sábado, 5 de junho de 2021

Infiltrado

Para quem acha que filmes de ação não podem ser também inteligentes e bem roteirizados, eu indico esse novo "Infiltrado" do diretor Guy Ritchie. O roteiro se baseia em torno de uma situação básica, onde um grupo fortemente armado tenta roubar um carro forte. As coisas não saem exatamente como planejado e um jovem morre de forma inocente. E esse fato vai dar origem a uma série de eventos que o roteiro vai explorar de forma muito eficiente. Quando o filme começa tudo o que acompanhamos é a chegada de um inglês de poucas palavras em busca de um emprego numa empresa de transporte de valores. Essa empresa transporta diariamente milhões de dólares pelas ruas da cidade. Verdadeiras fortunas.

Acontece que H (Jason Statham) tem ótimo currículo e é logo admitido para trabalhar. Ele então passa a trabalhar em um daqueles carros fortes. Caladão, jeito de poucos amigos, ele mostra que é um segurança diferenciado. Logo na primeira tentativa de assalto, sai do carro e encara os criminosos face a face. Pior para todos eles. A coisa toda não parece natural. Todos começam a se perguntar, quem seria aquele sujeito? De onde ele vinha? Teria algum tipo de treinamento especial? São perguntas que vão ser respondidas pelo ótimo roteiro. Só não espere por banalidades, porque tudo nesse filme é bem construído, com destaque para a linha narrativa que vai e vem no tempo. Aos poucos tudo vai se encaixando. Não disse que Guy Ritchie não subestimava a inteligência do público? Pois é, não subestima mesmo. E nesse processo faz grande cinema.

Infiltrado (Wrath of Man, Estados Unidos, 2021) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Nicolas Boukhrief, Éric Besnard / Elenco: Jason Statham, Andy Garcia, Holt McCallany, Josh Hartnett, Scott Eastwood, Chris Reilly / Sinopse: Jason Statham interpreta H. Ele é contratado por uma empresa de segurança de valores, ao mesmo tempo que parece ter uma ligação com um assalto, ocorrido alguns meses antes, quando dois seguranças dessa mesma empresa foram mortos. Haveria mesmo alguma ligação entre os eventos criminosos?

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Pablo:
    Outro dia te falei que o Guy Ritchie é um dos diretores atuais que sempre nos surpreende com filmes criativos.
    A cena violentíssima com Folsom Prisom Blues sendo cantado quase a capela e pausada é um primor
    Um Jason Statham que não luta de forma cartunesca, e sofre, é uma grande novidade.
    Eu não consegui entender como o "H" (Statham) sobreviveu aos tiros pra fazer um final de filme péssimo e absurdamente previsível, que só não o estragou inteiro pela qualidades supracitadas.
    P.S. O Andy Garcia, a grande promessa de Os Intocáveis, está se especializando em ser subaproveitado, desconsiderado, até desrespeitado, nas últimas produções, ruins, ou boas, das quais eu o vi participar nos últimos tempos.

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  2. Serge,
    O Guy Ritchei imprimiu uma excelente narrativa nesse filme. As coisas vão se encaixando aos poucos e tudo feito de forma bem criativa. Em relação a pequenos detelhes inverossímeis do roteiro, bom, faz parte do jogo nesse tipo de filme. Nem tudo que veremos em roteiros desse tipo será plenamente crível.

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    1. É verdade Pablo, mas até uns 70% do filme tudo se encaminhava pra um final bem mais duro, pesado. Dá e impressão que os 20 minutos finais foram repensados e acabamos tendo um final de filme do Jason Statham.
      Você conseguiu entendo porque aquele sujeito que parecia até protege-lo, resolveu, no carro forte, contar tudo a ele abertamente? Eu não entendi com qual objetivo ele fez tal sandice. Ali se o fosse um filme de Jason Statham, mesmo sem arma, ele já teria dado um sacode naquele motorista a resolvido a situação.

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  3. SPOILER:

    Serge, ele não pegou o cara dentro do carro forte porque o objetivo dele era chegar mesmo nos caras que tinham matado o filho dele. Se o H tivesse partido para cima ele provavelmente nunca encontraria os assassinos, que no final era o objetivo principal dele. Em relação ao fato do Bullet contar tudo para ele dentro do carro forte, bom, penso que foi para neutralizá-lo. Deixar claro que se ele reagisse ali, ele seria morto. Além disso o Jason ficou com uma arma sem balas, como o Bullet explicou para ele.

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