terça-feira, 4 de outubro de 2011

Imperador Romano Calígula

Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus se tornou imperador de Roma por um motivo simples. Por ser jovem ele foi praticamente o último membro na linha de sucessão que conseguiu sobreviver. Todos os demais, seus irmãos mais velhos, tios, primos, etc, foram assassinados. Era o governo do imperador Tibério, considerado pedófilo e assassino. Assim que percebia que algum parente estava com ambições ao seu trono, era logo passado na espada. Tibério não admitia qualquer ameaça ao seu poder sem limites. O jovem Calígula assim conseguiu se manter vivo, enquanto seus parentes mais velhos eram mortos em série. O apelido Calígula veio na infância. Ele era filho de um importante general romano chamado Germanicus. Quando ele era apenas um garotinho seu pai o levou em uma campanha militar. O pequeno garoto usava a mesma roupa dos legionários romanos, só que em tamanho reduzido para a sua idade, claro. Assim os soldados o apelidaram de Calígula, uma palavra em latim que significava "botinhas". O futuro imperador detestava o apelido e talvez por isso ficou sendo chamado por ele. Para um apelido pegar basta o apelidado odiar ele. Velha tradição.

Quando Tibério morreu, o trono foi por direito de sucessão para Calígula. E em seus primeiros meses como imperador tudo saiu muito bem. O novo imperador se mostrou sensível aos problemas dos pobres em Roma. Mandou distribuir alimentos, mandou prestar assistência médica de graça ao povo, ajudou os miseráveis. Por isso passou a ser um imperador muito adorado por seu povo. Foi um começo de governo impecável. As pessoas da plebe o amavam e tudo parecia levar a crer que ele seria um dos grandes imperadores de Roma. Só que o jovem imperador caiu doente de uma febre misteriosa. Ele ficou semanas entre a vida e a morte e quando voltou estava transformado... para pior! Historiadores acreditam que Calígula se levantou de sua cama com algum problema mental. Seus atos e atitudes passaram a sugerir que ele havia enlouquecido. Calígula começou a tomar atitudes bizarras. Afirmou que iria nomear seu cavalo senador ou cônsul de Roma. Determinou que as mulheres do senado se tornassem prostitutas em prol de império. Começou a ter um relacionamento escandaloso com suas próprias irmãs, sugerindo incesto abertamente. As orgias sexuais sem fim, os banquetes extravagantes, as violências diárias contra inocentes, tudo sugeria que Calígula havia mesmo perdido a razão, estava completamente insano.

O povo de Roma ficou alarmado ao ouvir certas histórias afirmando que o imperador havia estuprado mulheres, que tinha abusado de crianças, como seu tio Tibério havia feito no passado. O Imperador era um criminoso, um estuprador, um pedófilo, um pederasta e um assassino. Enquanto cometia crimes contra outras pessoas o exército manteve sua lealdade. O problema é que Calígula começou a punir e matar generais de alta patente. Então as legiões romanas se revoltaram contra ele. O imperador louco devia ser morto, gritavam os legionários. Com apenas 28 anos de idade, o jovem que era tão promissor foi morto por soldados romanos. Foi morto com golpes de espada. Sua morte colocou o império em um caos político sem precedentes e o próprio exército romano resolveu o problema elevando seu tio Cláudio ao posto de imperador. Foi o fim de um curto reinado de muitas mortes, loucuras e insanidade. A história de Calígula foi mais uma comprovação da famosa frase do jurista e filósofo Montesquieu. Séculos depois esse cientista político iria dizer que o homem sempre iria abusar do poder político caso o poder não tivesse mecanismos de frear esse mesmo poder, surgindo dai sua famosa teoria da separação dos poderes, sendo separados o poder executivo do poder legislativo e do poder judiciário. Uma lição de direito e política até hoje aplicada nas grandes democracias ao redor do mundo. O poder corrompe e enlouquece, eis a grande lição da história desse imperador romano da antiguidade.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. História
    Imperador Romano Calígula
    Pablo Aluísio.

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  2. Vamos dizer que Roma não era fácil: se você fosse um gênio militar e da retórica como foi Júlio Cesar, era assassinado, se fosse um demente como o Calígula era assassinado. Foi surpreendente que o Otavio Augustus que vingou a morte do seu tio avô, o Júlio Cesar, mas era um homem de saúde frágil, tenha vivido até os 75 anos e, inclusive, sobreviveu a todos os seus netos que morrerem por diversas causas e já que ele não tinha herdeiros legítimos acabou tendo ele que passar o poder ao Tibério que estava aposentado e recluso numa ilha e não queria nada com a política. Augustus, o primeiro imperador de Roma, ter vivido tanto é um verdadeiro milagre.

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  3. Na Roma imperial viver em uma dessas famílias de origem patrícia era o mesmo que participar de um jogo mortal. Quem conseguisse sair vivo depois de alguns anos de matança levava o grande prêmio, o poder absoluto de grande parte do mundo conhecido.

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