sábado, 1 de outubro de 2011

História & Literatura - Edição I

A cabeça de Maria Antonieta
A revolução francesa foi extremamente violenta, com nuances de incivilidade e barbarismo. A Guilhotina virou símbolo daqueles tempos, uma máquina feita para decapitar os assim denominados "inimigos da revolução". Uma das pessoas que foram mortas pela guilhotina foi a Rainha Maria Antonieta. Ele era a filha austríaca da grande imperatriz Maria Teresa da Áustria. Numa série de acordos políticos acabou se casando com o futuro Rei Luís XVI. E morreu alguns dias após a morte do marido.

Maria Antonieta foi guilhotinada pela revolução francesa. Sua cabeça foi então enviada para Madame Anna Maria "Marie" Tussaud, que fez uma réplica perfeita dela, para exposição em seu museu de bonecos de cera. O curioso é que Madame tinha conhecido pessoalmente Maria Antonieta, gostava dela, achava uma pessoa agradável no convívio social. Ter que segurar a cabeça da monarca deposta em suas mãos e ainda ter que fazer uma réplica de cera foi um verdadeiro terror para ela. Porém Madame tinha medo de também ser morta pelos revolucionários, a tal ponto que ela fez várias réplicas de cabeças decapitadas, de vários nobre e até de revolucionários como Robespierre. Eram tempos de terror absoluto.

Os restos mortais da Rainha Maria Antonieta foram jogados em uma vala comum. O coverio jogou uma pá de cal sobre eles, para acelerar a decomposição e evitar contaminações. Foi um triste fim para uma das monarcas mais marcantes da história da Europa absolutista. Já a réplica da cabeça da monarca ficou com Madame Tussaud até o fim de seus dias. Infelizmente essa peça de arte histórica se perdeu em um incêndio de seu museu durante o começo do século XX. Só sobraram fotos da peça original. Uma pena, ainda hoje teria sido um artefato muito importante para historiadores em geral. 

Napoleão – Uma Biografia Literária
Que Alexandre Dumas foi um grande escritor, disso ninguém tem dúvidas. Porém esse livro, até bem pouco conhecido da bibliografia do autor, revela uma outra face, bem mais humana, mostrando um lado dele que não era necessário chegar ao conhecimento de seus leitores. Estou me referindo ao lado bajulador. Isso mesmo que você leu. Durante todos os capítulos, Dumas não esconde o que na realidade está fazendo. Ele escreveu um livro que é pura bajulação do imperador Napoleão Bonaparte.

E da essência do ser humano muitas vezes bajular algum homem poderoso para receber favores em troca. Ao que me pareceu, lendo esse livro, foi que Dumas exagerou na dose. Ficou parecendo um reles puxa-saco, algo que fica feio na biografia de alguém tão celebrado.

As páginas se enchem de elogios descabidos ao imperador, ora o retratando como um novo César, ora o pintando com cores exageradas, tentando convencer ao leitor que ninguém mais tinha tantas qualidades como Napoleão Bonaparte. Em alguns trechos chega a ser vergonhosa a bajulação do autor para com o imperador francês. Assim o livro como um todo perde em termos de qualidade literária pura. Do jeito que foi publicado mais se pareceu mesmo com um mera propaganda política. 

A filha do imperador
Ela foi filha do homem mais poderoso de seu tempo, o Imperador Augusto. Era uma jovem rica e mimada, tinha tudo o que queria em seus mãos, mas mesmo assim não conseguiu a felicidade. Estamos falando de Júlia que passaria a ser conhecida por historiadores como Júlia, a velha. Ela era a filha única do imperador Otávio, que passou para a história como o primeiro imperador romano. Augusto, título que lhe foi dado posteriormente, significando "divino" foi considerado um ótimo administrador do Império, aquele que organizou todas as fronteiras, o exército e a grande rede de funcionários imperiais.

Quando sua filha Júlia atingiu a idade de se casar Augusto começou a interferir pesadamente na vida de sua filha. Ele a fez se casar com Agripa, braço-direito e grande amigo de Augusto. O problema é que Agripa era um homem muito mais velho, um militar da velha escola. Com mais de 50 anos de idade não tinha nada a ver com a filha de seu amigo, que era uma jovem de apenas 16 anos de idade. Porém na cabeça de Augusto não poderia haver escolha melhor. Esses meninos, seus futuros netos, iriam se tornar os futuros imperadores do Império Romano. Era necessário que tivessem a mesma lealdade e prudência de seu amigo Agripa.

E assim foi feito. Júlia e Agripa tiveram dois filhos, só que por infortúnio do destino ambos morreram bem jovens. Augusto também viu sua filha se rebelar contra ele. Júlia acreditava que ter tido filhos com um homem de quem não gostava já bastava. Ela ainda se casaria com Tibério, futuro imperador, mas esse foi também outro casamento fracassado. Dizia-se que Tibério era homossexual e pedófilo. Júlia não tinha espaço em suas preferências sexuais fora do padrão. Em determinado momento de sua vida ela não queria mais nada. Queria apenas aproveitar o resto de sua vida. Acabou fazendo uma orgia em um dos lugares mais sagrados de Roma. Augusto que também era a maior autoridade religiosa do império ficou horrorizado com a heresia e o escândalo. Baniu sua filha de Roma, a expulsou do continente. Júlia acabou seus dias isolada e esquecida numa ilha distante. Morreu triste e infeliz, mesmo sendo a filha única de um dos homens mais poderosos da história.

O Faraó do Exodus
Quem era o Faraó durante o período histórico retratado na Bíblia, onde os judeus deixaram os anos de escravidão no Egito para trás? Eis uma pergunta que nem os historiadores e nem muito menos os arqueólogos sabem responder. Faltam evidências para determinar com precisão. Muitos acreditam que Ramsés II, o grande, provavelmente fosse o faraó do Egito antigo durante o exodus, mas isso não é confirmado nem pelo velho testamento e nem por inscrições do povo do Egito antigo.

Aliás é bom salientar que os hieróglifos nada dizem sobre o Exodus. Silencia completo. Moisés não é citado em lugar nenhum, embora na Bíblia ele fosse associado, no começo de sua juventude, a uma família nobre do Egito. Não há ou pelo menos até hoje, nunca foi encontrado nada sobre Moisés nos textos do Egito antigo. Isso, claro, levanta dúvidas. Seria Moisés apenas um personagem de literatura ou teria sido um homem que realmente existiu? Mais uma pergunta sem resposta precisa.

Se Ramsés II era o faraó do Egito antigo durante a era de Moisés ele teria presenciado a abertura do Mar Vermelho por Deus, ele teria ido atrás do povo judeu pelo deserto, tal como foi registrado no Velho Testamento. Porém nos milhares de hieróglifos escritos sobre Ramsés II em templos e palácios do Egito, nada foi encontrado sobre esses eventos. E se existissem tais inscrições elas seriam sem dúvida um dos maiores achados arqueológicos de toda a história. Algo comparado ao descobrimento da tumba do Rei Tutsi. Porém, infelizmente, nada nesse sentido foi encontrado até os dias atuais. Quem sabe esteja enterrado nas areias do deserto, esperando pelo dia de seu descobrimento. 

Morte na Cruz: Execução Romana
Os romanos provavelmente aprenderam a executar seus inimigos na cruz ao tomar conhecimento desse tipo de tortura e morte no norte da África, durante expedições de conquista. Depois disso os romanos copiaram esse tipo de execução para suas legiões. A morte na cruz era proibida para cidadãos de Roma, segundo as mais antigas leis da República e Império. Esse tipo de morte na cruz era reservada aos não romanos, aos escravos e aos condenados por rebelião contra o Estado romano e sua dominação.

Historicamente o mais conhecido crucificado pelo império romano foi Jesus de Nazaré. Judeu, de origem humilde, ele foi condenado à morte depois de problemas envolvendo seus seguidores e ele mesmo no Templo de Jerusalém. Jesus foi preso, torturado e depois crucificado fora dos portões da cidade. Segundo o texto do novo testamento ele foi sepultado e depois ressuscitou do mundo dos mortos, mostrando seu lado divino.

Para os historiadores essa é uma questão de fé. De modo em geral os que eram executados na cruz por Roma ali ficavam. Não eram sepultados. Possa ser que Jesus, por ser um líder religioso, tenha sido uma exceção. Porém para os demais não havia salvação. Eles morriam na cruz e ali ficavam por dias e dias. Aves de rapina comiam parte de seus corpos. Depois que os corpos entravam em decomposição e caíam da cruz, cães e outros animais famintos comiam os restos dos executados.

Era uma cena de puro barbarismo, violência e tortura extrema, mesmo para os padrões violentos do mundo antigo. Também era uma morte lenta e profundamente dolorosa. Segundo especialistas Jesus pode ter morrido de uma parada cardíaca ou então de uma hemorragia interna generalizada. A posição na cruz impedia a respiração, o que poderia ter causada sua morte também por essa razão. De uma forma ou outra a crucificação mostrava o lado mais opressar do mundo romano. Era uma forma vil de morrer e também uma maneira de passar uma mensagem para todos os que desafiavam o império romano.

Pablo Aluísio.

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