quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A Irmandade

Título no Brasil: A Irmandade
Título Original: The Order
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Sheldon Lettich
Roteiro: Les Weldon, Jean-Claude Van Damme
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Sofia Milos, Charlton Heston, Brian Thompson, Ben Cross, Vernon Dobtcheff

Sinopse e comentários:
Esse filme de ação que não fez muito sucesso tem suas curiosidades. A primeira delas vem do elenco. Quem poderia supor que um dos maiores mitos da história do cinema americano, o mito Charlton Heston, iria terminar seus dias como coadjuvante de Jean-Claude Van Damme? Chocante, não é mesmo?

O outro aspecto digno de nota é que o roteiro foi escrito pelo próprio ator Jean-Claude Van Damme. Ele só não assumiu a direção porque estava enfrentando um sério problema com drogas, algo que iria quase acabar com sua carreira. De resto é aquela coisa, um filme de ação genérico que foi prejudicado ainda mais por causa dos problemas de seu astro principal. Ninguém passa por uma dependência química sem ter que pagar um preço caro por isso!

Pablo Aluísio.

Vamos Nessa

Título no Brasil: Vamos Nessa
Título Original: Go
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Doug Liman
Roteiro: John August
Elenco:  Sarah Polley, Jay Mohr, Scott Wolf, Desmond Askew, Nathan Bexton, Robert Peters

Sinopse e comentários:
Filme juvenil apenas mediano que conta a história de três amigos que decidem ir até Las Vegas e aí, bem, já sabemos... muita festa, muitos exageros e muitas drogas. O ideal de diversão dos jovens americanos sempre passa mesmo pelo abuso de drogas, por isso o país é o maior mercado consumidor de narcóticos de todo o mundo.

Curiosamente esse filme, que assisti há muitos anos, foi completamente esquecido atualmente. No elenco nenhum grande astro, apenas a presença do ator Scott Wolf que nos anos 90 fez sucesso com a série também jovem "O Quinteto". Fora isso nada mesmo muito digno de nota. Seja bem-vindo ao limbo do esquecimento de filmes que passaram e não marcaram em nada, na vida de ninguém. Vamos nessa então... esquecer o filme também! 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Tully

A outrora bela Charlize Theron se despe de todo o charme e sensualidade para representar o papel de uma mãe comum, com três filhos para criar, tendo que resolver muitos problemas do cotidiano todos os dias. Para quem foi um dos grandes símbolos sexuais do cinema nos últimos anos não poderia haver mudança mais radical. Bom para ela que demonstra assim ser uma grande atriz (algo que todos os cinéfilos já sabiam desde "Monster"). Pois bem, no papel de Marlo ela apresenta a rotina estafante de uma mãe. Com dois filhos para criar ela acaba ficando grávida de um terceiro filho não planejado. Quando nasce o novo bebê seu irmão mais velho (e mais rico) lhe aconselha a contratar uma babá que trabalhe no período noturno para que ela possa dormir e aguentar a rotina do dia seguinte.

Assim chega Tully (Mackenzie Davis), a Babysitter. Ela realmente é um alívio na vida da mãe que agora pode dormir tranquilamente durante a noite, mesmo quando o bebê chora. O filme segue uma linha mais tradicional até mais ou menos no final, quando as duas sofrem um acidente de carro. A partir daí o roteiro traz algumas surpresas para o espectador, separando finalmente o que era realidade do que era apenas delírio de uma mente sufocada por um rotina estressante e muitas vezes sem sentido. O filme tem o mérito de explorar o sofrimento que também se faz presente quando uma mulher decide se casar e ter muitos filhos, no caso da personagem do filme, três crianças, algo acima da média na sociedade americana. No geral é um bom filme, porém para os fãs da Charlize Theron como sex symbol vai ser bem decepcionante vê-la na tela como um dona de casa com problemas de obesidade, sem nenhum charme ou apelo de sensualidade.

Tully (Estados Unidos, 2018) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston, Asher Miles Fallica / Sinopse: Com roteiro baseado nas experiências pessoais da roteirista Diablo Cody, o filme conta a história de uma mãe de três filhos que precisa lidar com o stress do dia a dia, tendo que ajudar o filho mais velho nos problemas na escola, enquanto contrata uma babá para ficar durante o período noturno com seu bebê recém nascido. No meio de tanto stress ela acaba confundindo realidade com delírios de sua própria mente.

Pablo Aluísio.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança

Esse é um documentário que foi lançado alguns anos antes da morte do ator Christopher Reeve, o eterno Superman do cinema. Como se sabe ele sofreu um sério acidente enquanto cavalgava. Seu cavalo parou de forma repentina ao se deparar com um obstáculo. Com isso Reeve foi jogado por cima do pescoço do animal. Na queda acabou fraturando um osso essencial em sua coluna. Com isso ficou tetraplégico. No documentário o ator mostra sua vida após o acidente. Ele é filmado interagindo com sua esposa e seus filhos, velejando no mar, aproveitando uma manhã de fisioterapia na piscina, enfim, tentando levar uma vida normal.

Além de tentar romper com o estigma que paira sobre pessoas paralíticas, o filme também tinha um objetivo bem claro: arrecadar fundos para a fundação do ator, que financiava pesquisas com células tronco, numa tentativa da ciência em trazer os movimentos para pessoas que estivessem na mesma situação. Infelizmente não houve tempo suficiente e o ator morreu por complicações respiratórias em outubro de 2004. Em determinado momento do documentário Reeve acabava reconhecendo que talvez nunca mais voltasse a andar. Porém também deixava claro que isso no final isso não importaria tanto pois sua fundação iria seguir em frente, mesmo após sua morte, o que de fato aconteceu.

Christopher Reeve: Uma Celebração de Esperança (Christopher Reeve: A Celebration of Hope, 1998) Direção: Louis J. Horvitz / Roteiro: David Leaf, Stephen Pouliot / Elenco: Christopher Reeve, Nancy Becker-Kennedy, Mary Chapin Carpenter, Deana Carter / Sinopse: O filme mostra a luta de todos os dias do ator Christopher Reeve que após sofrer um grave acidente ficou impossibilitado de andar e mover suas mãos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Ferrari 312B

Esse é um documentário especialmente indicado para quem é apaixonado por automobilismo e Fórmula 1. Ele mostra um desafio enfrentado por engenheiros e mecânicos dos dias atuais que decidem restaurar e reconstruir o modelo Ferrari 312B que disputou o campeonato de fórmula 1 de 1970. Esse carro foi considerado revolucionário porque acabou se tornando uma ponte de transição entre os antigos modelos vintage dos primórdios da categoria, todos em design charuto, e os modernos carros de velocidade da F1. Realmente era um modelo bastante inovador, principalmente em seu desenho industrial, um marco.

Enquanto o carro vai sendo reconstruído vários nomes importantes da F1 vão dando depoimentos, em especial a do piloto Niki Lauda que teve parte do corpo queimado após um acidente durante um grande prêmio. Aliás a questão da segurança precária é mostrada em detalhes, através de imagens reais das corridas da época, onde o público ficava literalmente à beira da pista vendo os carros passarem em alta velocidade e nos acidentes que acabavam transformando os carros em verdadeiras tochas de fogo! Eram tempos mais românticos e perigosos da Fórmula 1, resgatado com sucesso por esse documentário mais do que interessante. Se a Fórmula 1 é do seu interesse, não deixe de assistir.

Ferrari 312B (Ferrari 312B: Where the Revolution Begins, Inglaterra, Itália, 2017) Direção: Andrea Marini / Roteiro: Andrea Marini / Elenco: Paolo Barilla, Niki Lauda, Damon Hill, Jacky Ickx, Jackie Stewart, Gerhard Berger, Bob Constanduros / Sinopse: Documentário sobre um grupo de engenheiros e mecânicos industriais que decide reconstruir um antigo modelo da F1, o carro de corridas Ferrari 312B que a escuderia italiana usou no campeonato mundial de fórmula 1 de 1970. 

Pablo Aluísio.

Possessão

É a história de uma pesquisadora, Maud Bailey (Gwyneth Paltrow), que está estudando a vida de um antigo poeta, Christabel La Motte. Durante suas pesquisas ela acaba conhecendo outro pesquisador de literatura antiga, Roland Michell (Aaron Eckhart). Juntos eles descobrem uma série de cartas escritas em um passado distante, abrindo uma ponte entre o século XVIII e os tempos atuais. A ligação entre o casal assim se torna cada vez mais forte e impossível de controlar.

Que fim levou a carreira da atriz Gwyneth Paltrow? Nos anos 90 ele estrelou um sucesso atrás do outro, mas a partir da virada do século começou a ser figura cada vez menos presente nos cinemas. De cabeça só me lembro dela fazendo papéis coadjuvantes em filmes de super-heróis! Uma pena, a loira com personalidade fria tinha talento, a ponto de segurar um filme sozinha como esse.

Possessão (Possession, Estados Unidos, Inglaterra, 2002) Direção: Neil LaBute / Roteiro: David Henry Hwang, baseado no romance escrito por  A.S. Byatt / Elenco: Gwyneth Paltrow, Aaron Eckhart, Jeremy Northam / Sinopse: Pesquisadora acaba conhecendo outro estudioso de livros e poemas antigos e acaba abrindo ao seu lado um portal ligando o passado ao presente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Lembranças de James Dean

É a história de um homem comum, Max Harris (John Mahoney), que decide abrir um posto de gasolina na estrada de Salinas, bem próximo onde o ator James Dean morreu de um acidente de carro em 1955. E é justamente nesse local que uma jornalista, Nina (Linda Emond), decide ir para fazer uma matéria especial sobre o trágico acidente. Chegando lá faz amizade com Max e aos poucos também vai descobrindo que ele guarda um segredo pessoal que o atormenta há anos.

Bom filme, com roteiro bem escrito, aproveitando a desolação desse lugar perdido e esquecido. A única notoriedade veio justamente do fato de que foi ali que o porsche de James Dean bateu, em um cruzamento, com um caminhão que vinha na estrada ao lado. Até hoje fãs do ator vão até lá conhecer o lugar exato onde aconteceu o acidente. Os personagens do filme orbitam em torno dessa lenda, mas com surpresas a mais para o espectador. Filme independente realmente bem interessante.

Lembranças de James Dean (Almost Salinas, Estados Unidos, 2001) Direção: Terry Green / Roteiro: Terry Green / Elenco: John Mahoney, Linda Emond, Lindsay Crouse / Sinopse: Max Harris (John Mahoney) resolve abrir um posto bem próximo do cruzamento na rodovia de Salinas. Foi ali que em 1955 James Dean se espatifou com seu Porsche chamado de "Pequeno Bastardo", colocando fim na vida de um dos astros mais promissores da história de Hollywood.

Pablo Aluísio.

Ghost Dog

Não deixa de ter um roteiro bem original. É a história de um assassino profissional dos dias atuais que segue as regras dos samurais do Japão medieval. Isso lhe traz um código de ética austero e correto, mas que infelizmente não é seguido pelos outros criminosos, em especial seu chefe mafioso que rompe um acordo com ele. Depois disso as ruas de Nova Iorque se tornam um campo de vida ou morte entre assassinos.

Definitivamente não é um papel que estamos acostumados a ver o ator Forest Whitaker interpretar. Ele que sempre primou por uma carreira feita de filmes fortes, dramas em sua maioria, aqui abraçou uma estética mais popular, dos filmes de ação de Hollywood. O diferencial veio justamente no modo de agir de seu "samurai moderno", fazendo de Nova Iorque uma nova Japão, pelo menos em sua mente. O filme é bem feito, tem um ótimo clima e mantém o interesse do espectador até o final. Isso já faz valer a pena a sessão.

Ghost Dog (Ghost Dog: The Way of the Samurai, Estados Unidos, 1999) Direção: Jim Jarmusch / Roteiro: Jim Jarmusch / Elenco: Forest Whitaker, Henry Silva, John Tormey / Sinopse: Ghost Dog (Forest Whitaker) é um assassino profissional dos tempos modernos que decide seguir o código de conduta e luta dos antigos samurais do Japão medieval. Com uma espada e uma habilidade fora do comum tenta sobreviver nas sangrentas ruas de Nova Iorque.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de setembro de 2018

No Coração da Escuridão

Ethan Hawke interpreta um reverendo que prega numa pequena igreja histórica, uma das mais antigas dos Estados Unidos, construída ainda nos tempos da guerra pela independência do país. São poucos os fiéis, sua vida é solitária e ele tenta se recuperar de uma tragédia familiar. Certo dia, após mais uma celebração religiosa de domingo, ele recebe em seu gabinete a jovem Mary (Amanda Seyfried). Ela está grávida, mas o marido deseja que ela faça um aborto. O sujeito não tem mais esperanças no futuro da humanidade e basicamente não quer ter um filho, colocá-lo no mundo para sofrer. Assim, de conselhos em conselhos, o reverendo vai tentando solucionar o problema familiar de Mary, muito embora ele próprio tenha inúmeros problemas pessoais para superar.

Um filme que começa bem, mas que conforme vai avançando na história comete alguns erros que quase colocam tudo a perder. Poderia ser apenas um drama sobre um religioso que não consegue lidar nem com seus conflitos pessoais, falhando em ajudar seu rebanho de fiéis  Afinal como alguém assim serviria para aconselhar uma jovem garota e seu marido, um casal cheio de problemas conjugais? O roteiro ainda abre espaço para uma discussão sobre o meio ambiente, tudo turbinado por um final que quase, reafirmo quase, leva a história para um desfecho completamente absurdo. A sorte é que quando tudo vai desandando há uma clara puxada de freio, evitando o pior. Poderia ser péssimo, mas do jeito que terminou se tornou ao menos regular. De uma coisa porém tenho certeza, passa longe de ser um filme comum e banal, mesmo com tantas escolhas erradas.

No Coração da Escuridão (First Reformed, Estados Unidos, 2017) Direção: Paul Schrader / Roteiro: Paul Schrader / Elenco: Ethan Hawke, Amanda Seyfried, Victoria Hill, Cedric the Entertainer / Sinopse: O reverendo Toller (Hawke) prega numa pequena igreja histórica de sua cidade. Quando é procurado por uma fiel, com problemas conjugais com seu marido, começa a perceber que seus problemas são pequenos demais perante as dificuldades do mundo real das pessoas ao redor. Filme vencedor do Venice Film Festival na categoria Green Drop Award (Paul Schrader).

Pablo Aluísio.

Segredos do III Reich

O nazismo continua no ordem do dia, seja nas discussões políticas, seja no ramo dos documentários televisivos. Esse "O Segredos do III Reich" produzido e exibido pelo canal History Channel é dos mais interessantes. Ele se propõe a ir mais a fundo, tentando revelar segredos envolvendo o alto escalão do III Reich, com foco centrado obviamente na figura do Adolf Hitler, o líder máximo do partido nacional socialista dos trabalhadores alemães, mais conhecido pela alcunha de partido nazista.

Pois bem, cada episódio enfoca um aspecto específico. Em um deles a família do ditador é analisada com olhos de lince. Alguns historiadores levantaram a hipótese de que antepassados de Hitler teriam sido judeus. Imagine se algo assim fosse realmente comprovado. Porém o episódio deixa claro que não há mesmo provas históricas sobre isso. Depois de passar por cima dessa questão alguns parentes próximos de Hitler são mostrados ao público em detalhes, como um sobrinho que anos mais tarde foi morar nos Estados Unidos e seu meio-irmão que acabou seus dias como um simples comerciante, dono de uma cervejaria em Berlim. em suma, um ótimo programa para quem gosta de curiosidades históricas envolvendo líderes que no passado quase destruíram a humanidade.

Os Segredos do Terceiro Reich (Nazi Underworld, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, 2011) Direção: Tim Versteegen, Florian M. Beierl / Roteiro: Florian M. Beierl, Alexander Berkel / Elenco: Allan Corduner, Wolfgang Eisenmenger / Sinopse: Documentário que procura mostrar aspectos secretos da vida dos principais líderes do Reich nazista durante a II Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de setembro de 2018

Hereditário

Esse filme de terror, lançado recentemente nos cinemas brasileiros, tem colecionado críticas positivas. De fato é um filme muito bom, diria até mesmo acima da média do que se anda produzindo nesses últimos anos. O roteiro não tem pressa em desenvolver sua história mostrando inicialmente uma família comum, em luto, pela morte da avó. Senhora idosa, morreu já sofrendo de problemas de senilidade. É feito o funeral, a filha fica muito triste com sua morte, mas a vida segue. A família tem histórico de problemas mentais, um típico caso genético envolvendo alguns familiares no passado.

A coisa começa a mudar de foco quando a presença da avó falecida passa a ser sentida. Depois a tragédia volta a abater a família, quando a pequena Charlie, a caçula, tem uma morte horrível, quando retornava de volta para a casa de uma festinha com o irmão mais velho. Duas mortes, bem próximas. Claro que a morte da criança arrasa com a mãe (em boa interpretação da atriz Toni Collette). Destruída emocionalmente ela procura ajuda em um grupo de apoio e lá conhece uma senhora que lhe diz que conheceu um médium que tem o poder de entrar em contato com os mortos.

Bom, se você conhece filmes de terror sabe muito bem que invocações de pessoas falecidas sempre acabam mal. É uma premissa da religião cristã tradicional. A invocação de mortos vai contra as escrituras, é considerada uma abominação perante os olhos de Deus. Claro que a entidade espiritual que atende ao chamado não é a da criança morta, mas sim o puro mal... bem, ir além seria estragar as surpresas do filme. Basta dizer que gostei bastante do resultado final. Apenas uma coisa me incomodou: não gosto de finais onde o mal impera. Ainda sou um tradicionalista que aprecia finais felizes onde o mal é derrotado e o universo reencontra seu equilíbrio. Não foi o caso aqui. Provavelmente os produtores estão de olho em futuras continuações. Nasce uma nova franquia de terror? Bom, só o tempo dirá... Enquanto isso não deixe de assistir a esse "Hereditário", um filme de terror com o estilo dos filmes do passado.

Hereditário (Hereditary, Estados Unidos, 2018) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Toni Collette, Milly Shapiro, Gabriel Byrne / Sinopse: Uma família americana sofre duas tragédias. Primeiro morre a avó, uma senhora que já sofria de problemas de demência. Depois morre a sua pequena neta Charlie (Milly Shapiro), a caçula de apenas 13 anos. Desesperada e arrasada pelas mortes, Annie (Collette) decide invocar seus espíritos. Péssima, péssima ideia.

Pablo Aluísio.

Construindo uma Carreira

Filme adolescente do começo dos anos 90, esse "Construindo uma Carreira" só chama a atenção nos dias de hoje por causa da presença da atriz Jennifer Connelly. Ela havia se tornado estrela teen nos anos 80 quando estrelou filmes como "Labirinto", aquela fantasia cheia de criaturas criadas pelo Jim Henson que trazia ainda um David Bowie com um penteado pra lá de esquisito. Deixando de lado os bichinhos falantes e os efeitos especiais a Connelly então começou a estrelar filmes com temáticas mais ligadas com as pessoas de sua idade, algo menos fantasioso, mais próximo da realidade.

Essa comédia romântica traz dois jovens. Jim Dodge Frank Whaley) foi esnobado pela "princesa do colégio" na época do ensino médio. Aquele tipo de paixão platônica adolescente que não dá em nada. Agora trabalha como vigia noturno numa loja. Josie McClellan (Jennifer Connelly) é a garota pelo qual ele era apaixonado. Riquinha, um dia decide desafiar o pai se escondendo durante a noite justamente na loja onde Jim trabalha. Os dois se encontram lá e bem... se você já assistiu uma comédia romântica adolescente antes na sua vida sabe exatamente o que acontece. Bobinho e descartável esse filme vale para ver a Jennifer Connelly ainda bem jovem e muito bonita. Fora isso, nada de muito interessante.

Construindo uma Carreira (Career Opportunities, Estados Unidos, 1991) Direção: Bryan Gordon / Roteiro: John Hughes / Elenco: Jennifer Connelly, Frank Whaley, Dermot Mulroney / Sinopse: Rapaz jovem trabalha como vigia noturno numa empresa. Uma noite ele acaba encontrando o grande amor de sua adolescência, a bela Josie McClellan (Jennifer Connelly), se escondendo justamente na loja onde trabalha.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Cromwell, O Homem de Ferro

Título no Brasil: Cromwell, O Homem de Ferro
Título Original: Cromwell
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Ken Hughes
Roteiro: Ken Hughes
Elenco: Richard Harris, Alec Guinness, Robert Morley, Dorothy Tutin, Timothy Dalton, Frank Finlay

Sinopse:
Durante o tirânico reinado do Rei Charles 'Stuart' I (Alec Guinness) um corajoso político chamado Oliver Cromwell (Richard Harris) decide liderar um movimento em prol de um parlamento livre, forte e imune às ameaças do poder monárquico. Para isso contará também com o apoio do povo da Inglaterra.

Comentários:
Épico histórico que resgata a biografia de uma das figuras mais importantes da história da Inglaterra, o parlamentar e rebelde Oliver Cromwell. Ele foi responsável por colocar em dúvida o sistema absolutista inglês, onde a vontade do rei era lei e todos os direitos dependiam única e exclusivamente de sua vontade pessoal. Não havia direitos fundamentais aos cidadãos comuns do reino. Com Cromwell de fato nasceu a chamada monarquia constitucional ou parlamentar, onde o parlamento ganhava maior importância e poder representando justamente a vontade de todo o povo. Além de trazer um roteiro muito bem escrito, com bela produção (o filme chegou a vencer o Oscar de melhor figurino) o filme ainda tinha dois monstros da arte de representar. Um deles era Sir Alec Guinness. Não poderia haver escolha melhor para representar a aristocracia em toda a sua soberba e prepotência. Já o protagonista era interpretado por outro grande ator, o mestre Richard Harris. Com tantos talentos desfilando na tela o resultado não poderia ser outro. Eis aqui um dos mais bonitos e bem realizados clássicos que já tive o prazer de assistir.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de agosto de 2018

O Túmulo Vazio

Só o fato do filme apresentar a dupla formada por Boris Karloff e Bela Lugosi no elenco já o qualificaria como um clássico do terror. Mas isso é apenas o começo. Esse suspense é muito bom, acima da média. A história, embora ficcional, foi baseada em fatos reais acontecidos na cidade de Edimburgo durante o século XIX. Naqueles tempos escuros e sombrios a medicina ainda engatinhava em seus fundamentos realmente científicos. Para realizar experiências havia uma grande demanda por cadáveres, só que a lei apenas permitia o uso de corpos de criminosos executados. A solução então era contrabandear dos cemitérios os corpos dos recém enterrados. O serviço sujo geralmente era contratado por médicos, cirurgiões e professores de medicina. Quem geralmente realizava o trabalho eram homens pobres, desesperados para ter alguma renda.

No filme esse "serviço" passa a ser feito por John Gray (Boris Karloff). Todas as madrugadas ele entrava furtivamente nos cemitérios para desenterrar os mortos que tinham sido sepultados naquele dia. Depois os corpos eram levados para a faculdade de medicina, sob os cuidados do professor de medicina Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell). O grande Bela Lugosi interpreta um dos empregados do Dr. MacFarlane que sabendo da história toda passa a chantagear todos os envolvidos naquele crime.

O filme me surpreendeu porque nunca derrapa para o exagero ou para o susto barato. Ao contrário disso apresenta um excelente roteiro, muito bem escrito, com o clima noir predominando em todas as cenas. A figura do desprezível John Gray carregando os cadáveres em seus ombros já era assustador o suficiente para a época. A cena final também é muito bem escrita, apostando mais no terror psicológico do que em qualquer outro artifício barato. Por fim não poderia deixar de elogiar Boris Karloff. Esse foi um grande mestre dos filmes de terror. Ele não usou maquiagem e nem qualquer outro recurso artificial para tornar seu personagem mais assustador. Contou apenas com seu talento natural de ator e no final seu trabalho se mostrou absolutamente impecável.

O Túmulo Vazio (The Body Snatcher, Estados Unidos, 1945) Direção: Robert Wise / Roteiro: Philip MacDonald, baseado no conto de terror escrito por Robert Louis Stevenson / Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, Henry Daniell, Edith Atwater / Sinopse: Precisando de corpos recentemente falecidos o Dr. Wolfe MacFarlane (Henry Daniell) passa a contratar os serviços sujos do charreteiro John Gray (Boris Karloff). Seu trabalho passa a ser invadir o cemitério durante as madrugadas para roubar corpos para a faculdade de medicina em Edimburgo. Um crime que vai acabar trazendo tragédia e morte para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de agosto de 2018

E Agora Brilha o Sol

Título no Brasil: E Agora Brilha o Sol
Título Original: The Sun Also Rises
Ano de Produção: 1957
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Henry King
Roteiro: Peter Viertel, baseado na obra de Ernest Hemingway
Elenco: Tyrone Power, Ava Gardner, Errol Flynn, Mel Ferrer, Robert Evans
 
Sinopse:
Paris, 1920. O jornalista americano Jake Barnes (Tyrone Power) vive em Paris, aproveitando o belo cenário cultural da cidade. Sua vida tranquila acaba sendo abalada quando encontra casualmente pela noite com a bela Brett Ashley (Ava Gardner). É uma antiga paixão de Barnes. Ele a conheceu em um hospital para soldados feridos na Espanha. A reaproximação acaba revivendo antigos sentimentos em Barnes que há anos estavam adormecidos.

Comentários:
Temos aqui um bonito clássico romântico do cinema americano baseado na obra de Ernest Hemingway. Quem assistiu a outras adaptações de livros desse autor para o cinema perceberá uma incrível semelhança de enredo com outros filmes dessa mesma linha. Só para citar um exemplo, também temos aqui um jovem soldado ferido que acaba se apaixonando pela enfermeira que o tratou após retornar destroçado, física e emocionalmente, do front de batalha. É um tema recorrente nos escritos de Hemingway, simplesmente porque há claros toques autobiográficos em seus romances. Pois bem, embora isso não seja oficialmente reconhecido pelos especialistas em seus livros, o fato é que a estória e a trama desse romance parece seguir os passos de "Adeus às Armas", uma das grandes obras do escritor. É uma espécia de continuação daquilo que assistimos no filme  homônimo (que foi estrelado por Rock Hudson e que já comentamos aqui em nosso blog). O grande diferencial é que deixa claro desde o começo as tristes consequências dos ferimentos no personagem principal Jake Barnes (interpretado com elegância por Tyrone Power), que agora sabemos teve uma sequela terrível dos danos sofridos no campo de batalha, pois se tornou impotente. Essa condição o destrói emocionalmente pois ele fica numa posição de nunca consumar seu relacionamento com o amor de sua vida, Brett Ashley, na pele de Ava Gardner, incrivelmente bela em cena. 

Ela também o ama e diante de sua resistência começa a seduzir outros homens em sua presença, o colocando em situações constrangedoras e delicadas. Infelizmente o próprio autor não levou esse drama pessoal até o limite, preferindo em determinado momento de sua estória apostar em um incômodo deslumbramento com as touradas espanholas, algo que me deixou um pouco desconfortável pois considero uma tradição bem estúpida, que promove abusos contra os direitos dos animais.  Essa consciência porém ainda não existia na época e Ernest Hemingway parece completamente absorvido pelo clima em torno do tal "esporte". Isso acaba desviando o foco principal do que vemos e o filme assim vai se diluindo cada vez mais, até virar uma mera peça publicitária de turismo para as tradições e esportes tipicamente ibéricos. A impressão que passa é que Ernest Hemingway pisou no freio, como se tivesse desistido de aprofundar mais esse drama na vida do personagem principal! De qualquer maneira é preciso deixar claro que isso não é culpa nem da direção e nem da produção do filme - que é de fato classe A, realmente excelente. A culpa deve recair sobre o próprio Ernest Hemingway que parecia esgotado e sem ideias novas quando escreveu esse romance. Do ponto de vista cinematografico porém o filme vale sua indicação por causa da bela fotografia e da direção de arte bem caprichada. No fundo um belo e bem produzido romance passado numa Espanha linda e convidativa - com direito até mesmo a uma Paris maravilhosa e deslumbrante ao amanhecer, como mero pano de fundo.

Pablo Aluísio.