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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

E Deus Criou a Mulher

E Deus Criou a Mulher
Nesse clássico do cinema francês a atriz Brigitte Bardot interpreta uma jovem que viveu toda a sua vida em um orfanato. Ela cresceu, se tornou uma bela mulher e agora vive em uma pequena e pacata cidade no litoral da França. Ela passa a trabalhar em uma pequena livraria e sendo a mulher mais bonita da região, começa a ser cortejada e cobiçada por vários homens, entre eles um coroa endinheirado e dois jovens irmãos, que são apaixonados por ela. Só que a garota não quer esse tipo de compromisso, quer viver sua vida livremente, sem as amarras de um compromisso sério. O problema é que a pressão volta, quando ela é ameaçada a ser levada de volta ao orfanato (afinal ainda é menor de idade). Então ela se casa com aquele irmão mais jovem que se declara apaixonada por sua beleza, uma decisão que não vai ser a mais certa de sua vida, como ela logo passará a entender. 

Esse filme definiu toda a imagem de símbolo sexual de BB. Ela foi, ao lado de Marilyn Monroe, o maior símbolo sexual dos anos 60. E estava muito jovem quando fez esse filme. Uma beleza toda natural, jovial, nada artificial. Penso inclusive que o diretor Roger Vadim não aproveitou todo o potencial que ela tinha no cinema naquela época. Ao invés de privilegiar os closes naquele rosto perfeito, preferiu longos tomadas de cena ao longe, para mostrar toda a bela natureza da região onde o filme foi rodado. Ainda assim o espectador não consegue mesmo tirar os olhos de Bardot. Ela é toda sensualidade, um misto de garota travessa com mulher estonteante. Mesmo sendo a mais bonita moradora daquela pequena cidade, ela rejeita o glamour, ainda gosta de andar de bicicleta, com os pés descalços. Toda livre! Logo na primeira cena surge nua, tomando sol no quintal de sua casa. O público masculino dos anos 60 suspirava com essas aparições de Bardot no cinema. Não foi à toa que ela se tornou um ícone da beleza e sensualidade em sua época. E esse filme foi seu cartão de visitas definitivo. 

E Deus Criou a Mulher (Et Dieu... créa la femme. França, 1956) Direção: Roger Vadim / Roteiro: Roger Vadim, Raoul Lévy / Elenco: Brigitte Bardot, Curd Jürgens, Jean-Louis Trintignant / Sinopse: Uma bela jovem francesa encanta os homens de sua cidade por causa de sua beleza estonteante e seu modo de ser, sempre em busca da liberdade pessoal. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Barbarella

Para um jovem dos dias atuais esse filme vai parecer bem estranho, com visual kitsch. Porém é inegável que essa produção de Sci-Fi lisérgico e psicodélico dos anos 60 fez muito a cabeça daqueles garotos que a assistiram pela primeira vez. O curioso é que para gostar e entender completamente "Barbarella" deve-se olhar para o passado e não para o futuro onde supostamente seu enredo se passa. Isso porque tudo nesse filme nos remete aos anos 60 mesmo. Desde os figurinos, cabelos, o estilo do roteiro, etc. Como eu já escrevi essa ficção está mais para uma viagem de ácido lisérgico do que para uma viagem espacial em um futuro não determinado. Assim esses astronautas não fazem muito sentido, a não ser que estivessem em uma viagem de LSD.

E qual é a história que esse filme nos conta? A jovem e bela Barbarella enfrenta um vilão cósmico que deseja destruir o universo. Clichê total, não é mesmo? Ignore, assista ao filme com o olhar da contracultura dos anos 60 e entenda sua proposta. E, como não poderia deixar de ser, aprecie a beleza da atriz Jane Fonda, bem jovem, muito bonita, em suas roupas espaciais nada tecnológicas. Ela se destacou dentro daquela geração justamente por levantar bandeiras progressistas, o que causou enormes brigas com sua famoso pai, Henry Fonda. Então é isso, fica a dica dessa viagem espacial muito louca, tudo turbinado com a mentalidade psicodélica daqueles anos revolucionários.

Barbarella (Barbarella, França, Itália, 1968) Direção: Roger Vadim / Roteiro:  Jean-Claude Forest / Elenco: Jane Fonda, John Phillip Law, Anita Pallenberg / Sinopse: Barbarella (Jane Fonda), uma astronauta do século 41, sai para encontrar e deter o cientista malvado Durand Durand, cujo Raio Positrônico ameaça trazer o mal de volta à galáxia.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de junho de 2018

Garotas Lindas aos Montes

Título no Brasil: Garotas Lindas aos Montes
Título Original: Pretty Maids All in a Row
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Roger Vadim
Roteiro: Gene Roddenberry, Francis Pollini
Elenco: Rock Hudson, Angie Dickinson, Telly Savalas, Roddy McDowall

Sinopse:
Um grupo cada vez maior de garotas começa a ser atacado por um criminoso desconhecido. As jovens e bonitas estudantes de um colégio na região logo ficam assustadas, com medo de saírem na rua. Michael 'Tiger' McDrew (Hudson), por outro lado, não parece se importar muito. Para ele o que realmente importa é aumentar cada vez mais o número de conquistas amorosas. Roteiro escrito por Gene Roddenberry, o criador da famosa série televisiva "Jornada nas Estrelas" (Star Trek).

Comentários:
Quando esse filme chegou aos cinemas o New York Times ironizou ao dizer: "Poxa, os filmes com Rock Hudson mudaram muito desde os tempos de suas doces e inocentes comédias românticas ao lado de Doris Day!". Era uma ironia que no fundo retratava uma verdade. "Garotas Lindas aos Montes" mostrava bem que não havia mais espaço para a inocência dentro do cinema americano. O personagem de Rock Hudson hoje em dia seria visto como um cafajeste ou em uma visão mais crítica, um misógino. Trabalhando em um High School da Califórnia (o equivalente a uma escola de ensino médio no Brasil), ele não se importa em agir fora dos padrões e seduzir quem quer que cruze seu caminho. O personagem de Rock exala sexualidade à flor da pele e com isso leva para a cama as colegas professoras, as alunas e até mesmo as secretárias. Curiosamente o próprio Rock afirmou na época que estava em busca de um papel assim, para mudar sua imagem de bom mocismo construído após tantos anos de carreira. O problema é que o público não o queria ver em personagens desse tipo e o filme afundou feio nas bilheterias, se tornando logo um grande fracasso comercial. A fita chegou até mesmo a ser rotulada de "vulgar e apelativa", dois adjetivos que jamais seriam usados nos antigos filmes de Rock. Revisto hoje em dia podemos perceber que há uma clara tentativa de ser mais ousado e moderno, pegando carona com o clima cultural da época. O problema é que não convence muito, nem mesmo na suposta trama de crime e mistério. Teria sido melhor para Rock rodar um quarto filme ao lado de Doris Day, usando daquela antiga fórmula de sucesso. Esse aqui, pelo visto, não agradou mesmo ao público da época.

Pablo Aluísio.