O tempo passa voando amigos. Hoje se celebram os 40 anos de lançamento do álbum Let It Be dos Beatles. Muitos o conhecem como o último disco do grupo mas não é bem assim. Apesar de ter sido o último a ser comercializado, Let It Be foi gravado antes de Abbey Road, esse sim o último registro do quarteto britânico em estúdio. Tirando essas questões mais gerais do disco de lado, gostaria de dizer que Let It Be foi um dos primeiros LPs que comprei na minha vida, ainda bastante jovem. Também tinha sido o último que sobrara, já que meus irmãos mais velhos já tinham toda a coleção do grupo inglês em casa, alguns comprados bem antes de eu nascer. Assim quando a EMI Odeon relançou o disco nos anos 80 eu não perdi tempo e fui correndo comprar, claro que para impressionar a todos. São lembranças que ficam.
Quando eu o ouvi pela primeira vez ficou patente qual viria a ser a minha canção favorita: One After 909. Belo rock, com tintas dos anos 50 que já até havia sido gravado pelos Beatles em estúdio antes, ainda na primeira fase do grupo, mas que fora arquivada pelo produtor George Martin. Nessa nova versão os Beatles a tornaram bem mais poderosa, com guitarras fortes e marcantes, o que para um garoto como eu, que sempre fui fã do rock classic mais barulhento, caiu como uma luva. Também adorei o lirismo de The Long and Winding Road (Paul McCartney sempre foi meu Beatle preferido, justamente por ter belas melodias e ser um romântico sem culpas).
Essa canção se tornou especialmente importante para mim porque embalou minhas primeiras paixões adolescentes. Havia uma garota que sempre pegava o ônibus escolar comigo e eu costumava imaginar que o caminho até sua casa era uma estrada longa e sinuosa (e era mesmo já que ela morava numa rua meio fora de rota rs). Obviamente não citarei seu nome aqui mas ainda me lembro dela perfeitamente, embora tenha sumido no decorrer dos anos, sendo que nunca mais ouvi falar dela novamente. O que será que aconteceu com essa minha paixão adolescente? Será que se casou, teve filhos? Não importa. Melhor assim pois sempre terei sua lembrança quando tinha 16 anos. Hoje não deixam de ser engraçadas essas recordações dos primeiros amores mas na época marcou.
Voltemos ao álbum então. Estranhei um pouco o uso de trechos de canções inacabadas como Maggie Mae e Dig It. Pareciam mais uma bagunça de estúdio do que canções para valer. O estilo cru das gravações também marcou bastante. Na época nunca tinha ouvido um disco que procurava capturar os efeitos e o clima de um estúdio de gravação, com os músicos conversando e batendo papo entre si. Era uma novidade e tanto. Mal sabia naquele momento que o projeto desse LP resultou em centenas de horas gravadas, num caos inacreditável, que foi organizado às pressas pelo produtor (e maluco de plantão) Phil Spector. Muitos inclusive até hoje escracham o disco, afirmando que nem parece um disco oficial dos Beatles. Bobagem, para mim soa muito bem, até porque eu o comprei e o defendo até hoje. Afinal ele era o único álbum dos Beatles que eu tinha lá em casa. Sim, o tempo passa voando...
Pablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirProdução: ★★★★
Arranjos: ★★★★
Letras: ★★★★
Direção de Arte: ★★★★
Cotação Geral: ★★★★
Nota Geral: 8.7
Cotações:
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