Mais um filme da longa franquia cinematográfica “Aeroporto”. Aqui a grande estrela não é o elenco de veteranos como aconteceu nos filmes anteriores, mas sim o próprio avião, o Concorde, uma aeronave de tripulantes que ficou famosa por sua velocidade, conseguindo fazer um vôo entre Paris e Nova Iorque em menos de três horas. Na época que essa produção foi lançada, o Concorde era o que de mais avançado existia em termos de aviação comercial no mundo. Um jato de linhas modernas e aerodinâmica arrojada, que infelizmente se mostrou ser um desastre comercial nos anos que viriam. Os preços das passagens eram caros demais, fora do alcance de passageiros de classe média,que sempre formaram a maior parte dos consumidores dos vôos comerciais. Além disso, seu custo de operação era muito alto, tornando inviável muitos vôos semanais entre Estados Unidos e a Europa. Há poucos anos o Concorde foi oficialmente aposentado, principalmente após um terrível acidente em que uma das turbinas pegou fogo em pleno ar, matando todos os passageiros e tripulantes.
Já o filme, bem, qualquer desastre que tenha acontecido com o Concorde na vida real não pode nem ser comparado com a sucessão de desastres pelos quais passa o avião aqui. Apesar de uma certa euforia pela máquina em si, os roteiristas capricharam bem no fator "disaster movie" que era afinal o principal atrativo para esse estilo de filmes, que passaria a ser chamado no Brasil de "cinema catástrofe". O enredo é relativamente simples. Uma jornalista acaba conseguindo uma série de documentos que incriminam um rico industrial americano chamado Kevin Harrison, interpretado pelo ator Robert Wagner. A papelada prova que ele, através de suas indústrias, vendeu sistematicamente armas para governos corruptos e grupos terroristas ao redor do mundo. A repórter que está no avião pretende revelar tudo assim que chegar em Moscou. Para impedir sua divulgação o magnata decide derrubar o Concorde em pleno vôo durante sua viagem de Nova Iorque até Moscou.
Para concretizar seus planos ele literalmente tenta de tudo: mísseis, sabotagem e até mesmo uso de armas de última geração para levar ao chão o majestoso avião. O piloto do Concorde, Capitão Paul Metrand, é interpretado por um dos maiores galãs da história do cinema europeu, o astro francês Alain Delon. Já a atriz Sylvia Kristel, da série erótica Emmanuelle, atua como Isabelle, uma das aeromoças da aeronave. No campo dos efeitos especiais temos altos e baixos, pois boas cenas são intercaladas com montagens constrangedoras de tão mal feitas. É o preço pela passagem do tempo. No final de tudo temos um entretenimento com muitos absurdos de lógica e argumento, mas que diverte, caso o espectador deixe de reparar nos inúmeros furos do roteiro. De forma geral, apesar de tudo, o filme ainda consegue ser um dos mais originais da série "Aeroporto".
Aeroporto 79 - O Concorde (The Concorde... Airport '79, Estados Unidos, 1979) Direção: David Lowell Rich / Roteiro: Jennings Lang baseado na novela de Arthur Hailey / Elenco: Alain Delon, Susan Blakely, Robert Wagner, Sylvia Kristel, George Kennedy / Sinopse: Durante um vôo entre Nova Iorque e Moscou, um avião Concorde se torna alvo de um industrial poderoso que decide derruba-lo a todo custo. Ele quer evitar que seus casos de corrupção venham à tona. As provas se encontram com uma jornalista que está viajando no moderno avião de passageiros.
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirAeroporto 79
Pablo Aluísio.
Pablo, já que esse filme, pra variar, também, apesar do nome, não tem nada a ver com aeroporto, melhor falar do detalhes:
ResponderExcluir- Acertaram muito em colocar o Concorde com o ator principal, por afinal, apesar do seu fracasso comercial, pelo motivos por você supracitados, é ainda hoje a aeronave mais impressionante que já se viu. Basta vermos esse avião pousando que não sabemos se estamos vendo um avião da década de '70, ou uma nave modelo Ave de Rapina dos Klingons, da série Star Treck.
- Por incrível que pareça o Alain Delon que foi apontado como o homem mais bonito do mundo (e olha que ele foi contemporâneo do Elvis Presley na sua melhor forma), nessa época já se encontrava em franca decadência e nunca mais se voltou ao ápice, apesar de ainda ser relativamente jovem para os padrões de hoje.
- O Robert Wagner fazendo esse vilão tão caricato, parece que estava treinando para um dos seus últimos papéis relevantes no cinema, o vilão nº 2, o lugar-tenente do Dr. Evil do filme Austin Powers.
Delon nunca emplacou direito no cinema americano. Ele tinha problemas em falar bem inglês.
ResponderExcluirPois é, Lord Erick!
ResponderExcluirA mesma coisa aconteceu com BB.
Serge,
ResponderExcluirO Concorde foi realmente um avião maravilhoso. Infelizmente hoje em dia seus últimos exemplares estão em desertos, em cemitérios de aviões. Uma pena. O Alain Delon foi um galã clássico e isso nem sempre é uma boa notícia porque uma vez que a idade chegue e a beleza se vá, a carreira acaba! Toda vez que me lembro do Robert Wagner me vem à mente a série Casal 20. Eu gostava desse programa e ele era exibido pela Rede Globo.
Pablo:
ExcluirNesse link abaixo, tem um pouso do Concorde, impressionantemente imponente, com toda a sua majestade de ave da rapina. Video de 29 segundos.
https://youtu.be/FlIPTlc_nwY
Corigindo; video de 16 segundos.
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