sábado, 6 de janeiro de 2018
Apenas um Garoto em Nova York
De uma forma ou outra, Ethan começa a seguir os passos da amante do pai, Johanna (Kate Beckinsale). Descobre que ela trabalha no mercado de livros e pior do que tudo, acaba se apaixonando também por ela! Por fim fechando o círculo confuso de relacionamentos de sua vida pessoal, Ethan acaba conhecendo um escritor decadente e bêbado que mora no seu prédio, o outsider W.F. Gerald (Jeff Bridges). Autor de sucesso no passado, ele vive uma crise de criatividade, sempre procurando inspiração para sua próxima obra. Acaba encontrando na vida de Ethan o que procurava e traz a história do jovem para as páginas daquele que será seu futuro livro.
Embora tenha nuances de drama, esse filme não vai muito por esse caminho. Mesmo as situações mais dramáticas (como se apaixonar pela amante do pai) vai tendo resoluções mais ou menos brandas. O roteiro também sutilmente propõe que a cidade de Nova Iorque perdeu sua identidade nos últimos anos, deixando de ser a cidade artisticamente inspiradora do passado para se tornar apenas uma grande cidade, amorfa e sem graça. O triângulo amoroso envolvendo amante, pai e filho, curiosamente nem é a principal surpresa da trama, pois o personagem de Jeff Bridges revela ter algo a mais com Ethan do que ele jamais poderia imaginar. Em suma, um bom filme, que tenta ser sofisticado, retratando os moradores de Nova Iorque como pessoas mais intelectualizadas, mesmo sem escapar das armadilhas do destino que vão acontecendo com o passar dos anos.
Apenas um Garoto em Nova York (The Only Living Boy in New York, Estados Unidos, 2017) Direção: Marc Webb / Roteiro: Allan Loeb / Elenco: Pierce Brosnan, Jeff Bridges, Kate Beckinsale, Callum Turner, Cynthia Nixon, Kiersey Clemons / Sinopse: O jovem Thomas Webb (Callum Turner) descobre que seu pai, Ethan Webb (Pierce Brosnan), está tendo um caso amoroso fora do casamento com a bela e sensual Johanna (Kate Beckinsale). Enquanto não decide o que fazer, acaba conhecendo seu vizinho, um escritor decadente chamado W.F. Gerald (Jeff Bridges) que prontamente se coloca à sua disposição para resolver todos esses problemas em sua vida pessoal.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
O Espetacular Homem-Aranha 2
Título Original: The Amazing Spider-Man 2
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Enterprises, Columbia Pictures
Direção: Marc Webb
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orci
Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Paul Giamatti, Sally Field, Dane DeHaan
Sinopse:
O jovem Peter Parker (Andrew Garfield) se forma no colegial. Ele pretende agora seguir em frente com seu relacionamento com Gwen Stacy (Emma Stone) mas ela está planejando ir estudar e trabalhar na distante Inglaterra. Para complicar ainda mais sua vida, surgem dois novos vilões no horizonte, Electro (Jamie Foxx), um ser que se alimenta de energia elétrica e Green Goblin (Dane DeHaan), na verdade um antigo amigo de Parker, agora enlouquecido por uma estranha doença genética.
Comentários:
Ao custo de 200 milhões de dólares chegou finalmente nas salas de cinema do mundo inteiro essa sequência da nova franquia The Amazing Spider-Man. Falando francamente esperava bem mais, não apenas por ter gostado do primeiro filme, mas também pela tradição de que continuações pares sempre são as melhores no cinema americano. As expectativas porém não foram plenamente satisfeitas. Há claras mudanças na tônica de desenvolvimento do filme em relação ao primeiro. Se fosse resumir diria que esse é bem mais infanto-juvenil, mais fiel aos antigos desenhos animados dos anos 80. Sai a tentativa de humanizar mais o herói e entra uma infinidade de piadinhas e gracinhas ditas por ele nos momentos mais inusitados. Assim, enquanto salva um ônibus cheio de cidadãos inocentes o Homem-Aranha não perde a chance e aproveita para fazer graça. Tudo bem que essa é uma característica do próprio personagem dos quadrinhos mas aqui exageraram um pouco na dose. Os vilões também são pouco desenvolvidos. Max Dillon (Jamie Foxx), um tímido funcionário do poderoso grupo Osborn, sofre um acidente com enguias e vira o Electro! O problema é que ele era fã do Homem-Aranha antes de sofrer a terrível mutação e depois começa a odiar o herói, sem um motivo convincente. E assim segue, com um roteiro não muito inovador e sem maiores surpresas. Nem a morte de uma personagem central parece animar o resultado final. Diria que é uma diversão apenas regular no saldo geral, e nada excepcional.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
O Espetacular Homem-Aranha
O sucesso do Spiderman não é complicado de entender. Stan Lee, que nunca foi bobo nem nada, criou um personagem que iria criar uma forte identificação com seu público alvo. Peter Parker era um estudante comum de High School, sem grana, passando por dificuldades na escola, sendo alvo de bullying e apaixonado pela garota mais bonita e popular do colégio. Ela obviamente não lhe dá a mínima bola. Agora responda rápido: existe algum jovem no mundo que não iria se identificar com uma estória dessas? Não me admira em nada que a mitologia do Aranha nunca tenha perdido sua força, sempre conseguindo se comunicar com as novas gerações, mesmo após tantos anos de sua criação. Essa nova releitura nos cinemas tem tudo para agradar aos fãs. A estória continua irresistível, o casal central de atores é bem carismático e o elenco de apoio é da melhor qualidade. O vilão também é outro ponto positivo. O Dr. Curt Connors (Rhys Ifans) é a própria personificação do cientista que não consegue mais separar sua vida pessoal de suas pesquisas. O Lagarto feito digitalmente é convincente e bem elaborado. Em suma, O Espetacular Homem-Aranha certamente vai agradar aos garotos e aos marmanjos que adoravam as aventuras dos personagens dos gibis quando eram guris. Não deixe de assistir.
O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man, Estados Unidos, 2012) Direção: Marc Webb / Roteiro: Alvin Sargent, James Vanderbilt, Steve Kloves / Elenco: Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Martin Sheen, Sally Field, C. Thomas Howell, Embeth Davidtz, Chris Zylka, Denis Leary, Campbell Scott, Irrfan Khan, Kelsey Chow, Stan Lee / Sinopse: Peter Parker (Andrew Garfield) é um jovem estudante que é picado por uma aranha e se torna um super-herói com poderes especiais. Agora terá que enfrentar um monstro que aterroriza a cidade.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
(500) Dias Com Ela
Eu nunca descarto o gênero "comédia romântica" antecipadamente como alguns homens. Como se sabe muitos espectadores masculinos simplesmente odeiam comédias românticas pois as consideram chatas, maçantes, açucaradas, etc. É um estilo de filme que de certa forma foge do universo masculino. O fato é que geralmente quando vão ao cinema assistir a esse tipo de filme o estão lá porque são literalmente levados por suas namoradas, esposas, etc. É uma bobagem descartar um filme apenas por seu gênero. Um exemplo é esse "(500) Dias Com Ela". Sim, é uma comédia romântica mas com bom conteúdo, com bom desenvolvimento do relacionamento mostrado e além disso com um roteiro inteligente que pode dar origem a bons debates com sua companheira. Para começar os papéis estão invertidos aqui. A mulher surge na relação como alguém que quer apenas ter alguns momentos de prazer com seu namorado de ocasião ("ficante" seria um termo mais apropriado). Já o homem é que está apaixonado por ela, querendo algo sério. Isso já é um diferencial e tanto em relação a outras comédias românticas não é mesmo? A estrutura do roteiro também é bem curiosa, com idas e vindas na linha do tempo.
O bom é que esse vai e vem na linha narrativa não chega em momento algum a aborrecer o espectador. Curiosamente o filme traz à tona outra questão que poucos param para pensar sobre ela. O fato é que não importa em que época vivemos ou como os costumes mudaram, a psique do homem resiste a maiores mudanças e ainda idealiza aquela mulher romantizada do passado, que só quer casar e ter filhos em um relacionamento sério. O homem ainda pensa como há dois séculos e esquece que a mulher moderna também quer ter direito a passar por romances casuais sem nada sério pela frente. A figura da "Amélia" resiste e muitos homens ficam desconcertados na presença de mulheres livres, donas de si, de seu destino, sem necessidade alguma de dar satisfações a um homem em suas vidas. Mulheres modernas, admiráveis afinal de contas. É isso, assista "(500) Dias Com Ela" e aproveite para pensar sobre esses temas. Vai ser uma reflexão reconfortante, com certeza.
(500) Dias Com Ela (500 Days Of Summer, Estados Unidos, 2009) Direção: Marc Webb / Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber / Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel, Geoffrey Arend, Chloë Grace Moretz, Matthew Gray, Gubler, Clark Gregg, Patricia Belcher, Rachel Boston / Sinopse: Através de uma série de flashbacks conhecemos a estória de Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zoey Deschanel). Ele é completamente apaixonado por ela e tem um sonho de um dia encatar um romance sério com a garota. Já Summer pensa diferente, quer aproveitar os momentos prazeirosos de sua vida sem o peso de um compromisso sério.
Pablo Aluísio.