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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Caravana de Bravos

Caravana de Bravos
Dois cowboys, que vivem de comprar e vender cavalos selvagens, são contratados como guias de uma caravana de Mórmons que precisam cruzar o deserto para chegar na região onde eles querem construir uma nova comunidade religiosa. A jornada não vai ser das mais simples. Além do clima hostil, que exigirá muito de todos os membros da caravana, ainda existem perigos por causa da presença de bandoleiros e criminosos, além dos nativos selvagens que estão por todas as partes e rejeitam a presença do homem branco em suas terras ancestrais. 

Esse é um filme menor e pouco conhecido da filmografia do grande John Ford. No elenco não há nenhum grande astro da era de ouro do western. E o filme foi feito com produção apertada, resultando em uma película de pouca metragem, com pouco menos de 80 minutos de duração. Isso não significa em nenhum momento que seja um faroeste ruim, nada disso. Todos os elementos que se esperam encontrar em um bom faroeste estão aqui. Porém é fato que esse é um dos filmes mais modestos e menos pretensiosos desse diretor que iria se notabilizar pelas grandes obras cinematográficas que iria dirigir em seus anos seguintes. 

Caravana de Bravos (Wagon Master, Estados Unidos, 1950) Direção: John Ford / Roteiro: Frank S. Nugent, Patrick Ford, John Ford / Elenco: Ben Johnson, Joanne Dru, Harry Carey Jr. / Sinopse: Esse western, também conhecido como "Caravana Perdida", conta a história de um grupo de pioneiros que viajam rumo ao deserto do oeste dos Estados Unidos em busca de um novo recomeço. E no caminho enfrentam todos os tipos de adversidades. 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

A Grande Ilusão

Título no Brasil: A Grande Ilusão
Título Original: All the King's Men
Ano de Lançamento: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Robert Rossen
Roteiro: Robert Penn Warren, Robert Rossen
Elenco: Broderick Crawford, John Ireland, Joanne Dru, John Derek, Mercedes McCambridge, Shepperd Strudwick

Sinopse:
Com roteiro baseado no aclamado romance vencedor do prêmio Pulitzer, o filme conta a história de ascensão e queda de um político populista norte-americano. Enganando pessoas, se dizendo cristão e homem honesto, assim que assume o poder começa a abusar dele, além de praticar roubos em série do dinheiro público. A jornada padrão de um politico desonesto e enganador! 

Comentários:
Esse filme foi o grande vencedor do Oscar de melhor filme de 1950, sendo agraciado com mais duas estatuetas. O elenco está excelente! Não poderia ser diferente, tanto o ator principal Broderick Crawford como seu parceiro em cena, John Ireland, como coadjuvante, levaram o tão cobiçado Oscar para casa. Mais do que merecido pois foram realmente trabalhos dignos do maior prêmio do cinema. Em termos de história, é a tal coisa, velha história... nova história. Alguns anos atrás foi lançada uma nova versão, uma nova adaptação cinematográfica desse consagrado livro, mas apesar de igualmente ser um bom filme não se compara ao original. Eu aina prefiro muito mais essa versão clássica. Na verdade toda a força da história vem mesmo do texto escrito, do romance. É um verdadeiro tratado sobre populismo e demagogia. Uma forte mensagem que segue atual, principalmente nos dias de hoje. E do ponto de vista puramente cinematográfico não há o que se reclamar. Temos cinema de muita qualidade aqui, tanto em termos de direção, roteiro, como também no quesito atuação, que já destaquei. Enfim, um dos grandes filmes premiados pelo Oscar em sua história. 

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de setembro de 2017

O Príncipe Negro

Título no Brasil: O Príncipe Negro
Título Original: The Dark Avenger
Ano de Produção: 1955
País: Inglaterra
Estúdio: Allied Artists Pictures
Direção: Henry Levin
Roteiro: Daniel B. Ullman
Elenco: Errol Flynn, Joanne Dru, Peter Finch, Yvonne Furneaux, Michael Hordern, Moultrie Kelsall

Sinopse:
Idade Média. Durante a Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França, após uma violenta batalha em solo francês, o Rei Edward VIII (Michael Hordern) resolve voltar para a Inglaterra, pois seu reino também está sofrendo com rebeliões internas. Para cuidar, proteger e administrar de seus territórios franceses recém conquistados o Rei resolve deixar seu filho, o Príncipe de Gales (Flynn), responsável por tudo. Não será algo fácil. Os senhores feudais franceses querem a expulsão dos ingleses a todo custo e farão de tudo para reconquistarem suas terras e castelos.

Comentários:
Produção medieval B ao estilo capa e espada dos estúdios ingleses Allied Pictures. O grande destaque vem da presença do antigo astro da Warner Errol Flynn. No passado ele havia estrelado algumas das mais caras e ricas produções de Hollywood, muitas sob direção de Michael Curtiz. Quando realizou esse filme porém Flynn já estava em fim de carreira. O ator havia destruído parte de sua fama nos Estados Unidos por causa de bebidas, drogas e mulheres. Além disso, como foi descoberto depois por alguns biógrafos, ele também colaborou com os nazistas durante a II Guerra Mundial, se tornando um espião de Berlim em Hollywood. Tudo isso obviamente colaborou para que ele entrasse em decadência. Quando foi para Inglaterra atuar nesse "O Príncipe Negro" ele já estava praticamente acabado. E isso se nota bem no filme. Flynn está com um aspecto envelhecido, fora de forma (inchado para falar a verdade), com pouca disposição em atuar bem. Pior do que isso, ele está muito velho no papel, pois no roteiro o príncipe que interpreta era apenas um jovem inexperiente que acaba causando surpresa em todos por causa de sua coragem e valentia. Ora, o personagem deveria ter no máximo 20 anos de idade, mas quando Flynn o interpretou já estava com 45! Assim tudo soa pouco convincente. Outro aspecto que chama a atenção nesse filme é que a fotografia é bem mais escura do que o habitual, tudo para esconder o orçamento limitado da própria produção. Um velho artifício dos filmes noir que foi usado por essa produção de aventuras medievais. Em suma, um momento menor de um grande astro do cinema clássico em Hollywood que deixou tudo lhe escapar por causa dos excessos que cometeu em sua breve e conturbada vida. Vale porém pela curiosidade histórica, especialmente indicado para os fãs de Errol Flynn.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de março de 2006

O Vale da Vingança

“O Vale da Vingança” é um filme de western interessante porque o foco de seu roteiro difere um pouco dos filmes de faroeste de sua época. A moralidade é o centro do argumento dessa produção. Lily Fasken (Sally Forrest) é uma jovem que surge grávida numa pequena cidade do velho oeste. Apesar da pressão para dizer quem é o verdadeiro pai de seu filho, ela se recusa a revelar o nome de todas as formas. As coisas começam a ficar mais complicadas quando o cowboy Owen Daybright (Burt Lancaster) surge uma noite em sua casa para lhe dar uma soma em dinheiro para que ela possa cuidar da criança recém-nascida. Seu ato logo despertam suspeitas. Os moradores da cidade começam então a comentar que Owen seria o verdadeiro pai do filho de Lily. Não demora muito para que os irmãos dela saiam no encalço de Owen, exigindo que ele se case com sua irmã. Caso contrário as coisas iriam complicar e muito para ele. A verdade porém é muito mais complexa do que isso. Como se sabe no velho oeste a honra de uma mulher geralmente era resolvida na base da violência. Duelos eram comuns nessas situações limites. Mais cedo ou mais tarde aquela situação delicada seria resolvida na base do gatilho e da pólvora.

O ator Burt Lancaster é o astro do filme, mas o personagem mais interessante da trama é Lee (Robert Walker), seu irmão no roteiro. Lee é um cowboy, assim como Owen (Lancaster), mas ao contrário desse não tem qualquer tipo de valor moral. Ele mente, rouba, faz trapaças e coloca seu irmão nas mais diversas dificuldades. Para piorar é o responsável pela saia justa em que Owen se encontra com os irmãos da austera e decidida Lily. É realmente uma pena que Robert Walker tenha morrido tão jovem, com apenas 32 anos. Ele era talentoso e tinha excelente postura em cena. Como Lee, o irmão problemático, ele acaba roubando o filme de Burt Lancaster. Esse “O Vale da Vingança” seria seu antepenúltimo trabalho. Ele tragicamente faleceu em agosto de 1951 após misturar remédios prescritos com bebida alcoólica. A reação foi tão forte que acabou o levando ao óbito de forma muito precoce. Uma grande perda.

O diretor de “O Vale da Vingança” foi o eclético Richard Thorpe que teria seu auge de popularidade seis anos depois ao dirigir o cantor Elvis Presley no sucesso “O Prisioneiro do Rock” (Jailhouse Rock, 1957). Thorpe foi um dos cineastas mais produtivos da história de Hollywood, tendo dirigido incríveis 185 filmes ao longo de sua carreira! Enfim temos aqui um western que discute a situação da mulher no velho oeste. Ser uma mãe solteira naqueles tempos duros e ambiente rude, realmente não era para qualquer uma. Assista e entenda essa interessante questão moral que o roteiro se propõe a discutir.

O Vale da Vingança (Vengeance Valley, Estados Unidos, 1951) Direção: Richard Thorpe / Roteiro: Irving Ravetch baseado no livro de Luke Short / Elenco: Burt Lancaster, Robert Walker, Joanne Dru, Sally Forrest, John Ireland / Sinopse: Um cowboy chamado Owen (Burt Lancaster) é apontado erroneamente como o pai de uma criança recém nascida numa pequena cidade do velho oeste. Procurando por vingança pelos danos morais impostos a sua irmã, dois pistoleiros vão em busca de Owen para tomar satisfações. O conflito terá graves consequências.

Pablo Aluísio.
 

sexta-feira, 3 de março de 2006

Legião Invencível

"Legião Invencível" é o segundo filme da trilogia dirigida por John Ford retratando a cavalaria americana. O primeiro, "Sangue de Heróis", era uma alegoria dos acontecimentos que levaram a sétima cavalaria do exército americano a ser dizimada por tribos hostis. Era de certa maneira uma crítica mordaz de Ford para com o fato do General Custer ser idolatrado pelo exército como um herói. Aqui o tema continua. Não é necessariamente uma sequência do filme anterior, personagens são diferentes e finalmente o nome Custer surge em cena (no anterior o papel que seria de Custer foi transferido para a de um Coronel puramente ficcional, embora sua estória seja obviamente a do famoso General). Aqui o enredo começa após o massacre de Custer e sua sétima cavalaria. Prestes a se aposentar o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

O elenco novamente conta com o ator preferido de John Ford, o eterno cowboy John Wayne. Fazendo o papel de um personagem muito mais velho do que ele na época, Wayne foi fortemente maquiado para parecer um veterano Capitão perto da aposentadoria. Conciliador tenta abrir uma linha de diálogo com os líderes nativos, mesmo com resultados adversos. John Ford novamente foi a Monument Valley para rodar todas aquelas cenas clássicas que tanto conhecemos - com os montes ao fundo em pleno crepúsculo (uma das marcas registradas da carreira do cineasta). O filme é muito bem fotografado e de forma em geral muito mais leve do que "Sangue de Heróis". Não há muitas cenas de ação (afinal a grande batalha sangrenta havia acontecido no filme anterior) sendo que o filme se apoia muito mais no cotidiano da vida dos soldados no posto avançado. O humor também se faz presente, como quase sempre acontecia nos filmes de Ford. Em conclusão podemos considerar "Legião Invencível" um belo filme que traz uma interessante mensagem em seu roteiro, a de que a paz só será alcançada mesmo com atos de diplomacia e tolerância religiosa e cultural. A guerra, como sempre, nunca será a solução para nenhum problema envolvendo choque de civilizações e culturas.

Legião Invencível (She Wore a Yellow Ribbon, EUA, 1949) Direção: John Ford / Roteiro: James Warner Bellah, Frank S. Nugent / Elenco: John Wayne, Joanne Dru, John Agar, Ben Johnson, Harry Carey Jr / Sinopse: Após a morte do General Custer e toda a sétima cavalaria o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

Pablo Aluísio.