quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Mistérios e Paixões

Título no Brasil: Mistérios e Paixões
Título Original: Naked Lunch
Ano de Produção: 1991
País: Inglaterra, Canadá
Estúdio:  Recorded Picture Company (RPC)
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg
Elenco: Peter Weller, Judy Davis, Ian Holm, Julian Sands, Roy Scheider, Monique Mercure

Sinopse:
Depois de desenvolver um vício na substância tóxica que usa para matar insetos, um exterminador acidentalmente mata sua esposa e se envolve em um plano secreto do governo orquestrado por insetos gigantes em uma cidade portuária no Norte da África. Filme indicado no Berlin International Film Festival e Fangoria Chainsaw Awards na categoria de melhor direção (David Cronenberg).

Comentários:
Não procure por sentido e lógica. "Mistérios e Paixões" de David Cronenberg não faz muito sentido mesmo.  William S. Burroughs é obviamente uma referência cultural muito forte, ao ponto do diretor e roteirista ter creditado o roteiro como inspirado na sua conhecida novela. A questão é que literatura e cinema, apesar das semelhanças, não são artes completamente conexas. Nem sempre o que funciona na literatura dá muito certo no cinema. Porém não espere por fidelidade total do filme com o livro original. Esse aliás foi descrito por Orson Welles como uma dessas obras literárias que eram impossíveis de se adaptar para as telas de cinema. David Cronenberg sabia muito bem disso, mas tentou a sorte. Ao invés de buscar por uma narrativa linear ele priorizou as imagens estranhas, bizarras, de um ser humano literalmente virando um inseto gigante. Eu me recordo que quando assisti ao filme pela primeira vez não gostei do que vi. Hoje porém já tenho uma opinião melhor sobre essa película. Nem tudo que vira filme precisa fazer muito sentido. Isso é secundário. O que vale é a arte pela arte e mesmo que seja estranha, vale a pena. Aqui David Cronenberg voltou aos insetos asquerosos, mas ao contrário de "A Mosca" sua intenção não era fazer terror, mas sim literatura cinematográfica. Valeu pela coragem e boas intenções.

Pablo Aluísio.

3 comentários:

  1. Pablo:
    Aquela maquina de escrever/barata está enfiada na minha cabeça pra sempre.

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  2. Ficou legal não é mesmo? Naquela época a computação gráfica ainda engatinhava no cinema, mas o Cronenberg soube muito bem utilizar do que já existia nessa tecnologia.

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