quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cinema News - Edição I

Barbie
A atriz Margot Robbie vai interpretar a Barbie no cinema. A famosa boneca só havia sido adaptada para as telas antes em uma série de desenhos animados que fizeram um sucesso tão expressivo entre as meninas que o estúdio Sony, ao lado da fabricantes de brinquedos Mattel, decidiu levar a Barbie para o cinema, só que agora com atores reais. Como se sabe a boneca é um dos brinquedos mais populares do mundo, tendo admiradores e colecionadores fanáticos. Com o contrato a ser assinado em breve a atriz Margot Robbie também vai exercer a função de produtora executiva do filme, ao lado de Robbie Brenner, o presidente do grupo Mattel, que fabrica a Barbie. O projeto do filme já vinha caminhando há alguns meses, com a escalação de outras atrizes, entre elas Amy Schumer e Anne Hathaway, mas nenhuma delas conseguiu chegar a um acordo em relação aos seus cachês. Com elas fora do filme a vaga para interpretar Barbie acabou caindo nas mãos de Margot Robbie. E qual será a temática desse roteiro? Muitos acreditavam que seria uma comédia romântica feita para adolescentes, porém um importante executivo da Sony disse que com a entrada de Robbie no filme o roteiro será reescrito, talvez para dar um tom mais adulto na estória. Os fãs agradecem o capricho, afinal a boneca Barbie é uma potência mundial de vendas, uma marca global com mais de 3 bilhões de dólares em vendas no mundo todo. No mercado há mais de 50 anos a boneca Barbie já teve mais de 150 modelos diferentes, incluindo as versões de princesa, presidente, sereia e estrela de cinema. O filme por isso promete ser um sucesso de bilheteria.

Boba Fett
Pois é, para desânimo dos fãs do universo Star Wars, a revista Variety confirmou que não haverá mesmo um filme solo para o mercenário do espaço. A Disney já vinha despistando novos anúncios sobre o projeto que vinha sendo falado desde janeiro. A bilheteria morna de Han Solo fez o filme ser cancelado pela estúdio. Em maio, surgiram notícias de que a Disney e a Lucasfilm estavam desenvolvendo de forma definitiva um filme autônomo de Guerra nas Estrelas, centrado no caçador de recompensas Boba Fett, com o diretor de Logan, James Mangold - embora o projeto nunca tenha sido anunciado oficialmente; Variety descobriu finalmente nessa sexta-feira que a Lucasfilm não está mais desenvolvendo o projeto do filme Boba Fett. A Disney e a Lucasfilm não quiseram se pronunciar para a imprensa sobre o cancelamento. Afinal "Star Wars" é uma das joias do estúdio. Não pega bem sair falando em cancelamentos e desistências envolvendo personagens desse universo.  

Companhia cinematográfica vai a falência em Hollywood - O assunto mais comentado em Hollywood nesse fim de semana é a provável falência da companhia cinematográfica Global Road Entertainment. A empresa demitiu grande parte dos funcionários e está negociando a venda de filmes prontos, mas ainda não lançados, com bancos e credores. A companhia começou a entrar no vermelho com o fracasso comercial de dois filmes em que seu presidente apostava todas as fichas. O primeiro foi um thriller com Jodie Foster que afundou nas bilheterias. O segundo foi uma produção cara estrelada por Reese Witherspoon que não conseguiu chamar a atenção do público. Com os cinemas vazios o prejuízo foi dado como certo. Agora os executivos tentam ganhar algum lucro com a venda do novo filme de Johnny Depp. O problema é que o ator foi alvo de denúncias envolvendo assédio sexual em Hollywood, o que pode significar outro fracasso de bilheteria nos cinemas. A saída agora é negociar a distribuição de “The Silence”, um filme de terror com Kiernan Shipka, e “Playmobil: The Movie”, que combina ação ao vivo e animação. Mesmo assim a companhia muito provavelmente não escapará da bancarrota financeira, fechando em breve sua produção.

"Bad Boys Para Sempre" é um sucesso de bilheteria
O filme "Bad Boys Para Sempre" já é considerado um grande sucesso de bilheteria. O filme custou 90 milhões de dólares para ser produzido. No mercado interno (entenda-se, mercado americano) o filme não foi tão arrasador, faturando algo em torno de 191 milhões. O sucesso maior mesmo foi no mercado internacional onde a produção de ação arrecadou uma excelente soma, totalizando até o momento o valor total de 391,595,346 milhões de dólares. Ou seja, o caixa da Columbia Pictures está cheio. Haverá uma nova sequência depois desse sucesso todo? Os produtores acreditam que isso é quase certo. Só falta mesmo negociar os milionários cachês da dupla central, Will Smith e Martin Lawrence.

The Hunt (2020)
Esse filme "The Hunt" está para estrear nos Estados Unidos. O poster de divulgação acaba de ser divulgado. O enredo? Doze estranhos acordam em uma clareira. Eles não sabem onde estão ou como chegaram lá. Eles não sabem que foram escolhidos - para um propósito muito específico - A Caçada. A direção é de Craig Zobel. No elenco  Betty Gilpin, Emma Roberts e Ethan Suplee. Agora é aguardar para ver o que o filme nos reserva. E com essas notícias encerramos o primeiro boletim Cinema News aqui no blog, onde teremos a intenção de todos os meses colocarmos novidades sobre o mundo do cinema, com as principais estreias de cada semana. Então é isso, esperamos que tenham gostado da novidade. Um grande abraço.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição VI

Eu
Marcelo (Tarcísio Meira) é um milionário brasileiro que sofre de crises de depressão e angústia. Procurando algum sentido na vida ele decide ir para uma bela casa de praia, cercado de mulheres sensuais e bonitas. Walter Hugo Khouri foi um dos cineastas mais interessantes do cinema brasileiro. Falecido em 2003, ele deixou uma filmografia importante. Praticamente todos os seus filmes traziam toques autobiográficos em seus roteiros, que aliás eram escritos pelo próprio Khouri. Esse aqui foi considerado até mais leve que outras obras anteriores de sua carreira. Nessa produção dos anos 80 o diretor teve a oportunidade de contar no elenco com um dos grandes nomes da TV brasileira, o eterno galã global Tarcísio Meira. Um bom filme, que transita bem por diversos gêneros cinematográficos. Foi lançado pela Embrafilme e até que fez bonito nas bilheterias, sendo um dos maiores sucessos da carreira do diretor./ Eu (Brasil, 1986) Direção: Walter Hugo Khouri / Roteiro: Walter Hugo Khouri / Elenco: Tarcísio Meira, Bia Seidl, Monique Lafond, Nicole Puzzi.

O Homem da Capa Preta
Ótimo filme nacional que conta uma história real, bastante curiosa, da política nacional. O protagonista é Tenório Cavalcanti (José Wilker), um político alagoano, conhecido por resolver problemas usando uma submetralhadora israelense que chamava de "Lourdinha". Foi vereador, deputado estadual, deputado federal e chegou a ser eleito governador do estado da Guanabara (atual Rio de Janeiro). O filme, como era de esperar, se baseia muito nas histórias folclóricas envolvendo esse personagem singular da história do Brasil. Ele fez sua carreira política em Duque de Caxias, uma região popular e violenta da cidade do Rio de Janeiro e como tal tinha que se prevenir de sofrer algum atentado. Por isso criou praticamente uma persona própria, sempre usando uma capa preta, andando armado e cercado de capangas. O filme é muito bom, muito embora quem esteja atrás da verdadeira história é melhor ir atrás de bons livros sobre ele, além de estudar o contexto histórico das décadas de 1930 e 1940, onde a maioria da história se passa. / O Homem da Capa Preta (Brasil, 1986) Direção: Sergio Rezende / Roteiro: Tairone Feitosa, José Louzeiro / Elenco: José Wilker, Marieta Severo, Jonas Bloch, Guilherme Karam.

Rock Estrela
No auge do rock Brasil, quando havia uma constelação de bons roqueiros brasileiros, o cinema também embarcou na moda, na onda. O resultado foi esse bom musical que era estrelado por um jovem e magro Léo Jaime, que inclusive cantava a música tema do filme. Por falar em música a trilha sonora era das melhores, contando com Tokyo (a banda do Supla), RPM (com o sucesso "Olhar 43"), Metrô (com a bonita "Johnny Love"), além de outros grupos menos conhecidos, mas divertidos, como o insano Dr. Silvana & Cia. O roteiro era obviamente bobinho e genérico, sem nada para passar. O grande interesse vinha mesmo dos números musicais, pois é um dos filmes nacionais que melhor retrataram aquela geração dos anos 80. Pena que com o fim da década o rock brasileiro também entrou em um funil, sendo esmagado por outros gêneros musicais como o sertanejo e o axé. / Rock Estrela (Brasil, 1986) Direção: Lael Rodrigues / Roteiro: Luís Carlos Góes, Lael Rodrigues / Elenco: Leo Jaime, Diogo Vilela, Andrea Beltrão, Celso Blues Boy, Guilherme Karam, Malu Mader, Paulo Ricardo.

Os Saltimbancos Trapalhões
Os Trapalhões, grupo de humor formado por Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum e Zacarias, foi um dos maiores campeões de bilheteria do cinema nacional. As filas davam voltas e mais voltas nos quarteirões, para a alegria dos donos de cinemas de todo o Brasil. De todos os filmes que fizeram (e foram muitos!) eles ganharam o reconhecimento da crítica justamente por causa desse "Os Saltimbancos Trapalhões", considerado até hoje a verdadeira "obra-prima" dos Trapalhões no cinema. Além da sempre e eficiente direção do veterano J.B. Tanko, o filme ainda tinha uma maravilhosa trilha sonora com músicas compostas por Chico Buarque. Quem as cantou no filme foi a talentosa Lucinha Lins, que estava ótima em seu papel. O roteiro do filme homenageia o mundo do circo e seus artistas, algo que era muito familiar para Dedê, que havia crescido nesse meio artístico. Enfim, um momento bem nostálgico e simpático do cinema nacional, trazendo os Trapalhões em sua melhor forma artística. / Os Saltimbancos Trapalhões (Brasil, 1981) Direção: J.B. Tanko / Roteiro: Renato Aragão, Luis Bacalov, Sergio Bardotti, Chico Buarque / Elenco: Renato Aragão, Dedê Santana, Mussum, Zacarias, Lucinha Lins.

A Misteriosa Morte de Natalie Wood
Natalie Wood foi uma das estrelas mais conhecidas da era de ouro do cinema americano. Em novembro de 1981 ela morreu afogada. A versão oficial dizia que ela estava bêbada quando tentou passar de um barco para o outro. Escorregou, caiu entre as duas embarcações e morreu afogada. Com os anos surgiram várias histórias que desmentiam essa versão oficial de sua morte. Uma delas afirmava que seu marido teria algo a ver com o seu afogamento. Verdade ou mentira? De qualquer maneira essa minissérie (que depois foi compilada em DVD, assumindo o formato de um longa-metragem) tentou contar essa estranha história. É um bom filme, valorizado por um igualmente bom elenco, com destaque para a atriz Justine Waddell que fez um bom trabalho interpretando a trágica Natalie Wood. Um fato curioso é que o filme acabou indo parar na justiça, onde os produtores acabaram sendo processados por Robert Wagner, o marido de Natalie na ocasião de sua morte. / A Misteriosa Morte de Natalie Wood (The Mystery of Natalie Wood, Estados Unidos, 2004) Direção: Peter Bogdanovich / Roteiro: Elizabeth Egloff, Suzanne Finstad / Elenco: Justine Waddell, Michael Weatherly, Matthew Settle, Colin Friels. 

Atrapalhando a Suat
Assim como os Beatles, os Trapalhões também se separaram em um breve período nos anos 80. O que resultou daí foi a saída de Dedé, Mussum e Zacarias do programa da Globo. De um lado, sozinho, ficou apenas Renato Aragão e seu personagem mais famoso, o Didi. Os outros 3 comediantes fundaram uma companhia cinematográfica chamada Demuza (com as iniciais dos nomes deles) e produziram essa comédia que foi lançada nos cinemas brasileiros. Filme bem fraquinho, com produção muito modesta. Se serviu para alguma coisa, pelo menos voltou a reunir o quarteto que a partir daqui não mais voltaria a se separar. Curiosamente assisti a esse filme no cinema! Só me recordo porque fui ver! Talvez porque eu tinha 10 anos em 1983. Coisa de criança que adorava os Trapalhões! / Atrapalhando a Suat (Brasil, 1983) Direção: Victor Lustosa, Dedé Santana / Roteiro: Victor Lustosa, Gilvan Pereira / Elenco: Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Ataíde, João Bourbonnais, Paulo Copacabana.

Pablo Aluísio.

Lista de Filmes - Edição VII

O Último Batalhão
Drama de guerra baseado em fatos reais sobre um batalhão americano de mais de 500 homens que fica preso atrás das linhas inimigas na Floresta Argonne em outubro de 1918 na França, durante as semanas finais da Primeira Guerra Mundial. Bom filme de guerra. Curiosamente a I Guerra Mundial nunca teve o mesmo espaço no cinema do que a II Guerra Mundial, talvez por essa último ser mais próxima, historicamente, à nossa geração. Esse é um telefilme que no Brasil foi exibido pelo canal a cabo A&E Mundo. Nos Estados Unidos teve boa repercussão de público e crítica, tendo várias indicações ao Primetime Emmy Awards, o Oscar da TV americana. Para quem gosta do tema é uma boa pedida. Além disso o filme resgata o contexto histórico dessa guerra de trincheiras onde havia muitas doenças, armas químicas e sofrimento no front de batalha. A I Guerra Mundial foi seguramente um dos conflitos armados mais selvagens e sem regras que se teve notícia na humanidade. / O Último Batalhão (The Lost Battalion, Estados Unidos, 2001) Direção: Russell Mulcahy / Roteiro: James Carabatsos / Elenco: Ricky Schroder, Phil McKee, Jamie Harris.

Fuga de Colditz
Enquanto um oficial aliado da segunda guerra mundial é mantido prisioneiro no notório castelo e prisão de Colditz, na Alemanha, ele arma um plano de fuga com outros prisioneiros, tentando ganhar a liberdade de qualquer maneira. O roteiro desse filme foi baseado em fatos históricos reais, embora os produtores tenham optado por mudar o nome dos personagens no roteiro (questão envolvendo futuros processos judiciais). Curiosamente os alemães ainda mantiveram um certo respeito por prisioneiros militares na primeira fase da guerra. Eles eram aprisionados de acordo com os tratados internacionais. Porém conforme a guerra foi avançando os nazistas começaram a ignorar tudo isso, cometendo as atrocidades que todos conhecemos. Parte da trama desse filme se passa ainda em uma época mais, digamos, civilizada nos campos de prisioneiros da Alemanha nazista. Depois a coisa toda desandou para a pura barbárie. / Fuga de Colditz (Colditz, Estados Unidos, 2005) Direção: Stuart Orme / Roteiro: Richard Cottan, Peter Morgan / Elenco: Damian Lewis, Tom Hardy, James Fox, Jason Priestley.

Rudy
Rudy sempre ouviu que ele era muito baixo para jogar futebol americano na faculdade. Mas ele está determinado a superar as adversidades e realizar seu sonho de jogar pela Notre Dame. Filmes sobre futebol americano sempre encontraram terreno árido entre o público brasileiro. Em nosso país esse esporte é considerado complicado de entender, pouco interessante, muito violento. Nos Estados Unidos porém é uma instituição nacional, tão valorizado como o beisebol e o basquete. Esse bom drama, com excelente edição valorizando as partidas disputadas, não teve qualquer repercussão entre o público brasileiro. Já era esperado isso. Porém vale pelo bom elenco e pelas situações mais dramáticas. O resto, o esporte americano em si, se torna secundário. / Rudy (Rudy, Estados Unidos, 1993) Direção: David Anspaugh / Roteiro: Angelo Pizzo / Elenco: Sean Astin, Jon Favreau, Ned Beatty.

Regras da Atração
Os alunos incrivelmente mimados e super privilegiados do Camden College são o cenário de um triângulo amoroso incomum entre um traficante de drogas, uma virgem e um colega bissexual. Um bom filme colegial, assim eu poderia definir esse filme. O ator James Van Der Beek ficou famoso logo no começo da carreira, quando ainda era um jovem, por causa da série de TV de grande sucesso de audiência Dawson's Creek. Só que a série acabou se tornando uma maldição para ele pois nunca mais se livrou do personagem de Dawson Leery. Ficou marcado para sempre. Esse filme aqui foi lançado enquanto a série ainda fazia sucesso na televisão. Depois que ela acabou o Van Der Beek não conseguiu emplacar no cinema. Uma pena pois sempre o considerei um bom ator. No mais essa fita prova, mais uma vez, que o cinema americano é realmente ótimo na produção desse tipo de filme. Adolescentes, colégios, tudo funciona muito bem na tela. / Regras da Atração (The Rules of Attraction, Estados Unidos, 2002) Direção: Roger Avary / Roteiro: Bret Easton Ellis, Roger Avary / Elenco: James Van Der Beek, Ian Somerhalder, Shannyn Sossamon.

Assalto à 13ª DP
Uma parceria improvável entre um oficial de patrulha rodoviária, dois criminosos e um secretário de estação é formada para defender uma delegacia abandonada de Los Angeles contra o cerco de uma gangue de rua sanguinária. O gênero de filmes policiais teve um de seus auges durante a década de 1970. Os filmes desse estilo nessa década eram realistas, crus e viscerais. Algumas obras-primas surgiram durante esse período. Esse aqui é um bom filme, trazendo todas as características da época. E ainda por cima foi dirigido pelo ótimo diretor John Carpenter, que também escreveu o roteiro. Nenhum grande astro está no elenco, o que pode fazer muitos cinéfilos ignorarem o filme, mas o resultado final dessa fita policial é dos melhores. Gosta do cinema de Carpenter? Então não deixe passar em branco. / Assalto à 13ª DP (Assault on Precinct 13, Estados Unidos, 1976) Direção: John Carpenter / Roteiro:  John Carpenter / Elenco: Austin Stoker, Darwin Joston, Laurie Zimmer.

Pablo Aluísio.

Lista de Filmes - Edição V

Os Sete Suspeitos
Seis pessoas são convidadas anonimamente para jantar em uma mansão estranha, mas depois que seu anfitrião é morto, eles devem cooperar com a equipe para identificar o assassino enquanto os corpos se amontoam. Assisti a esse filme nos anos 80, ainda nos tempos das fitas VHS. Foi uma das primeiras fitas a chegarem seladas em nossas locadoras, acredito que tenha sido lançado inclusive no primeiro lote da CIC Vídeo no Brasil. É um filme interessante, claramente se inspirando nos livros da famosa autora de mistério e suspense Agatha Christie. Um filme interessante, bem roteirizado, que até hoje  pode ser indicado para quem curte esse tipo de roteiro. / Os Sete Suspeitos (Clue, Estados Unidos, 1985)  Direção: Jonathan Lynn / Roteiro: John Landis, Jonathan Lynn / Elenco: Tim Curry, Madeline Kah, Eileen Brennan.

Debi & Lóide 2
A Universal não iria desistir de filmar uma continuação de "Debi & Lóide", ainda mais depois do grande sucesso de bilheteria do primeiro filme. A dupla Jim Carrey e Jeff Daniels não queria voltar para uma sequência e só foram convencidos depois de uma oferta generosa de cachês.  Jim Carrey, por exemplo, levou 17 milhões de dólares para voltar ao papel de Lloyd. O filme até teve um bom retorno nas bilheterias dos cinemas, mas o consenso geral foi que esse segundo filme não tinha o roteiro tão engraçado como o primeiro, ao invés disso, passava bem longe do humor do anterior. E é bem sem graça mesmo, apesar do enredo abrir boas possibilidades como o fato de um deles agora ser pai e coisas do tipo. Eu particularmente não gostei. Achei realmente bem mediano. As risadas não surgiram como era esperado. / Debi & Lóide 2 (Dumb and Dumber To, Estados Unidos, 2014) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Sean Anders, John Morris / Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Rob Riggle .

O Sexto Homem
Qual é a história? Um atleta universitário retorna dos mortos para ajudar o time de basquete de seu irmão a ganhar o título da NCAA. Filme fraco demais, uma comédia que não vai agradar nem mesmo aos que curtem os filmes do Marlon Wayans, aqui trabalhando longe de seu clã familiar. Como se sabe, ele se dá melhor quando está ao lado dos irmãos. Com roteiro muito bobo e elenco sem a menor graça, esse filme é aquele tipo de comédia que você faz força para chegar até o final, pensando em desistir do resto do filme diversas vezes. No Brasil foi exibido por meses no canal HBO. Acredito inclusive que nunca foi lançado nos cinemas brasileiros e se o foi, ficou em cartaz por poucos dias. Totalmente dispensável. / O Sexto Homem (The Sixth Man, Estados Unidos, 1997) Direção: Randall Miller / Roteiro: Christopher Reed, Cynthia Carle / Elenco: Marlon Wayans, Kadeem Hardison.

Abracadabra
Um jovem curioso muda-se para Salem, onde luta para se adaptar antes de acordar um trio de bruxas diabólicas que foram executadas no século XVII. Esse filme segue na mesma linha que "Convenção das Bruxas", ou seja, uma espécie de filme de bruxas, com elementos de comédia, especialmente direcionado para um público mais juvenil. O elenco traz duas boas atrizes, Bette Midler e Sarah Jessica Parker, ambas usando forte maquiagem para parecerem bruxas, da maneira mais caricata. Tem lá alguns momentos mais divertidos, mas no geral é uma grande bobagem. Para os produtores foi uma boa, custou bem pouco e alcançou uma boa lucratividade nos cinemas. Para quem viu, nada demais. A maioria já esqueceu que esse filme um dia existiu. Enfim, uma mera Sessão da Tarde com o selo Disney. / Abracadabra (Hocus Pocus, Estados Unidos, 1993) Direção: Kenny Ortega / Roteiro: David Kirschner, Mick Garris / Elenco: Bette Midler, Sarah Jessica Parker, Kathy Najimy.

Dummy: Um Amor Diferente
No mínimo curioso ver esse elenco desses nesse tipo de filme. Adrien Brody, em raro papel mais cômico, interpreta um sujeito que tem uma vida muito chata, um emprego tedioso e sem futuro. Seu sonho é ganhar a vida como ventríloco, se apresentando com seu boneco. Mas a maioria das pessoas acredita que isso é algo completamente fora de questão, uma bobagem, etc. O velho preconceito contra se ter uma vida de artista. Outra surpresa desse filme é ver a atriz Milla Jovovich atuando bem! Isso mesmo, considerada uma atriz fraca, ela aqui surpreende, interpretando uma mulher casca-grossa que não leva desaforos para casa. Além dela, outro ponto interessante do filme vem com a presença da sempre talentosa Vera Farmiga, sendo que essa, ao contrário da outra, sempre foi considerada ótima atriz. Então deixo a dica de um pequeno filme que muita gente não deu muita bola, mas que é inegavelmente muito bom e interessante. / Dummy: Um Amor Diferente (Dummy, Estados Unidos, 2002) Direção: Greg Pritikin / Roteiro: Greg Pritikin / Elenco: Adrien Brody, Milla Jovovich, Vera Farmiga, Illeana Douglas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição IV

Submarino Amarelo
Clássica animação psicodélica dos anos 60. Um marco nesse gênero cinematográfico, reconhecida até hoje como uma das melhores já produzidas na Europa. Os Beatles tinham ainda uma obrigação de rodar mais um filme para o cinema, mas eles não estavam nada animados com essa ideia. A solução foi contratar um estúdio de animação para produzir esse longa e livrar os Beatles de uma cansativa rotina de filmagens. O resultado foi melhor do que eles esperavam. No começo nem queria se envolver muito, mas depois que assistiram ao resultado final ficaram tão entusiasmados que rodaram uma pequena cena para o final da animação. E além da animação ser classe A, contava ainda com as músicas dos Beatles. Nada poderia ser melhor do que isso. Filme indicado ao Grammy Awards na categoria de melhor trilha sonora original incidental. / Submarino Amarelo (Yellow Submarine, Inglaterra, 1968) Direção: George Dunning / Roteiro: Lee Minoff / Elenco: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr.

A Fuga das Galinhas
Pouca gente sabe, mas essa animação foi produzida por Mel Gibson. Ele colocou sua própria companhia cinematográfica à disposição de uma equipe talentosa de animadores. A estorinha era uma homenagem a um clássico filme de guerra estrelado por Steve McQueen nos anos 60. Até a cena de fuga com a moto, em cena clássica de "Fugindo do Inferno", foi reproduzida aqui. A técnica utilizada foi outro ponto a favor. Usando do velho método do Stop-Motion, com o uso de bonecos de massinha, o resultado final acabou se revelando muito nostálgico para os mais velhos. A estorinha acontece quando um galo acaba indo parar em um galinheiro, onde as galinhas querem ir embora, pois seus donos não são boas pessoas. No fundo elas sabem que um dia vão virar comida deles. Enfim, pura diversão em uma animação que foi sucesso de público e crítica. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - comédia ou musical. / A Fuga das Galinhas (Chicken Run, Estados Unidos, 2002) Direção: Peter Lord, Nick Park / Roteiro: Peter Lord, Nick Park / Elenco: Mel Gibson, Julia Sawalha, Phil Daniels.

Robôs
Em um mundo de robôs, um jovem inventor idealista viaja para a cidade grande para se juntar à empresa de sua inspiração, apenas para se opor com a sua nova gestão sinistra. Essa animação produzida pela Twentieth Century Fox Animation fez menos sucesso do que era esperado, muito embora não tenha dado prejuízo. Talvez seu maior problema tenha sido a falta de originalidade. Fica claro desde o começo que os produtores tentaram seguir os passos de "Carros" da Pixar - Disney. O resultado porém veio de forma bem mais modesta, tanto em termos de custo (foi uma animação relativamente barata) como em termos de roteiro com maior criatividade. Ainda assim acredito que as crianças na faixa etária de 8 a 12 anos vão curtir bastante. Tecnicamente bem realizada, essa animação tem seus bons momentos. / Robôs (Robots, Estados Unidos, 2005) Direção: Chris Wedge, Carlos Saldanha / Roteiro: Ron Mita, Jim McClain / Elenco: Ewan McGregor, Halle Berry, Mel Brooks.

A Viagem de Chihiro
Durante a mudança de sua família para os subúrbios da cidade, uma menina introvertida de 10 anos vagueia por um mundo governado por deuses, bruxas e espíritos, onde os humanos são transformados em bestas. Essa dica vai para os que adoram animações japonesas. O talento dos animadores do Japão já é bem conhecido do público brasileiro, mas aqui temos algo além disso. Essa animação é considerada até hoje uma verdadeira obra de arte dirigida por Hayao Miyazaki. A recepção por parte de público e crítica no ocidente foi tão boa que "A Viagem de Chihiro" acabou sendo premiado com o Oscar de melhor animação do ano, além de ter colecionado diversos prêmios ao redor do mundo como o BAFTA e outros festivais de cinema. De fato temos aqui um verdadeiro toque de mestre. Para quem aprecia arte e animação não poderia haver melhor indicação. / A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no kamikakushi, Japão, 2001) Direção: Hayao Miyazaki / Roteiro: Hayao Miyazaki / Elenco: Daveigh Chase, Suzanne Pleshette, Miyu Irino.

Os Jetsons
Como as pessoas dos anos 60 imaginavam que seria o futuro? Uma boa dica é assistir aos episódios originais desse desenho animado que passou por anos e anos na TV brasileira. A curiosidade vem do fato de que a série original só teve duas temporadas que foram ao ar originalmente na TV americana nos anos de 1962 e 1963, com pouco mais de 40 desenhos. Anos depois a produtora, já na década de 80, viria a produzir novos desenhos, mas sem o charme e a criatividade originais. Os Jetsons contava a historia de uma típica família americana que vivia no futuro, morando em prédios flutuantes e contando com uma empregada doméstica que era um robô, a Rose. Tudo muito divertido e bem bolado, foi chamado na época de "Os Flintstones do futuro" por causa das semelhanças entre as duas animações. Hoje em dia virou, de forma irônica, um belo programa nostálgico do passado. / Os Jetsons (The Jetsons, Estados Unidos, 1962, 1963) Direção: William Hanna, Joseph Barbera, Arthur Davis, Oscar Dufau / Roteiro: William Hanna, Joseph Barbera, Barry E. Blitzer / Elenco: George O'Hanlon, Janet Waldo, Mel Blanc.

Pablo Aluísio.

Lista de Filmes - Edição III

Encurralados
A dinâmica de uma família perfeita é arruinada pela trama brutalmente eficiente de um sequestrador. Esse é um thriller de suspense e tensão estrelada pelo ator Pierce Brosnan. Aliás durante entrevistas para o lançamento do filme o próprio ator se viu perguntando o que fazer depois de interpretar um dos personagens mais famosos do cinema, no caso James Bond, o 007? E ele mesmo respondeu, afirmando que não poderia parar, indo sempre em busca de bons filmes, bons roteiros. E disse que seu espelho era Sean Connery. Bom, a carreira de Pierce Brosnan passou longe da importância de Connery, mas até que ele manteve um certo nivel nas produções que atuou. Essa é uma delas. Um bom filme, nada muito especial ou memorável, mas ainda assim um bom entretenimento. E de quebra ainda trazia Gerard Butler como coadjuvante de luxo. / Encurralados (Butterfly on a Wheel, Estados Unidos, Inglaterra, 2007) Direção: Mike Barker / Roteiro: William Morrissey / Elenco: Pierce Brosnan, Maria Bello, Gerard Butler.

Plano B
Uma contadora que desconfia que matou por acidente três mafiosos acaba sendo promovida por um de seus clientes. Esse filme não deixa de ser uma comédia de humor negro, com roteiro bastante leve e bem humorado. O problema é que esse estilo pertence ao cinema inglês, é um estilo puramente britânico. Quando os americanos tentam copiar nunca conseguem chegar em um nível perfeito, como os ingleses estão acostumados a atingir há anos. O que vale a pena mesmo aqui é acompanhar o trabalho da atriz Diane Keaton, que sempre considerei muito talentosa e subestimada pelos estúdios. Ela nunca teve o reconhecimento merecido dentro da indústria cinematográfica, nunca foi uma estrela de primeira grandeza. De qualquer maneira nunca é tarde para tentar superar esse tipo de injustiça. Esse filme não está à altura de seu talento como atriz, mas pelo menos a colocou em um patamar de maior reconhecimento dentro do cinema americano. / Plano B (Plan B, Estados Unidos, Canadá, 2001) Direção: Greg Yaitanes / Roteiro: Lisa Lutz / Elenco: Diane Keaton, Paul Sorvino, Frank Pellegrino, Anthony DeSando.

Entrando numa Fria Maior Ainda
O inferno começa quando a família Byrnes conhece a família Focker pela primeira vez. É a continuação do filme "Entrando numa Fria". Essa franquia de filmes de comédia fez sucesso de bilheteria, gerando mais continuações. Tudo se baseando em situações de constrangimento quando um carinha se apaixona por uma garota que tem uma família para lá de problemática. Tem alguns momentos divertidos, mas no geral sempre me pareceu meio sem graça. O ator Robert De Niro, pela grandeza de sua carreira, nem deveria ter entrado nesse tipo de filme, sendo esse tipo de escolha realmente uma fria! Pena que no caso os dólares falaram bem mais alto. E sobre o Ben Stiller... bem, o que posso dizer? Sempre achei esse comediante muito chato. Nunca gostei de seu tipo de humor. Fraco demais. / Entrando numa Fria Maior Ainda (Meet the Fockers, Estados Unidos, 2004) Direção:  Jay Roach / Roteiro: Greg Glienna, Mary Ruth Clarke / Elenco: Ben Stiller, Robert De Niro, Barbra Streisand, Blythe Danner

11 de Setembro
Documentário europeu sobre um dos maiores atentados terroristas da história, em Nova Iorque, no dia 11 de setembro de 2001. O filme procura mostrar os efeitos dos ataques terroristas de 11 de setembro, com depoimentos de pessoas que viveram aquele momento. Produzido em 2002, ainda sob o impacto do que havia acontecido, quase no calor do momento, esse filme é, ainda nos dias de hoje, um bom retrato de tudo o que ocorreu. Ficou na grade de programação do canal HBO por anos. Hoje em dia é especialmente indicado para alunos de história que estejam de busca de material de estudo para entender melhor aqueles trágicos e marcantes eventos. Também é uma homenagem a todos que perderam suas vidas naquele dia. / 11 de Setembro (11'09''01 - September 11, Inglaterra, França, 2002) Direção: Youssef Chahine, Amos Gitai / Roteiro: Alain Brigand, Youssef Chahine / Elenco: Maryam Karimi, Mohamad Dolati, Agelem Habibi.

A Corporação
Documentário que aborda o conceito de corporação ao longo da história recente até o domínio atual das grandes empresas dentro da economia mundial. Tema mais atual do que nunca. As empresas multinacionais, grandes corporações do capital, seguem dominando amplos setores econômicos, sendo muitas vezes (quase sempre, aliás) mais poderosos do que muitos países. Esse filme, com roteiro extremamente inteligente e bem escrito, procura desvendar os mecanismos que tornaram essas corporações tão poderosas. Recentemente inclusive temos um novo capítulo dessa história, com várias empresas de alta tecnologia sendo processadas dentro dos Estados Unidos por domínio de mercado e destruição da concorrência. Um filme para se assistir com atenção, especialmente indicado para estudiosos de direito econômico. / A Corporação (The Corporation, Estados Unidos, 2003) Direção: Mark Achbar, Jennifer Abbott / Roteiro:  Joel Bakan, baseado no livro "The Corporation: The Pathological Pursuit of Profit and Power" / Elenco: Mikela Jay, Rob Beckwermert, Christopher Gora.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lista de Filmes - Edição II

New Jack City: A Gangue Brutal
Um senhor do crime ascende ao poder e se torna megalomaníaco enquanto um detetive da polícia independente jura impedi-lo. Pode parecer à primeira vista apenas mais um filme de ação dos anos 90, mas esse filme é bem mais. O roteiro apresenta alguns clichês, como a dupla de tiras que são opostos, mas o filme se salva pelas boas ideias e pelo bom desenvolvimento da história. O ator Judd Nelson provavelmente teve aqui um de seus melhores momentos no cinema, pouco antes de sua carreira entrar definitivamente em declínio. E antes que me esqueça, a trilha sonora é outro destaque, com o melhor da black music daquele momento. Bom filme policial, fez sucesso de público e crítica. Vale a pena assistir, ainda hoje, tantos anos depois de seu lançamento original.  / New Jack City: A Gangue Brutal (New Jack City, Estados Unidos, 1991) Direção: Mario Van Peebles / Roteiro: Thomas Lee Wright / Elenco: Wesley Snipes, Judd Nelson, Chris Rock, Ice-T, Allen Payne.

Um Tiro que Não deu Certo
Até grandes atores fazem filmes ruins. Essa é uma realidade do mundo do cinema. O que dizer dessa comédia porcaria estrelada por um dos meus atores preferidos? Gene Hackman teve uma das carreiras mais relevantes e importantes da história do cinema no século XX, mas escorregou na banana ao aceitar estrelar esse filme muito fraquinho, muito sem graça, cheio de clichês por todos os lados. Uma lástima sem salvação. E veja que eu gosto também do Dan Aykroyd. Só que aqui as escolhas foram ruins, desde a escalação do elenco, do roteiro, etc. Um daqueles filmes em que tudo vai mal e tudo está errado. Provavelmente uma das poucas vergonhas alheias em se tratando de Gene Hackman, um ator como poucos, aqui afundando em um filme totalmente descartável. Para esquecer mesmo. Pois é, esse é um filme que definitivamente não deu certo! / Um Tiro que Não deu Certo (Loose Cannons, Estados Unidos, 1990) Direção: Bob Clark / Roteiro: Richard Christian chard Matheson / Elenco: Gene Hackman, Dan Aykroyd, Dom DeLuise.

Bater ou Correr em Londres
Mais um filme chato do Jackie Chan. No fiapinho de roteiro temos o protagonista Chon Wang (Chan) que vai até´Londres ao lado de Roy (Owen Wilson) em busca de vingança. Seu pai havia sido morto por um criminoso rebelde que fugiu para a Inglaterra. Como se pode perceber clichês para todos os lados. A única coisa que pode despertar maior interesse do cinéfilo é a presença do comediante americano Owen Wilson. Embora ele não conte com um bom roteiro dessa vez, até que tenta trazer algum carisma para uma fita bem descartável. E Jackie Chan repete seu papel habitual, a de lutador com piruetas de circo. Fora disso, nada muito digno de nota. De certa maneira é mais uma tentativa de copiar o que Chan fazia no oriente. Uma pálida imitação de seus filmes pioneiros. / Bater ou Correr em Londres (Shanghai Knights, Estados Unidos, 2003) Direção: David Dobkin / Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar / Elenco: Jackie Chan, Owen Wilson, Fann Wong.

Outlaw Country
Nunca foi lançado nos cinemas brasileiros, indo direto para a grade de programação dos canais a cabo no Brasil. Do que se trata? Lá vai a sinopse: Um thriller policial e drama familiar tendo como pano de fundo o crime organizado do sul e a realeza de Nashville, onde música, amor, esperança e tragédia se chocam. O filme é bem menos interessante do que o resumo de sua história dá a entender. Na verdade até tem seus bons momentos, principalmente em sua trilha sonora, mas no geral é um tanto mediano para fraco. Nenhum nome mais conhecido no elenco, apesar de alguns profissionais da atuação aqui sejam talentosos. Nunca recebeu título nacional, até onde sei. Não vai mudar sua vida, mas quem sabe pode vir a agradar, dependendo do público que for assistir. / Outlaw Country (Estados Unidos, 2012) Direção: Adam Arkin, Michael Dinner / Roteiro: Rachel Abramowitz, Joshua Goldin / Elenco: Mary Steenburgen, Luke Grimes, Haley Bennett.

Garota Veneno
Uma adolescente atraente e popular, de espírito mesquinho com os outros, se encontra no corpo de um homem mais velho e deve encontrar uma maneira de voltar ao seu corpo original. Comédia horrível estrelada pelo sem graça Rob Schneider. Essa fórmula aliás é bem manjada, bem antiga. Já nos anos 80 havia muitos filmes desse tipo, de "troca de corpos". Esse aqui é um dos piores, mas curiosamente até que fez algum sucesso, dando uma sobrevida para a carreira inacreditável (no mal sentido mesmo) de Rob Schneider. Esse anda sumido nos últimos anos. Ainda bem, é um dos humoristas mais chatos da história do cinema americano. Fim da picada mesmo! / Garota Veneno (The Hot Chick, Estados Unidos, 2002) Direção: Tom Brady / Roteiro:  Tom Brady, Rob Schneider / Elenco: Rob Schneider, Rachel McAdams, Anna Faris.

Pablo Aluísio.

Lista de Filmes - Edição I

Garotas Selvagens 2
Sequência que ninguém viu do filme Wild Things. Esse segundo filme mostra as adolescentes más, Maya e Britney, fazendo sexo e matando para ganhar milhões. O que se pode esperar de um filme fraco como esse? Sendo sincero o original "Garotas Selvagens" já não era grande coisa, imagine então o caça-níqueis que foi lançado logo depois. Esse filme não conseguiu espaço nos cinemas, indo parar na grade de programação de algum canal secundário da TV aberta. Fraco e com elenco inexpressivo não chamou a atenção de ninguém. Nem as cenas de nudez gratuita conseguiram tirar o filme do esquecimento precoce. / Garotas Selvagens 2 (Wild Things 2, Estados Unidos, 2004) Direção: Jack Perez / Roteiro: Ross Helford, Andy Hurst / Elenco: Susan Ward, Katie Stuart, Leila Arcieri.

Como Matar o Cão do Vizinho
Que título nacional péssimo! Embora seja a tradução literal do original, deveriam pensar em algo melhor. Tem gente que até duvida que exista um filme com esse nome, mas é verdade, existe sim. E do que se trata? Na história um dramaturgo sarcástico de Los Angeles precisa lidar com novos vizinhos complicados, ao mesmo tempo em que precisa administrar seu casamento em crise, cheio de problemas e dramas, entre eles o fato de que sua mulher quer engravidar, mas não consegue. Esse é aquele tipo de filme que chama atenção pelo estranho título e fica nisso. O roteiro se arrasta por duas horas sem chegar a lugar nenhum. Muito chato, outro filme praticamente desconhecido que ninguém assistiu. / Como Matar o Cão do Vizinho (How to Kill Your Neighbor's Dog, Estados Unidos, 2000) Direção: Michael Kalesniko / Roteiro: Michael Kalesniko / Elenco: Kenneth Branagh, Robin Wright, Suzi Hofrichter.

Lone Hero
O ator Lou Diamond Phillips não fez apenas La Bamba. Ele também atuou em uma série de filmes B, produções desconhecidas que passaram em lugar nenhum. Ninguém viu mesmo, apenas esse que lhe escreve. E o que temos nessa fiapo de história? Veja, ele interpreta um ator que se apresenta em um daqueles shows itinerantes do velho oeste. Ele é apenas herói nas peças, não na vida real. Só que tudo muda quando uma perigosa  gangue de motoqueiros malvados chega a uma pequena cidade de Montana. Agora sim, ele terá que enfrentar um perigo na vida real. Filme fraco, produção sem recursos e figurino bem brega compõe o quadro ruim. Nem os fãs de La Bamba vão aguentar. / Lone Hero (Estados Unidos, 2002) Direção: Ken Sanzel / Roteiro: Ken Sanzel / Elenco: Lou Diamond Phillips, Sean Patrick Flanery, Robert Forster.

Operação Nervos de Aço
Nos anos 80 o que mais existia eram filmes B de ação. Produções genéricas, ruins demais, que encontraram seu público - os tais fãs de podreiras - nas locadoras de vídeo. Depois que essas desapareceram esse tipo de fita foi ficando cada vez mais rara. Só que não desapareceu completamente. O exemplo maior disso tempos aqui. O departamento de polícia de LA tem uma equipe especial de policiais com talento para reduzir os crimes graves. O líder da equipe tem um excelente histórico de redução do crime em outras grandes cidades e agora vai partir em busca de vingança. Pela sinopse já deu para perceber do que se trata, não é mesmo? Pancadaria pura, sem preocupação em se fazer bom cinema. Mario Van Peebles afundando em grande estilo. / Operação Nervos de Aço (Full Eclipse, Estados Unidos, 1993) Direção: Anthony Hickox / Roteiro: Richard Christian Matheson, Michael Reaves / Elenco: Mario Van Peebles, Patsy Kensit, Bruce Payne.

A Carga Maldita
Mais um filme pouco conhecido. Chegou a ser exibido em canal de tv fechada no Brasil, para logo depois desaparecer de vez. No fraco enredo temos uma dupla de colegas, donos de uma transportadora, em dificuldades financeiras, que aceitam um serviço meio esquisito. Eles precisam transportar uma carga perigosa por uma longa distância. Esse filme, com roteiro raso, não tem muitos atrativos. Talvez apenas a presença do ator Robert Carradine vá chamar alguma atenção. O problema é que ele parece ter entendido que está em um filme muito fraquinho. Por isso em nenhum momento se esforça mais para atuar bem. Enfim, "A Carga Maldita" é uma grande perda de tempo mesmo. / A Carga Maldita (Palmer's Pick-Up, Estados Unidos, 1999) Direção: Christopher Coppola / Roteiro: Christopher Coppola, Nick Johnson / Elenco: Marc Coppola, Morton Downey Jr., Robert Carradine.

Pablo Aluísio.

domingo, 16 de outubro de 2011

10 Curiosidades sobre Francis Ford Coppola

10 Curiosidades sobre Francis Ford Coppola

 1. No total foi indicado mais de 80 vezes em prêmios diversos do cinema ao redor do mundo

2. Venceu o Oscar de Melhor Direção por "O Poderoso Chefão II" e o Prêmio Irving G. Thalberg dado pela Academia pelo conjunto da obra em 2011.

 3. Foi mais premiado como roteirista pelo Oscar do que como diretor. Ao todo venceu dois prêmios na categoria Roteiro - com "O Poderoso Chefão" e "Patton"

 4. Produziu 73 filmes ao longo da carreira, dirigiu 34 e escreveu 27 roteiros

 5. Embora poucos saibam ele também foi ator, aparecendo nos filmes "Desafiando a Morte" e "Obsessão de Matar"

 6. Sua produtora, a Zoetrope, foi por três vezes à falência em 20 anos. Cansado dos problemas financeiros Coppola resolveu fechá-la definitivamente nos anos 90 mas manteve a marca em alguns de seus filmes seguintes.

 7. Ao invés de investir em estúdios de cinema passou a usar seu dinheiro numa bem sucedida vinícola na Califórnia, a Francis Ford Coppola Winery localizada em Napa Valley.

 8. É pai da diretora e atriz Sofia Coppola e tio de Nicolas Cage.

 9. Seu último filme foi "Virgínia" em 2011.

 10. Começou a carreira realizando pequenas obras de terror como "Sombras do Terror" e "Dementia 13".

Pablo Aluísio.

Hulk Vs Wolverine

Título no Brasil: Hulk Vs Wolverine
Título Original: Hulk Vs Wolverine
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Sam Liu, Frank Paur
Roteiro: Larry Lieber
Elenco: Fred Tatasciore, Matthew Wolf, Graham McTavish, Kari Wahlgren. Bryce Johnson, Janyse Jaud

Sinopse:
O governo decide contratar o X-Men Wolverine para localizar e destruir o Hulk que, solto pelas montanhas, está causando destruição por onde passa. Ao mesmo tempo uma organização criminosa tenta colocar as mãos em Wolverine, usando de mercenários, como o irritante Deadpool.

Comentários:
Já que estamos falando de X-Men, vale a citação dessa animação dos estúdios Marvel reunindo dois pesos pesados dos quadrinhos. Não há muito enredo para contar, na verdade esse tipo de crossover quase nunca tem muita coisa de qualidade. É mais para saciar a curiosidade dos fãs de quadrinhos. Algo no gênero: quem venceria uma luta entre Hulk e Wolverine, dois cascas grossas do universo Marvel? Bom, se é esse tipo de coisa que você procura pode ir sabendo de antemão que o roteiro da animação fica em cima do muro, não se decidindo nem por um e nem pelo outro. Saída pela esquerda, como diria o Leão da Montanha. No fritar dos ovos sobram diversas cenas de violência, tão violentas que a Marvel achou por bem colocar a classificação indicativa para maiores de 13 anos de idade. Pois é, quando o Hulk decide esmagar é uma coisa complicada. Sangue e ossos quebrados voam para todos os lados.

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de outubro de 2011

Pink Floyd - Wish You Were Here

Wish You Were Here foi o disco sucessor do grande sucesso do Pink Floyd, The Dark Side Of The Moon. Por essa razão as expectativas em torno de seu lançamento eram enormes. De qualquer forma havia por parte da banda e público uma certa confiança que o fantástico trabalho desenvolvido em Dark Side teria um sucessor à altura. Realmente era consenso entre todos que o Pink Floyd havia finalmente encontrado seu caminho. Depois da saída do líder Syd Barrett o grupo ficou meio perdido, sem saber que rumo tomar. Em razão disso participou de projetos experimentais, compôs trilhas sonoras para filmes etc, mas depois do grande sucesso do álbum The Dark Side Of The Moon o caminho estava definido. Foi justamente na década de 70 em que o Pink Floyd finalmente entrou na galeria das grandes bandas de rock. Abraçando o Rock Progressivo definitivamente (embora alguns neguem que o Pink Floyd seja na essência um grupo dessa vertente do rock), o Floyd iria seguir uma linha de trabalho nesses anos que era de certo modo à prova de falhas, tanto do ponto de vista comercial como artístico. O álbum da virada talvez tenha sido Atom Heart Mother, ainda um tanto experimental, mas mostrando claramente uma coerência de estilo. O disco fez sucesso, embora hoje Roger Waters e David Gilmour não o considere isento de críticas. Depois dele Meddle consolidou esse novo estilo musical do grupo o que desembocaria na consagração com Dark Side.

Com Wish You Were Here o grupo deu continuidade aos trabalhos. O álbum só possui 5 faixas, o que era o número médio de músicas utilizadas em EPs (compactos duplos) na época. Além dessa singularidade as canções eram de longa duração, o que para o convencionalismo reinante naqueles anos era sinal de morte nas paradas, pois nenhuma rádio iria tocar canções tão longas como aquelas em sua programação. Para bandas comerciais todas essas regras eram seguidas à risca, mas não para o Pink Floyd, que já trazia há tempos em seus discos faixas nesse estilo. Afinal ser Progressivo era prezar pela virtuose, pela minuciosa elaboração de arranjos, numa simbiose bem próxima ao gênero erudito e clássico. O grande destaque do disco é a canção Shine On You Crazy Diamond, que abre e fecha o álbum. Dividido em partes, tal como acontece nas músicas e peças eruditas, a música virou símbolo da melhor fase do grupo. A canção havia sido composta em homenagem a Syd Barrett, naquela altura completamente entregue à doença mental que o levou a sair da banda. Reza a lenda que Syd chegou a aparecer nos estúdios durante a gravação de um dos álbuns do Pink Floyd, completamente careca e fora de si. O fato chocou tanto os membros do grupo que eles resolveram homenagear seu antigo líder com essa faixa.

Já a canção título do álbum não foi, como alguns pensam, também composta para Syd. O próprio Roger Waters esclareceu que Wish You Were Here foi na realidade composta em homenagem a seu pai, morto em combate. Embora esse fato tenha dado origem a um dos mais fracos trabalhos do grupo, com The Final Cut, aqui tudo soa maravilhosamente bem e coeso. Sem dúvida a canção é um dos clássicos absolutos da banda britânica. O álbum fecha seu ciclo com duas outras ótimas canções, Welcome To The Machine (uma crítica à indústria musical e à sociedade industrial como um todo) e Have a Cigar (outra canção com temática crítica em relação ao chamado Show Business). Embora tenha sido rotulado como um álbum conceitual baseado em perda e saudade, Wish é muito mais do que isso. É um trabalho complexo, extremamente rico do ponto de vista musical e que deve ser conhecido por quem gosta de boa música. Um sucessor digno da grandiosidade de The Dark Side of The Moon.

Wish You Were Here (1975)
1. Shine On You Crazy Diamond (Parts I–V)
2. Welcome to the Machine
3. Have a Cigar
4. Wish You Were Here
5. Shine On You Crazy Diamond (Parts VI–IX)

Pablo Aluísio.

Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon

Esse álbum é a obra prima do Pink Floyd. Até hoje impressiona pela criatividade, inovação e som atemporal. Fruto de um trabalho verdadeiramente coletivo, onde todos os membros da banda colaboraram de igual para igual, o Dark Side representa finalmente o caminho que o Floyd vinha procurando desde a saída de seu fundador e mentor Syb Barrett. Enlouquecido pelo abuso de drogas o primeiro líder do Pink Floyd saiu muito cedo de cena deixando os demais membros perdidos, sem saber qual rumo tomar. Nos primeiros anos sem Barrett o Floyd tentou trilhar vários caminhos, gravou trilhas sonoras, flertou com a música puramente instrumental e tentou unir música erudita com Rock. Todas essas experimentações levaram o grupo a ter um som único, inigualável, diferente de tudo o que havia na época. Experimentalismo como dogma musical. 

Foi quando o Rock Progressivo cruzou o caminho dos rapazes do Floyd que eles finalmente entenderam por onde deveriam seguir. E foi justamente lá, no ladro escuro da Lua, que eles finalmente se encontraram musicalmente. O disco nasceu do trabalho árduo de todos os músicos. Antes de Roger Waters enlouquecer com acessos de egomania, a banda conseguiu trabalhar como nunca antes (ou depois). Durante seis meses eles tentaram tudo, experimentaram de tudo, até chegarem a um material que consideravam o ideal para a composição de seu novo disco. O resultado dessa ajuda mútua e solidariedade é um dos discos mais importantes da história do rock. Se há algum trabalho que mereça o adjetivo de “perfeito” esse é certamente “Dark Side of The Moon” do Pink Floyd.

Depois de vários meses de ensaio e gravação o disco finalmente chegou nas lojas em março de 1973. Sua sonoridade ímpar caiu como uma bomba nuclear no mercado fonográfico. Os críticos levaram meses para entender a proposta do disco (alguns não entenderam até hoje) e o Dark finalmente ganhou status de grande arte. Não é para menos, temos aqui um álbum para ser digerido aos poucos, em camadas, sem pressa nenhuma. É como degustar aquele vinho raro de sua adega. Não cabem interpretações superficiais e rasteiras em um trabalho dessa envergadura. Até hoje o disco levanta debates acalorados. Até questões básicas, como por exemplo, qual seria seu tema principal, levanta debates sem fim. Afinal qual é o conceito por trás de “The Dark Side Of The Moon”? É um disco sobre o enlouquecimento de Syd Barrett? É uma sonorização do filme “O Mágico de Oz”? É uma apologia ao uso de drogas lisérgicas? É uma busca de autoconhecimento através da música? Do que diabos o álbum trata? Bom, não responderei a essas perguntas pois cabe a cada ouvinte formular sua própria tese baseado na experiência de ouvir o disco. Tirando as questões metafísicas e filosóficas de lado e focando apenas na questão puramente comercial (Money?), é importante dizer que esse é um dos trabalhos musicais mais bem sucedidos da história com mais de 50 milhões de cópias vendidas após todos esses anos. Sinceramente falando? Esqueça tudo isso e o coloque para tocar – “The Dark Side Of The Moon” é aquele tipo de obra que deve ser mais sentida do que explicada. O sentimento supera a razão nesse caso. Palavras são tão insuficientes. Ouça e embarque em sua própria jornada pessoal. Boa viagem! 

Pink Floyd - The Dark Side Of The Moon (1973)
Speak to Me
Breathe
On the Run
Time
The Great Gig in the Sky
Money
Us and Them
Any Colour You Like
Brain Damage
Eclipse

Pablo Aluísio.

Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn

A genialidade e a loucura são as duas faces de uma mesma moeda e o fundador e líder do Pink Floyd, Syd Barrett, comprovou isso com sua própria vida. Antes de enlouquecer completamente pelo uso abusivo das drogas lisérgicas tão em moda na época, ele teve tempo de registrar seu talento para a posteridade gravando o primeiro álbum de seu grupo chamado The Piper at the Gates of Dawn. O grupo formado em 1965 já tinha longa tradição no underground britânico, explorando um som inovador e de vanguarda, estando à frente de seu tempo com um som extremamente experimental e ousado. Syd Barrett, à frente do Floyd, não teve medo de arriscar, testando sonoridades, acrescentando sons eletrônicos, fazendo com que o Pink Floyd se tornasse uma experiência única, sem paralelos com nenhum outro grupo de rock da época. Tanto experimentalismo fez com o conjunto só tivesse a oportunidade de gravar seu primeiro disco no final de 1967. Nos estúdios, com todas as possibilidades da tecnologia de gravação à disposição, Barrett levou até as últimas consequências suas idéias.

Na maioria das músicas foi extremamente feliz, embora o excesso de psicodelismo e experimentalismo tenha prejudicado algumas das faixas, como por exemplo "Pow R. Toc H.", maluca demais até mesmo para um sujeito com um parafuso a menos como Barrett. Entre os destaques do disco temos "Astronomy Domine" que iria definir para sempre o som do grupo britânico, trazendo influência a todos os seus álbuns posteriores, com destaque para a obra prima Dark Side Of The Moon; "Interstellar Overdrive" que mostraria o virtuosismo instrumental dos membros da banda, "Chapter 24", uma das faixas mais acessíveis aos ouvintes e a ultra psicodélica "Bike", lembrando muito faixas do disco Sgt Peppers dos Beatles como "Being For The Benefit Of Mr Kite". Infelizmente a fase Syd Barrett iria durar pouco. O líder do Pink Floyd logo iria perder o sentido de realidade, sendo afastado do grupo meses depois. Sem a mente pensante de Barrett os membros restantes do Floyd iriam passar por uma fase de transição, sem saber direito que rumo tomar. Com Roger Waters e David Gilmour à frente do grupo, o Pink Floyd só iria reencontrar seu rumo definitivo anos depois, em plenos anos 70, onde se consagraria com alguns dos discos mais essenciais da história da música, gerando o nascimento do Rock Progressivo. Mas essa é uma outra história, que começou bem antes, aqui nesse álbum, fruto dos delírios geniais de Syd Barrett.

Pink Floyd - The Piper at the Gates of Dawn
Astronomy Domine
Lucifer Sam
Matilda Mother
Flaming
Pow R. Toc H.
Take Up Thy Stethoscope and Walk
Interstellar Overdrive
The Gnome
Chapter 24
Scarecrow
Bike

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Norah Jones - Come Away With Me

Quando Norah Jones surgiu em 2002 o mundo da música necessitava desesperadamente de uma cantora como ela. Com as paradas americanas dominadas completamente pelo Rap e Hip Hop, Norah conseguiu um feito extraordinário: ressuscitar um gênero musical que para muitos estava morto e enterrado, o jazz. Obviamente a sonoridade de Norah não se assemelha ao jazz clássico, dos grandes ídolos do passado, mas sim uma nova roupagem, que não se envergonha de fundir ritmos diversos, como Folk e Soul em uma só mistura, resultando em um produto final belíssimo. O sucesso foi imediato. Norah foi consagrada pela crítica mundial, ganhando cinco prêmios Grammy (Entre eles o de melhor álbum do ano e melhor canção para Don't Know Why) e coroou sua estreia com chave de ouro ao vender mais de 22 milhões de cópias ao redor do mundo, um número realmente assustador para os dias de hoje, onde a pirataria corre solta e os artistas sofrem para vender material oficial. Nada mal para um gênero musical que era dito como coisa do passado, ultrapassado e sem perspectivas futuras.

Muito se teorizou para se procurar a razão de tanto sucesso e impacto. Talvez a resposta seja tão simples que não precise de tese alguma. Norah Jones fez sucesso com Come Away With Me simplesmente porque gravou excelentes canções, embaladas por arranjos de maravilhoso bom gosto, tudo aliado a uma sonoridade ímpar e cativante, que bateu fundo aos ouvintes que àquela altura já estavam fartos de tantos grupos sem consistência, divas fabricadas pelas gravadoras e cantores descartáveis. Norah trouxe qualidade musical em uma época em que isso estava simplesmente em extinção. O resultado dessa equação não poderia ter sido diferente e seu grande sucesso comprovou apenas que as pessoas queriam simplesmente ouvir boa música novamente. Norah também rompeu com velhas fórmulas. No ano em que surgiu a moda era venerar as grandes divas, com explosões de ego, estrelismo e excessos de todos os tipos. As cantoras que estavam em evidência na mídia ou eram estrelas deslumbradas com seu próprio sucesso (como Mariah Carey, que recentemente mostrou toda a sua falta de talento desafinando no funeral de Michael Jackson) ou ídolos teen que, para sobreviverem no meio musical, tiveram que adotar uma postura de vulgaridade explicita (como Britney Spears e similares). Norah, com sua timidez quase patológica rompeu com tudo isso.

Sua carreira evoluiu bastante após o lançamento de Come Away With Me. Norah lançou mais dois CDs, o segundo denominado Feels Like Home flertou apaixonadamente com a Country Music e seu último trabalho, Not Too Late, trouxe o lado compositora da cantora, com faixas compostas pela própria ao lado do produtor Lee Alexander. Mas sem a menor sombra de dúvida foi com Come Away With Me e sua parceria vitoriosa com o chamado Jazz contemporâneo que Norah alcançou suas melhores notas. Uma obra irretocável certamente.

Norah Jones - Come Away With Me
01. "Don't Know Why" (Harris)
02. "Seven Years" (Alexander)
03. "Cold, Cold Heart" (Williams)
04. "Feelin' the Same Way" (Alexander)
05. "Come Away with Me" (Jones)
06. "Shoot the Moon" (Harris)
07. "Turn Me On" (Loudermilk)
08. "Lonestar" (Alexander)
09. "I've Got to See You Again" (Harris)
10. "Painter Song" (Alexander, Hopkins)
11. "One Flight Down" (Harris)
12. "Nightingale" (Jones)
13. "The Long Day Is Over" (Harris, Jones)
14. "The Nearness of You" (Carmichael, Washington)

Pablo Aluísio.

Norah Jones - Feels Like Home

Segundo álbum de Norah Jones. Muito se disse na época de seu lançamento que esse trabalho trocava o jazz do primeiro trabalho solo por uma sonoridade nitidamente com sabor country. Não concordo plenamente com essa visão. Certamente há canções de raiz entre as faixas que compõem "Feels Like Home" mas o jazz tradicional que tanto impressionou o mundo no disco de estreia de Norah também está presente. Talvez pelo fato da seleção abrir com "Sunrise" tenha criado essa impressão, não sei, o que sei é que é um trabalho coeso e muito bem arranjado. Muitos críticos se limitam a ouvir apenas as primeiras faixas dos discos e ignoram todo o resto. Muito provavelmente foi o que aconteceu aqui. Embora haja canções country esse definitivamente não é o “Norah Jones Country & Western Album” como muitos querem fazer crer.  Eu gosto de insistir em dizer que os melhores trabalhos de Jones são aqueles baseados em piano e quarteto de cordas. Essa é a musicalidade definitiva de Norah Jones, não adianta mudar. De fato quando ela resolveu mudar perdeu consistência. Ela não deve sair de seu caminho melódico mais tradicional. Felizmente "Feels Like Home" deixa o experimentalismo de lado e se decide pelo estilo mais conservador da carreira da cantora. Também convenhamos, esse é apenas seu segundo trabalho - e o sucesso arrasador do primeiro disco não abria margem para mudanças significativas.

A produção é da própria Norah Jones que aqui divide a responsabilidade com Arif Mardin, veterano arranjador e maestro da era de ouro do Jazz americano. A parceria já havia dado muito certo em "Come Away with Me" então não havia razão mesmo para mudar. Já deu para perceber que "Feels Like Home" é de certa forma uma extensão de "Come Away With Me". No conjunto não consegue porém ser melhor que seu antecessor. A seleção musical é inferior. Mesmo assim a gravadora de Norah Jones resolveu investir alto. Para capitalizar em cima de seu nome foram lançados quatro singles do CD! Nos tempos atuais isso é bem incomum. As canções que saíram em single foram "Sunrise", "What Am I to You?" (uma das melhores composições de "Feels Like Home"), "Those Sweet Words" e "Sleepless Nights" (single lançado exclusivamente no mercado do Japão pois a canção virou um tremendo hit por lá). No mais após ouvir todas as faixas tiramos algumas conclusões. A primeira é que Norah Jones ainda canta lindamente, provando mais uma vez que há sim espaço para a boa música atualmente nas paradas. Segundo que country ou não, menos inspirado ou não, o fato é que o álbum foi um grande sucesso de público e crítica. Vendeu mais de 10 milhões de cópias e chegou ao primeiro lugar em praticamente todos os países ocidentais. Não foi tão bem premiado como "Come Away With me" porque afinal aquele levou todos os Grammys importantes de seu ano. Como eu já afirmei "Feels Like Home" é item obrigatório para quem gostou do primeiro CD da cantora. Não é tão brilhante mas mantém um nível de qualidade bem acima do que se produz atualmente. No fundo o que vale a pena mesmo é ouvir a voz de Norah Jones e aqui não há como negar que ela está em momento inspirado. Talento musical certamente não lhe falta.

Norah Jones - Feels Like Home (2004)
Sunrise
What Am I to You?
Those Sweet Words
Carnival Town
In the Morning
Be Here to Love Me
Creepin' In
Toes
Humble Me
Above Ground
The Long Way Home
The Prettiest Thing

Pablo Aluísio.