domingo, 31 de agosto de 2025

Samaritano

Samaritano
Esse novo filme de Sylvester Stallone percorreu um caminho interessante. Ele foi inicialmente produzido para ser lançado no cinema. Só que a MGM foi comprada por uma plataforma de streaming. E assim os novos produtores decidiram que o filme não seria lançado mais em circuito comercial nos cinemas, e sim na própria plataforma de filmes da empresa. Dessa maneira, o filme chega para os fãs de Stallone, que ainda se mantém em forma. O filme foi criticado por certos setores da imprensa especializada, mas eu acredito que são críticas injustas. Dentro de sua modestas pretensões, o filme funciona até que muito bem. Além disso, é bom que Stallone esteja no seu tipo habitual, o tipo de personagem em que ele se sai melhor. 

Ele interpreta um sujeito comum, que vai levando uma vida simples. Trabalha como lixeiro na suja cidade onde vive. Um lugar degradado pelo caos urbano. Até que um garoto que é louco por super heróis o descobre. O menino acredita que ele é um herói chamado Samaritano que há muitos anos está desaparecido. Supõe-se que ele morreu numa feroz luta contra seu inimigo. Mas será mesmo que isso teria algum fundo de verdade? Esse aqui é um filme que eu diria é que é sobretudo eficiente. Não é uma produção de encher os olhos, isso é certo. Entretanto, conta muito bem sua história. Samaritano é um filme que, mesmo com produção modesta, se revela muito mais interessante do que muita porcaria por aí que está sendo lançado atualmente pela Marvel. Também notei que há uma certa dose de nostalgia neste roteiro, lembrando até mesmo os filmes de Stallone de antigamente. Assim eu digo que é um filme que vai agradar aos velhos fãs do ator. Por meios tortuosos, ele acabou acertando mais uma vez.

Samaritano (Samaritan, Estados Unidos, 2022) Direção: Julius Avery / Roteiro: Bragi F. Schut / Elenco: Sylvester Stallone, Javon 'Wanna' Walton, Pilou Asbæk / Sinopse: Garoto de uma região periférica e pobre de uma grande cidade, passa a acreditar que seu vizinho, que trabalha como lixeiro, na verdade é um super-herói há muito tempo desaparecido. 

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de agosto de 2025

Mad Max - Estrada da Fúria

Título no Brasil: Mad Max - Estrada da Fúria
Título Original: Mad Max - Fury Road
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Village Roadshow Pictures
Direção: George Miller
Roteiro: George Miller, Brendan McCarthy
Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne, Riley Keough
  
Sinopse:
Max Rockatansky (Tom Hardy) vaga por um mundo destruído e sem esperanças. Os bens mais valiosos do que restou da humanidade e da civilização são a gasolina para os motores e a água para a sobrevivência em um mundo deserto e hostil. Durante sua jornada ele acaba sendo feito prisioneiro por uma comunidade liderada por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), um homem conhecido por sua violência e pulso de ferro para com os seus prisioneiros de guerra, que usa como meras bolsas de sangue para seus guerreiros feridos. Tentando escapar de suas garras a jovem combatente Furiosa (Charlize Theron) resolve fugir para o deserto usando uma de suas máquinas de guerra. Com ela segue um grupo de jovens que se transformaram com os anos em verdadeiras escravas sexuais de Joe. Para Max essa pode ser a chance de finalmente recuperar sua liberdade perdida, mesmo que antes disso ele precise sobreviver a uma caçada mortal pelas areias do deserto.

Comentários:
É incrível que mesmo após tantos anos o diretor George Miller tenha sido tão inovador em uma franquia que ele mesmo criou, lá nos distantes anos 1970. Miller poderia ter optado por realizar um reboot preguiçoso, sem maiores inovações, até mesmo porque ele com a trilogia "Mad Max" original já entrou definitivamente na história do cinema. Seu grande mérito foi não ter se acomodado nas glórias passadas, procurando reinventar a todo momento sua maior criação. Esse novo filme é um primor de inovação. O diretor optou por uma linguagem bem mais moderna, histérica, insana e sem controle. Não há momentos para pausas ou descansos na mente do espectador. "Mad Max - Fury Road" é pura pauleira, da primeira à última cena. É literalmente um veículo sem freios cruzando o deserto sem fim. O enredo é simples, como convém a esse tipo de filme de ação, mas isso em nenhum momento surge como um defeito, pelo contrário, em torno de sua história nitidamente simplória Miller acelera e explode a tela com sensacionais cenas de puro impacto narrativo. Optando por um fotografia saturada e excessiva, o diretor acabou criando um mundo pós-apocalíptico como poucas vezes se viu. A questão é que esse tipo de estilo cinematográfico foi praticamente todo criado por Mad Max e após tantos anos de imitações baratas o produto que deu origem a tudo poderia soar banal e repetitivo. Para evitar esse tipo de armadilha Miller procurou inovar e nesse processo acabou sendo realmente brilhante.

Ouso até escrever que esse filme só não é superado pelo original de 1978 e isso por causa de sua importância histórica. Em termos de fluidez e ritmo nenhum outro filme da série se assemelha a nada do que se vê por aqui. Miller transformou acidentes espetaculares em pura obra de arte visual, totalmente alucinada, mas mesmo assim de uma beleza incrível! O elenco também se destaca, a começar por Charlize Theron. Para interpretar a guerreira Furiosa ela teve que ter parte de seu braço apagado digitalmente. Um trabalho visual simplesmente perfeito. Tom Hardy como o novo Max tampouco decepciona. Suas cenas iniciais mostram bem a luta pela sobrevivência nesse mundo em ruínas. O ator, que teve inúmeros problemas relacionados a abuso de drogas no passado, confessou depois em entrevistas que acabou se identificando com o estilo alucinante do filme. É bem por aí mesmo, o novo "Mad Max" chega a ser lisérgico! Caótico é pouco para definir. O resultado de tantas peças chaves bem colocadas no tabuleiro da produção se traduziu em um belo sucesso de público e crítica, a tal ponto que o estúdio já anunciou sua continuação, "Mad Max - The Wasteland" com a mesma equipe técnica e elenco. Se Mad Max continuar tão bom como nesse "Fury Road" novas sequências serão mais do que bem-vindas.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Nonnas

Nonnas 
Filme muito simpático e amoroso. A história começa lá atrás, nos anos 60. Há esse garotinho que ficava encantado vendo sua mãe italiana fazendo os mais saborosos pratos para a família. O tempo passa, ela falece e ele, agora homem adulto e formado, decide abrir um restaurante de comida italiana. Só que isso seria até mesmo banal. Ele quer algo diferente, onde todas as cozinheiras seriam Nonnas, as queridas avós da comunidade. No começo ele fica empolgado e acaba gastando mais do que podia, uma vez que nunca havia sido um homem rico, trabalhando como operário numa pequena fábrica. Só que a realidade logo bate à porta quando o restaurante começa a ficar às moscas. Ninguém vai até lá, ninguém quer comer em seu estabelecimento. Uma tristeza só. Apenas com muita persistência ele finalmente consegue que um crítico de culinária acabe experimentado seus pratos, dando sua aprovação final, o que muda completamente a sorte de seu pequeno empreendimento. 

Um filme com roteiro bem construído e como eu disse, com uma história cheia de nostalgia de um passado que se foi, que no caso do protagonista, se traduz nele tentando voltar aos tempos de criança, mas ao mesmo tempo tendo que lidar com o fracasso de um negócio que acaba não dando muito certo, pelo menos no começo. De qualquer forma eis aqui uma bela dica para quem fica na Netflix em busca de algo para assistir. Pode selecionar e ver, sem problemas. E se você gosta de histórias com muito sabor e coração, então não deixe mesmo de assistir. Você não vai se arrepender. 

Nonnas (Nonnas, Estados Unidos, 2025) Direção: Stephen Chbosky / Roteiro: Liz Maccie, Jody Scaravella / Elenco: Vince Vaughn, Lorraine Bracco, Talia Shire / Sinopse: A história de um trabalhador comum que movido pela nostalgia de sua infância decide abrir um restaurante com as comidas que sua avó fazia e com um diferencial e tanto: as cozinheiras seriam todas Nonnas, senhoras italianas de idade, tal como sua vó no passado. Baseado em um história real. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

F1: O Filme

F1: O Filme
A Fórmula 1 está aí há muitas décadas. É a categoria mais prestigiada do automobilismo mundial. Só que apesar de tudo isso ainda não fizeram um excelente filme sobre esse esporte. Esse novo "F1: O Filme" ainda não é o filme definitivo sobre Fórmula 1, mas devo dizer que fizeram um bom trabalho. É um bom filme. O roteiro não tem lá muita originalidade, temos que admitir, mas ainda assim é um daqueles filmes que prendem nossa atenção. Aliás filmes sobre corridas em geral formam um dos nichos cinematográficos mais antigos que existem. Até o Charles Chaplin fez o seu filme de corridas, então novidade nenhuma. Ainda assim conseguiram fazer um filme legal de um tema que já foi feito e refeito pelo cinema ao longo de todos esses anos. 

O personagem de Brat Pitt nesse filme reúne em torno de si alguns velhos clichês. É o piloto veterano que no passado foi considerado uma grande promessa, com grande potencial para ser o novo campeão. Só que o destino tem seus caprichos e ele acabou saindo da pista (literalmente falando!). Então os anos se passaram, muita coisa aconteceu e eis que ele ganha uma segunda chance de pilotar um carro de fórmula 1. Equipe pequena, um tanto desorganizada, quase fechando as portas, mas nesse tipo de filme sabemos bem o que isso vai significar no final. As cenas de corridas, como era de esperar, são muito bem realizadas. Edição nota 10. Algumas coisas no enredo não serão engolidas facilmente por quem gosta de F1, como por exemplo, largar em última posição e chegar em primeiro no final. Só que esse tipo de coisa eu desconsidero. Não vejo como defeito. Afinal estamos falando de cinema e a fantasia faz parte da sétima arte desde sempre, desde sua criação. De uma maneira ou outra, assista ao filme. Como pura diversão esse F1 vale bastante a pena. 

F1: O Filme (F1, Estados Unidos, 2025) Direção: Joseph Kosinski / Roteiro: Joseph Kosinski, Ehren Kruger / Elenco: Brad Pitt, Javier Bardem, Damson Idris, Kerry Condon / Sinopse: Nesse filme o ator Brat Pitt interpreta um piloto veterano. No passado, nos anos 90, ele quase morreu em grave acidente na Fórmula 1. O tempo passou e agora, já bastante veterano, ganha uma nova chance para mostrar seu valor nas pistas da principal categoria do automobilismo ao redor do mundo. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Extermínio 2

Extermínio 2 
Como eu gostei do primeiro filme, resolvi conferir essa continuação. De fato, temos aqui uma boa franquia de terror. Eu sei, eu sei, muita gente vai torcer o nariz porque não aguentam mais essa coisa de Apocalypse Zumbi. Calma, eu também estou farto, mas esses filmes ainda conseguem se salvar do necrotério de filmes ruins para onde todas aquelas produções B (e Z) vão parar! Um fato interessante é que esse segundo filme aproveita a mesma situação, mas mostrando outros personagens. A única coisa que os ligam ao primeiro filme é justamente o fato de que a Inglaterra (provavelmente o mundo) está de joelhos para uma pandemia terrível. 

A história aqui já se passa numa certa calmaria (claro, em seu começo). Parece que os infectados todos morreram de fome depois da alta dose de contaminação. Então as forças armadas vão tentando reunir todos os sobreviventes sadios em uma espécie de campo (que calma, não é de concentração!). Então temos esse pequeno grupo de seres humanos que ainda tentam sobreviver, em especial uma família, cuja mãe é resgatada. Ele foi contaminada, mas não apresenta os sinais da doença. Precisa ser estudada. Só que, como sempre acontece nesse tipo de filme, tudo dá errado e uma nova onda de contaminações se espalha. Eu gostei do filme, principalmente da cena em que a multidão, contaminada e enlouquecida, feito estouro de boiada, parte para cima dos soldados! Como os militares mesmo costumam dizer em campanhas militares... "Não há dia fácil". Pois é, essa frase é a mais pura verdade nesse segundo filme!

Extermínio 2 (28 Weeks Later, Reino Unido, Espanha, 2007) Direção: Juan Carlos Fresnadillo / Roteiro: Rowan Joffe, Juan Carlos Fresnadillo, Enrique López Lavigne / Elenco: Jeremy Renner, Rose Byrne, Robert Carlyle / Sinopse: Em um mundo devastado por um vírus mortal e uma pandemia sem controle, um pequeno grupo de seres humanos precisa lutar por sua sobrevivência, até que tudo venha a desabar novamente em um novo surto de contaminação global. 

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Legião Invencível

"Legião Invencível" é o segundo filme da trilogia dirigida por John Ford retratando a cavalaria americana. O primeiro, "Sangue de Heróis", era uma alegoria dos acontecimentos que levaram a sétima cavalaria do exército americano a ser dizimada por tribos hostis. Era de certa maneira uma crítica mordaz de Ford para com o fato do General Custer ser idolatrado pelo exército como um herói. Aqui o tema continua. Não é necessariamente uma sequência do filme anterior, personagens são diferentes e finalmente o nome Custer surge em cena (no anterior o papel que seria de Custer foi transferido para a de um Coronel puramente ficcional, embora sua estória seja obviamente a do famoso General). Aqui o enredo começa após o massacre de Custer e sua sétima cavalaria. Prestes a se aposentar o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

O elenco novamente conta com o ator preferido de John Ford, o eterno cowboy John Wayne. Fazendo o papel de um personagem muito mais velho do que ele na época, Wayne foi fortemente maquiado para parecer um veterano Capitão perto da aposentadoria. Conciliador tenta abrir uma linha de diálogo com os líderes nativos, mesmo com resultados adversos. John Ford novamente foi a Monument Valley para rodar todas aquelas cenas clássicas que tanto conhecemos - com os montes ao fundo em pleno crepúsculo (uma das marcas registradas da carreira do cineasta). O filme é muito bem fotografado e de forma em geral muito mais leve do que "Sangue de Heróis". Não há muitas cenas de ação (afinal a grande batalha sangrenta havia acontecido no filme anterior) sendo que o filme se apoia muito mais no cotidiano da vida dos soldados no posto avançado. O humor também se faz presente, como quase sempre acontecia nos filmes de Ford. Em conclusão podemos considerar "Legião Invencível" um belo filme que traz uma interessante mensagem em seu roteiro, a de que a paz só será alcançada mesmo com atos de diplomacia e tolerância religiosa e cultural. A guerra, como sempre, nunca será a solução para nenhum problema envolvendo choque de civilizações e culturas.

Legião Invencível (She Wore a Yellow Ribbon, EUA, 1949) Direção: John Ford / Roteiro: James Warner Bellah, Frank S. Nugent / Elenco: John Wayne, Joanne Dru, John Agar, Ben Johnson, Harry Carey Jr / Sinopse: Após a morte do General Custer e toda a sétima cavalaria o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

A Marca de um Erro

A Marca de um Erro
Tendo como garantia um excelente roteiro assinado por Zequial Marko, a música de Lalo Schifrin (Operação Dragão), e um time de atores de respeito como: Alain Delon, Ann-Margret, Van Heflin e Jack Palance - o diretor Ralph Nelson (Réquiem Para um Lutador) construiu um belo filme no estilo do inconfundível policial-noir e com forte influência de clássicos do gênero, como os premiados, Rififi - Os Segredos das Jóias e O Grande Golpe. O longa, A Marca de Um Erro (Once a Thief - 1965) conta a história de Eddie Pedak (Alain Delon) um imigrante italiano de Trieste e ex-presidiário que, vivendo na cidade de São Francisco tenta seguir o caminho da regeneração. Porém, o sonho de viver em paz junto com sua linda mulher, Kristine Pedak (Ann-Margret) e sua filhinha, parece impossível.

Tudo porque em seus calcanhares estão o Inspetor Mike Vido (Van Heflin), que jura que Eddie é o responsável pelo recente assalto a uma loja de conveniência que culminou com a morte da proprietária - além da presença sinistra do bandidão Walter Pedak (Jack Palance) irmão de Eddie e que deseja a todo custo o retorno de seu irmão ao mundo do crime para um último e lucrativo assalto. Porém, no caminho do sucesso deste último assalto, está o bandidão James Arthur Sargatanas (John Davis Chandler) braço direito de Walter e inimigo mortal de Eddie Pedak. Um bom filme, com um ótimo e surpreendente final. A bela dupla Delon-Margret, com diálogos precisos e com uma ótima química, consegue manter, suspenso no ar, elementos incendiários como mentira, ciúme e infidelidade, que, jogados num caldeirão em ebulição, pode deixar a história ainda mais instigante e explosiva. Nota 7

A Marca de um Erro (Once a Thief, França, Estados Unidos,1965) Direção: Ralph Nelson / Roteiro: Zekial Marko / Elenco: Alain Delon, Ann Margret e Jack Palance / Sinopse: Em São Francisco (EUA), o jovem imigrante ex-presidiário Eddie tenta mudar de vida e trabalhar para sustentar a esposa e filha pequena. Mas um policial e também seu irmão bandido não o deixam em paz, e acabam por forçá-lo a voltar ao crime. Mas, ao contrário dos outros, Eddie sabe quem são seus verdadeiros inimigos. Filme premiado no San Sebastián International Film Festival.

Telmo Vilela Jr. 

domingo, 24 de agosto de 2025

Imperador Romano Teodósio

Imperador Romano Teodósio
A vida pública de Teodósio começou com um grande fracasso militar. Ao lado do pai, participou de uma violenta campanha militar na Britânia (atual Reino Unido). As legiões romanas há tempos vinham enfrentando forte resistência dos povos nativos. Após uma batalha particularmente sangrenta, seu pai foi morto. Teodósio só sobreviveu por um lance de sorte. Foi alvejado por uma flecha envenenada que entrou em suas costas. Por pouco não morreu. Ferido, foi enviado de volta ao império. Passou meses se recuperando na propriedade de seu pai na Hispânia (atual Espanha). 

Nesse ponto de sua vida, ele não tinha mais ambições políticas. Converteu-se ao Cristianismo e agradeceu por ainda estar vivo! Queria passar o resto de sua vida como dono da fazenda de seu pai, levando uma vida simples, mas seus planos foram deixados de lado quando foi convocado pelo Imperador Graciano para ocupar um alto cargo no Império Romano do Oriente. Nesse período histórico o Império Romano havia sido dividido em dois, pois havia se tornado tão extenso que era impossível governar com um único centro de poder. Havia dois Impérios Romanos e dois Imperadores! No ano de 378 o Imperador Valente foi morto no campo de batalha em uma luta feroz contra os bárbaros Godos. Isso abriu caminho para que Teodósio se tornasse o novo Imperador Romano do Oriente. 

Enquanto se tornava Imperador do Império Romano do Oriente, Roma era saqueada por diversos povos bárbaros, colocando em queda o Império Romano do Ocidente. Sem outras alternativas, Teodósio reuniu todas as legiões romanas orientais e partiu para uma guerra de vida ou morte em Roma. Foi uma guerra extensa e extremamente sangrenta, mas Teodósio conseguiu expulsar os bárbaros de Roma. A cidade, em ruínas, louvava o seu novo Imperador. Teodósio desfilou com suas legiões diante do fórum romano. O caos havia chegado ao fim. Ele prometia ordem e segurança ao povo romano a partir daquele dia. 

Coube a Teodósio então reunificar o Império Romano. Deixou de existir a divisão entre Império Romano do Ocidente e do Oriente. Ele se tornava o único imperador, de todas as províncias, de todas as legiões, até as fronteiras mais distantes do Império. Com a saúde bastante abalada após tantas guerras, o Imperador decidiu também transformar o Cristianismo em religião oficial do Império Romano. Não queria mais que tempo fosse perdido em perseguições contra os cristãos. Ele colocava fim assim a uma crise que vinha de séculos e que nem o grande Constantino havia conseguido encerrar. A partir daquele decreto imperial o Império Romano se tornava oficialmente um Império Cristão!

No ano de 395, enquanto estava chegando em Milão, ao lado de suas legiões, o Imperador Teodósio sentiu-se muito mal. Ele nunca havia se recuperado de forma definitiva dos ferimentos que colecionou ao longo de tantas décadas em frentes de batalha por todo o Império. Além de sofrer aquela flechada quase mortal na Britânia anos antes, ele ainda havia sofrido pancadas, quedas e até mesmo um ferimento de espada que quase lhe matou quando entrou em Roma para a guerra definitiva contra os Godos. Depois disso passou a ter dificuldades até mesmo para respirar com regularidade. 

Ao passar pelos portões da cidade de Milão, ele caiu sozinho de seu cavalo. Estava à frente de uma grande Legião Romana que havia expulsado os bárbaros de Roma. Enviado para um acampamento militar próximo, lutou pela vida por alguns dias, mas finalmente faleceu em 17 de janeiro daquele mesmo ano. Historiadores acreditam que ele morreu vítima de um edema vascular. Outra teoria afirma que a espada bárbara havia perfurado um de seus pulmões, causando sua morte dias depois. Tinha apenas 49 anos de idade quando morreu. A partir desse momento passou a ser conhecido como Teodósio, o Grande, recebendo também o título de Augusto (Divino) pelo Senado Romano. Depois de sua morte o Império foi novamente dividido em duas grandes porções, oriental e ocidental. E nunca mais se reunificou. Assim Teodósio foi o último Imperador Romano de um Império único, unificado, o maior que o mundo havia conhecido desde então. 

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de agosto de 2025

A Onda

A Onda 
"A Onda" é um filme mais do que relevante nos tempos atuais. Essa produção do cinema alemão levanta várias questões de relevância social e política sobre a natureza do ser humano. O roteiro parte de uma premissa interessante: tentando atrair a atenção de seus alunos um professor resolve colocar em prática as aulas sobre "autocracia" que está lecionando. Para isso impõe para a sua classe todos os princípios e diretrizes que formam esse tipo de sistema ditatorial de Estado. Conceitos como disciplina, nacionalismo extremo, militarismo fanático e ordem baseada na violência de Estado saem das páginas dos livros para se tornar parte do cotidiano de cada um dos alunos. O problema é que embora utilizasse as bases da autocracia para que todos desenvolvessem um espírito crítico sobre o tema, o tiro acaba saindo pela culatra e os jovens que formam sua classe acabam tomando gosto pela coisa toda e invertem completamente seus valores, abraçando as ideias que deveriam criticar durante o curso que frequentam. 

"A Onda" é interessante pois demonstra que apesar de todas as lutas e todas as batalhas travadas contra regimes ditatoriais e fascistas ainda resiste no espírito humano as sementes que fizeram germinar ideologias perigosas e genocidas como o Nacional Socialismo (Nazismo) e o próprio Fascismo italiano. Como é brilhantemente exposto pelo professor, tudo o que se precisa para que regimes autoritários voltem à ordem do dia é uma crise, um líder carismático, palavras de ordem, símbolos e uma ideologia de intolerância para que tudo volte a tomar forma.

"A Onda" demonstra como é fácil moldar e formar a mentalidade das pessoas mais jovens, bastando para isso reforçar a identidade do grupo e o espírito de união, mesmo que fundados em valores totalmente distorcidos. Como o final trágico demonstra, em pouco tempo a personalidade pessoal e individual é anulada em favor do grupo, do pensamento coletivo, por mais absurdas e obtusas que sejam as ideias que dão base a todo tipo de ideologia de força. Um filme que nos faz pensar sobre a atual conjuntura mundial, pois estamos vivendo atualmente um momento de crise econômica mundial, muito próxima do contexto histórico que fez com que homens como Adolf Hitler subissem ao poder supremo em seus respectivos países.

E por falar em ditaduras históricas: um dos fatos mais relevantes desse filme em particular é que ele foi inteiramente rodado na Alemanha atual. Maior simbolismo do que esse não há. O país que levou o mundo à II Grande Guerra enfrenta seu passado de peito aberto e com extrema sinceridade em um tema extremamente melindroso e perigoso. A grande lição que temos sobre o filme a "A Onda" é justamente esse. Se para muitos os fantasmas do nazismo e do fascismo estão inteiramente soterrados em suas ruínas, para outros nunca se deve baixar a guarda, pois a qualquer momento esse tipo de ideologia pode despertar e ganhar terreno rapidamente, principalmente entre os jovens (e no caso do Brasil, curiosamente, entre os mais velhos também!). A natureza do ser humano jamais pode ser subestimada, tanto para o lado do bem como para o lado do mal absoluto. Assista "A Onda" e tire suas próprias conclusões.

A Onda (Die Welle, Alemanha, 2008) Direção: Dennis Gansel / Roteiro: Ron Jones, Johnny Dawkins, Ron Birnbach / Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt / Sinopse: Professor decide fazer um verdadeiro experimento social com seus alunos, aplicando a metodologia do fascismo e do nazismo em sala de aula, o que acaba criando uma situação que logo foge completamente do controle. Filme com história baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

Conspiração Americana

Conspiração Americana
Muito bom esse drama de tribunal baseado em fatos históricos. O curioso é que o roteiro foca em cima de uma pessoa secundária nos acontecimentos que desembocaram na morte do presidente Abraham Lincoln. O foco é em cima do julgamento de Mary Surratt (Robin Wright), mãe de um dos acusados da conspiração que levou Lincoln à morte. O filme vai ser muito mais bem apreciado por quem é da área jurídica pois vários princípios que estudamos nas faculdades de direito são colocados em berlinda aqui: O devido processo legal, O direito à defesa e ao contraditório, a não extensão da pena a familiares dos acusados, a fragilidade da prova testemunhal (a prostituta das provas) e muito mais.

Eu pessoalmente gostei muito do tom imposto ao filme pelo diretor Robert Redford. Tudo é tratado com seriedade e objetividade, sem direito a novelizações em excesso. O final é brutal e mostra bem como pode ser penoso a um profissional de direito tentar realizar justiça em um sistema corrompido pela guerra e pelo clamor popular (que quase sempre confunde vingança com justiça - dois conceitos diferentes). O elenco está todo muito bem com destaque para o jovem advogado idealista Frederick Aiken (James McAvoy). Enfim, em tempos como o que vivemos agora esse é um bom filme para se refletir bem sobre o que ocorre dentro do poder judiciário. Excelente lição de história e direito. Recomendo.

Conspiração Americana (The Conspirator, Estados Unidos, 2010) Diretor: Robert Redford / Roteiro: James D. Solomon / Elenco: Robin Wright, James McAvoy, Justin Long, Evan Rachel Wood, Johnny Simmons, Toby Kebbell, Tom Wilkinson / Sinopse: Após os acontecimentos que levaram ao assassinato do Presidente Abraham Lincoln vários conspiradores são presos, entre eles uma mulher chamada Mary Surratt (Robin Wright), dona da pensão onde os conspiradores se reuniram para planejar a morte do líder americano. Acusada, mesmo sem provas sólidas, ela é defendida no tribunal por um jovem advogado Frederick Aiken (James McAvoy) que tentará de tudo para livrá-la da pena de morte.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Meu Ano em Oxford

Meu Ano em Oxford
Espere um momento! Tem coisa errada por aqui! Não faz muito tempo assisti a um filme chamado "Encontrando o Amor em Oxford" que tinha basicamente a mesma história desse filme! Uma jovem americana entra na prestigiada universidade de Oxford e lá se apaixona por um inglês, vivendo uma bela história de amor! Claro, há algumas diferenças de detalhes entre os dois filmes, mas a premissa básica é a mesma! O outro filme foi produzido em 2023 e esse aqui em 2025, então se formos levar em conta apenas o aspecto cronológico, esse aqui pode ser considerado quase um plágio do anterior! O pior de tudo é que eu acabei gostando dos dois filmes (mais do primeiro, confesso)! Então, só posso concluir que ideias originais andam em falta mesmo no cinema atual. 

De qualquer maneira vamos em frente. Esse outro romance (semelhante, mas tentando ser diferente!) até que tem algumas ideias interessantes (que não encontramos no primeiro filme). Por exemplo, a protagonista acaba se apaixonando pelo jovem professor bonitão que vem substituir a professora titular do curso. Ela fica decepcionada em um primeiro momento, mas como vai ter um romance com o teacher, esse desapontamento logo passa. Para que o filme não ficasse apenas no puro namoro dos dois, os roteiristas foram no passado pegar pequenas pitadas de um grande sucesso do cinema, "Love Story". Sim, o bonitão inglês está com câncer e vai morrer em breve... Oh, mundo cruel! E assim corre a história. Bonitinha, com ótima fotografia! Não faz mal a ninguém. Podem dizer o que quiserem, mas não tem cenário mais bonito para um filme romântico do que o tradicional campus da universidade de Oxford. Deve por isso que temos agora essa onda de filmes que se passam por lá! 

Meu Ano em Oxford (My Oxford Year, Estados Unidos, Reino Unido, 2025) Direção: Iain Morris / Roteiro: Julia Whelan, Allison Burnett, Melissa Osborne / Elenco: Sofia Carson, Corey Mylchreest, Dougray Scott / Sinopse: Uma jovem norte-americana vai estudar na prestigiada e tradicional universidade de Oxford e lá se apaixona por seu professor bonitão. Infelizmente, essa história de amor também terá seus dramas pessoais envolvendo o casal de apaixonados românticos. 

Pablo Aluísio. 

Sequestrando Chaplin

Sequestrando Chaplin
Esse filme conta a história de dois vigaristas ingleses que decidem roubar o corpo de Charles Chaplin que estaria enterrado em Las Vegas! A intenção seria pegar o resgate dos familiares que certamente iriam pagar para ter os restos mortais do gênio do cinema de volta! E como eles estariam atolados em dívidas com criminosos da cidade, nada poderia ser mais urgente. Então colocam o plano idiota em ação! Ok, parem tudo... está tudo errado! Realmente roubaram o corpo de Chaplin, naquele que foi um dos crimes mais nefastos na história de Hollywood. Só que isso foi em 1977, pouco tempo após seu sepultamento que se deu na Suíça e não em Las Vegas! É isso, esse filme, que claramente se propõe a ser uma comédia de humor negro, não tem praticamente nada a ver com o que aconteceu. Fico pensando porque não fizeram um filme contando o crime real... Teria sido muito melhor. Eu mesmo estaria muito mais interessado do que no fraco humor desse filme!

E mesmo se limitando apenas nas pretensões dessa produção, devo dizer que nem tudo é tão divertido assim. O filme até que começa bem, gerando algum tipo de interesse. Infelizmente depois desse começo promissor as coisas ficam chatas... e a história se arrasta, se arrasta... causando tédio em quem assiste. Essa coisa de gângster que cobra dívidas (no caso da dupla de idiotas da história) só funciona em bons filmes do gênero. Aqui eles se tornaram meros vilões de histórias em quadrinhos (das ruins, não das boas!). Então é isso. Deveriam ter contado o que aconteceu mesmo, não fazer mais uma comédia sem graça! E assim temos outra boa ideia para fazer um filme totalmente desperdiçada...

Sequestrando Chaplin (Stealing Chaplin, Reino Unido,  2020) Direção: Paul Tanter / Roteiro: Doug Phillips, Simon Phillips / Elenco: Wayne Newton, Al Sapienza, Peter Woodward / Sinopse: Dois vigaristas decidem colocar em prática um plano ousado (e completamente maluco) de roubar o corpo de Charles Chaplin do cemitério para pedir um resgate milionário por ele! E acabam se dando muito mal depois disso...

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Superman (2025)

Superman (2025) 
Quando terminei de assistir a esse novo filme do Superman cheguei na conclusão de que nem havia assistido a um filme, mas sim lido uma edição de quadrinhos do personagem nos anos 80. Isso mesmo, esse filme é exatamente isso, uma revista de quadrinhos daquela época, quando as histórias do Homem de Aço estavam voltadas mais para um público bem juvenil. A intenção era conquistar novos leitores entre os jovens. A década agora é outra, mas a intenção é exatamente essa. A DC e a Warner miraram com esse filme os mais jovens, adolescentes e crianças. 

Nada de muito sério você encontrará aqui. Nem o próprio filme se leva à sério. É diversão pela diversão! E não tem nada de errado nisso. Os últimos filmes do Superman estavam indo mesmo pelo caminho errado. Tinham colocado ele numa vibe sombria, até meio depressiva. Ei, isso não é o Superman, mas sim o Batman! Então os realizadores desse filme de forma acertada romperam com essa imagem errada. O Superman é na verdade um herói cheio de bondade a ponto de ser até ingênuo e até mesmo meio boboca. Então acertaram o foco aqui finalmente. 

Algumas coisas até me surpreenderam. É o filme em que o Superman mais apanha de todos eles. Cheguei até mesmo a desconfiar que ele seria derrotado! Imagine você! O clima de enfrentamento com robôs e monstros gigantes espaciais é pura cultura pop vintage. Ponto positivo. Também descartaram fazer mais um filme sobre origens, algo que ninguém iria aguentar mais. Quando o filme começa a carruagem já está na estrada. Eu achei isso o ideal. Não queria mais ver tudo o que já havia sido explorado nos filmes anteriores e de maneira muito melhor. Enfim, gostei do filme! No quadro geral não tenho outra avaliação. O Superman de 2025 é exatamente o que eu disse, uma revista em quadrinhos dos anos 80 que resolveram transformar em filme. Deu bem certo! Parabéns aos envolvidos. O caminho é por aí mesmo. 

Superman (Superman, Estados Unidos, 2025) Direção: James Gunn / Roteiro: James Gunn, baseado nos personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster / Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult / Sinopse: O Superman precisa enfrentar um novo desafio: Enfrentar um clone dele mesmo que foi criado pelo vilão Lex Luthor! 

Pablo Aluísio. 

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas 
Não vá confundir com o filme de Steven Spielberg. Esse é outro filme, bem mais recente e bem mais modesto em suas pretensões cinematográficas. A história se passa no futuro. Um astronauta começa uma longa viagem rumo a um astro distante. Para não ficar sozinho e não morrer ou sofrer dos efeitos da solidão, embarca com ele uma andróide. Ela tem forma feminina de uma bela mulher e eventualmente, se assim desejar o astronauta, também poderá ser usada para finalidades sexuais. 

A viagem começa e o astronauta nem perde muito tempo sobre isso. Nesse momento o filme quase vira um Soft Porn, afinal a atriz que interpreta esse ser robótico, tem belas formas e surge, muitas vezes em momentos de nudez. Só que o filme não avança muito nisso e em nenhum outro aspecto da história. Parece que o diretor confundiu tédio com reflexão filosófica! Bom, como todos sabemos, não é bem por aí. São duas coisas bem distintas para falar a verdade. Com isso o filme, no final de tudo, se revela apenas levemente curioso e interessante e nada muito além disso. 

Inteligência Artificial: A Ascensão das Máquinas (A.I. Rising, Sérvia, 2018) Direção: Lazar Bodroza / Roteiro: Zoran Neskovic, Dimitrije Vojnov / Elenco: Sebastian Cavazza, Stoya, Marusa Majer / Sinopse: Astronauta e uma andróide em forma feminina viajam pelo cosmos enquanto entram em um grande conflito emocional. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Nosferatu

Título no Brasil: Nosferatu
Título Original: Nosferatu
Ano de Lançamento: 1922
País: Alemanha
Estúdio: Jofa-Atelier Berlin-Johannisthal
Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Henrik Galeen
Elenco: Max Schreck, Alexander Granach, Gustav von Wangenheim

Sinopse:
Jovem advogado é contratado para ir até uma região remota da Europa para vender uma propriedade para um velho nobre que vive recluso em seu castelo em ruínas. O Conde Graf Orlok (Max Schreck) não tarda a se revelar ser na verdade uma criatura da noite, um vampiro sedento por sangue humano. Baseado na obra "Drácula" escrito por Bram Stoker. 

Comentários:
Esse filme é um clássico absoluto do terror! É incrível assistir a ele hoje em dia, mais de 100 anos depois de seu lançamento original e perceber como as escolhas estéticas desse filme se perpetuaram depois em centenas de outras produções que jamais deixaram de seguir seus passos. É o filme de terror mais influente da história do cinema! E pensar que ele quase não chegou até nós! Foi salvo por acaso quando se encontrou uma única cópia dele nos velhos porões de um cinema francês. Todas as demais tinham sido destruídas por causa de um processo movido pela família do autor de "Drácula". Sim, a história é um plágio, não há como negar, mas esse filme é completamente inovador na questão de simbolismos e estética. O cineasta F.W. Murnau foi um gênio precoce do cinema e o ator Max Schreck fez um trabalho tão marcante que criou uma lenda sobre si mesmo. Dizia-se que ele não era um ator interpretando um vampiro, mas sim um vampiro real que achou um trabalho extra como ator! Lendas maravilhosas para quem aprecia terror. Enfim, eis aqui a origem de um todo um gênero cinematográfico. Uma obra-prima da sétima arte em seus primórdios! Simplesmente arrebatador!

Pablo Aluísio.

O Vampiro

Título no Brasil: O Vampiro
Título Original: Vampyr
Ano de Lançamento: 1932
País: Alemanha, França
Estúdio: Tobis Filmkunst
Direção: Carl Theodor Dreyer
Roteiro: Sheridan Le Fanu, Christen Jul
Elenco: Julian West, Maurice Schutz, Rena Mandel

Sinopse:
Pesquisador, particularmente interessado em estudar ocultismo e bruxarias, vai parar em uma estranha e isolada vila, onde acontecimentos estranhos não param de ocorrer. E vasculhando aquela região descobre um velho castelo onde lendas locais afirmam existir um antigo vampiro ancestral. 

Comentários:
Esse é considerado um dos mais antigos filmes sobre vampiros, talvez só superado pela versão original de Nosferatu. Ainda era cinema mudo, mas tempos depois fizeram uma dublagem em francês quando os atores surgiam em cena. Ficou bem satisfatório. O principal mérito foi que esse roteiro procurou fugir da influência avassaladora de Drácula, assim o filme se sustenta por si mesmo, embora deva confessar que a figura do vampiro propriamente dita é meio decepcionante. Ainda assim há boas ideias como o fato de que os serviçais parecem viver em uma realidade paralela onde as coisas acontecem ao contrário. Foi uma bem bolada criação desse antigo filme sobre vampirismo naquele velha Europa ainda cheia de mitologias e lendas. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Pat Garrett & Billy The Kid

Pat Garrett & Billy The Kid
Curiosamente há poucos dias assisti "Os Jovens Pistoleiros", western dos anos 80, que contava justamente a primeira parte dessa história (e que depois faria parte do roteiro de "Jovens Demais Para Morrer", sua continuação). Todos esses filmes no filme se completam. Em "Pat Garrett & Billy The Kid" não há todo o contexto que contribuiu para o surgimento do mito Billy The Kid. Apenas pequenas citações são feitas em relação à guerra do condado de Lincoln (conflito que deu origem a tudo no inóspito Novo México). Quando o filme começa Billy já é um pistoleiro famoso e procurado pelo xerife Garrett. Ficamos sabendo que ambos tem uma história anterior, que são inclusive amigos, mas em nenhum momento o roteiro procura explicar tudo o que aconteceu. De certa forma isso não é em si um problema, mas uma opção do diretor. Claro que para pessoas que não conhecem a história pode soar um pouco confuso, mas como não é o meu caso, não senti maiores problemas sobre isso.

Historicamente o filme procura ser bem correto. Tirando o personagem de Bob Dylan, que é totalmente fictício, todos os demais personagens são reais e fazem parte da mitologia. Em termos de elenco gostei de praticamente todos, principalmente de James Coburn como o xerife Garrett. Velho conhecido dos filmes de western, Coburn está muito adequado ao papel. Eu nunca considerei Kris Kristofferson um ótimo ator e por isso não vou condenar sua interpretação, digamos, contida. Ele não brilha, porém se torna eficiente apesar de suas limitações. E não posso esquecer também de citar a idade de Kris Kristofferson. Quando fez o filme já não era mais Kid (garoto), então interpretar um personagem chamado Billy The Kid soa mais do que estranho. O Billy real era um jovem quando tudo aconteceu. Kris Kristofferson é um homem feito, maduro, no filme. Ele tinha passado da idade ideal. No mais, o filme tem uma trilha sonora ótima (que concorreu ao Grammy) e uma direção com todas as características que fizeram a fama de Sam Peckinpah; Assim, apesar de alguns problemas, vale muito a pena assistir a mais essa versão da história do mito Billy The Kid.

Pat Garret & Billy The Kid (Pat Garrett and Billy The Kid, EUA, 1973) Direção: Sam Peckinpah / Roteiro: Rudy Wurlitzer / Elenco: James Coburn, Kris Kristofferson, Richard Jaeckel, Katy Jurado, Chill Wills Lemuel, Jason Roberts, Bob Dylan / Sinopse: Pat Garrett (James Coburn) sai no encalço do famoso pistoleiro e fora da lei Billy The Kid (Kris Kristofferson). Curiosamente ambos já se conheciam de tempos passados o que acaba tornando a caçada de Kid uma questão mais pessoal do que nunca.

Pablo Aluísio.

Redenção - Uma Milha do Inferno

Título no Brasil: Redenção - Uma Milha do Inferno
Título Original: Redemption - A Mile from Hell
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio:  Cas-Mor Productions, Gallery Films
Direção: Robert Conway
Roteiro: Robert Conway
Elenco: Dustin Leighton, Tom Noga, Clint James, Sanford Gibbons, Peter Sherayko, Grady Hill

Sinopse:
Dois pistoleiros, movidos por razões diferentes, caçam um grupo de bandoleiros e bandidos no velho oeste. Eles mataram uma família e raptaram a jovem filha do casal. A intenção passa a ser agora fazer justiça pelas próprias mãos.

Comentários:
Alguns filmes mais recentes de western nem ganham as telas de cinema. São lançados logo em venda direta ao consumidor, em tiragens limitadas de DVDs. Esse aqui é um exemplo típico dessa situação. E por mais interessante e atraente que seja sua capa, não caia nessa. O filme é realmente muito ruim. Eu sempre procuro ter boa vontade com novos filmes de faroeste, mas esse aqui é sem salvação, sem redenção. Tudo é mal feito. O roteiro não sabe que caminho tomar, o elenco é todo formado por atores ruins e os figurinos são bem mal feitos. Diria até que é um filme quase amador, filmado por um orçamento minúsculo (custou menos de 60 mil dólares!), um caça-níqueis da pior qualidade. Nunca chegou a ser lançado oficialmente no Brasil, também pudera, um produto de qualidade tão baixa realmente não encotraria interesse em nenhuma distribuidora nacional. Enfim, dispense sem cerimônia, sem olhar para trás, não vá perder seu tempo tentando assistir a essa bomba.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O Jovem Frankenstein

Título no Brasil: O Jovem Frankenstein
Título Original: Young Frankenstein
Ano de Produção: 1974
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Mel Brooks
Roteiro: Gene Wilder, Mel Brooks
Elenco: Gene Wilder, Madeline Kahn, Marty Feldman, Madeline Kahn, Cloris Leachman, Kenneth Mars

Sinopse:
Um neto americano do infame cientista Dr. Viktor Frankenstein, lutando para provar que seu avô não era tão louco quanto as pessoas pensavam, é convidado para visitar a Transilvânia, onde descobre que o antigo processo de reanimação de um cadáver ainda seria possível. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.

Comentários:
Eu costumo dizer que Mel Brooks foi um diretor que procurou ir ao passado para reviver o antigo jeito de se fazer comédia. Algo que muitas vezes beirava o retorno aos tempos do cinema mudo. Com o tempo ele foi se aperfeiçoando e chegou em um momento da sua carreira que encontrou o nicho cinematográfico perfeito para ele, que era o mundo da sátira. Assim ele pegou os antigos clássicos do cinema e fez uma série de sátiras em cima deles. E a lenda do monstro criado pelo Dr. Frankenstein não poderia ficar de fora. Um dos personagens mais consagrados da literatura de terror e do cinema em seus primórdios, ganhou uma nova versão, bem mais amalucada e muito mais divertida. E a ousadia de Mel Brooks foi além porque ele decidiu filmar tudo em preto e branco, usando velhas câmeras de cinema. O resultado ficou muito engraçado. O elenco, perfeito, contava não apenas com o genial Gene Wilder, que também assinou o roteiro, mas também com o ator que foi símbolo máximo desse filme em minha opinião, o estranho Marty Feldman como Igor, o ajudante corcunda. Sinceramente, esse nem precisava se esforçar muito pois era naturalmente muito talentoso. É a tal coisa, por essa nem Mary Shelley esperava!

Pablo Aluísio.

Mil Séculos Antes de Cristo

Título no Brasil: Mil Séculos Antes de Cristo
Título Original: One Million Years B.C.
Ano de Produção: 1966
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Associated British-Pathé, Hammer Films
Direção: Don Chaffey
Roteiro: Michael Carreras, Mickell Novack
Elenco: Raquel Welch, John Richardson, Percy Herbert, Robert Brown, Martine Beswick, Jean Wladon

Sinopse:
Um homem pré-histórico é expulso de sua tribo. Ele então passa a vagar pelas perigosas terras de um passado distante, onde encontra monstros e dinossauros dos mais variados tipos. Depois de muito andar finalmente encontra uma nova comunidade, onde volta a encontrar paz e segurança, pelo menos por um período de tempo.

Comentários:

Tem que gostar bastante da história do cinema para apreciar um filme como esse. Foi uma das primeiras tentativas de se fazer algo realmente diferente, feito para um público juvenil. Claro, o filme é cheio de absurdos históricos como por exemplo homens primitivos lutando com lanças contra dinossauros. Porém o fato é que esse tipo de filme não foi mesmo feito para ser historicamente preciso nem nada do tipo. É puro entretenimento, pulp fiction na tela grande. A produção é da inglesa Hammer que aqui deu um tempo nos seus famosos filmes de terror com Drácula para investir em algo bem diferenciado do que sempre produziu. Revisto hoje em dia soa nostálgico e bastante carismático, ainda mais com as criaturas feitas pelo mestre Ray Harryhausen que seguramente criou os efeitos especiais mais charmosos da história do cinema. Curiosamente o elenco é a pior parte do filme. Os atores não tinham linhas de diálogos para falar, mas apenas grunhidos e gritos. Um grupo nada interessante de trogloditas mal interpretados. E as moças, como a bela Raquel Welch, soam totalmente falsas como mulheres da idade da pedra. Com penteados típicos dos anos 60, com mechas cheias de laquê, fica completamente impossível acreditar nelas como seres humanos da pré-história. Se bem que isso também entra no pacote de nostalgia dessa produção que obviamente ficou datada, mas que não perdeu seu charme mesmo após tantos anos.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de agosto de 2025

Batman: A Série Animada

Título no Brasil: Batman: A Série Animada
Título Original:  Batman: The Animated Series
Ano de Lançamento: 1992 - 1995 
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner
Direção: Kevin Altieri, Boyd Kirkland
Roteiro: Eric Radomski, Bruce Timm
Elenco: Kevin Conroy, Efrem Zimbalist Jr, Bob Hastings

Sinopse:
Com o sucesso dos filmes do personagem Batman no cinema, suas aventuras foram adaptadas para uma bem sucedida série animada que durou três anos, fazendo bastante sucesso de audiência em meados dos anos 90. Atualmente a série pode ser assistida na Netflix. 

Comentários:
As lembranças afetivas, muitas vezes, podem enganar. Vejo o caso dessa série animada. Assisti nos anos 90, quando passava nas tardes do SBT. Naquela época eu a tinha em alta conta. Achava muito bem produzida, com roteiros bem bacanas. A dublagem também era destaque. Estava no nível das dublagens que eram feitas para filmes de cinema. Tudo muito bom! Passaram os anos, a série parou de ser exibida na TV aberta e ficaram apenas as lembranças. Até que recentemente entrou na linha de programação da Netflix. Fui rever! Pois é, nessa revisão tardia achei que envelheceu muito mal. Nem no aspecto de produção me encantou mais. Achei os roteiros bem bobos, primários! A técnica de animação também não me impressionou em nada! A boa imagem que tinha da série assim se desfez. Que pena! 

Pablo Aluísio.

X-Men 97

Título no Brasil: X-Men 97 
Título Original: X-Men 97 
Ano de Lançamento: 2024
País: Estados Unidos
Estúdio: Marvel Studios
Direção: Beau DeMayo
Roteiro: George Buza, Cal Dodd
Elenco: Cal Dodd, Ray Chase, Jennifer Hale

Sinopse:
Os Mutantes mais populares do mundo dos quadrinhos ganha uma nova versão de seus desenhos animados lançados na década de 1990. Na história o Professor Xavier, agora vivendo em outro planeta, pecisa retornar para ajudar os X-Men a vencer uma terrível ameaça no planeta Terra. 

Comentários:
Teve cinquentão chorando com essa animação. Tudo porque resgatou uma temporada de desenhos animados dos X-Men que passou lá pelos anos 90. Eu não tive esse tipo de explosão nostálgica emocional porque sinceramente falando já naquela época tinha deixado de assistir desenhos animados pela TV. Mas tudo bem, cada um com seu gosto pessoal. Na verdade eu decidi acompanhar essa série animada atual por causa da repercussão. Vi e não achei nada demais. Aliás achei até mesmo a animação meio pobre, mal colocada em termos de narrativa. A história já começa pelo meio, se atropelando, com o mestre Xavier vivendo em um planeta distante, se tornando uma espécie de lord consorte de uma rainha cósmica. Achei bem over, para ser sincero. Era melhor que fizessem algo mais coeso. E que deixassem também a animação dos anos 90 lá no passado. Se vão fazer alguma animação do grupo X-Men, então que façam algo novo de uma vez! O passado, muitas vezes, deve ser deixado em seu devido lugar. Assim eu penso. 

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de agosto de 2025

Encantadora de Tubarões

Encantadora de Tubarões 
Esse documentário está na Netflix. Conta a história dessa jovem chamada Ocean Ramsey. Bonita, loira, dourada pelo sol, ela decide fazer algo incomum em sua vida. Que tal ganhar a vida mergulhando ao lado de tubarões? Claro, ela é uma mergulhadora profissional, mas nada ameniza o perigo de se nadar em pleno oceano ao lado de um dos predadores mais temidos do reino animal. Usando suas redes sociais para divulgar suas fotos ao lado dos tubarões e vídeos de todos os tipos, ela foi ficando cada vez mais conhecida na internet. Não deixa de ser uma maneira corajosa de ganhar engajamento e monetização nas redes sociais com esse estilo de vida de pura adrenalina. 

Só que seus mergulhos ao lado dessas feras acabam também trazendo muitas críticas, principalmente de biólogos e especialistas em vida marinha. Até porque, pense bem, mostrando esses vídeos ela certamente passa, mesmo que indiretamente e de forma inconsciente, a mensagem ao público em geral de que se pode mergulhar ao lado de tubarões selvagens, sem problemas. Isso passa longe de ser uma verdade! As chances de um ataque são grandes, então há igualmente esse lado bem perigoso em relação ao material que ela produz e divulga nas redes sociais. Muitas pessoas passam a assistir seus vídeos, pensando que tudo bem, pode mergulhar ao lado de um tubarão branco enorme que será tudo de boa! Pois é, meus caros. Tudo na vida tem um lado bom e ruim. Muitas vezes é preciso ficar atento para esse tipo de mensagem subliminar que sim, pode ser bem perigosa, quem sabe até mortal, para determinados tipos de públicos que não possuem o devido bom senso e o necessário senso crítico do que assistem na Internet. 

Encantadora de Tubarões (Shark Whisperer, Estados Unidos, 2025) Direção: Harrison Macks, James Reed, JP Stiles / Roteiro: Harrison Macks, James Reed, JP Stiles / Elenco: Ocean Ramsey, Mike Bolton, Keoni TeTawa Bowthorpe / Sinopse: Misto de Reality Show e documentário da Netflix, esse filme mostra a história da mergulhadora profissional Ocean Ramsey e seu sucesso nas redes sociais, onde divulga fotos e imagens de seus mergulhos ao lado de grandes tubarões selvagens. 

Pablo Aluísio. 

A Grã-Bretanha e a Blitz

A Grã-Bretanha e a Blitz 
Durante a Segunda Guerra Mundial os valores e o patriotismo do povo inglês foram colocados à prova. Hitler ordenou uma série de bombardeios nas principais cidades daquela nação. Todas as noites choviam bombas nazistas em Londres, Liverpool, Manchester e demais cidades. E o povo inglês precisou mostrar que tinha coragem e resistência ao que estava acontecendo. As bombas eram incendiárias, colocando prédios e mais prédios no chão, causando grandes incêndios por todas as cidades. A Inglaterra estava frente a frente com seu maior e mais mortal inimigo! 

Esse momento histórico e também heróico foi resgatado nesse ótimo documentário que está disponível na Netflix. Aqui vemos o verdadeiro patriotismo em ação. O povo unido, lutando contra um regime alemão completamente atroz e vingativo. Liderados pelo lendário Primeiro-Ministro Winston Churchill, o povo britânico fez de uma de suas mais famosas frases um lema repetido em todas as esquinas. Na ocasião dos primeiros ataques, Churchill decretou: "Jamais nos Renderemos!" - e cumpriu sua promessa, ao lado desse povo que soube como lutar contra um dos maiores tiranos já vistos na história recente! Uma aula de história e de coragem singular dos ingleses frente à ameaça insana do Nazismo. 

A Grã-Bretanha e a Blitz (Britain and the Blitz, Reino Unido, 2025) Direção: Ella Wright / Roteiro: Ella Wright / Elenco: Winston Churchill, Adolf Hitler, King George VI (em arquivos de imagens) / Sinopse: Documentário que recria os intensos ataques da Alemanha nazista na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. 

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Orgulho & Compaixão

Orgulho & Compaixão 
Eu sempre vou adorar filmes como esse. Saudades de uma época não vivida. A história desse filme se passa nas vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Um jovem tenente do exército da fria Dinamarca está começando sua carreira militar. Então, durante um treinamento, ajuda a desatolar uma carruagem que pertence a um velho Barão. Em agradecimento o nobre convida o jovem para lhe fazer uma visita, quem sabe conhecer sua filha. Convite feito, convite aceito. Ela vai na mansão do Barão e lá conhece a jovem que vive reclusa. No começo não sabia, mas a garota, na flor da idade, está cadeirante. Ela sofreu um sério acidente de cavalo e muito provavelmente nunca mais vai andar. O Barão nem disfarça, gostaria que o cadete namorasse sua filha. Ele realmente simpatiza muito com ela, mas fica a questão do preconceito social entre esse sentimento de amor. Afinal namorar uma jovem deficiente, sendo ela rica e ele um pobre tenente, sempre vai levantar fofocas e suspeitas. Haverá preconceito de todos os tipos contra esse romance. 

Muito bom esse filme. Eu apreciei muito. Não apenas pelo bom gosto da produção como um todo, mas também da questão que ele levanta. Esse muro invisível de preconceitos que se levanta quando um jovem normal começa a ter um relacionamento com uma garota deficiente até hoje existe na sociedade. É uma tortura mental para ela, que chega até mesmo a pensar em terminar com a própria vida. Um tema sensível que ganhou muito com a direção do cineasta Bille August. Quem conhece sua obra sabe muito bem a classe e o estilo fino que ele coloca em seus filmes. Um cineasta muito talentoso e elegante. Enfim, grande filme que levanta questões mais do que importantes, mesmo nos dias atuais. 

Orgulho & Compaixão (Kysset, Dinamarca, 2022) Direção: Bille August / Roteiro: Greg Latter, Bille August, Stefan Zweig / Elenco: Esben Smed, Clara Rosager, Lars Mikkelsen / Sinopse: Com a Europa em estado de guerra, na véspera da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial, um jovem tenente começa a ter um relacionamento amoroso com a filha de um barão. Estão ambos apaixonados, mas precisam enfrentar o preconceito da sociedade pois ela é uma pessoa com necessidades especiais e bem mais rica do que ele. 

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Jurassic World: Recomeço

Jurassic World: Recomeço 
Tudo bem, passa longe de ser um dos melhores filmes da franquia, mas penso que exageraram na receptividade negativa desse novo filme da marca "Jurassic Park". Algumas coisas realmente não ficaram boas como o próprio design dos dinossauros mutantes. Aquele último monstrão, na cena clímax, mais se parece com um Alien mal planejado do que um dinossauro real, então realmente ficou bizarro. Deveriam ter usado os bons e velhos dinossauros que estamos acostumados a ver na franquia. E quando esses aparecem temos as melhores sequências do filme. Todas as honras ficam, claro, com o "Rei Tirano", o Tiranossauro Rex, na cena da balsa no rio de correntezas. O Rex é tiro certo! Sempre que aparece em qualquer um dos filmes disso resulta em boas cenas, aliás nas melhores cenas. Está no inconsciente coletivo de todo o público. Não tem como errar. Então aqui temos, um pequeno exemplo de algo que funciona no filme. 

Outra coisa que eu realmente gostei foi da longa sequência com os dinossauros marítimos. Eles realmente nunca foram bem aproveitados nos filmes anteriores. Aqui ganharam um grande espaço. A sequência é de longa duração (quase a metade do filme!) e isso deu origem a uma das melhores cenas do Jurassic até aqui. Só faltou mesmo algumas tomadas submarinas para vermos melhor os bichanos nadando debaixo da linha da água. OK, decisões foram tomadas no roteiro e não há muito o que fazer em relação a isso. Por falar em roteiro, esse é bem esquemático, quase uma aula básica de roteiro do curso de cinema. Preso a determinadas fórmulas, realmente não há muita criatividade e originalidade. De qualquer forma "Jurassic Park" sempre foi pura diversão acima de tudo e nesse aspecto penso que esse novo filme funciona bem. 

Jurassic World: Recomeço (Jurassic World: Rebirth, Estados Unidos, 2025) Direção: Gareth Edwards / Roteiro: David Koepp, Michael Crichton / Elenco: Scarlett Johansson, Mahershala Ali, Jonathan Bailey / Sinopse: Uma expedição é organizada para ir até uma ilha distante, na costa da América do Sul. Ali se realizaram experiências genéticas em um passado recente, cruzando espécies diferentes de dinosssauros, resultando em monstros completamente desconhecidos na natureza do planeta, até então. 

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Confissões de um Necrófilo

Confissões de um Necrófilo 
O assassino desse filme tem um nome, Ezra Cobb. É apenas o nome de um personagem de roteiro de cinema. Balela, ignore. A história desse filme foi baseada mesmo na história real de um serial killer bem conhecido da crônica policial americana: Ed Gein. Acredito que seja caso único, pois uma só pessoa deu origem a uma série de personagens diferentes de terror que surgiram inicialmente na literatura, para depois aparecerem em bem sucedidas adaptações para filmes de grande sucesso. Não se engane sobre isso. Gein deu origem a Psicose, O Massacre da Serra Elétrica, Sexta-Feira 13, Halloween e mais um monte de outros filmes de terror por todos esses anos. É seguramente o assassino em série mais presente na cultura pop! Nada se compara a ele. 

E a razão de ter tido tanta "influência" nos filmes e livros de terror é fácil de entender. A história de Ed Gein é bizarra demais! Sim, ele tinha uma obsessão psicótica pela mãe, sim, ele mantinha seu corpo decomposto em sua casa e sim, ele era um necrófilo que roubava cadáveres enterrados no cemitério. Também incorporava com muita regularidade a personalidade da mãe, falando como ela, gritando seus preconceitos nos quartos sujos onde vivia! 

E em determinado momento de sua vida ele começou a matar, levando suas vítimas para sua fazenda sombria, onde morava sozinho há anos, após a morte de sua mãe. Eu penso que esse Ed Gein era claramente um homem com muitos problemas mentais sérios. Era um louco homicida! De qualquer forma ele passou o resto de sua vida preso em instituições de psiquiatria forense, em manicômios. Pensando bem a história de Ed Gein não foi apenas muito estranha, mas igualmente triste. E esse flme aqui conseguiu captar as nuances psicológicas doentias desse criminoso tão conhecido. 

Confissões de um Necrófilo (Deranged, Estados Unidos, 1974) Direção: Jeff Gillen, Alan Ormsby / Roteiro: Alan Ormsby / Elenco: Roberts Blossom, Cosette Lee, Leslie Carlson / Sinopse: Após a morte de sua mãe, um homem, claramente psicótico, já na faixa dos 50 anos de idade, passa a viver sozinho em uma velha fazenda decadente. Sofrendo de problemas de saúde mental, ele começa a cometer os mais nefastos crimes. História baseada em fatos reais. 

Pablo Aluísio. 

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um jovem casal americano é surpreendido por gritos na casa vizinha. Após o marido sair para averiguar acaba descobrindo que há uma chacina se desenrolando na casa ao lado. Para piorar os insanos moradores invadem sua própria casa, causando quase uma tragédia completa. Em seus últimos momentos, uma mulher, completamente insana e envolvida com rituais satânicos, se agarra na boneca que a esposa acabara de receber de presente do marido. A partir daí o estranho objeto parece ganhar vida, desencadeando eventos sobrenaturais inexplicáveis. Confuso e com medo o casal resolve então partir em busca de ajuda com o padre da paróquia católica local.

Comentários:
Na verdade "Annabelle" nada mais é do que o Prequel do filme "Invocação do Mal". A boneca inclusive já havia aparecido naquela produção de forma mais discreta. Assim o que temos aqui são os acontecimentos anteriores ao filme original. Dito isso, outra explicação é necessária. Ao invés do que anda se escrevendo bastante por aí, os eventos mostrados nesse filme não foram inteiramente baseados em fatos reais. Certamente a boneca amaldiçoada existe e está inclusive em exposição no porão do casal Warren nos Estados Unidos, mas sua história verdadeira nada tem a ver com o filme. Na verdade a boneca de pano Annabelle (que diga-se de passagem é bem diferente da que vemos nas cenas do filme) foi envolvida em eventos sobrenaturais bem diferentes, com outros jovens, durante os anos 1970. Não havia o casal que vemos nesse roteiro, nem nada parecido, sendo tudo mesmo mera ficção. Aliás nem todas es escolhas do roteiro me soaram satisfatórias. 

A coisa toda de envolver Annabelle com uma seita satânica que acaba de uma forma ou outra se vinculando com a boneca me pareceu incomodamente semelhante aos filmes do Chucky (mas claro, sem a galhorfa do boneco assassino). Depois disso o roteiro consegue superar de certa forma sua falha inicial apostando em bem sucedidas sequências de suspense e terror. E é justamente aí que resulta seu grande mérito. Em termos de história em si "Invocação do Mal" é de fato um filme mais completo, mais esclarecedor, com mais informações, mas em questão de índice de medo "Annabelle" o supera. Há de fato ótimos momentos, alguns bem assustadores. A dupla de atores que interpreta o casal funciona apenas como background e escada para os sustos, pois de fato a boneca (na verdade várias delas que foram usadas ao longo do filme) é a grande estrela desse horror. O clímax, por outro lado, me pareceu muito bem bolado, com os personagens em um momento crucial de redenção e sacrifício. Um bom desfecho para um terror que realmente se revela bem acima da média do que vem sido produzido ultimamente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Bandeirantes do Norte

Título no Brasil: Bandeirantes do Norte
Título Original: Northwest Passage
Ano de Produção: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: King Vidor
Roteiro: Laurence Stallings, Talbot Jennings
Elenco: Spencer Tracy, Robert Young, Walter Brennan, Ruth Hussey, Nat Pendleton, Louis Hector

Sinopse:
Dois cowboys se reúnem aos Texas Rangers em pleno período das guerras indígenas. Quando chegam em um forte distante, no meio do velho oeste, chamado Fort Wentworth, descobrem que não há mais ninguém, nenhum militar e nenhum nativo. Nem suprimentos para sobrevivência.

Comentários:
O filme foi vencedor de um Oscar, o de fotografia, dado para a dupla formada por Sidney Wagner e William V. Skall. O título nacional é equivocado. Bandeirantes são figuras históricas do Brasil, não dos Estados Unidos. Feito essa ressalva temos aqui um bom western, estrelado pelo sempre bom e correto Spencer Tracy, aqui sob direção do veterano diretor King Vidor. Esse cineasta sempre foi considerado um profissional de estúdio, que fazia o que os produtores determinavam. Isso não significa que tenha sido um cineasta ruim, nada disso, apenas previsível. Há boas cenas, valorizadas pela região onde o filme foi realizado. Talvez um pouco envelhecido pelo tempo, esse faroeste ainda se mantém pelo seu bom roteiro, que realmente soube manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Vitória Amarga

Esse clássico filme dramático do cinema americano concorreu ao Oscar de melhor filme do ano, mas acabou sendo vencido pelo supremo "...E O Vento Levou". Realmente não havia como superar aquela obra-prima. De qualquer maneira temos aqui um maravilhoso filme estrelado pela sempre ótima Bette Davis. Ela interpreta Judith Traherne (Bette Davis), uma mulher bem sucedida, independente, uma socialite querida no meio social. Um dia ela descobre que tem uma séria doença, um tumor cerebral que sequer pode ser operado. Ao descobrir seu diagnóstico ela também recebe basicamente uma sentença de morte.

Sabendo que vai morrer em breve, ela tenta assim recolocar as coisas no eixo em sua vida pessoal e profissional. Muitos médicos quando informam aos seus pacientes que seus dias estão contados geralmente dão esse tipo de conselho, usando frases como "Se eu fosse você colocaria a partir de agora as coisas em ordem!". Então Judith faz exatamente isso, tenta acertar tudo para que consiga viver seus últimos dias com a dignidade pessoal que merece. O roteiro é tocante e humano, sendo que além da indicação ao melhor filme do ano, "Vitória Amarga" ainda concorreu ao Oscar nas categorias de melhor atriz (para Bette Davis, justíssimo) e melhor música (Max Steiner). Grande drama, grande filme, merece todos os aplausos.

Vitória Amarga (Dark Victory, Estados Unidos,1939) Direção: Edmund Goulding / Roteiro: Casey Robinson, baseado na peça teatral escrita por George Emerson Brewer Jr / Elenco: Bette Davis, Humphrey Bogart, George Brent / Sinopse: O filme conta a história de uma dama da sociedade que descobre que está com um câncer incurável. Ao saber disso ela começa então a aparar e reparar as arestas de sua vida.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de agosto de 2025

O Caçador

Uma boa produção australiana. O filme conta a estória de um caçador (Willem Dafoe) que é contratado por uma grande empresa de engenharia genética para ir até a Tâsmania (na Austrália) com o objetivo de capturar o que seria a última espécie de um famoso tigre que é dado como extinto pela ciência desde a década de 20. Chegando lá ele acaba conhecendo a família de um ecologista desaparecido. Também tem que lidar com a hostilidade dos moradores locais que pensam que ele também é um pesquisador ecologista, O fato é que a indústria madeireira da região é a única fonte de trabalho dos moradores do local. O filme é lindamente fotografado em uma região extremamente bela da Oceania. Há longas tomadas da fauna e flora da densa floresta australiana. O roteiro soube explorar bem esse lado mais natural sem esquecer também de desenvolver o afeto que o caçador vai nutrindo pela família que lá encontra.

Os fãs do cinema americano provavelmente vão estranhar um pouco o ritmo da produção que não tem pressa nenhuma em contar a estória. Há uso de efeitos digitais também mas eles são discretos e necessários uma vez que o tal tigre da Tasmânia está extinto mesmo e eles tiveram que recriar o animal digitalmente. O roteiro é bem escrito e redondinho e não tem pretensões de ser épico ou tentar desenvolver os personagens mais profundamente. No fundo é um misto de mensagem ecológica com cenas de cartão postal. A única crítica mais severa que faço a "The Hunter" é o seu desfecho que achei realmente imoral e indigno. Poderiam ter desenvolvido outro destino para o animal caçado - do jeito que ficou o final me deixou realmente aborrecido. De qualquer forma assistam, penso que irão gostar (principalmente os defensores da natureza).

O Caçador (The Hunter, Austrália, 2011) Direção: Daniel Nettheim / Roteiro: Alice Addison / Elenco: Sam Neill, Willem Dafoe, Frances O'Connor, Sullivan Stapleton , Dan Wyllie, Callan Mulvey, Jacek Koman, Morgana Davies / Sinopse: Martin David (Willem Dafoe) é um caçador que é contratado por uma empresa de biotecnologia para ir até distante floresta australiana com o objetivo de capturar o último tigre da Tasmânia.

Pablo Aluísio.

Sob o Domínio do Medo

Essa é a segunda transposição para as telas do livro "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams. A obra literária original mostrava uma imagem nada agradável de certos moradores de uma típica cidade sulista do interior dos EUA. Embora o livro tenha sua fama todos os cinéfilos certamente se lembram muito mais do filme original com Dustin Hoffman no elenco e direção de Sam Peckinpah. O filme realizado na década de 70 marcou época por causa de sua violência estilizada. O original tinha uma tensão e um suspense inovadores na linguagem cinematográfica da época o que não se repete aqui nessa releitura. Nessa nova versão resolveu-se trocar tudo isso pela simples e pura violência irracional, sem maiores preocupações com estilo ou estrutura. Os tempos são outros realmente. O que realmente marca esse remake atual é sua característica de produção B com orçamento restrito..Por essa razão esqueça maiores comparações. Claro que a trama segue praticamente a mesma do antigo filme com Dustin Hoffman: casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe. Como sabemos os red necks (caipirões americanos) não são um bom exemplo de gente culta e civilizada. Pelo contrário, conseguem cultuar até nos dias atuais uma mentalidade completamente atrasada e anacrônica.

O elenco é todo formado basicamente por atores de seriados o que vai ser divertido para quem gosta de acompanhar séries. O destaque vai para o ator sueco Alexander Skarsgård. que interpreta o vampiro Eric Northman em "True Blood". Certamente ele tem uma boa presença em cena que não compromete o resultado do filme embora também não surpreenda em momento algum. James Marsden, que faz o protagonista, apesar de carismático ainda não tem cacife para levar uma produção dessas para o sucesso nas bilheterias (tanto que o filme teve resultado bem ruim nesse aspecto não conseguindo sequer recuperar seu investimento). De resto, como já disse, só sobra mesmo muita violência (estupros, torturas, assassinados e mortes bizarras - inclusive uma com uma armadilha para urso, totalmente inusitada). Enfim, um remake realmente desnecessário e sem importância mas que pode até mesmo servir para aliviar o tédio em uma tarde chuvosa se você não exigir muito.

Sob o Domínio do Medo (Straw Dogs, Estados Unidos, 2011) Direção: Rod Lurie / Roteiro: Rod Lurie, David Zelag Goodman baseados na obra "The Siege of Trencher's Farm" de Gordon Williams / Elenco: James Marsden, Kate Bosworth, Alexander Skarsgår / Sinopse: Casal vai morar em uma pequena cidade do sul dos EUA e lá começa a sofrer hostilidades dos moradores locais. A esposa é nascida na cidade e conhece as manias dos habitantes mas o maridão é do tipo nerd, roteirista e escritor de Hollywood que logo é tachado de "otário" pelos valentões e beberrões do local. Além disso ela foi namorada no passado de um dos trabalhadores locais que vai até sua casa para realizar reformas em um dos telhados do imóvel. A tensão decorrente dessa situação logo se impõe.

Pablo Aluísio.