sexta-feira, 1 de abril de 2011

John Fitzgerald Kennedy

Essa semana os Estados Unidos (e o mundo) relembraram os cinquenta anos da morte do presidente americano JFK. Muitos especiais foram passados nos canais a cabo durante os últimos dias. Hoje à noite em particular assisti um muito bom chamado "Os Filmes Perdidos dos Kennedys" que reúne um acervo realmente fabuloso de imagens raras captadas da intimidade da família Kennedy, em especial dos momentos de lazer e diversão quando o clã se reunia numa casa de verão, à beira do mar. O John Kennedy que surge dessas imagens é muito diferente do mito que estamos acostumados a ver em aparições oficiais. O que pode se ver é basicamente um jovem, agindo ainda como um garoto o tempo todo. JFK nada na piscina, joga futebol, faz brincadeiras com suas irmãs e com seu irmão Bob e acima de tudo procura curtir a vida (que ele não sabia, mas seria breve e terminaria numa grande tragédia).

Eu sempre fui de opinião de que JFK só se tornou esse ícone americano por causa da forma como se deu sua morte. Politicamente sempre achei sua presidência muito fraca. Coisas como a crise dos mísseis de Cuba e as violações dos direitos civis de negros no sul dos EUA só ocorreram mesmo porque seus inimigos políticos o consideravam jovem e inexperiente demais para ser presidente da nação mais rica e poderosa do mundo.

O seu lado playboy e mulherengo, cantado em coro e verso por todos esses anos, que muitos associam como uma vantagem, vejo como um sinal de fraqueza. De certa forma Kennedy não se dava ao respeito e não agia de acordo com o cargo que ocupava. Em certo sentido nunca deixou de se comportar como um playboy inconsequente, levando sua presidência muitas vezes à beira do abismo. Seu romance com Marilyn Monroe foi uma vergonha. Quando ela cantou "Happy Birthday" em Nova Iorque foi como se houvesse uma declaração pública e notória dos casos de infidelidade do presidente. Além disso aquele namoro, que para ele nada significou, acabou levando Marilyn para uma rota suicida em sua vida.

Outro dia li um artigo afirmando que a Guerra do Vietnã jamais teria acontecido se JFK tivesse ficado vivo por mais um mandato presidencial. Não penso assim. Ele como presidente já havia ordenado o envio das primeiras tropas americanas ao sudeste asiático. Muito provavelmente teria afundado a nação naquele lamaçal tal como fizeram seus sucessores na Casa Branca. Aqui não está em dúvida a personalidade ou seus ideais mas sim a simples constatação de que independente de quem ocupasse a presidência a ordem de ir ao Vietnã seria dada. Aliás que político americano conseguiu até hoje se sobrepor ao poder da indústria de armas daquele país? Nenhum é a resposta.

Já em relação às inúmeras teorias da conspiração sobre sua morte também tenho uma visão mais conservadora e tradicional. Em minha opinião foi realmente Lee Oswald quem matou o presidente. Ele agiu sozinho, fruto de uma mente perturbada. Muitos vão pensar que isso é uma forma simplista de analisar a situação. Será mesmo? Na maioria das vezes a solução de todos os mistérios está realmente nas coisas mais simples, nos eventos mais banais. Oswald tinha ressentimentos com a liderança do país e muitas vezes afirmou ter especial ódio contra a imagem de família feliz e bem sucedido dos Kennedys. Depois de passar um tempo na União Soviética e voltar aos EUA para viver de um emprego medíocre, não é de se admirar que esse ex-marine, excelente atirador, tenha realmente perdido a noção, decidindo explodir os miolos do presidente sem medir as consequências de seus atos. Claro que o fato dele ter sido morto logo depois inflamou ainda mais os que defendiam uma ampla e complexa teoria da conspiração mas eu realmente não acredito em nada disso. Já li vários livros sobre o assunto e sempre fiquei cético em relação a tudo.

Bom, basicamente é isso. Fique de olho na programação de seus canais a cabo pois muita coisa tem sido exibida essa semana sobre o presidente. Filmes, séries, documentários e muito mais. Para quem gosta de história é realmente um prato cheio de curiosidades, imagens raras, detalhes interessantes. Eu não sou particularmente fã do presidente JFK mas é impossível negar que ele foi o símbolo de uma era que não voltará mais. Aquela nação americana, cheia de entusiasmo, alegria, otimismo, onde até o presidente era um garotão que esbanjava charme, realmente não existe mais, e isso faz, ora vejam só, 50 anos! Camelot provavelmente nunca mais se repetirá.

Pablo Aluísio.

2 comentários:

  1. Pablo:

    Estou com você no que tange a não levar a serio a tal da conspiração, porem tem três coisas que me incomodam nas imagens do assassinato.

    1- Porque um homem leva um tiro na garganta de um atirador que está atirando de trás?

    2- Logo após leva outro tiro de trás e cabeça explodida vai para trás e não para frente como seria normal, não é fisicamente lógico.

    3- Eu sou atirador formado no exército e sei que acertar dois de três trios daquela distância, em um alvo em movimento, não é difícil é impossível, para qualquer um.

    ResponderExcluir
  2. Bons questionamentos.

    A questão dos angulos dos tiros dados já deram margem a muitos estudos em livros, documentários, etc. A cabeça que vai para trás é uma reação natural do tiro que vem pelas costas. Como o carro estava em movimento criou-se uma ilusão de ótica do que estavámos vendo Na verdade em um primeiro momento a cabeça do presidente vai para a frente e só depois volta para trás, numa reação natural de um carro que está em movimento. Em relação ao fato dos tiros terem sido (quase) perfeitos, não podemos nos esquecer que Oswald era um atirador de elite, das forças armadas americanas. Mesmo assim ele errou o primeiro tiro e só foi bem sucedido nos dois seguintes, ou seja, realmente era impossível dar três tiros perfeitos e ele não os deu, errando o primeiro. Claro que um crime dessa magnitude vai levantar muitos questionamentos - centenas deles - mas de forma em geral não consigo acreditar em vários atiradores presentes no local como foi levantado pelas teorias da conspiração. Sou bem cético sobre isso (e sei que sou minoria nesse tipo de ponto de vista).

    ResponderExcluir