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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A Donzela de Salem

Título no Brasil: A Donzela de Salem
Título Original: Maid of Salem
Ano de Produção: 1937
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Lloyd
Roteiro: Walter Ferris, Bradley King
Elenco: Claudette Colbert, Fred MacMurray, Harvey Stephens, Gale Sondergaard

Sinopse:
Baseado na obra teatral escrita por Bradley King, "Maid of Salem" narra a estória de um romance que floresce entre dois jovens moradores da pequena cidade de Salem, no Massachusetts, durante o século XVII. Eles se amam ardentemente, porém a rígida repressão moral e religiosa daquele sociedade os impede de serem inteiramente felizes. No meio de tanto temor de serem descobertos, acabam caindo nas garras de uma tradicional família que os acusam de estarem praticando atos de bruxaria na floresta local. A acusação acaba despertando o que há de pior naquelas pessoas.

Comentários:
Interessante filme que tenta mesclar romance e terror (no sentido mais estrito da palavra) em apenas um roteiro. A simples menção do nome da cidade de Salem já traz à tona um dos mais pavorosos eventos da chamada Inquisição Protestante nos Estados Unidos, quando dezenas de pessoas inocentes foram queimadas vivas em fogueiras por pastores e líderes religiosos locais que, a despeito de combaterem a presença do diabo na região, cometeram crimes terríveis. Tudo se revelaria anos depois como simples paranoia e fanatismo religioso. Esse contexto histórico foi apenas parcialmente aproveitado. Assim o que vemos aqui não é a história real, mas sim uma adaptação, onde o foco se transfere inicialmente para o romance entre duas pessoas extremamente apaixonadas. Como o amor deles acaba despertando ciúmes e ódio em alguns moradores eles logo se tornam vítimas de acusações infundadas, que apontavam o dedo em sua direção, os acusando, sem prova alguma, de que estavam cometendo atos de magia negra e bruxaria. Um absurdo completo. O drama é estrelado pela estrela Claudette Colbert, um dos nomes mais famosos em Hollywood naquela época. Conhecida por clássicos como "Aconteceu Naquela Noite" (1934), "Desde Que Partiste" (1944) e "Mulher de Verdade" (1942) ela empresta todo o seu talento para que o filme funcione plenamente. Um bom retrato da indústria americana daqueles tempos, em que não se deixava o aspecto puramente comercial dos filmes se sobrepor à fortes mensagens de racionalidade e tolerância.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Uma Nação em Marcha

Título no Brasil: Uma Nação em Marcha
Título Original: Wells Fargo
Ano de Produção: 1937
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Lloyd
Roteiro: Paul Schofield, Gerald Geraghty
Elenco: Joel McCrea, Bob Burns, Frances Dee
  
Sinopse:
Ramsay MacKay (Joel McCrea) é um empregado da empresa Wells Fargo Express cuja principal atividade econômica é levar correspondência e cargas entre as duas costas americanas. Seu trabalho não é tão fácil como parece pois ele precisa vencer longas distâncias, viagens e jornadas penosas, tudo para entregar as encomendas na hora certa, no momento exato. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Som (baseado no sistema sonoro inovador da época, chamado de Paramount SSD).

Comentários:
Faroeste muito antigo que conta uma história que sinceramente falando será pouco atrativo para os dias atuais. O personagem principal interpretado pelo ator Joel McCrea é basicamente um empregado de uma empresa privada que fatura levando encomendas e correspondências entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos. Então o McCrea basicamente interpreta um carteiro? Tirando as devidas proporções é justamente isso. Hoje em dia enviar uma mensagem é a coisa mais banal do mundo, está a distância de um click no computador, mas no século XIX era praticamente uma aventura pois as cartas físicas tinham que atravessar grandes distâncias, geralmente passando por regiões hostis. O roteiro porém não se leva completamente à sério, longe disso, há todo um clima bem humorado que vai de ponta a ponta do filme. 

Para suavizar ainda mais Joel McCrea se apaixona por uma donzela, se declarando em galanteios românticos (nem todos muito convincentes). Como ainda era jovem (e tinha uma belo penteado, ou seja, bem antes de ficar careca) até que consegue convencer um pouquinho como galã sentimental, mas no geral nada é muito bem desenvolvido. O filme só se destaca mesmo por alguns aspectos da produção como uma bem detalhada réplica da San Francisco daqueles tempos, um vilarejo ainda, antes da chegada de milhares de imigrantes que iriam mudar a imagem da cidade, a transformando numa das metrópoles mais desenvolvidas da América. Outro fato que ajuda a manter o interesse é o fato de que o enredo explora praticamente toda a vida do protagonista, desde os primeiros tempos até sua velhice. Nesse meio termo explode a guerra civil, ele se casa e depois se separa da esposa (ela supostamente estaria apoiando os sulistas por causa da morte do próprio irmão no campo de batalha) tudo caminhando para o final quando ocorre a grande redenção entre eles. Poderia ser bem melhor, porém os roteiristas só estavam dispostos a ir até um certo limite. Mesmo assim, sendo menos do que poderia ser, ainda é um western que vale a pena ser ao menos conhecido.

Pablo Aluísio.