoso da filmografia de Hughes. A estória, muito simpática por sinal, gira em torno de um dia na vida do estudante colegial Ferris Bueller (Matthew Broderick). Cansado da vida entediante da escola ele resolve matar aula. Finge estar doente para seus pais e sai para um dia de curtição ao lado do amigo hipocondríaco Cameron (Alan Ruck) e da namoradinha Sloane (Mia Sara). A partir daí tudo pode acontecer, com o carro do pai de Cameron eles saem por Chicago em busca de divertimento e festa. O filme é até hoje um dos mais queridos do grande público porque foi tão reprisado na Sessão da Tarde que virou um tipo de ícone dos filmes sobre adolescentes - para muitos seria mesmo o melhor filme adolescente de todos os tempos. O roteiro esperto e com clima jovial escrito por John Hughes brinca o tempo todo com a figura carismática de Ferris que desfila na tela vários "pensamentos" profundos, que no fundo apenas mostram a chatice da escola, a escolha por curtir melhor a vida e é claro fazer de bobos todas as autoridades escolares.
É curioso que Hughes tenha captado tantas nuances juvenis em uma comédia tão despretensiosa como essa. No fundo ele apenas adaptou algumas coisas de sua própria vida pessoal. Vivendo em Chicago ele, como todos os estudantes do mundo, também sentia necessidade de uma vez ou outra dar uma escapada do colégio, de seus professores chatos e do tédio avassalador que impera ainda hoje em nosso atrasado e obsoleto sistema educacional. Ferris é jovem, divertido, irônico e só quer mesmo aproveitar o dia da melhor forma possível, mesmo que para isso faça todos os adultos de bobocas. O elenco encontrou em Matthew Broderick não só um talentoso ator como também um tipo ideal para viver o safo Ferris. O elenco de apoio também é destaque e alguns jovens que fariam grande sucesso depois como Charlie Sheen e Jennifer Grey tem pequenos papéis mas bem significativos. Em suma, "Curtindo a Vida Adoidado" é aquilo mesmo que se propõe, uma crônica bem humorada na vida de um estudante colegial dos anos 80. O filme certamente resistiu bem ao tempo e hoje é tão divertido e simpático como foi há 20 anos em seu lançamento.
Curtindo a Vida Adoidado (Ferri's Bueller Day Off, Estados Unidos, 1986) Direção: John Hughes / Roteiro: John Hughes / Elenco: Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Charlie Sheen, Jeffrey Jones. Jennifer Grey, Charlie Sheen / Sinopse: Ferris Bueller (Matthew Broderick) é um estudante de saco cheio da escola que resolve se fazer passar por doente para matar a aula e sair para um dia em busca de diversão e festa ao lado do amigo e da namorada.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Breaking Bad
Breaking Bad é uma série excepcional porque lida com um aspecto que poucos se dão conta. O tráfico e a comercialização de drogas nos EUA tem atraído cada vez mais gente comum para seu mercado. Não são bandidos em essência, mas pessoas ditas acima de qualquer suspeita, com família, profissão, emprego. O caso de Walter é significativo nesse ponto. Ele é um professor comum, tem uma família normal mas sucumbe ao alto poder de lucro advento do comércio de drogas. Até o traficante Gus se enquadra nesse perfil. Ele tem um estabelecimento comercial do ramo de alimentação, é inserido dentro da sociedade local, admirado e querido por seus pares. O que ninguém desconfia é que seu grande poder econômico vem justamente da venda de Meta por todo o Novo México. Diante de tal desafio podemos assim ter uma idéia de quão complicado é combater a proliferação do comércio de drogas naquele país. É a pura lei da oferta e da procura, enquanto houver demanda sempre haverá alguém disposto a comercializar o produto, mesmo que seja um crime federal. Todas as temporadas são ótimas mas destaco o final da quarta temporada, realmente marcante. Destaque também para o elenco inspirado e a galeria de personagens carismáticos, como o próprio Saul (Bob Odenkirk), um advogado picareta sempre vivendo no fio da navalha. Em suma, não deixe de conhecer Breaking Bad, uma das melhores séries surgidas na TV americana nos últimos tempos.
Em suma, essa é uma série que adoro! Costumo brincar afirmando que "Breaking Bad" é extremamente viciante! Bobagens à parte, o fato é que se trata de um daqueles seriados que você simplesmente não consegue deixar de acompanhar. Roteiro, direção e atuação de alto nível, um primor. É uma das melhores representantes da excelente fase pelo qual passa a televisão americana nesse momento. Pois bem, na minha opinião a série teria terminado no último episódio da Mid-season quando Hank Schrader (Dean Norris) descobre no banheiro, de forma completamente casual, que seu próprio cunhado, Walter White (Bryan Cranston) é o grande traficante de metanfetamina que ele tanto procurava nos últimos anos. Pense bem, se tudo tivesse terminado naquela última cena o final seria completamente aberto! Seria fantástico e cada espectador daria asas à sua própria imaginação para tentar entender o que iria ocorrer dali para frente.
Porém, não foi essa a visão dos produtores e do criador Vince Gilligan. Como "Breaking Bad" foi uma série de sucesso fenomenal resolveu-se ir adiante, até o fim. Aqui nesse episódio as coisas já estão completamente fora do controle. Walter contrata assassinos para matar Jesse - mas esses não querem dinheiro, apenas que ele ensine a fazer a meta azul que é sucesso de mercado. Walter aceita. Ele quer encontrar Jesse (Aaron Paul) e arma uma emboscada mas dá tudo completamente errado! Há uma tentativa de se localizar onde está todo o dinheiro de Walter - e eles chegam lá, mas haverá surpresas para todos os que se encontram naquele buraco árido. Um intenso tiroteio no meio do deserto encerra o episódio, o primeiro que realmente me empolgou nessa reta final de série (os anteriores me deixaram uma sensação ruim de que estavam enchendo linguiça). Faltam apenas dois episódios para que eu termine a longa caminhada de "Breaking Bad", que desde já, posso dizer que foi uma das melhores que assisti em minha vida. Espero que tudo termine em alto nível.
Breaking Bad (EUA, 2008 - 2012) Criado por Vince Gilligan / Elenco: Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul, Giancarlo Esposito, Bob Odenkirk / Sinopse: Pacato professor de química do ensino médio, Walter White (Bryan Cranston) resolve começar a produzir e vender drogas.
Episódios comentados:
Breaking Bad 5.13 - To'hajiilee
Outra série que adoro! Costumo brincar afirmando que "Breaking Bad" é extremamente viciante! Bobagens à parte, o fato é que se trata de um daqueles seriados que você simplesmente não consegue deixar de acompanhar. Roteiro, direção e atuação de alto nível, um primor. É uma das melhores representantes da excelente fase pelo qual passa a televisão americana nesse momento. Pois bem, na minha opinião a série teria terminado no último episódio da Mid-season quando Hank Schrader (Dean Norris) descobre no banheiro, de forma completamente casual, que seu próprio cunhado, Walter White (Bryan Cranston) é o grande traficante de metanfetamina que ele tanto procurava nos últimos anos. Pense bem, se tudo tivesse terminado naquela última cena o final seria completamente aberto! Seria fantástico e cada espectador daria asas à sua própria imaginação para tentar entender o que iria ocorrer dali para frente. Porém, não foi essa a visão dos produtores e do criador Vince Gilligan. Como "Breaking Bad" foi uma série de sucesso fenomenal resolveu-se ir adiante, até o fim. Aqui nesse episódio as coisas já estão completamente fora do controle. Walter contrata assassinos para matar Jesse - mas esses não querem dinheiro, apenas que ele ensine a fazer a meta azul que é sucesso de mercado. Walter aceita. Ele quer encontrar Jesse (Aaron Paul) e arma uma emboscada mas dá tudo completamente errado! Há uma tentativa de se localizar onde está todo o dinheiro de Walter - e eles chegam lá, mas haverá surpresas para todos os que se encontram naquele buraco árido. Um intenso tiroteio no meio do deserto encerra o episódio, o primeiro que realmente me empolgou nessa reta final de série (os anteriores me deixaram uma sensação ruim de que estavam enchendo linguiça). Faltam apenas dois episódios para que eu termine a longa caminhada de "Breaking Bad", que desde já, posso dizer que foi uma das melhores que assisti em minha vida. Espero que tudo termine em alto nível. / Breaking Bad 5.13 - To'hajiilee (Estados Unidos, 2013) Direção: Michelle MacLaren / Roteiro: Vince Gilligan, George Mastras / Elenco: Bryan Cranston, Anna Gunn, Aaron Paul.
Breaking Bad 5.15 - Granite State
Penúltimo episódio de Breaking Bad. O episódio anterior foi maravilhoso, com alta carga dramática e então tudo vai por terra nesse aqui que sinceramente falando me soou como gratuito, sem maior relevância. Walter White (Bryan Cranston) consegue escapar das garras da lei e vai parar em um lugar remoto, uma cabana no meio de uma montanha bem no meio de lugar nenhum. Um esconderijo perfeito para não ser encontrado por ninguém. O isolamento porém começa a mexer psicologicamente com White que não resiste e resolve ligar para o filho naquela que é sem dúvida a melhor cena do episódio. Do outro lado Jesse Pinkman (Aaron Paul) se torna cativo de seus algozes que procuram em essência seu talento para "cozinhar" Meta. Só ele ainda consegue fabricar a droga com alto grau de pureza, além da cor azul que tanto sucesso faz entre os drogados da região. Assim "Granite State" só serve mesmo como uma ante-sala do episódio final que espero não seja decepcionante.
Breaking Bad 5.16 - Felina
E assim, depois de cinco anos, cinco temporadas e 62 episódios, finalmente "Breaking Bad" chega ao seu final. Nos Estados Unidos a exibição desse episódio foi um evento e tanto, com ampla cobertura da mídia e excelentes pontos de audiência. Estava bem receoso, pensei que viria literalmente uma bomba pela frente, mas apesar de reconhecer que foi um pouco sem surpresas, gostei do resultado final. Escrevi a sentença "sem surpresas" porque realmente era algo esperado. O final de Walter White (brilhantemente interpretado por esse grande ator Bryan Cranston) vem bem de acordo com os padrões morais e éticos que imperam dentro da sociedade americana. Ele, seja por boas ou más razões, enveredou por esse mundo do tráfico de drogas e no final de tudo tinha que pagar por seus erros. White é seguramente um dos personagens mais fascinantes da história da TV americana. Um sujeito de uma personalidade complexa e cativante, que reflete bem o lado positivo e negativo de todas as pessoas. Uma de suas falas finais, ao reconhecer que gostava do que fazia pois o fazia se sentir vivo realmente é muito reveladora, mostrando o seu lado verdadeiro e sem retoques. Confesso que muitas vezes torci por Walter, até porque suas razões pareciam dignas em certo sentido, mas tenho que dar o braço a torcer e reconhecer que se o final não foi ousado ou surpreendente, pelo menos foi adequado e digno. Assim "Breaking Bad" deu adeus e não se enganem, deixará um enorme vácuo em seu lugar já que não visualizo nada atualmente em exibição que tenha tanta qualidade.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
300
A trama se passa no ano 480 a.c. O supremo Imperador da Pérsia, Xerxes (interpretado com afetação por Rodrigo Santoro), decide enviar seu poderoso e até aquele momento invencível exército para dominar e arrasar a Grécia, naquele momento um conjunto de Cidades- Estados independentes entre si, Muitas cidades resolvem sucumbir à terrível ameaça que vem do Oriente mas a cidade grega de Esparta, conhecida por possuir os melhores guerreiros de toda a Grécia resolve enfrentar Xerxes e suas legiões. São selecionados assim 300 dos mais virtuosos combatentes Espartanos. Resolvem lutar usando de um ponto geográfico muito específico que lhes dá grande vantagem estratégica. A partir daí a batalha épica tem seu começo. Como não poderia deixar de ser esse roteiro lida muito bem com honra, garra e persistência, louvando aquele sentimento nobre de nunca desistir, de lutar até o fim, morrendo de pé se necessário. Zack Snyder aqui dá uma boa amostra de seu estilo diferenciado, arrebatador. Junte a isso o excelente material de Frank Miller no qual o filme é baseado e assim temos um dos melhores filmes de aventura dos últimos tempos. Provavelmente depois você vai se pegar gritando: "Espartaaaaaaaaaaaa..." em algum momento decisivo de sua vida.
300 (300, Estados Unidos, 2007) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Zack Snyder, Kurt Johnstad, Michael B. Gordon baseado na obra de Frank Miller e Lynn Varley / Elenco: Gerard Butler, Vincent Regan, Lena Headey, David Wenham, Michael Fassbender, Rodrigo Santoro, Tom Wisdom, Andrew Tiernan, Dominic West, Andrew Pleavin./ Sinopse: Trezentos dos maiores guerreiros de Esparta resolve enfrentar o magnífico exército de Xerxes, imperador da Pérsia.
Pablo Aluísio.
007 Operação Skyfall
O roteiro como se percebe é bem construído, aproveitando o que há de melhor dentro da franquia. Objetos marcantes de Bond como seu carro Aston Martin e sua pistola preferida Walther PPK estão lá como ponte de ligação com os filmes anteriores, até porque certas coisas na franquia simplesmente não podem ser mudadas. Do mesmo modo as cenas de ação continuam presentes (e extremamente bem realizadas) como a luta no teto de um trem em movimento (algo que me lembrou alguns faroestes do passado) e um terrível confronto em uma fazenda isolada na Escócia. Essa parte da trama aliás é muito interessante pois revela aspectos da infância de Bond - algo que em tantos anos de série nunca foi bem explorado em cena. No mais vale a pena destacar a boa direção de Sam Mendes. Ele consegue criar todo um clima em cima das situações e o faz sem que o filme perca ritmo ou se torne enfadonho. Assim se você é fã de Bond a produção é obrigatória. Uma película acima da média que faz jus ao aniversário do famoso agente inglês no cinema.
007 - Operação Skyfall (Skyfall, Estados Unidos, Inglaterra. 2012) Direção: Sam Mendes / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan / Elenco: Daniel Craig, Javier Bardem, Judi Dench, Naomie Harris, Bérénice Marlohe, Ralph Fiennes, Albert Finney, Ben Whishaw, Rory Kinnear, Helen McCrory / Sinopse: Uma lista contendo o nome e os locais onde atuam agentes do serviço secreto britânico caem nas mãos de uma rede terrorista que não demora a publicar na internet os dados sigilosos, levando vários deles à morte. Para tentar recuperar a lista e desvendar quem é o líder dessa nova organização terrorista o serviço secreto de sua majestade envia Bond, James Bond.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
A Rainha
Elizabeth não quis assistir ao filme pois se sentiu bastante desconfortável ao ser retratada nas telas. Além disso resumiu seu sentimento em relação ao filme ao declarar: " não quero relembrar uma das piores semanas de minha vida". Excesso de zelo certamente pois "A Rainha" é uma produção do mais alto nível, com roteiro caprichosamente escrito, tentando sempre se manter de forma bastante fiel aos fatos históricos. É certo que Diana passava longe de ser uma nobre com comportamento adequado mas diante de sua popularidade imensa perante a população, fruto de seu carisma e atos de boa vontade, a Rainha teve que dar o braço a torcer, declarando imenso pesar pela morte de sua ex-nora. A Academia gostou bastante do resultado final e "A Rainha" conquistou o Oscar de Melhor Atriz (Helen Mirren) e foi indicado aos de Figurino, Direção, Trilha Sonora, Melhor Filme e Roteiro Original. O reconhecimento continuou nos prêmios do Globo de Ouro e Bafta onde venceu nas categorias Atriz e filme. Nada mal para uma produção luxuosa e elegante, digna de uma verdadeira Rainha.
A Rainha (The Queen, Estado Unidos / Inglaterra, 2006) Direção: Stephen Frears / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Helen Mirren, Michael Sheen, James Cromwell, Sylvia Syms./ Sinopse: Na semana da morte da Princesa Diana a Rainha Elizabeth II fica em um impasse: se manter o mais longe possível da tragédia ou se envolver pessoalmente mostrando o pesar pela morte da Princesa.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Cockneys vs Zombies
A segunda coisa que chama a atenção é o fato do filme levar a assinatura de um estúdio de respeito na Europa. A distribuição é do Studiocanal +. Essa produtora é conhecida pelos filmes de alto nível que produz, então causa surpresa que eles agora tenham entrado no ramo dos zumbis! Para quem tem seu nome associado a filmes de arte é uma mudança e tanto de direção. O filme foi realizado com orçamento modesto e só foi exibido em 10 salas no Reino Unido, o que mostra bem seu lado mais independente, quase amador. O roteiro é certamente inspirado em filmes de quinta categoria mas até que consegue divertir. O fato é que "Cockneys vs Zombies" investe no humor tipicamente inglês o que dá origem a cenas bem nonsense como um grupo de velhinhos aposentados armados até os dentes atirando nas cabeças dos mortos vivos ou uma engraçada perseguição de um zumbi a um velhinho com problemas de locomoção, que acaba usando um andador para fugir do monstro! Enfim, se você procura um filme realmente arrepiante não encontrará aqui. Por outro lado se estiver com vontade de assistir a um filme sem muita noção, que aposta alto nas cenas de humor negro inglês então pode ser até uma opção razoável.
Cockneys vs Zombies (Inglaterra, 2012) Direção: Matthias Hoene / Roteiro: James Moran, Lucas Roche / Elenco: Michelle Ryan, Georgia King, Alan Ford / Sinopse: Após Zumbis serem desenterrados de uma antiga câmara mortuária da era medieval, um vírus se espalha pela Londres atual, contaminando toda a população. Para tentar fugir da cidade um grupo de jovens assaltantes de banco tenta sobreviver à proliferação da peste.
Pablo Aluísio.
Soldado Universal 4
Para os fãs do belga e do sueco é bom esclarecer que eles não têm participação muito ativa nos acontecimentos. Van Damme, por exemplo, surge em alucinações na cabeça de John (Scott Adkins), o pai que viu sua família sofrer no começo do filme. Menos atuante ainda é a participação de Dolph Lundgren. De fato há apenas duas boas cenas com ele. Em um discurso em prol da liberdade das antigas cobaias do projeto Soldado Universal e em uma luta perto do clímax, em coreografia bem executada. O personagem principal do filme é interpretado pelo ator Scott Adkins (que também está em Os Mercenários 2). Sua melhor cena é a luta final com Van Damme que aqui usa uma pesada maquiagem. No final das contas o roteiro de Soldado Universal 4 é o grande atrativo (quem diria?) e chega até mesmo a surpreender pelas boas ideias colocadas ao longo do filme. Há várias referências evocando outros filmes famosos no texto, que é inegavelmente bem escrito, para grande surpresa de quem vai pensando que se trata de um mero filme de pancadaria. Dentro de seu gênero Soldado Universal 4 é realmente de se admirar. Se gosta desse tipo de produção não deixe de assistir.
Soldado Universal 4 - Juízo Final (Universal Soldier: Day of Reckoning, Estados Unidos, 2012) Direção: John Hyams / Roteiro: John Hyams / Elenco: Jean-Claude Van Damme, Scott Adkins, Dolph Lundgren, Kristopher Van Varenberg, Mariah Bonner / Sinopse: John (Scott Adkins) é um pai de família que presencia um terrível crime contra sua esposa e filha após sua casa ser invadida por criminosos. Procurando por vingança ele acaba descobrindo que nada é o que aparenta ser.
Pablo Aluísio.
domingo, 4 de novembro de 2012
Frost / Nixon
É curioso como Richard Nixon ganhou status de grande estadista perto de sua morte. Quando renunciou ele teve sua imagem pública destruída mas ao longo dos anos foi recuperando sua reputação e morreu sendo ovacionado pela grande imprensa americana, a mesma que tanto contribuiu para sua queda monumental. Para interpretar um personagem com tantas nuances e detalhes psicológicos e de personalidade, apenas um ator como Frank Langella poderia se sair bem sucedido. Ele passa longe de ser fisicamente parecido com Nixon e dispensou uso de maquiagem para fazer o papel, algo que Anthony Hopkins usou em excesso no filme de Oliver Stone e que acabou lhe tirando parte importante de sua expressão facial. Aqui Langella preferiu surgir em cena de cara limpa. O resultado é realmente maravilhoso pois em grande parte do filme esquecemos completamente da face do verdadeiro Nixon e nos concentramos na caracterização de Langella que é realmente soberba. Injustamente não venceu o Oscar de melhor ator, perdendo o prêmio mais esperado. Aliás o filme apesar de indicado para todos os principais prêmios da Academia (filme, ator, direção, roteiro adaptado e edição) saiu de mãos vazias da premiação. Fruto talvez da má vontade de certos articulistas que centraram fogo contra o filme. Não faz mal, "Frost / Nixon" está acima disso. Um filme inteligente com roteiro marcante que vai certamente agradar os espectadores que prezam por um bom filme embasado em grandes atuações.
Frost / Nixon (Estados Unidos, 2009) Direção: Ron Howard / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Frank Langella, Michael Sheen, Michael Sheen, Sam Rockwell, Kevin Bacon, Matthew MacFadyen, Oliver Platt, Rebecca Hall / Sinopse: Frost / Nixon mostra os bastidores, os acertos e finalmente a entrevista que o ex-presidente Richard Nixon concedeu ao jornalista inglês David Frost na década de 70.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - That's The Way It Is
Essa é a trilha sonora do filme "Elvis é Assim" da MGM. Na ocasião o estúdio ainda tinha Elvis sob contrato e com sua volta aos palcos decidiu-se filmar o cantor ao vivo em Las Vegas. Seria mais barato e bem mais interessante já que seus filmes convencionais vinham cambaleando já há um bom tempo. Hoje o fã de Elvis agradece de joelhos a decisão da Metro pois nos legou ótimas imagens dos concertos do grande astro nessa cidade em 1970. Se não fosse pelo documentário teríamos ficado privados de tantos momentos especiais. Esse disco tem algumas curiosidades. Por se tratar de um documentário de um show ao vivo era de se esperar que o material do álbum fosse retirado diretamente das apresentações mas isso não ocorre. É basicamente um disco de estúdio,gravado por Elvis em Nashville. Ao vivo mesmo apenas poucas faixas sendo as mais marcantes "I Just Cant't Help Believin'" e "You've Lost That Lovin' Feelin'". O Elvis que surge nas músicas desse trabalho passa llonge do roqueiro rebelde da década de 1950. É um novo artista, com novo repertório, de músicas emocionais, baladas românticas e instrumental caprichado. O roqueiro de brilhantina cantando sobre chicletes, cachorros quentes, sapatos azuis e ursinhos de pelúcia já não fazia sentido para um homem de sua idade, com novos interesses e sentimentos.
Também esqueça a trágica imagem de seus últimos dias quando o excesso de drogas abalou o ser humano de forma cruel. Aqui Elvis ainda mantinha uma boa forma física, com apresentações viris e empolgantes que em nada ficavam a dever ao rebolativo roqueiro da década de 50. Algumas pessoas acham que ao longo dos anos Elvis ficou muito depressivo, cantando sobre o amor perdido. Pois é justamente o tema central dessa seleção de músicas. A única canção que destoa um pouco desse estilo é a agitada "Patch It Up" que injeta uma boa dose de energia no repertório contemplativo das demais gravações. Particularmente gosto muito da simplicidade emotiva de "Mary In The Morning" e do refrão kármico de "I've Lost You". Apesar da boa seleção a música que define todo o trabalho é realmente a monumental "Bridge Over Troubled Water". A versão original era de Paul Simon mas ele, apesar de bom cantor, tinha uma voz pouco expressiva e de impacto. No vozeirão de Elvis a canção ganha adornos de suntuosidade extrema, beirando o operístico. Um registro indicado para quem ainda acredita que Elvis se resumia a sua Pelvis rebolante escandalzadora..Então fica a dica para quem quiser conhecer um Elvis Presley mais romântico, cantando o amor sem receios. Um bom álbum de um artista único.
Elvis Presley - That's The Way It Is (1970)
I Just Cant't Help Believin'
Twenty Days And Twenty Nights
How The Web Was Woven
Patch It Up
Mary In The Morning
You Don't Have To Say You Love Me
You've Lost That Lovin' Feelin'
I've Lost You
Just Pretend
Stranger In The Crowd
The Next Step Is Love
Bridge Over Troubled Water]
Pablo Aluísio.