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domingo, 19 de outubro de 2014

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Canal+, Carolco Pictures, Icon Entertainment
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: Christopher De Vore
Elenco: Mel Gibson, Glenn Close, Alan Bates, Paul Scofield, Ian Holm, Helena Bonham Carter

Sinopse:
Hamlet (Mel Gibson) é um príncipe dinamarquês medieval que descobre que seu pai foi morto de forma covarde por uma conspiração palaciana liderada por seu próprio tio, para obter com o crime o trono para si. Agora Hamlet, em profunda crise existencial, resolve partir para a vingança contra todos os traidores e assassinos da corte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Ator Coadjuvante (Alan Bates).

Comentários:
No começo dos anos 1990, contrariando todas as expectativas, o ator Mel Gibson resolveu ousar como nunca em sua carreira. Deixou os filmes de ação de lado e abraçou a ideia de interpretar o personagem Hamlet de William Shakespeare no cinema. Conforme esclareceu na época, Gibson queria mesmo era criar um vínculo de aproximação entre o texto clássico e a juventude, que naqueles tempos formava a grande massa de seus admiradores. A intenção como se pode ver, foi realmente muito boa, mas todos se perguntavam se alguma coisa boa poderia sair disso! A boa notícia é que sim, essa versão moderna de "Hamlet" em momento algum decepciona. O diretor Franco Zeffirelli foi bastante inteligente para não deixar tudo apenas nas costas de Gibson e resolveu colocar ao seu lado grandes atores e atrizes com formação teatral clássica. Isso acabou compensando qualquer deslize ou problema maior em recitar um texto tão rico nas telas. Outro ponto positivo, que sempre me chamou bastante a atenção, foi a delicada e discreta direção de arte. Cenários e figurinos medievais que jamais assumem uma posição de superioridade sobre o texto, que é afinal de contas a grande força desse enredo único e maravilhoso. Curiosamente Gibson acabou tendo atritos com Zeffirelli no set de filmagens, talvez por já ter naquela época um lado diretor que começava a despontar e aflorar. Anos depois chegou ao ponto de fazer pouco do trabalho de Franco Zeffirelli ao afirmar que havia se tornado diretor após trabalhar com ele.  "Se um cara como esse dirige filmes, por que não eu?" - brincou. Desavenças à parte, temos que reconhecer que um dos trunfos dessa adaptação vem justamente das decisões acertadas do diretor italiano. Uma pequena obra prima dos anos 90 que merece passar por uma nova avaliação que reconheça seus méritos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Maurice

Título no Brasil: Maurice
Título Original: Maurice
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Merchant Ivory Productions, Cinecom Pictures
Direção: James Ivory
Roteiro: Kit Hesketh-Harvey, baseado no romance de E.M. Forster 
Elenco: James Wilby, Rupert Graves, Hugh Grant, Ben Kingsley, Helena Bonham Carter

Sinopse: 
Dois jovens ingleses de classe aristocrática entram em um dilema após descobrirem que estão apaixonados um pelo outro. Além do aspecto moral envolvido eles teriam que agir com muita cautela pois poderiam ser presos por causa de seu afeto homossexual. Essa opção sexual ainda era considerada crime na Inglaterra naquele período histórico.

Comentários:
Não faz muito tempo (em termos históricos) que o homossexualismo era considerado crime grave punido com prisão na Inglaterra. Até nomes famosos como Oscar Wilde foram condenados por sua opção sexual. "Maurice" é um drama histórico que se desenvolve justamente nesse contexto histórico. Antes de mais nada gostaria de dizer que James Ivory sempre foi um dos meus cineastas preferidos de todos os tempos. Poucos diretores foram tão elegantes e finos como ele. Sua filmografia é uma prova dessa afirmação. Curiosamente nunca tinha assistido a essa produção dirigida por Ivory em 1987. A produção, como não poderia ser diferente, é luxuosa e de bom gosto. O elenco é bem acima da média com destaque para um jovem Hugh Grant (antes de virar astro de comédias românticas americanas) e Ben Kingsley esbanjando sofisticação. Também vale lembrar a presença de Helena Bonham Carter, que durante certo tempo foi uma espécie de musa do diretor, participando de vários filmes dirigidos por ele. O roteiro mostra com muita sensibilidade a tumultuada e complicada relação entre dois jovens ingleses ricos durante a primeira década do século passado. Embora apaixonados não podiam exteriorizar esse sentimento pois poderiam ir para a cadeia por isso. "Maurice" é um filme menor de James Ivory mas merece ser redescoberto, principalmente nos dias de hoje pois o tema parece nunca sair da ordem do dia. Conheça e reflita sobre a mensagem proposta por esse grande diretor.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Sweeney Todd (Johnny Depp) é um barbeiro que vive numa Londres escura e nebulosa. Julgado e preso injustamente pelo juiz Turpin (Alan Rickman) ele decide se vingar de todos os que lhe fizeram mal. Assim que cumpre sua pena ele toma a decisão de reabrir sua velha barbearia mas com algumas mudanças! Primeiro transforma sua cadeira de barbeiro em um grande alçapão para onde são enviados todos aqueles que merecem uma punição em sua visão. Para completar a morbidez a senhorita Lovett (Helena Bonham Carter) decide se unir a ele. Cozinheira de mão cheia ela logo cria uma grande freguesia apenas com o raro e delicado sabor de suas guloseimas. O que ninguém desconfia é que um ingrediente muito inusitado é adicionado nas receitas, dando-lhes um sabor simplesmente único para suas comidas. Pode parecer surreal mas "Sweeney Todd" foi baseado em fatos reais ocorridos na Inglaterra durante a era vitoriana. Os eventos foram considerados tão chocantes que acabaram dando origem a livros e peças teatrais, além de um musical na Broadway que por sua vez acabou sendo a principal fonte para a elaboração do roteiro desse filme. Aqui o cineasta Tim Burton lida pela primeira vez em sua carreira com um musical completo, com várias músicas e arranjos, em uma verdadeira ópera dark. O resultado final passa longe de ser um dos trabalhos mais rotineiros e comuns do diretor.

Gostei bastante do filme. Primeiro porque gosto de musicais e segundo porque como sempre a direção de arte dos filmes de Tim Burton é uma verdadeira pintura. O filme me impressionou tão positivamente que cheguei inclusive a fazer uma pequena pesquisa pessoal sobre o tal de Sweeney Todd, que para quem não sabe, existiu realmente. Em sua época ele ganhou uma notoriedade tão grande quanto o próprio Jack, o Estripador. Se fosse qualificar esse filme o chamaria de musical gótico de humor negro, uma definição que certamente você não encontrará todos os dias por aí. Curiosamente grande parte do público não gostou do resultado final justamente por sua estrutura tipicamente de musicais da Broadway. Será que se fosse um filme convencional seria melhor avaliado? Acredito que sim, embora tudo no final das contas seja um erro de avaliação de quem pensava encontrar algo diferente na tela. A produção tem méritos inegáveis como a maravilhosa direção de arte, a riqueza dos figurinos e a fotografia, belamente sombria e sinistra. E para as fãs de Johnny Depp temos aqui uma de suas caracterizações mais impressionantes (em ótimo trabalho de maquiagem e transformação). Enfim, "Sweeney Todd" é um filme 100% Tim Burton, com tudo de bom e ruim que isso significa.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, Estados Unidos, Inglaterra, 2007) Direção: Tim Burton / Roteiro: John Logan, baseado no musical de Hugh Wheeler / Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman / Sinopse: Sweeney Todd (Johnny Depp) é um barbeiro numa Londres escura e nebulosa. Julgado e preso injustamente pelo juiz Turpin (Alan Rickman) ele decide se vingar de todos os que lhe fizeram mal.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Alice no País das Maravilhas

Eu gostaria de dizer algo melhor sobre "Alice" de Tim Burton, até porque o filme reúne três personalidades de que gosto bastante. A começar pelo próprio Tim Burton que com seu estilo único já deu aos cinéfilos grandes alegrias nas salas de cinema mundo afora. O ator Johnny Depp também está aqui. Acompanho Depp desde o comecinho de sua carreira quando ele ainda era um jovem interpretando um policial na série "Anjos da Lei". Sempre o achei um ator muito corajoso que recusou se tornar um ídolo adolescente para realizar uma série de filmes ousados e fora do comum. Por fim temos a obra de Lewis Carroll, um autor realmente maravilhoso que conseguiu com "Alice" algo bem raro no mundo da literatura pois uniu uma escrita elegante e sofisticada, inteligente acima de tudo, com o universo infantil. Não é por menos que seu livro se tornou um verdadeiro clássico. Infelizmente mesmo com todos os ingredientes presentes algo deu muito errado nessa mistura. O que era para ser uma fusão de pequenas pitadas de talento desandou completamente. O que sobrou foi nada mais, nada menos do que um tempero ardente, exagerado, completamente kitsch.

Claro que expor os problemas e defeitos de "Alice no País das Maravilhas" na visão de Tim Burton soa hoje como algo sem maior importância. Isso porque o filme foi um tremendo, enorme e espetacular sucesso de bilheteria em seu lançamento. A produção arrecadou mais de um bilhão de dólares! É um número realmente fantástico que muito provavelmente jamais será repetido na carreira de todos os envolvidos. É muito curioso que artistas que tinham a fama de serem tão cults como Depp e Burton tenham se tornado o símbolo máximo do cinema comercial com esse "Alice". O que antes era considerado estranho, bizarro nos filmes de Burton virou algo queridinho pelas grandes massas! É uma metamorfose complicada de explicar pois basta assistir ao filme para perceber que no fundo Tim Burton continua o mesmo esquisitão de sempre, só que agora ele virou um chiclete de consumo popular. Em minha visão o filme não é nada bom, nem como produto cinematográfico e nem muito menos como adaptação da obra de Lewis Carroll. O livro original aliás parece tão distante do que vemos na tela como os delírios da Alice do mundo real. Pouca coisa funciona, já que Johnny Depp interpreta o chapeleiro maluco e por essa razão sua participação é ampliada ao máximo no enredo, em detrimento do que tínhamos no livro original. "Alice" não convence e não agrada mas seu sucesso fora do comum certamente faz com que seus defeitos sejam certamente completamente ignorados.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, Estados Unidos, 2010) Direção: Tim Burton / Roteiro: Linda Woolverton, na obra de Lewis Carroll / Elenco: Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter / Sinopse: Alice é uma garota de 19 anos que retorna para o mundo onde viveu as grandes aventuras de sua infância.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Francesco

A recente eleição do Papa Francisco (Jorge Mario Bergoglio) trouxe de volta aos meios de comunicação a figura histórica de Francisco de Assis (1182 – 1226), um homem de uma história de vida realmente impressionante. Nascido em uma rica família italiana Francisco (ou no original Francesco) resolveu em determinado momento de sua vida largar toda a riqueza material que tinha para viver na mais absoluta pobreza, dedicando-se a partir daí a ter uma existência puramente cristã, no mais estrito sentido da fé. De fato Francisco de Assis, que após sua morte seria canonizado, foi de certa forma um dos mais fiéis seguidores da doutrina cristã pois viveu o evangelho de forma intensa, na prática, sem qualquer tipo de apego material a absolutamente nada. Provavelmente foi o cristão que mais chegou perto da verdadeira essência da mensagem de Jesus Cristo. Vivia ajudando ao próximo, no meio de pessoas que eram destituídas de sua própria humanidade, naquele duro período medieval. Ele procurava acalentar todos os excluídos, os que eram considerados parias da comunidade. Estendia sua mão a quem não contava com a ajuda de ninguém. Um exemplo foi sua dedicação aos leprosos e doentes pobres, que eram completamente abandonados pela sociedade de uma forma em geral. Com seu exemplo de vida também mostrou os excessos da cúpula romana, ao se mostrar diante do papa da época como um homem desprovido de tudo, até mesmo de vestimentas decentes. Sua visita ao Papa Inocêncio III aliás demonstrou como poucos momentos na história a contradição entre uma corte papal luxuosa e rica e os fundamentos da mensagem cristã que entre outras coisas pregava a humildade, a caridade e o desapego aos bens materiais.

A história de Francisco de Assis já deu origem a muitos filmes mas eu destaco esse aqui chamado simplesmente de “Francesco” como um dos melhores já feitos sobre o grande homem. Sua biografia é mostrada com extrema fidelidade histórica, recriando de forma magistral os grandes momentos de Francesco em sua existência terrena. A idéia era no mínimo inusitada: colocar o ator outsider Mickey Rourke para interpretar São Francisco de Assis. O mais interessante é que tudo acabou dando muito certo. Rourke se mostra dedicado em cena, encarnando com muita sensibilidade um dos personagens mais importantes do Cristianismo, um homem rico de família influente que na Idade Média resolve largar tudo isso para se dedicar aos fundamentos mais profundos dos ensinamentos de Cristo: o amor ao próximo, a caridade, o despojamento do mundo material e a busca pela elevação espiritual. O filme também é extremamente bem realizado, todo filmado em locações na Itália onde o verdadeiro Francisco passou e pregou a palavra de Deus. Seja você católico ou não o fato é que a história desse homem realmente impressiona até hoje. Na época Mickey Rourke foi bastante elogiado pela sua sensível atuação, principalmente na cena final quando o santo finalmente recebe os sinais de consagração que tanto almejava em vida. Assim, diante do novo Papa que o homenageia nada mais conveniente do que assistir a um belo filme que mostra a vida de Francisco com raro talento. Não deixe de conhecer.

Francesco (Francesco, Estados Unidos, Itália, Alemanha, 1989) Direção: Liliana Cavani / Roteiro: Liliana Cavani / Elenco: Mickey Rourke, Helena Bonham Carter, Andréa Ferréol, Nikolaus Dutsch / Sinopse: “Francesco” narra a história real de Francisco de Assis (1182 – 1226), rico italiano que abandonou tudo o que tinha para dedicar sua vida ao evangelho de Jesus Cristo. Pregando a humildade, o amor ao próximo e o respeito à natureza e aos animais, Francisco acabou se tornando um dos mais populares cristãos da história.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Frankenstein de Mary Shelley

O sucesso de Drácula de Bram Stoker fez com que naturalmente os estúdios procurassem o mais rápido possível adaptar outros livros clássicos de terror. Assim a Tri-Star Pictures colocou em andamento um projeto ambicioso: adaptar o famoso livro de Mary Shelley, Frankenstein. A fórmula seria a mesma que foi usada em Drácula, ser o mais fiel possível ao texto original, ignorando todos os filmes anteriores sobre o tema. Não era uma missão fácil. O design da criatura dos filmes da Universal faz parte da cultura pop até os dias atuais. A estória todos já conheciam mas como adaptação dos mesmos filmes. Era uma mitologia muito conhecida afinal. As surpresas vieram logo quando o nome do diretor e ator Kenneth Branagh foi anunciado para dirigir o novo filme. Ele era muito mais associado às adaptações de William Shakespeare e não tinha muita intimidade com o universo dos filmes de terror tradicionais. Maior surpresa ocorreu depois quando o estúdio anunciou o grande ator Robert De Niro para viver a criatura! Essa seguramente foi a escolha de elenco mais improvável da história de Hollywood. De Niro interpretando o monstro seria no mínimo esquisito. Fora isso a nova versão de Frankenstein teve o melhor em termos de produção e estrutura. Nesse meio tempo o diretor Roger Corman em mais um lance de oportunismo lançou sua própria versão de Frankenstein. Um filme pra lá de bizarro que chegou até mesmo a ser lançado em nossas locadoras na época.

De qualquer modo as pessoas ansiavam mesmo pela produção classe A de De Niro  e Branagh. O filme finalmente foi lançado em novembro de 94. A crítica se dividiu. Para muitos a produção era sem inspiração, preguiçosa e maçante. Para outros era válida a iniciativa de se revisar o texto original de Mary Shelley. Em meu conceito Frankenstein é bem irregular mas não credito todos os problemas apenas ao filme em si. De certa forma o próprio texto de Mary Shelley envelheceu terrivelmente. Escrito como uma aposta da autora que queria produzir o romance mais aterrorizante de sua época,  Frankestein é uma obra que intencionalmente carrega nas tintas a todo momento. Nunca teve a sofisticação dos textos de Bram Stoker. Essa falta de sutileza assim se torna óbvio no transcorrer do filme. Além do mais a segunda parte da trama soa muito ultrapassada nos dias atuais. Com tantos problemas no texto original não é de se estranhar que o filme tenha tantos problemas. A produção de primeira linha está lá, um bom diretor e um elenco de ótimos profissionais também, mas o filme não empolga, não surpreende em nenhum momento. A nova visão do livro de Mary Shelley fez sucesso nas telas mas jamais conseguiu se tornar uma unanimidade como o filme de Francis Ford Coppola. Sem dúvida deixa a desejar em vários aspectos.

Frankenstein de Mary Shelley (Frankestein, Estados Unidos, 1994) Direção: Kenneth Branagh / Roteiro: Steph Lady baseado na obra de Mary Shelley / Elenco: Robert De Niro, Kenneth Branagh, Tom Hulce, Helena Bonham Carter, Aidan Quinn, Ian Holm, John Cleese, Richard Briers / Sinopse: Victor Frankenstein (Kenneth Branagh) é um cientista vitoriano que decide utilizar as recentes descobertas sobre eletricidade para tentar criar vida a partir de restos humanos de pessoas falecidas. Seus experimentos acabam dando origem a uma estranha criatura (Robert De Niro) que a despeito de sua precária condição consegue expressar e desenvolver muitos dos mais nobres sentimentos humanos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II

Se o anterior deixa muito a desejar esse aqui, o filme final dessa franquia de extremo sucesso, fecha com chave de ouro as adaptações dos livros do famoso bruxinho bretão. O enredo tem uma fluência bem mais desenvolvida e o interesse pela estória que chega ao final de forma definitiva mantém o interesse do espectador. Ao contrário do anterior que parece não caminhar para lugar nenhum esse episódio final vem para amarrar todas as pontas soltas dando uma conclusão acima da média para a saga. Eu realmente havia detestado o filme anterior (o único de toda a franquia que achei muito fraco e tedioso) mas desse capítulo final gostei e saí plenamente satisfeito da sala de exibição. Depois da pasmaceira anterior finalmente Harry Potter voltou a ser divertido, com boa ação e ótimos efeitos especiais. O roteiro é enxuto, sem excessos e sem "barrigas" (que foi a marca registrada do primeiro Relíquias).

Os atores continuam com carisma e os vilões (em especial o Lord das trevas) está finalmente presente em grande parte do filme. Apreciei especialmente a reviravolta envolvendo Severus Snape, Dumbledore e o passado não contado da família de Harry Potter. O final também me agradou embora pensei que a escritora fosse levar tudo às últimas consequências (o que de fato não ocorreu, o que entendo pois a autora não queria traumatizar toda uma geração). Por fim a cena final com os três atores 19 anos depois foi bem divertida e bem feita (menos Hermione que não envelheceu nada!). Valeu, foi uma boa despedida da franquia que fiz questão de ver no cinema para se despedir com grande estilo. Vai deixar saudades pois já havia se tornado uma espécie de tradição esperar pelos filmes e acompanhar toda a reação que eles causavam, principalmente nos fãs, tão ardorosos e dedicados. Infelizmente nada é para sempre e a estória chegou ao fim. Resta o consolo de saber que em geral todos os filmes foram muito bons (exceto o anterior a esse), fizeram sucesso e caíram no gosto do público, fã ou não. Espero que em breve tenhamos outra franquia tão boa quanto essa.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II (Harry Potter and The Deathly Hallows: Part II, Estados Unidos, 2011) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves baseaod na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton, Maggie Smith, Jim Broadbent. / Sinopse; Último filme da franquia Harry Potter onde ele finalmente encontrará seu destino.

Pablo Aluísio.

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I

Harry Potter (Daniel Radcliffe), Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson) deixam a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para trás e saem em busca das Horcruxes,  objetos mágicos que armazenam fragmentos da alma. Eles foram criados pela vião Voldemort. A saga Harry Potter começa a chegar ao seu final. Esse aqui é a primeira parte da conclusão da franquia que foi desde o seu lançamento um grande sucesso de publico e crítica. Infelizmente o que se nota nesse primeiro episódio é que temos trama de menos para metragem demais. O filme muitas vezes cai no vazio completo simplesmente por não ter nada a contar. O correto certamente seria a realização de um só filme em cima do livro "Harry Potter e as Relíquias da Motte" mas a ganância do estúdio resolveu partir o texto ao meio, deixando os eventos mais importantes para o segundo filme, o que levou esse aqui para um limbo terrível onde nada é concluído, deixando apenas um monte de pontas soltas para o final. É basicamente a velha fórmula dos antigos seriados ao estilo Flash Gordon que deixava o espectador em um momento crucial de perigo para retornar na semana seguinte e conferir a conclusão. 

Diante de um roteiro pela metade não há como fugir do inevitável. O filme se torna muito arrastado, beirando a chatice completa. A fotografia é muito escura, o que não é nada bom para um filme que se apresenta enfadonho. A produção tem pouca ação e os atores falham em tentar transmitir algum tipo de sentimento interior profundo. O diretor foi muito pretensioso e deixou a aventura, marca registrada da franquia, um tanto quanto de lado. Harry Potter é um personagem infanto-juvenil que vive um mundo mágico de fantasia e bruxas e não há muito o que inventar sobre isso. Querer transformar esse tipo de literatura em Hamlet é uma bobagem completa. Infelizmente David Yates imprimiu uma mão pesada em um filme que em essência deveria ser leve, divertido. Sua pretensão de fazer algo mais soturno e sério logo vai por água abaixo, sobrando o simples tédio. Bocejos são inevitáveis. Em conclusão esse é certamente o mais chato e tedioso filme da franquia, que é muito boa e agradável. Pelo menos a segunda parte fechou com chave de ouro as aventuras do bruxinho. Comentaremos sobre a conclusão daqui a pouco. Esse aqui porém não tem jeito, é chato e ruim mesmo. 

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I (Harry Potter and The Deathly Hallow: Part I, Estados Unidos, 2010) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton./ Sinopse: Primeira parte da conclusão da saga do personagem Harry Potter.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Exterminador do Futuro 4: A Salvação

Quarto filme da franquia de grande sucesso. Não havia mais sentido em fazer um quarto filme utilizando do mesmo argumento dos anteriores (Exterminador volta ao passado para matar John Connor evitando que ele lidere a resistência contra a dominação da Skynet). Assim os produtores resolveram finalmente chegar no futuro da série. Aqui a estória se passa em 2018. Já houve o chamado "Dia do Julgamento" e a humanidade se resume a poucos grupos de resistência ao redor do mundo. Todos tentam retomar o controle do planeta. John Connor (Christian Bale) está em luta contra a Skynet, conforme foi profetizado, e tem a complicada tarefa de salvar aquele que seria seu pai, Kyle Reese (Anton Yalchin). No caminho encontra o misterioso Marcus (Sam Worthington) que terá um papel chave no desfecho da trama. Esse filme é curioso pois ao mesmo tempo que tenta seguir o fio da meada dos filmes originais inaugura uma nova linha nas produções. Tirando o argumento que segue em frente pouca coisa liga "A Salvação" com os filmes anteriores. A equipe técnica é completamente outra, temos novo elenco, sem nenhum ator da série original e claro um novo diretor que tentou recomeçar do zero, embora respeitando a mitologia do universo "Terminator". 

O interessante é que o filme tenta criar um estilo próprio dentro da franquia mas acaba trazendo muitos ecos de outra franquia de sucesso do passado: Mad Max. Isso mesmo, impossível realizar um filme em um mundo pós apocalipse sem trazer elementos da famosa série estrelada por Mel Gibson. Aqui temos cenas inteiras que nos lembram de imediato do louco Max. As perseguições no deserto, a luta por combustível, etc. Os efeitos digitais são extremamente bem feitos e há obviamente farto uso deles. Um desses momentos inclusive é muito curioso pois recria a imagem do ator Arnold Schwarzenegger tal como visto no primeiro filme, lá no distante ano de 1984. O resultado é realmente perfeito. No mais o roteiro encaixa tudo de forma muito eficiente só que ao invés de encerrar a estória os produtores em um lance de oportunismo colocam Bale explicando que a guerra ainda seguirá em frente (obviamente deixando a porta aberta para futuras continuações). "Exterminador 4" ainda faz uma bela homenagem a Stan Winston no letreiros finais. O criador do design original do Terminator, falecido pouco antes, era um gênio da maquiagem e efeitos especiais e marcou toda uma época. Sem dúvida um belo fechar de cortinas para o filme.  

O Exterminador do Futuro 4 - A Salvação (Terminator Salvation, Estados Unidos, 2009) Direção: McG / Roteiro: John D. Brancato, Michael Ferris / Elenco: Christian Bale, Sam Worthington, Anton Yelchin, Helena Bonham Carter, Michael Ironside / Sinopse: Aqui a estória se passa em 2018. Já houve o chamado "Dia do Julgamento" e a humanidade se resume a poucos grupos de resistência ao redor do mundo. Todos tentam retormar o controle do planeta. John Connor (Christian Bale) está em luta contra a Skyner, conforme foi profetizado, e tem a complicada tarefa de salvar aquele que seria seu pai, Kyle Reese (Anton Yalchin). No caminho encontra o misterioso Marcus (Sam Worthington) que terá um papel chave no desfecho da trama. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Retorno a Howard´s End

O Retorno a Howard´s End é mais um excelente drama de costumes dirigido por James Ivory, o mais britânico dos diretores americanos. Com elenco de primeira o filme retrata o complicado relacionamento de duas irmãs (Emma Thompson e Helena Bonham Carte) com um rico burguês da classe alta, interpretado pelo sempre ótimo Anthony Hopkins. No centro de tudo surge Howard´s End, uma casa tradicional familiar, disputada por todos. O interessante em "O Retorno a Howard´s End" é que apesar de Anthony Hopkins ser creditado como o ator principal - aparecendo em primeiro lugar nos créditos - seu papel não é em definitivo o central. Na realidade a principal personagem é interpretada por Emma Thompson em um papel complicado (uma solteirona que não tem papas na língua, falando pelos cotovelos que se casa com um rico dono de empresa). Em torno dela vários personagens curiosos desfilam: uma irmã também solteirona que não sabe muito bem o que quer da vida, um irmão tímido, de pouca presença e um pouco afeminado e um casal que ela mal consegue saber de quem se trata mas que será importante no desfecho da trama. Seu trabalho lhe valeu o merecido Oscar de Melhor atriz daquele ano.

Eu considero Howard´s End um bom filme da safra de James Ivory mas não o melhor. Ele fica bem abaixo de "Vestígios do Dia", esse sim uma obra prima. De qualquer forma a elegância da produção, o bom gosto dos figurinos, a excelente reconstituição de época (quem gosta de veículos antigos vai certamente apreciar os modelos que aparecem em cena) e a boa atuação dos atores mantém o filme em um excelente patamar de qualidade. O filme inclusive venceu na categoria de melhor direção de arte. O roteiro não tem a fluidez de "Vestígios do Dia" mas credito isso muito mais ao próprio livro em que foi inspirado (que por si só é bem minucioso, detalhista, com várias sub-tramas em seus capítulos). Trazer toda a riqueza da obra de E.M. Forster para as telas certamente não é uma tarefa das mais simples. O esforço do roteirista veio na premiação de melhor roteiro adaptado, um prêmio que em minha opinião não foi muito justo. De quialquer forma a produção em um contexto geral é realmente excelente, particularmente indicada para quem quer assistir uma elegante crônica sobre costumes ingleses no começo do século passado. Sutileza, charme e elegância não irão faltar, certamente.

O Retorno a Howard´s End (Howards End, Japão / Inglaterra, 1992) Direção: James Ivory / Roteiro: Ruth Prawer Jhabvala / Elenco: Anthony Hopkins, Emma Thompson, Vanessa Redgrave, Helena Bonham Carter, Joseph Bennett, Prunella Scales, Adrian Ross Magenty. / Sinopse: o filme retrata o complicado relacionamento de duas irmãs (Emma Thompson e Helena Bonham Carte) com um rico burguês da classe alta, interpretado pelo sempre ótimo Anthony Hopkins. No centro de tudo surge Howard´s End, uma casa de campo tradicional e familiar, almejada por todos.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Discurso do Rei

Adorei esse filme. Além de gostar de filmes históricos o tema, que é universal, diz respeito a todos àqueles que tentam superar algum problema ou adversidade em sua vida. No caso de "O Discurso do Rei" temos a história do Rei inglês George VI que após a abdicação de seu irmão mais velho se vê diante do grande desafio de se tornar rei da Grã Bretanha, justamente nos meses que antecedem à II Guerra Mundial. Ao contrário de seu adversário, Adolf Hitler, que era um grande orador, George VI tinha um sério problema: era gago e tímido! Como inflamar seu povo no meio do conflito com esse tipo de limitação? É justamente nesse ponto que entra em cena o ator Geoffrey Rush e seu carismático personagem que tenta amenizar os problemas do rei.

Apesar de Rush estar ótimo em sua caracterização o filme pertence mesmo a Colin Firth. O seu papel é extremamente perigoso pois ele correria o sério risco de virar caricato, transformando o próprio Rei e sua gagueira numa piada involuntária. Caso isso acontecesse o filme afundaria em suas pretensões. Porém graças ao talento de Firth isso definitivamente não acontece. Ao invés de rirmos do Rei, torcemos por ele, para que supere suas limitações vocais. Sua interpretação é seguramente digna do Oscar que venceu. Não sei se o filme irá agradar a todos, pois ele tem um ritmo próprio, cadenciado, que destoa um pouco do que é produzido atualmente. De qualquer maneira seu estilo e elegância superam todos esses problemas transformando "O Discurso do Rei" em um belíssimo filme. Se ainda não assistiu não deixe de conferir.

O Discurso do Rei (The King's Speech, Estados Unidos, 2010) Direção: Tom Hooper / Roteiro: David Seidler / Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter / Sinopse: O filme é baseado na história real do rei inglês George VI (Colin Firth) que procura tratamento contra seus problemas de fala com um exótico terapeuta (Geofrey Rush).

Pablo Aluísio.