sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1

Como aconteceu com "Harry Potter" e "Crepúsculo" os produtores resolveram dividir em duas partes a conclusão de "Jogos Vorazes". Ora, se é possível lucrar duas vezes com uma mesma história não haveria mesmo outro caminho a seguir. Money Talks, como gostam de dizer os americanos. Então vamos lá de novo! Nesse filme a heroína Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é escolhida para servir como símbolo da luta da rebelião dos distritos oprimidos contra a Capital. A situação é de guerra civil. Os distritos estão em escombros após pesados bombardeiros do poder central. No meio das ruínas Katniss é levada para estrelar uma série de vídeos com o objetivo de levantar a moral dos rebeldes. Para sua surpresa seu amado Peeta Mellark (Josh Hutcherson) começa a fazer a mesma coisa, só que do lado inimigo. A partir daí começa uma verdadeira guerra de propaganda de ambos os lados, o que acaba se revelando também uma tortura psicológica para Katniss porque afinal de contas ela nunca deixou de amar Peeta, mesmo agora, quando ele definitivamente está agindo de um modo nada normal, como se realmente estivesse abraçando a causa dos opressores. Para a líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) porém tudo é válido para tirar do poder o tirânico e ditador Presidente Snow (Donald Sutherland), agora mais cruel e violento do que nunca por causa das lutas envolvendo a população civil dos distritos. Mesmo que Katniss saia machucada emocionalmente de tudo o que está acontecendo, sua participação se torna vital no esforço de guerra. Enquanto um lado tenta destruir o outro, quem acaba sofrendo mesmo são as pessoas desarmadas e indefesas. Muitas delas ainda conseguem lutar  apenas com suas próprias mãos, mas isso acaba tornando tudo ainda mais sangrento e destrutivo.

Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro:  Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.

Pablo Aluísio. 

10 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★
    Elenco: ★★★
    Produção: ★★★★
    Roteiro: ★★★
    Cotação Geral: ★★★
    Nota Geral: 7,7

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. É, agora virou moda justificar o caça níqueis assim. Como disse o Vin Diesel: "é o fim da franquia Velozes e Furiosos, só vamos fazer mais três filmes e... acabou!"

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  3. O pior é que geralmente são filmes que não chegam a lugar nenhum, já que apenas preparam tudo para o seguinte. Um questão puramente comercial, como escrevi.

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  4. Exatamente.

    Pablo, pra não desperdiçar o espaço, assisti 007 Spectre, no cinema..Você já viu? Só vou ao cinema pra ver 007, o resto vejo no computador. Odeio essa gente idiota que vai ao cinema com sacos de pipoca de dois quilos, e DRs para ser resolvidas durante o filme. Na verdade, detesto gente.

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  5. Eu ainda não vi o novo Bond. Estou programando para ir essa semana ao cinema com a Thaís, no mais tardar no domingo que vem. Acredito que lá para segunda-feira da próxima semana eu publicarei por aqui minha resenha sobre o filme.

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  6. Visão subjetiva: meio filme é muito bom e meio filme não. Só não vou contar o quero dizer, porque vou estragar seu programa e da Thais, Na verdade é que na época de ouro das séries de TV é complicado ficar três ou quatro anos esperando um novo filme de uma determinada franquia para descobrir que cometeram erros bobos e você terá que aguardar outro período mais ou menos igual pra ver se consertam a burrada. Estou envelhecendo vendo acertos e erros da serie 007, desde: atores, roteiro, direção, estória, etc. e o pior é que estou ficando sem tempo.

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  7. Esse será, pelo que foi divulgado, o último filme com Daniel Craig que já está chegando aos 50 anos. Ele mesmo afirmou que não pretende de jeito nenhum rodar outro filme com o personagem. Pelo que andei lendo por aí realmente não se trata de um grande filme. Dizem ser irregular. Vamos ver.

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  8. Pablo, em tempo, o Daniel Craig está muito bem no Spectre, em alguns aspectos, intensidade e veracidade nas cenas de ação, por exemplo, é o melhor 007 até hoje, ou seja, a culpa não é dele.

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  9. A principal característica do Craig é justamente essa. Ele certamente não tem o charme de Sean Connery e nem a elegância do Brosnan, porém no quesito "força" ele certamente se sobressai.

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