Eu vou chamar a atenção para um fato que tenho notado ultimamente na TV a cabo, principalmente em canais que abortam temas históricos como The History Channell e até mesmo National Geographic. A questão é o alto número de programas enfocando os nazistas, suas histórias, suas doutrinas, armas, arquitetura e é claro seu ícone máximo, Hitler. O que me deixou muitas vezes surpreso é que vejo poucos programas mostrando a vida dos vencedores da II Guerra Mundial. Para cada 1 programa mostrando a vida do primeiro ministro Winston Churchill deve haver pelo menos uns dez sobre Hitler. E o grande presidente Roosevelt? Não me lembro de ter assistido nada sobre ele. Já sobre Hitler, Himmler e demais líderes nazistas existem às dezenas.
Porque isso acontece? Eu estive pensando esses dias justamente sobre isso. A primeira hipótese que analisei foi o fato de que muitas desses canais de TV pertencem a grupos de judeus. Provavelmente não deixando cair no esquecimento o nazismo essas empresas queiram alertar às novas gerações sobre o perigo de ideologias como essa. Pode até fazer sentido. O problema é que muitos programas não possuem - pelo menos eu não consegui perceber isso - essa mensagem de denúncia tão óbvia. Afinal que denúncia haveria em mostrar os foguetes, navios e armas das forças do III Reich? Esse teor de alerta surge mais em programas sobre o holocausto. Nos demais não vejo algo tão incisivo assim.
Outra tese seria a de que os acontecimentos ocorridos durante o auge do nazismo foram tão absurdos que acabaram criando um conteúdo sensacionalista irresistível para o grande público. Seria a versão histórica dos programas sensacionalistas policiais que infestam as TVs abertas. Há sentido nesse tipo de afirmação? Em termos. Os nazistas se celebrizaram por não possuírem qualquer tipo de limite ético e humano. Eles realmente cometeram crimes e barbaridades inomináveis. Esse tipo de coisa sempre desperta o lado da curiosidade mórbida em cada espectador. Daí a audiência conquistada por esse tipo de programa.
Por fim e pegando um gancho com essa última hipótese é possível que o mal absoluto exerça uma atração profunda na alma humana. O próprio Hitler costumava dizer que apenas o ódio iria atrair as atenções para ele. Por isso foi um propagador de ideias de ódio, racismo e violência. Provavelmente se tivesse pregado a tolerância, a bondade e a conciliação nunca deixasse de ser um político medíocre do interior da Alemanha. Já com seus discursos de puro ódio virou um líder nacional. Por essas e outras que termino esse breve artigo dizendo que é chegado a hora também de valorizar a história dos grandes estadistas que venceram o nazismo. Há de haver um equilíbrio maior na programação desses canais.
Pablo Aluísio.
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