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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sombras do Além

Título no Brasil: Sombras do Além
Título Original: Shadows, Hellgate
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos, Tailândia
Estúdio: Capitol Motion Pictures
Direção: John Penney
Roteiro: John Penney
Elenco: William Hurt, Cary Elwes, Ploy Jindachote

Sinopse: 
Após um acidente de carro na Tailândia, o americano Jeff Mathews (Cary Elwes) passa por um longo período de recuperação. Ao recobrar a consciência descobre que seu pequeno filho e sua esposa não sobreviveram ao trágico evento. Para piorar sua situação ele começa a apresentar uma série de alucinações envolvendo pessoas mortas em acidentes também fatais. Seu desespero vai aumentando ao ponto dele finalmente procurar ajuda. Warren Mills (William Hurt), um guia espiritual meio hippie, tentará fazer com que Mathews supere essas aparições inexplicáveis.

Comentários:
Pela sinopse até parece interessante, infelizmente é melhor deixar o entusiasmo de lado. Esse "Shadows" é muito confuso, atira para todos os lados e tenta criar algum clima de verdadeiro terror - sem sucesso. Um dos grandes problemas é o roteiro truncado que apela inúmeras vezes para sustos fáceis. As aparições de pessoas mortas que se recusam a atravessar para o lado da luz (ou das trevas) logo se torna banal, diluindo o impacto que poderiam ter. O filme erra várias vezes no desenrolar dos acontecimentos e só melhora um pouquinho com a presença de William Hurt. Infelizmente as esperanças logo se vão também pois seu personagem logo se torna um coadjuvante de luxo. A maquiagem é fraca e os efeitos não empolgam. O final tenta apelar um pouco e o enredo quase vira uma espécie de "Indiana Jones espiritual" (por mais estranho que isso possa parecer!). O saldo final certamente é negativo pois pouco do que é prometido é realmente entregue ao espectador. Enfim, uma película de terror que pode ser classificada como mediana para fraca. Existem coisas melhores por aí. Pode ser dispensado sem maiores problemas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Perdidos no Espaço

Ano 2058. A Terra está esgotada, o meio ambiente está saturado. Em busca de uma saída uma missão ousada é planejada. O envio de uma família em direção ao único planeta conhecido habitável do universo. As nações da Terra vivem uma relativa era de paz mas forças rebeldes fazem de tudo para sabotar seus planos. Assim o Dr. Zachary Smith (Gary Oldman), o médico da missão Júpiter 2, é enviado para destruir os planos da nave em sua viagem espacial mas tudo acaba dando errado e ele próprio fica preso dentro da espaçonave após sua decolagem. O problema é que ele, poucos momentos antes, havia programado o robô da expedição para destruir todos os equipamentos e seus tripulantes. Desesperado tenta evitar o pior mas os estragos são significativos e a nave fica literalmente perdida no espaço com todos a bordo e completamente à deriva. Começa assim "Perdidos no Espaço", remake da famosa série de TV dos anos 60 que encantou várias gerações, até mesmo aqui no Brasil onde o seriado foi exibido com grande sucesso de audiência. Claro que apenas o ponto de partida foi aproveitado. Na verdade esse novo "Perdidos no Espaço" foi uma produção milionária, com orçamento de primeira linha e efeitos digitais de última geração, algo bem distante do que víamos na série original com seus cenários franciscanos e alienígenas pintados de verde e suas anteninhas artificiais. 

Quem acompanhava a série dos anos 60 certamente se lembra do Dr. Smith interpretado pelo talentoso ator Jonathan Harris. Ele fazia de Smith um personagem bastante cômico, sempre atrapalhado, implicando com o robô da missão o chamando constantemente de "Lata de Sardinha". Na nova versão Smith já não é um alívio cômico embora aqui e acolá apareçam certos maneirismos que Oldman utiliza até como forma de homenagear o trabalho inesquecível de Jonathan Harris. Mesmo assim ele é antes de mais nada um vilão, um personagem vil, que acaba caindo em sua própria armadilha. No restante todos os demais integrantes da família  Robinson se encontram no filme, inclusive o cativante Will Robinson (Jack Johnson), o garoto prodígio que acaba criando inúmeras inovações tecnológicas ao longo do tempo. Infelizmente essa nova versão de "Perdidos no Espaço" não fez o sucesso esperado. E qual foi a razão disso ter acontecido? Para muitos o roteiro inteligente e cientifico demais afastou o público americano das salas. Realmente há uma certa dose de verdade nesse ponto de vista. Embora o filme comece usando todas as premissas da série que lhe deu origem logo o enredo dá uma guinada e tanto, misturando viagem no tempo, astrofísica e tudo mais a que tem direito. Isso parece ter sido muito para a cabeça do americano médio que assim acabou rejeitando de forma injusta a produção. Mas deixe isso de lado e não deixe de conhecer (caso você ainda não tenha visto) pois o novo "Perdidos no Espaço" é muito bom, porque afinal consegue manter o clima de nostalgia aliada a uma nova visão bem mais moderna, com ótima trilha sonora.

Perdidos no Espaço (Lost in Space, Estados Unidos, 1998) Direção: Stephen Hopkins  / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Gary Oldman, William Hurt, Matt LeBlanc, Mimi Rogers, Heather Graham, Lacey Chabert, Jack Johnson / Sinopse: Família fica perdida no espaço após uma viagem espacial que é sabotada por um penetra dentro da nave, o Dr. Smith. Remake da famosa série de TV da década de 60.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A.I. Inteligencia Artificial

O projeto nasceu inicialmente como uma parceria entre dois grandes diretores, Steven Spielberg e Stanley Kubrick. Ambos queriam trabalhar juntos, se admiravam e por essa razão desenvolveram a adaptação do famoso conto chamado “Superbrinquedos Duram o Verão Inteiro” de Brian Aldiss. Foi um processo longo e demorado, por dez anos Spielberg e Kubrick trocaram notas, idéias e opiniões até que infelizmente, poucos meses antes do começo das filmagens, Kubrick morreu. Para Spielberg foi um choque pois tudo estava certo para que Stanley dirigisse o filme, com produção executiva do próprio Steven. De inicio o diretor resolveu cancelar tudo mas depois de uma conversa muito franca com a viúva de Kubrick decidiu voltar atrás. Era muita coisa para se jogar fora da noite para o dia. Além disso o projeto estava concluído e era de fato a última visão do mestre Kubrick no cinema. Em honra de sua memória Spielberg resolveu arregaçar as mangas e partir para as filmagens, afinal seria não apenas a concretização de um projeto de dez anos mas também uma homenagem ao seu mentor.

O enredo conta a estória de dois andróides em busca de suas próprias humanidades. O cenário é um futuro caótico, sem esperanças, em um planeta atolado em lixo e caos. Tecnicamente “A.I. Inteligência Artificial” é simplesmente perfeito. Ótimos efeitos especiais, figurinos criativos, cenários inspirados. Seu roteiro também é bem inteligente, tratando de temas intrigantes. O problema é que antes das filmagens começarem Spielberg mexeu mais uma vez no texto e resolveu criar uma extensão na estória adaptada por Kubrick. Por isso o espectador acabou ficando com a impressão de que o filme na realidade tinha dois finais – aquele escrito por Kubrick e um mais adiante escrito por Spielberg. Ninguém duvida que Steven Spielberg é um dos grandes gênios da história do cinema mas aqui ele realmente se equivocou. Deveria ter filmado tal como Stanley Kubrick deixou o roteiro antes de partir. Spielberg errou ao tentar explicar demais ao público, algo que Kubrick não queria, pois seu final deixava tudo em aberto, para a imaginação do espectador. Já Spielberg foi além do necessário tirando nesse processo parte do impacto de A.I. Mesmo assim, com esses problemas, o filme ainda vale a pena. É uma ficção acima da média embora nunca tenha de fato se tornado uma unanimidade.

A.I. Inteligência Artificial (Artificial Intelligence: AI, Estados Unidos, 2001) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Steven Spielberg, Ian Watson e Stanley Kubrick (não creditado), baseados no conto "Supertoys Last All Summer Long" de Brian Aldiss / Elenco: Haley Joel Osment, Jude Law, William Hurt, Frances O'Connor, Sam Robards / Sinopse: Dois andróides tentam entender sua existência em um mundo futurista dominado pelo caos e desordem.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de junho de 2013

Mistério no Parque Gorky

Eu indico esse filme aos cinéfilos que gostam de tramas bem intrigadas e complexas. Veja, há uma premissa inicial (a morte misteriosa de três pessoas no Parque Gorky em Moscou). A partir daí um policial russo chamado Renko (William Hurt) vai investigar o caso. O que parecia ser apenas mais um caso de triplo homicídio acaba revelando outras sub-tramas que levam a mais mistérios chegando tudo a uma verdadeira rede de conspirações, falsas pistas, KGB, contrabandistas americanos, CIA e tudo o que você mais possa imaginar. Na realidade o filme exige atenção redobrada do espectador para que não perca o fio da meada. O roteiro obviamente usa e abusa das chamadas reviravoltas que ocasionam outras reviravoltas até chegar a um clímax final. O curioso é que o filme foi rodado nos EUA em plena guerra fria. Havia de certa forma uma curiosidade dos americanos em relação aos métodos policiais de seus inimigos do leste. O tom se aproveita disso para prender ainda mais a atenção do espectador.

O elenco é muito bom, inclusive com William Hurt, ainda bastante jovem e pasmem posando de galã e herói de ação. Outro destaque é a presença do veterano Lee Marvin fazendo um personagem bem mais sofisticado do que ele costumava interpretar (geralmente Marvin representava caras durões em filmes de muita ação, algo que não se repete nesse filme). Por fim temos belas locações que tentam reproduzir a chamada União Soviética (o filme não foi filmado lá, mas sim na fria e distante Finlândia, já que ainda se vivia os dias da guerra fria, onde filmagens eram terminantemente proibidas pelo governo comunista). Mesmo não sendo a verdadeira URSS o filme consegue convencer. É isso, gosta de mistérios e tramas misteriosas? Então certamente você gostará de "O Mistério do Parque Gorky".

Mistério no Parque Gorky (Gorky Park, Estados Unidos,1983) Direção: Michael Apted / Roteiro: Dennis Potter, baseado na novela de Martin Cruz Smith / Elenco: William Hurt, Lee Marvin, Brian Dennehy / Sinopse: Mortes no parque Gorky em Moscou acabam desencadeando uma série de conspirações envolvendo pessoas acima de qualquer suspeita na União Soviética durante a chamada Guerra Fria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A Hospedeira

Atenção fãs da saga “Crepúsculo” chega agora aos cinemas mais um filme baseado na obra da escritora Stephenie Meyer. Saem os vampiros adolescentes e entra em cena um mundo futurista, nada animador para a humanidade em geral. A terra está sob o domínio de uma raça de alienígenas parasitas, que dominam os seres humanos de corpo e mente. Nesse ambiente hostil Melanie (Saoirse Ronan) e Jared (Max Irons) vivem uma história de amor improvável que logo entra em choque com os interesses dos ETs invasores. O casal faz parte de um movimento de resistência que combate os seres provenientes de outro planeta. Tudo começa a mudar quando Melanie é capturada por Peregrina (Diane Kruger), que pretende usar as lembranças de sua prisioneira para localizar os demais rebeldes mas o tiro acaba saindo pela culatra pois ela própria acaba se apaixonando por Jared também!

Bom, pela sinopse já deu para perceber que lógica não é o forte desse novo filme baseado em livro de Stephenie Meyer. Na verdade todo o mundo futurista, todos os problemas provenientes da invasão alienígena na Terra, todo esse contexto é mera desculpa para Meyer desfilar mais uma estória de amor que lembra bastante o romance que imperou em “Crepúsculo”. Aqui a adaptação se mostra mais complicada porque verdade seja dita, nem tudo que funciona na literatura se sai bem na tela de cinema. O enredo se desenvolve aos trancos e barrancos, com um contexto confuso, muitas vezes sem sentido nenhum, que acaba cansando o espectador na sua vã tentativa de entender tudo que se passa naquele universo. O roteiro também não explica praticamente coisa nenhuma – de onde veio os alienígenas, como foi a conquista do nosso planeta, o que de fato aconteceu – nada é explicado! Tudo é meio que jogado para o espectador e ele fica no dilema se compra ou não a estranha idéia. Na verdade pouca coisa é original, com idéias copiadas de vários e vários outros filmes do passado, entre eles “Invasores de Corpos”, “Vampiros de Almas”, “Eles Vivem” e produções semelhantes. Mas esqueça tudo isso, “A Hospedeira” nem é uma ficção de verdade, está mais para romance adolescente (como sempre em se tratando de Stephenie Meyer). Se faz seu estilo assista, caso contrário é melhor deixar pra lá.

A Hospedeira (The Host, Estados Unidos, 2013) Direção: Andrew Niccol / Roteiro: Andrew Niccol baseado na obra de Stephenie Meyer / Elenco: Diane Kruger, Saoirse Ronan, Frances Fisher, Max Irons, Jake Abel, William Hurt / Sinopse: Em um mundo dominado por uma estranha raça alienígena parasita um casal de namorados ousa viver uma grande estória de amor.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Vila

Muitas pessoas torceram o nariz para “A Vila”, um dos filmes mais conhecidos do diretor indiano M. Night Shyamalan. Eu me recordo perfeitamente da reação do filme na época de seu lançamento. Ao final da exibição muitos espectadores declararam que se sentiram literalmente traídos pois pensavam estar vendo um tipo de filme para no final se revelar outro completamente diferente. Eu penso diferente, da safra lançada desse cineasta após o grande marco “O Sexto Sentido”, “A Vila” pode ser até mesmo ser considerado um de seus melhores momentos no cinema. De fato é aquele tipo de roteiro onde se deve falar o mínimo possível pois a surpresa das cenas finais é que dá a tônica do filme. A estória de “A Vila” se passa supostamente no ano de 1897. Em uma comunidade rural do Estado da Pensilvânia de apenas 60 moradores encontramos uma perene sensação de medo e suspense entre os habitantes. Acontece que a vila é cercada por uma extensa floresta que seria habitada por criaturas terríveis e sobrenaturais. Há anos que nenhum morador local adentra a mata fechada. O confinamento porém começa a ser questionado pelos mais jovens, entre eles Lucious (Joaquin Phoenix) que tem o desejo de conhecer terras distantes, novos lugares, novas pessoas. Seu desejo de ultrapassar as fronteiras de sua pequenina vila, chamada de Covington, acabará por revelar um grande segredo, guardado a sete chaves pelos mais velhos.

Um dos maiores exageros em relação a Shyamalan ocorreu justamente no lançamento desse filme. De uma hora para outra muitos admiradores e até críticos renomados de cinema começaram a afirmar que o cineasta era o legítimo sucessor do cinema de Alfred Hitchcock. Afinal de contas seus intrigados roteiros também se sustentavam em muito suspense e tensão. Conforme se descobriu depois pouca consistência existia nessa comparação. Além de ser um erro em si comparar dois diretores diferentes, a semelhança só serviu para mostrar a debilidade da obra do indiano. Certamente ele sabe criar climas e momentos de suspense, o problema é que seus roteiros muitas vezes são mal trabalhados e não dão a estrutura necessária para suas tramas. A Vila é um exemplo. Ele arquiteta toda uma situação para enganar o espectador na cena final. Não que isso seja ruim, faz parte do jogo, o problema é que a revelação se mostra apressada, mal revelada, jogada de qualquer jeito no colo do público. Não é de se admirar o descontentamento que houve nas primeiras sessões. Faltou sutileza a ele no momento da revelação, algo que jamais faltou ao velho e bom mestre do suspense, Hitchcock. Além do mais uma vez revelado o tal segredo pouca coisa sobreviveu do filme – e os furos começam a surgir quando o espectador começa a levantar hipóteses que desmascarariam tudo com certa singeleza. Como resultado descobrimos que “A Vila” passa longe da boa trama de “O Sexto Sentido”, sendo no fundo apenas um simulacro, assim como as tais criaturas da floresta.

A Vila (The Village, Estados Unidos, 2004) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Joaquin Phoenix, Bryce Dallas Howard, William Hurt, Sigourney Weaver, Adrien Brody./ Sinopse: Numa pequena comunidade rural do século XIX um grupo de moradores vivem com medo de estranhas e misteriosas criaturas que habitam a floresta que cerca sua vila. Tudo porém começa a desmoronar quando os mais jovens tentam explorar os segredos da região adentrando a mata local em busca de respostas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Na Natureza Selvagem

Eu achei esse filme genial e não foi tanto por questões técnicas ou da direção de Sean Penn. Achei genial por causa de seu argumento baseado numa história real incrível de um jovem que resolveu sair pelos EUA afora, conhecendo outros lugares, cidades, pessoas, tudo por livre e espontânea vontade. Quem nunca quis jogar tudo para o alto e sair em uma aventura dessas na vida? Acho que todos nós. O filme é basicamente sobre isso, sobre liberdade, sobre se libertar das coisas que nos aprisionam como dinheiro, bens materiais, responsabilidades, pressões, para simplesmente viver, sair por aí, sem planos, só a vontade de ser feliz e livre. Talvez um dos poucos filmes que realmente daria nota máxima nos últimos anos pois a maioria do que se produz atualmente é bem comercial e medíocre e não nos faz refletir sobre nada na vida. Esse faz. É o tipo de filme que fica conosco por muito tempo após o assistir.

Como eu já citei o filme é baseado numa história real. O jovem  Chris McCandless (Emile Hirsch) resolve, após se formar no High School, tomar uma decisão crucial em sua vida. Enquanto seus amigos pensam em ir para a faculdade para se formarem e depois arranjarem um belo emprego, Chris não almeja nada disso. O que ele realmente deseja no fundo de sua alma é viver sua liberdade em plenitude, ganhar o mundo, sair por aí em busca de aventuras, conhecer novos lugares, novas pessoas. Indo de um lugar ao outro de carona, vivendo de pequenos empregos por onde passa, Chris sai atravessando os EUA praticamente de costa a costa. Aos que vai conhecendo pelo meio do caminho diz que seu objetivo final é ir para o Alaska, viver nas montanhas, isolado do mundo e de todos, voltando ao estado natural do ser humano. Afinal ele era jovem, desimpedido, descompromissado e dono de seu próprio destino. O filme é lindamente conduzido. Como Chris está sempre em movimento vamos conhecendo a América ao seu lado. Uma rica fotografia tenta capturar a essência daquele país continental. Sua ousadia e audácia fizeram de Chris um ídolo para muitos jovens que até hoje cultuam sua memória pela net. Infelizmente não temos aqui um final feliz. Não ousaria contar nada mas os momentos finais são realmente marcantes. Muitos vão de forma hipócrita afirmar que ele foi apenas um sonhador ingênuo. Bom, isso não é bem uma ofensa já que as maiores conquistas da humanidade nasceram de pessoas como Chris, que tiveram a coragem de serem diferentes, de fugir do convencional. Eu acredito que sua vida é uma bela lição para todos nós. Uma produção que marca realmente. Uma Obra prima.

Na Natureza Selvagem (Into the wild, Estados Unidos, 2007) Direção: Sean Penn / Roteiro: Sean Penn baseado no livro de  Jon Krakauer / Elenco: Emile Hirsch, Vince Vaughn, Catherine Keener,  William Hurt,  Kristen Stewart / Sinopse: Jovem recém formado no colegial decide jogar tudo para o alto para cair na estrada. Ele deseja partir em uma aventura inesquecível, atravessando os EUA de carona, almejando ir para o distante e isolado Alaska onde deseja começar uma nova vida, baseada na simplicidade e longe do materialismo da sociedade atual. Vencedor do prêmio Globo de Ouro na categoria "Melhor Canção" (Guaranteed).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Damages

Damages é a melhor série jurídica nos últimos anos. Com roteiros extremamente bem escritos e linhas narrativas ousadas considero esse um dos melhores momentos da TV americana, talvez sofisticado até demais para o público daquele país. "Damages" surgiu em 2007 e até agora já conta com cinco temporadas totalizando 59 episódios. A proposta é ousada: mostrar o dia a dia da bem sucedida advogada de Nova Iorque Patty Hewes (Glenn Close). Dona de um dos grandes escritórios da cidade ela contrata a jovem Ellen Parsons (Rose Byrne) como sua assistente. Recém saída da faculdade Ellen terá grandes surpresas na vida prática do mundo do direito e das leis. Damages é recomendada para todos os públicos mas para quem atua na área jurídica é particularmente saborosa. Como advogado me identifiquei completamente com os dramas, anseios e conflitos mostrados nas temporadas. Quem já se envolveu em um processo judicial sabe muito bem como essa pode ser uma experiência de vida inigualável em nossas vidas. Nos tribunais desfilam dramas de vida que modificam o modo de ser e de pensar de todos os envolvidos, sejam leigos ou profissionais como advogados, juízes e promotores.

Damages é particularmente inspirada nesse aspecto pois mostra sem receios que no mundo das leis podemos encontrar tanto enorme satisfação ao ver a justiça sendo realizada como também a frustração ao presenciar a mais absoluta injustiça sendo implantada. A melhor temporada sem dúvida foi a primeira, ousada e intrigante, mostrou de forma clara o enorme talento de Glenn Close. Sua carreira vinha em controle remoto no cinema e sua transposição para a televisão foi um achado pois ela é simplesmente brilhante e não deve ser limitada por filmes de segunda categoria. Rose Byrne, que conheci primeiramente aqui em Damages, também é excepcional. Sua Ellen Parsons é o contraponto ideal à personagem de Close. Um grande duelo de grandes atuações. Como já afirmei sempre achei Damages extremamente sofisticada e por essa razão a série sofreu problemas de audiência nos EUA, saindo de seu canal de origem para ser produzida pelo sistema DirectTV daquele país. Por essa razão não é tão fácil acompanhá-la mas o esforço certamente valerá a pena. Damages é visceral, impactante e marcante. Simplesmente não há como deixar de assistir.

Damages (Damages, Estados Unidos, 2007 - 2012) Criada por Glenn Kessler, Todd A. Kessler, Daniel Zelman / Direção: Glenn Kessler, Todd A. Kessler, entre outros / Roteiro: Glenn Kessler, Todd A. Kessler, Daniel Zelman entre outros / Elenco: Glenn Close, Rose Byrne, Tate Donovan, Ted Danson, Timothy Olyphant, William Hurt, John Goodman, Ryan Phillippe, Lily Tomlin / Sinopse: Damages mostra a vida da advogada Patty Hewes (Glenn Close), especializada em enfrentar grandes corporações e empresas nos Tribunais de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vivendo na Eternidade

Tive uma bela surpresa com esse "Vivendo na Eternidade". Sem muitas referências acabei assistindo e gostando. O filme é baseado no antigo mito da fonte da juventude. Segunda a lenda quem bebesse dessa fonte viveria para sempre, nunca envelheceria e jamais morreria. Aqui a adolescente rebelde Winnie Foster (a bonita Alexis Bledel da série "Gilmore Girls") se apaixona por um jovem que mora em um bosque perto de sua casa. Ele por sua vez faz parte de uma família que bebeu da mitológica fonte. O filme tem ritmo de fábula romântica, é muito bem desenvolvido, bem fotografado e com clima bucólico. O grande destaque dessa produção da Walt Disney também vem de seu excelente elenco. Vários veteranos das telas compõem o cast, inclusive William Hurt (o patriarca da família), Ben Kingsley (que persegue a família em questão) e Sissy Spacek (como a mãe, força moral do núcleo familiar). Todos estão bem, os papéis não são muito aprofundados mas conseguem superar isso com muito carisma quando entram em cena.

O diretor do filme é Jay Russel. Em sua filmografia não vemos nada de muito grandioso, ele costuma fazer filmes pequenos mas bem feitos. Seu maior êxito nas telas é "Brigada 49", aquele filme de bombeiros com o John Travolta e Joaquim Phoenix. Outro que sempre é lembrado é a também fábula "Meu Monstro de Estimação" uma produção infanto-juvenil que explora o mito do Monstro do Lago Ness. Enfim, "Vivendo na Eternidade" é uma boa pedida para quem busca um filme romântico. Uma frase dita em seu final resume muito bem a tônica aqui: "Não tenha medo de morrer, mas de não ter uma vida bem vivida". Assistam, eu recomendo.

Vivendo na Eternidade (Tuck Everlasting, Estados Unidos, 2002) Direção: Jay Russell / Roteiro: Jeffrey Lieber, James V. Hart, baseado no romance de Natalie Babbitt./ Elenco: Alexis Bledel, William Hurt, Amy Irving, Jonathan Jackson, Ben Kingsley, Sissy Spacek, Scott Bairstow, Bob Coletti, Victor Garber./ Sinopse: A jovem Winnie (Alexis Bledel) descobre que uma família que vive perto de sua casa possui o segredo da fonte da juventude.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Condessa

Erzebet Bathory (Julie Delpy) é uma condessa húngara que se torna obcecada por beleza e juventude. Tentando a todo modo permanecer sempre jovial e bonita ela começa a se tornar ávida por sangue humano pois acredita ser esse um excelente modo de se manter sempre jovem e bela. Em sua mente perturbada nada seria mais rejuvenescedor do que tomar um grande banho de sangue humano em sua banheira imperial, hábito que logo cultivaria com frequência em seu castelo isolado. Em busca de mais e mais sangue de jovens donzelas ela começa a assassinar jovens criadas de seu próprio quadro de serviçais. Não satisfeita e sem ter mais a quem matar entre sua criadagem, ela começa a sumir com jovens nobres da sociedade. O fato logo chega aos ouvidos do Rei que alarmado envia um nobre de alta estirpe para investigar o caso. Por mais bizarra e surreal que pareça a história da Condessa Bathory esse foi um fato real acontecido no século XVI na chamada Europa Central. Seus crimes se tornaram famosos pois estima-se que a nobre tenha levado à morte mais de 600 jovens mulheres que viviam em seu feudo. O filme é bem fiel aos acontecimentos porém há relatos de que a Condessa real foi ainda mais sanguinária do que a mostrada na tela. Muitos livros históricos afirmam que ela na realidade sofria de uma grave doença mental que a fazia sentir enorme prazer em ver outras pessoas sendo torturadas e mortas ao seu lado. Ela mantinha um calabouço de torturas onde promovia mortes horríveis a todas as jovens que conseguia capturar.

Sua história macabra inspirou várias lendas ao longo dos séculos, inclusive o próprio Drácula dos livros de ficção. Bram Stoker ficou particularmente interessado na sede de sangue da Condessa e por isso trouxe ao seu monstro vampiro a necessidade de sempre se alimentar de sangue humano. Anos depois do sucesso do livro de Stoker a própria nobre húngara recebeu o título de "Condessa Drácula" numa fina ironia do destino. Ao mesmo tempo em que influenciou a criação do personagem foi batizada pelo nome do mais famoso vampiro da história. O elenco em cena está bem inspirado, principalmente William Hurt dando show de interpretação no papel do nobre Gyorgy Thurzo. Em uma época em que a nobreza estava acima da lei ele teve a sensatez de encarcerar a psicótica Condessa em seu castelo até o fim de sua vida. Já Julie Delpy está perfeita como a desequilibrada Erzebet Bathory, uma mulher completamente obcecada pela beleza e juventude eternas que apaixonada por um homem bem mais jovem do que ela não mede esforços para consumar essa relação. A produção é um projeto pessoal de Julie Delpy que não apenas estrelou o filme como também dirigiu e escreveu seu roteiro. O resultado é de excelente nível. Um filme que mostra que a despeito de toda a nossa cultura e civilização ainda existe em certas pessoas uma perversidade intrínseca, que não consegue ser detida. Assista "A Condessa" e conheça um pouco mais sobre o lado mais macabro da alma humana.

A Condessa (The Countess, Estados Unidos, França, Alemanha, 2009) Direção: Julie Delpy / Roteiro: Julie Delpy / Elenco: Julie Delpy, William Hurt, Daniel Brühl, Anamaria Marinca / Sinopse: Erzebet Bathory (Julie Delpy) é uma condessa húngara que se torna obcecada por beleza e juventude. Tentando a todo modo permanecer sempre jovial e bonita ela começa a se tornar ávida por sangue humano pois acredita ser esse um excelente modo de se manter sempre jovem e bela. Em sua mente perturbada nada seria mais rejuvenescedor do que tomar um grande banho de sangue humano em sua banheira imperial, hábito que logo cultivaria com frequência em seu castelo isolado. Em busca de mais e mais sangue de jovens donzelas ela começa a assassinar jovens criadas de seu próprio quadro de serviçais.

Pablo Aluísio.