Título no Brasil: Cartas Para Julieta
Título Original: Letters to Juliet
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment, Applehead Pictures
Direção: Gary Winick
Roteiro: Jose Rivera, Tim Sullivan
Elenco: Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave
Sinopse:
A jovem garota americana Sophie (Amanda Seyfried) sonha em ser uma escritora. Durante uma viagem de férias na Itália ela toma conhecimento da existência das "cartas de Julieta" e resolve decifrar a história de uma delas, indo atrás de seus protagonistas originais. Filme indicado ao Teen Choice Awards nas categorias de Melhor Atriz (Amanda Seyfried) e Melhor Filme.
Comentários:
Um pequeno filme romântico muito bonito, contando com lindas paisagens de Verona e a Toscana, na Itália, e um enredo docemente leve e carismático. O primeiro ponto que elogiaria é o simples fato de não ser uma comédia romântica - já que de forma em geral esse estilo de filme anda bem saturado. O roteiro se assume como romance puro e isso é um ponto a favor, certamente. Outro aspecto vem do elenco. Amanda Seyfried e seus grandes e impressionantes olhos azuis enche a tela de simpatia, o que contrabalanceia muito bem ao lado da veterana e talentosa Vanessa Redgrave. Eis aqui uma grande profissional, extremamente digna, que soube envelhecer com toda a elegância e charme do mundo. Ela empresta um interesse singular ao filme em si com sua preciosa e delicada atuação. Redgrave tem ótimos diálogos para declamar e uma presença de cena que impressiona. Por fim e não menos importante, aqui vai uma nota triste: esse foi o último trabalho do jovem cineasta Gary Winick. Ele morreu precocemente, com apenas 49 anos de idade em 2011. Deixou como seu último legado esse doce e lírico romance nas telas.
Pablo Aluísio.
domingo, 17 de abril de 2016
sábado, 16 de abril de 2016
Hulk
Título no Brasil: Hulk
Título Original: Hulk
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Marvel Enterprises
Direção: Ang Lee
Roteiro: John Turman, Michael France
Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Sam Elliott, Nick Nolte
Sinopse:
Baseado no famoso personagem dos quadrinhos criado por Stan Lee e Jack Kirby, o filme "Hulk" conta a estória de Bruce Banner (Bana), um cientista que acaba sofrendo as consequencias de uma experiência mal sucedida. Após ser exposto a radiação ele se torna um monstro verde enorme conhecido como Hulk, que sai pelas ruas causando destruição e caos. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Música e Efeitos Especiais.
Comentários:
Com orçamento de 140 milhões de dólares era de se esperar um ótimo filme sobre o Hulk. As expectativas porém não foram cumpridas. O roteiro não é bom, há problemas de timing e o elenco parece deslocado. Um dos grandes erros do estúdio foi contratar o cerebral Ang Lee para dirigir o filme. Não é segredo para ninguém que ele é um cineasta cult por excelência, não recomendado para filmes de cultura pop como esse. Talvez para tentar ser autoral ou algo parecido, Ang Lee encheu o filme de cenas e sequências chatas, sem importância. Nick Nolte divaga olhando para o horizonte... Connelly não sabe como atuar direito em um filme como esse e... tudo parece ir por água abaixo. O mais terrível em Hulk é que ele irritou os mais interessados no filme: os próprios fãs do personagem! Para o público em geral o filme não agradou então era de se esperar que ao menos os fãs saíssem satisfeitos do cinema. Não aconteceu isso. A única coisa boa parece ser os efeitos digitais quando o Hulk resolve encarar seus inimigos. Aos gritos de "Hulk esmaga" ela sai arrebentando com o aparato militar do exército - que seja em animações, seja nos quadrinhos, está sempre atrás do monstro verde. Essas cenas porém só surgem quando o espectador já está de saco cheio do filme, então não vão servir muito de consolo. No geral é isso, o primeiro "Hulk" é uma decepção tão grande quanto o tamanho da fera. Esqueça.
Pablo Aluísio.
Título Original: Hulk
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Marvel Enterprises
Direção: Ang Lee
Roteiro: John Turman, Michael France
Elenco: Eric Bana, Jennifer Connelly, Sam Elliott, Nick Nolte
Sinopse:
Baseado no famoso personagem dos quadrinhos criado por Stan Lee e Jack Kirby, o filme "Hulk" conta a estória de Bruce Banner (Bana), um cientista que acaba sofrendo as consequencias de uma experiência mal sucedida. Após ser exposto a radiação ele se torna um monstro verde enorme conhecido como Hulk, que sai pelas ruas causando destruição e caos. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção, Música e Efeitos Especiais.
Comentários:
Com orçamento de 140 milhões de dólares era de se esperar um ótimo filme sobre o Hulk. As expectativas porém não foram cumpridas. O roteiro não é bom, há problemas de timing e o elenco parece deslocado. Um dos grandes erros do estúdio foi contratar o cerebral Ang Lee para dirigir o filme. Não é segredo para ninguém que ele é um cineasta cult por excelência, não recomendado para filmes de cultura pop como esse. Talvez para tentar ser autoral ou algo parecido, Ang Lee encheu o filme de cenas e sequências chatas, sem importância. Nick Nolte divaga olhando para o horizonte... Connelly não sabe como atuar direito em um filme como esse e... tudo parece ir por água abaixo. O mais terrível em Hulk é que ele irritou os mais interessados no filme: os próprios fãs do personagem! Para o público em geral o filme não agradou então era de se esperar que ao menos os fãs saíssem satisfeitos do cinema. Não aconteceu isso. A única coisa boa parece ser os efeitos digitais quando o Hulk resolve encarar seus inimigos. Aos gritos de "Hulk esmaga" ela sai arrebentando com o aparato militar do exército - que seja em animações, seja nos quadrinhos, está sempre atrás do monstro verde. Essas cenas porém só surgem quando o espectador já está de saco cheio do filme, então não vão servir muito de consolo. No geral é isso, o primeiro "Hulk" é uma decepção tão grande quanto o tamanho da fera. Esqueça.
Pablo Aluísio.
De Repente 30
Título no Brasil: De Repente 30
Título Original: 13 Going on 30
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Gary Winick
Roteiro: Josh Goldsmith, Cathy Yuspa
Elenco: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer
Sinopse:
Em 1987, maltratada pelos colegas na sua festa de 13 anos, garota sonha em ser adulta e acorda em 2004, com 30 anos, como uma poderosa editora de revista de moda em Nova York. Mas logo se decepciona com o tipo de mulher que se tornou e tenta recuperar o amor de seu ex-vizinho da adolescência, que está para se casar com outra. Filme indicado ao MTV Movie Awards, People's Choice Awards e Teen Choice Awards.
Comentários:
Assisti no cinema, mas falando sinceramente, nunca achei grande coisa. O roteiro explora a velha fórmula dos "corpos trocados" que fez tanto sucesso na década de 1980. No caso aqui não é bem um corpo trocado com outra pessoa, mas sim uma troca de mentalidades, uma garotinha recebe sua mentalidade aos 30 e tantos anos e uma mulher adulta fica com a mentalidade de uma adolescente. Funciona? Em termos apenas. A atriz Jennifer Garner é carismática e talentosa e aqui, vamos fazer jus, segura o filme literalmente nas costas. Existem algumas cenas que cairam no gosto popular como aquela em que ela dança "Thriller" de Michael Jackson em um salão de festas. Inicialmente as pessoas ficam retraídas, mas aos poucos vão se chegando quando Garner, sem timidez, começa a repetir a coreografia clássica do clip de Jackson (só faltou a jaqueta vermelha!). Brega e piegas, mas divertido, temos que admitir. Mark Ruffalo divide os holofotes com Garner e interpreta uma velha paixão da adolescência que ela resolve correr atrás. Ele aliás continua o mesmo, com aquela cara de enfadonho que sabe-se lá o porquê, faz sucesso entre as mulheres. No geral é isso, uma comediazinha com toques dramáticos e um argumento de filosofia de botequim. Vale mesmo pelas pernas maravilhosas da Garner e é só.
Pablo Aluísio.
Título Original: 13 Going on 30
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios
Direção: Gary Winick
Roteiro: Josh Goldsmith, Cathy Yuspa
Elenco: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer
Sinopse:
Em 1987, maltratada pelos colegas na sua festa de 13 anos, garota sonha em ser adulta e acorda em 2004, com 30 anos, como uma poderosa editora de revista de moda em Nova York. Mas logo se decepciona com o tipo de mulher que se tornou e tenta recuperar o amor de seu ex-vizinho da adolescência, que está para se casar com outra. Filme indicado ao MTV Movie Awards, People's Choice Awards e Teen Choice Awards.
Comentários:
Assisti no cinema, mas falando sinceramente, nunca achei grande coisa. O roteiro explora a velha fórmula dos "corpos trocados" que fez tanto sucesso na década de 1980. No caso aqui não é bem um corpo trocado com outra pessoa, mas sim uma troca de mentalidades, uma garotinha recebe sua mentalidade aos 30 e tantos anos e uma mulher adulta fica com a mentalidade de uma adolescente. Funciona? Em termos apenas. A atriz Jennifer Garner é carismática e talentosa e aqui, vamos fazer jus, segura o filme literalmente nas costas. Existem algumas cenas que cairam no gosto popular como aquela em que ela dança "Thriller" de Michael Jackson em um salão de festas. Inicialmente as pessoas ficam retraídas, mas aos poucos vão se chegando quando Garner, sem timidez, começa a repetir a coreografia clássica do clip de Jackson (só faltou a jaqueta vermelha!). Brega e piegas, mas divertido, temos que admitir. Mark Ruffalo divide os holofotes com Garner e interpreta uma velha paixão da adolescência que ela resolve correr atrás. Ele aliás continua o mesmo, com aquela cara de enfadonho que sabe-se lá o porquê, faz sucesso entre as mulheres. No geral é isso, uma comediazinha com toques dramáticos e um argumento de filosofia de botequim. Vale mesmo pelas pernas maravilhosas da Garner e é só.
Pablo Aluísio.
Rock Hudson - Labirinto de Paixões
Aproveitei o tempo livre do fim de semana para conferir mais um clássico. O filme em questão se chama "Labirinto de Paixões" (The Spiral Road, EUA, 1962). Na história o astro Rock Hudson interpreta o médico Anton Drager. Como empregado da companhia das índias orientais ele é enviado para uma distante e isolada colônia holandesa nos mares do Pacífico. Perto de Bornéu, a região é daquelas que muitas vezes nem sequer é mencionada nos mapas. Drager não quer fazer carreira naquele lugar esquecido por Deus. Na verdade ele pretende apenas se valer das anotações de um médico veterano, o Dr. Brits Jansen (Burl Ives), para escrever sua própria pesquisa acadêmica.
Ele tem planos de publicar o seu trabalho científico na Europa quando retornar de Bornéu, para quem sabe ficar rico com ele. O velho Dr. Jansen vive há muitos anos naquelas florestas, convivendo com doenças tropicais e isso certamente lhe trouxe muito conhecimento sobre o tema. Drager quer se aproveitar de sua experiência. Doenças como cólera, peste negra e lepra são bem comuns naquelas populações nativas. O que o jovem médico não contava é que trabalhar naqueles lugares inóspitos certamente não seria algo fácil. Em pouco tempo ele descobre um novo mundo, com pessoas e profissionais realmente dedicados, dando literalmente suas próprias vidas para ajudar aquelas comunidades desprovidas de civilização. A estadia de Drager logo se torna uma jornada dentro de si mesmo, com picos de desespero e até mesmo insanidade.
O filme tem um ótimo roteiro, se aproveitando muito bem do choque que surge do encontro entre o homem civilizado e o mundo selvagem daquela região. As populações são muito primitivas ainda, mergulhadas em um misticismo mágico onde a cura viria das crenças nos deuses das florestas e não da medicina. O médico interpretado por Rock Hudson é filho de um pastor. Seu pai era violento e isso destruiu sua fé em Deus. Ele não suportava a hipocrisia de seu próprio pai, um homem que pregava sobre amor e Deus na igreja ao mesmo tempo em que maltratava sua esposa e filhos em casa. A hipocrisia assim destruiu sua crença em um ser superior. Esse fato rende ótimos momentos durante o filme. O Dr. de Rock é várias vezes confrontado com seu ateísmo e o mundo selvagem em que está inserido. Há inclusive um ótimo diálogo entre ele e o velho Dr. Jansen que lhe explica que no meio da selva tropical não há outra alternativa para a sobrevivência do que acreditar em uma entidade superiora, divina.
Com um roteiro tão rico e uma trama tão interessante não é de se admirar que o diretor Robert Mulligan tenha realizado um grande filme. As filmagens foram penosas e complicadas pois foram realizadas em locações do Suriname. A equipe passou por inúmeros problemas, inclusive doenças tropicais (numa suprema ironia tal como aconteceu com os personagens no enredo do filme). O próprio Rock Hudson quase morreu ao contrair uma infecção tropical. Mesmo com tantos problemas o resultado se mostra excelente. Com uma longa duração o filme se desenvolve muito bem, explorando adequadamente todos os personagens. Dentre eles eu destaco o Dr. Brits Jansen. Eu já tive várias oportunidades de elogiar o ator Burl Ives e volto a elogiá-lo aqui. Ives era grandioso não apenas no que se refere ao seu grande corpanzil, mas sobretudo por seu grande talento dramático. Ele geralmente roubava os filmes em que atuava. Aqui aconteceu de novo. Enfim, "Labirinto de Paixões" é mais um belo filme que confiro da filmografia de Rock Hudson. Um excelente drama com pitadas de aventura, psicologia e até, pasmem, um pouquinho de teologia!
Pablo Aluísio.
Ele tem planos de publicar o seu trabalho científico na Europa quando retornar de Bornéu, para quem sabe ficar rico com ele. O velho Dr. Jansen vive há muitos anos naquelas florestas, convivendo com doenças tropicais e isso certamente lhe trouxe muito conhecimento sobre o tema. Drager quer se aproveitar de sua experiência. Doenças como cólera, peste negra e lepra são bem comuns naquelas populações nativas. O que o jovem médico não contava é que trabalhar naqueles lugares inóspitos certamente não seria algo fácil. Em pouco tempo ele descobre um novo mundo, com pessoas e profissionais realmente dedicados, dando literalmente suas próprias vidas para ajudar aquelas comunidades desprovidas de civilização. A estadia de Drager logo se torna uma jornada dentro de si mesmo, com picos de desespero e até mesmo insanidade.
O filme tem um ótimo roteiro, se aproveitando muito bem do choque que surge do encontro entre o homem civilizado e o mundo selvagem daquela região. As populações são muito primitivas ainda, mergulhadas em um misticismo mágico onde a cura viria das crenças nos deuses das florestas e não da medicina. O médico interpretado por Rock Hudson é filho de um pastor. Seu pai era violento e isso destruiu sua fé em Deus. Ele não suportava a hipocrisia de seu próprio pai, um homem que pregava sobre amor e Deus na igreja ao mesmo tempo em que maltratava sua esposa e filhos em casa. A hipocrisia assim destruiu sua crença em um ser superior. Esse fato rende ótimos momentos durante o filme. O Dr. de Rock é várias vezes confrontado com seu ateísmo e o mundo selvagem em que está inserido. Há inclusive um ótimo diálogo entre ele e o velho Dr. Jansen que lhe explica que no meio da selva tropical não há outra alternativa para a sobrevivência do que acreditar em uma entidade superiora, divina.
Com um roteiro tão rico e uma trama tão interessante não é de se admirar que o diretor Robert Mulligan tenha realizado um grande filme. As filmagens foram penosas e complicadas pois foram realizadas em locações do Suriname. A equipe passou por inúmeros problemas, inclusive doenças tropicais (numa suprema ironia tal como aconteceu com os personagens no enredo do filme). O próprio Rock Hudson quase morreu ao contrair uma infecção tropical. Mesmo com tantos problemas o resultado se mostra excelente. Com uma longa duração o filme se desenvolve muito bem, explorando adequadamente todos os personagens. Dentre eles eu destaco o Dr. Brits Jansen. Eu já tive várias oportunidades de elogiar o ator Burl Ives e volto a elogiá-lo aqui. Ives era grandioso não apenas no que se refere ao seu grande corpanzil, mas sobretudo por seu grande talento dramático. Ele geralmente roubava os filmes em que atuava. Aqui aconteceu de novo. Enfim, "Labirinto de Paixões" é mais um belo filme que confiro da filmografia de Rock Hudson. Um excelente drama com pitadas de aventura, psicologia e até, pasmem, um pouquinho de teologia!
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Manhattan
Título no Brasil: Manhattan
Título Original: Manhattan
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Jack Rollins & Charles H. Joffe Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Marshall Brickman
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Meryl Streep, Mariel Hemingway
Sinopse:
Isaac (Woody Allen) é um sujeito muito mal resolvido na vida sentimental. Ele acabou de se divorciar de Jill (Meryl Streep) mas não consegue cortar os laços afetivos com ela. Ao mesmo tempo está indeciso entre qual mulher ficará, Mary (Diane Keaton) ou Tracy (Mariel Hemingway), uma jovem estudante? No meio de tantas dúvidas resolve escrever um livro sobre aspectos pessoais de sua própria vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Mariel Hemingway) e Melhor Roteiro Original (Woody Allen, Marshall Brickman). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Comentários:
Um dos filmes mais queridos da carreira de Woody Allen. Por essa época o diretor e ator já estava deixando completamente de lado sua imagem de humorista trapalhão para assumir uma postura bem mais cult e intelectual. "Manhattan" é bem isso. Uma tentativa (muito bem sucedida, aliás) de ser visto finalmente como diretor autoral, com conteúdo, que tinha algo relevante a dizer. Hoje em dia Allen está fazendo uma verdadeira tour mundial realizando filmes em diversas cidades mundo afora mas não é segredo para ninguém que ele ama mesmo é a cosmopolita Nova Iorque. Quem duvida ainda da afirmação precisa ver (ou rever) esse filme para entender. Allen adota um tom de carinho mesmo pela cidade, fazendo um painel muito amoroso com os recantos da grande maçã. Já em relação ao roteiro, sobre um homem de quarenta e poucos anos envolvido em diversos problemas amorosos não podemos deixar de fazer uma ligação com a própria vida do diretor. Os filmes de Allen sempre foram em maior ou menor grau apenas autobiografias disfarçadas em celuloide. Recentemente o diretor foi acusado por um de seus filhos adotivos de ter mantido relações indecorosas quando ela ainda era menor de idade. Pois bem, nesse roteiro Allen também se vê apaixonado por uma garota de apenas 17 anos! A vida imita a arte? Quem sabe...
Pablo Aluísio.
Título Original: Manhattan
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Jack Rollins & Charles H. Joffe Productions
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen, Marshall Brickman
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Meryl Streep, Mariel Hemingway
Sinopse:
Isaac (Woody Allen) é um sujeito muito mal resolvido na vida sentimental. Ele acabou de se divorciar de Jill (Meryl Streep) mas não consegue cortar os laços afetivos com ela. Ao mesmo tempo está indeciso entre qual mulher ficará, Mary (Diane Keaton) ou Tracy (Mariel Hemingway), uma jovem estudante? No meio de tantas dúvidas resolve escrever um livro sobre aspectos pessoais de sua própria vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Mariel Hemingway) e Melhor Roteiro Original (Woody Allen, Marshall Brickman). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Comentários:
Um dos filmes mais queridos da carreira de Woody Allen. Por essa época o diretor e ator já estava deixando completamente de lado sua imagem de humorista trapalhão para assumir uma postura bem mais cult e intelectual. "Manhattan" é bem isso. Uma tentativa (muito bem sucedida, aliás) de ser visto finalmente como diretor autoral, com conteúdo, que tinha algo relevante a dizer. Hoje em dia Allen está fazendo uma verdadeira tour mundial realizando filmes em diversas cidades mundo afora mas não é segredo para ninguém que ele ama mesmo é a cosmopolita Nova Iorque. Quem duvida ainda da afirmação precisa ver (ou rever) esse filme para entender. Allen adota um tom de carinho mesmo pela cidade, fazendo um painel muito amoroso com os recantos da grande maçã. Já em relação ao roteiro, sobre um homem de quarenta e poucos anos envolvido em diversos problemas amorosos não podemos deixar de fazer uma ligação com a própria vida do diretor. Os filmes de Allen sempre foram em maior ou menor grau apenas autobiografias disfarçadas em celuloide. Recentemente o diretor foi acusado por um de seus filhos adotivos de ter mantido relações indecorosas quando ela ainda era menor de idade. Pois bem, nesse roteiro Allen também se vê apaixonado por uma garota de apenas 17 anos! A vida imita a arte? Quem sabe...
Pablo Aluísio.
Spartacus
Título no Brasil: Spartacus
Título Original: Spartacus
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Dalton Trumbo, Howard Fast
Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Peter Ustinov, Tony Curtis, Charles Laughton, John Gavin, John Ireland
Sinopse:
Durante a República da Antiga Roma, um escravo chamado Spartacus (Kirk Douglas), treinado para ser um gladiador nas arenas de combate, resolve liderar uma Insurreição contra a escravidão, levantando um verdadeiro exército de escravizados contra o poder de Roma. Para deter a rebelião o senado romano envia o general Crassus (Laurence Olivier) com a missão de aniquilar todos os revoltosos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Peter Ustinov), Melhor Fotografia, Direção de Arte e Figurino. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Comentários:
Ainda considerado um dos grandes clássicos épicos da história do cinema americano, "Spartacus" é uma verdadeira obra prima. Curiosamente foi um projeto bem pessoal do ator Kirk Douglas que via grande potencial na famosa história do escravo Spartacus, que ousou liderar a maior rebelião em busca da liberdade da Roma Antiga. Para transformar o projeto em um grande filme ele resolveu contratar o roteirista Dalton Trumbo que na época estava na lista negra da caça às bruxas em Hollywood. Douglas não se importou e teve a coragem de trazer o escritor para o filme. Adaptando a novela de Howard Fast ele criou um texto magnífico que daria origem a um enredo edificante e muito inspirado. Apesar de ter três horas de duração nunca se torna cansativo ou enfadonho, fruto do grande trabalho de Trumbo. Além dele o filme ainda contou com a primorosa direção de Stanley Kubrick, naquele que pode ser considerado o único épico histórico de sua carreira. O diretor foi minucioso na recriação do modo de vida dos romanos da época, estudando a fundo os mosaicos que sobreviveram ao tempo. Um historiador foi inclusive contratado atendendo uma sugestão de Kubrick que sempre foi um perfeccionista. Some-se a isso um elenco de primeira linha contando com Kirk Douglas em grande forma física, Peter Ustinov como o dono da casa de Batiatus (ele seria premiado com o Oscar por sua atuação), Laurence Olivier como o astuto general e político romano Crassus e Tony Curtis interpretando o escravo Antoninus, menestrel e declamador de poesias. Sua cena no banho ao lado de Olivier se tornou famosa por causa das claras insinuações homossexuais entre os dois personagens. A película sofreu uma restauração em 1991 resultando em uma versão com 10 minutos a mais de projeção, seguindo os planos iniciais de Kubrick. Em suma "Spartacus" merece todo o status que possui pois é de fato um dos grandes filmes da história.
Pablo Aluísio.
Título Original: Spartacus
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Dalton Trumbo, Howard Fast
Elenco: Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Peter Ustinov, Tony Curtis, Charles Laughton, John Gavin, John Ireland
Sinopse:
Durante a República da Antiga Roma, um escravo chamado Spartacus (Kirk Douglas), treinado para ser um gladiador nas arenas de combate, resolve liderar uma Insurreição contra a escravidão, levantando um verdadeiro exército de escravizados contra o poder de Roma. Para deter a rebelião o senado romano envia o general Crassus (Laurence Olivier) com a missão de aniquilar todos os revoltosos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Peter Ustinov), Melhor Fotografia, Direção de Arte e Figurino. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama.
Comentários:
Ainda considerado um dos grandes clássicos épicos da história do cinema americano, "Spartacus" é uma verdadeira obra prima. Curiosamente foi um projeto bem pessoal do ator Kirk Douglas que via grande potencial na famosa história do escravo Spartacus, que ousou liderar a maior rebelião em busca da liberdade da Roma Antiga. Para transformar o projeto em um grande filme ele resolveu contratar o roteirista Dalton Trumbo que na época estava na lista negra da caça às bruxas em Hollywood. Douglas não se importou e teve a coragem de trazer o escritor para o filme. Adaptando a novela de Howard Fast ele criou um texto magnífico que daria origem a um enredo edificante e muito inspirado. Apesar de ter três horas de duração nunca se torna cansativo ou enfadonho, fruto do grande trabalho de Trumbo. Além dele o filme ainda contou com a primorosa direção de Stanley Kubrick, naquele que pode ser considerado o único épico histórico de sua carreira. O diretor foi minucioso na recriação do modo de vida dos romanos da época, estudando a fundo os mosaicos que sobreviveram ao tempo. Um historiador foi inclusive contratado atendendo uma sugestão de Kubrick que sempre foi um perfeccionista. Some-se a isso um elenco de primeira linha contando com Kirk Douglas em grande forma física, Peter Ustinov como o dono da casa de Batiatus (ele seria premiado com o Oscar por sua atuação), Laurence Olivier como o astuto general e político romano Crassus e Tony Curtis interpretando o escravo Antoninus, menestrel e declamador de poesias. Sua cena no banho ao lado de Olivier se tornou famosa por causa das claras insinuações homossexuais entre os dois personagens. A película sofreu uma restauração em 1991 resultando em uma versão com 10 minutos a mais de projeção, seguindo os planos iniciais de Kubrick. Em suma "Spartacus" merece todo o status que possui pois é de fato um dos grandes filmes da história.
Pablo Aluísio.
9 1/2 Semanas de Amor
Título no Brasil: 9 1/2 Semanas de Amor
Título Original: Nine 1/2 Weeks
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Adrian Lyne
Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King
Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton
Sinopse:
Elizabeth (Kim Basinger) conhece casualmente John (Mickey Rourke) e decide se envolver com ele. No fundo ela sabe muito pouco sobre seu parceiro, nenhum detalhe, sobre quem ele é ou o que ele faz, porém se entrega totalmente aos seus jogos sexuais que vão se tornando cada vez mais bem elaborados e sensuais durante as nove semanas e meia que ficam juntos.
Comentários:
Filme que fez muito sucesso e marcou época. Retrata uma paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor, como o próprio título sugere. Sempre achei esse roteiro muito parecido com o clássico erótico "O Último Tango em Paris" pois em ambos temos um casal de amantes que decide viver um romance onde os aspectos periféricos da relação são deixados de lado em prol de um envolvimento puro, sem preocupações sociais ou de status, valorizando apenas a atração física, a pura carne, de forma direta e sem culpas. Os dois personagens sempre resistem em saber mais um sobre o outro justamente por essa razão. O filme utiliza uma linguagem que na época estava muito em voga no mundo da publicidade e de videoclips. Nada mais natural já que o diretor Adrian Lyne vinha justamente desse mundo. O roteiro, temos que admitir, é bem minimalista, não procurando desenvolver muito os dois personagens principais. No caso aqui a forma foi bem mais trabalhada do que o conteúdo. Para algo assim funcionar era necessário ter o elenco certo e Lyne conseguiu isso unindo Mickey Rourke (ainda em plena forma, na sua fase galã) com Kim Basinger, que era considerada símbolo sexual. Revisto hoje em dia muitos aspectos de linguagem e produção mostram sinais de envelhecimento, o velho charme e sensualidade porém ainda estão lá.
Pablo Aluísio.
Título Original: Nine 1/2 Weeks
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Adrian Lyne
Roteiro: Sarah Kernochan, Zalman King
Elenco: Mickey Rourke, Kim Basinger, Margaret Whitton
Sinopse:
Elizabeth (Kim Basinger) conhece casualmente John (Mickey Rourke) e decide se envolver com ele. No fundo ela sabe muito pouco sobre seu parceiro, nenhum detalhe, sobre quem ele é ou o que ele faz, porém se entrega totalmente aos seus jogos sexuais que vão se tornando cada vez mais bem elaborados e sensuais durante as nove semanas e meia que ficam juntos.
Comentários:
Filme que fez muito sucesso e marcou época. Retrata uma paixão que dura exatamente nove semanas e meia de amor, como o próprio título sugere. Sempre achei esse roteiro muito parecido com o clássico erótico "O Último Tango em Paris" pois em ambos temos um casal de amantes que decide viver um romance onde os aspectos periféricos da relação são deixados de lado em prol de um envolvimento puro, sem preocupações sociais ou de status, valorizando apenas a atração física, a pura carne, de forma direta e sem culpas. Os dois personagens sempre resistem em saber mais um sobre o outro justamente por essa razão. O filme utiliza uma linguagem que na época estava muito em voga no mundo da publicidade e de videoclips. Nada mais natural já que o diretor Adrian Lyne vinha justamente desse mundo. O roteiro, temos que admitir, é bem minimalista, não procurando desenvolver muito os dois personagens principais. No caso aqui a forma foi bem mais trabalhada do que o conteúdo. Para algo assim funcionar era necessário ter o elenco certo e Lyne conseguiu isso unindo Mickey Rourke (ainda em plena forma, na sua fase galã) com Kim Basinger, que era considerada símbolo sexual. Revisto hoje em dia muitos aspectos de linguagem e produção mostram sinais de envelhecimento, o velho charme e sensualidade porém ainda estão lá.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
Os Rifles de Batasi
Título no Brasil: Os Rifles de Batasi
Título Original: Guns at Batasi
Ano de Produção: 1964
País: Inglaterra
Estúdio: George H. Brown Productions
Direção: John Guillermin
Roteiro: Robert Holles
Elenco: Richard Attenborough, Mia Farrow, Jack Hawkins, Flora Robson
Sinopse:
Numa distante e isolada colônia britânica na África, uma revolução pedindo a independência daquela nação da Inglaterra pega um grupo de oficiais e soldados britânicos de surpresa. Os rebeldes se apoderam das armas do exército inglês e começam um motim, cercando o regimento de oficiais liderados pelo Sargento-Major Lauderdale (Richard Attenborough). Para piorar a situação ele precisa manter a salvo a parlamentar Barker-Wise (Flora Robson) e a representante da nações unidas Karen Eriksson (Mia Farrow). Lá fora rugem milhares de revolucionários que querem acertar as contas com os imperialistas estrangeiros.
Comentários:
A história da colonização europeia na África foi certamente uma tragédia. Isso não apenas pelo fato de países estrangeiros dominarem aquelas nações africanas por anos, mas também pelas sangrentas guerras civis que explodiram após a saída de ingleses, franceses e belgas do solo africano. Esse filme retrata o momento em que o sistema colonial começava a ruir. O enredo se passa durante a era vitoriana, quando o povo de um lugar inóspito da África resolveu se rebelar contra a presença inglesa. O povo saiu às ruas e um grupo se armou com o próprio arsenal roubado do exército britânico para expulsar os estrangeiros. Avisados para se renderem, um oficial britânico se recusou a depor armas. Esse personagem, o militar Lauderdale, é uma das grandes atrações do filme, justamente por causa da brilhante atuação de Richard Attenborough. Se você acompanha cinema há muito tempo sabe que Attenborough foi um dos mais talentosos e brilhantes diretores ingleses de todos os tempos. Ele dirigiu grandes clássicos como "Uma Ponte Longe Demais" e "Um Grito de Liberdade", mas se consagrou mesmo por "Gandhi" quando foi premiado com o Oscar de Melhor Direção. Era realmente um grande mestre. O interesse nesse filme é que vemos aqui seu trabalho como ator. Ele se sai maravilhosamente bem. Seu papel é deliciosamente exagerado, um oficial absurdamente pomposo e rígido, dado a acessos de fúria quando contrariado nos menores detalhes. Assim que surge em cena pela primeira vez sabemos que estamos diante de uma grande atuação. No mais o filme é muito bem escrito e realizado, mostrando a qualidade do cinema inglês durante os anos 60. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina (Mia Farrow). Também premiado pelo BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Richard Attenborough).
Pablo Aluísio.
Título Original: Guns at Batasi
Ano de Produção: 1964
País: Inglaterra
Estúdio: George H. Brown Productions
Direção: John Guillermin
Roteiro: Robert Holles
Elenco: Richard Attenborough, Mia Farrow, Jack Hawkins, Flora Robson
Sinopse:
Numa distante e isolada colônia britânica na África, uma revolução pedindo a independência daquela nação da Inglaterra pega um grupo de oficiais e soldados britânicos de surpresa. Os rebeldes se apoderam das armas do exército inglês e começam um motim, cercando o regimento de oficiais liderados pelo Sargento-Major Lauderdale (Richard Attenborough). Para piorar a situação ele precisa manter a salvo a parlamentar Barker-Wise (Flora Robson) e a representante da nações unidas Karen Eriksson (Mia Farrow). Lá fora rugem milhares de revolucionários que querem acertar as contas com os imperialistas estrangeiros.
Comentários:
A história da colonização europeia na África foi certamente uma tragédia. Isso não apenas pelo fato de países estrangeiros dominarem aquelas nações africanas por anos, mas também pelas sangrentas guerras civis que explodiram após a saída de ingleses, franceses e belgas do solo africano. Esse filme retrata o momento em que o sistema colonial começava a ruir. O enredo se passa durante a era vitoriana, quando o povo de um lugar inóspito da África resolveu se rebelar contra a presença inglesa. O povo saiu às ruas e um grupo se armou com o próprio arsenal roubado do exército britânico para expulsar os estrangeiros. Avisados para se renderem, um oficial britânico se recusou a depor armas. Esse personagem, o militar Lauderdale, é uma das grandes atrações do filme, justamente por causa da brilhante atuação de Richard Attenborough. Se você acompanha cinema há muito tempo sabe que Attenborough foi um dos mais talentosos e brilhantes diretores ingleses de todos os tempos. Ele dirigiu grandes clássicos como "Uma Ponte Longe Demais" e "Um Grito de Liberdade", mas se consagrou mesmo por "Gandhi" quando foi premiado com o Oscar de Melhor Direção. Era realmente um grande mestre. O interesse nesse filme é que vemos aqui seu trabalho como ator. Ele se sai maravilhosamente bem. Seu papel é deliciosamente exagerado, um oficial absurdamente pomposo e rígido, dado a acessos de fúria quando contrariado nos menores detalhes. Assim que surge em cena pela primeira vez sabemos que estamos diante de uma grande atuação. No mais o filme é muito bem escrito e realizado, mostrando a qualidade do cinema inglês durante os anos 60. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina (Mia Farrow). Também premiado pelo BAFTA Awards na categoria Melhor Ator (Richard Attenborough).
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 13 de abril de 2016
As Confissões de Schmidt
Título no Brasil: As Confissões de Schmidt
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney
Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).
Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva.
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney
Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).
Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva.
Há uma melancolia e falta de esperança que incomodam um pouco. Devagar porém vamos nos acostumando com a proposta e os personagens em cena e tudo parece ficar bem mais claro e limpo. Jack, genial como sempre, surpreende justamente por se despir de sua imagem pública para abraçar um personagem que de sua própria maneira é bem trágico e angustiado. O extremo oposto do que estamos acostumados a ver Jack Nicholson interpretar nas telas. Como sempre o talento do ator se faz presente pois ele interpreta seu Warren Schmidt com uma naturalidade incrível. Ao que tudo indica Jack quis mostrar que, em certas ocasiões, o menos é mais em termos de interpretação, tanto que foi indicado ao Oscar e venceu o Globo de Ouro por seu trabalho. Ele não procura impressionar o espectador com grandes gestos ou uma atuação exagerada, pelo contrário, abraça a delicadeza e a sutileza. O menor gesto causa um grande impacto. O resultado é que Nicholson foi novamente celebrado por seu trabalho. de forma extremamente merecida aliás. Não que isso venha a importar para ele nessa fase de sua carreira, pois no fundo é apenas a coroação de um profissional brilhante, como poucos surgidos na história de Hollywood. O velho Jack já superou tudo isso.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Conspiração e Poder
Título no Brasil: Conspiração e Poder
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).
Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa.
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).
Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa.
Diante dessa posição não era de se admirar que odiasse republicanos e conservadores em geral. Ao pagar para ver, acabou se dando muito mal. Mesmo com esse viés ideológico o filme se revela muito bom. Tem um elenco que certamente chamará a atenção dos cinéfilos, a começar pela própria Cate Blanchett que está passando por uma fase maravilhosa (vide seu recém lançado filme "Carol"). As presenças de Robert Redford e Dennis Quaid também me agradaram muito. A despeito do grande talento que possuem devo confessar também que fiquei bem surpreso com a aparência deles. Estão bem envelhecidos, mostrando sem receios as marcas do tempo. Ponto positivo para ambos, pois não se renderam à moda das cirurgias plásticas que costumam deformar o rosto de atores e atrizes, algo que infelizmente anda muito em voga em Hollywood. Envelhecer com dignidade revela acima de tudo um grande caráter por parte deles. Então é isso. Temos aqui um bom filme, especialmente indicado para jornalistas e estudantes de jornalismo em geral, que só peca mesmo por causa de seus problemas ideológicos. Se tivesse sido mais imparcial seria uma grande obra cinematográfica. Do jeito que ficou vale pelo elenco e pela boa direção. Está recomendado.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
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