quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A Hora da Pistola

Após um sangrento tiroteio em Tombstone o xerife Wyatt Earp (James Garner), seus irmãos e o pistoleiro Doc Holliday (Jason Robards) são julgados pelas mortes dos Clantons. Para surpresa de muitos eles são finalmente absolvidos por terem agido de acordo com a lei e em legitima defesa. Revoltado com a absolvição de todos eles, Ike Clanton (Robert Ryan) resolve fazer justiça com as próprias mãos. Ele se reúne a um grupo de foras-da-lei e fere gravemente um dos irmãos de Earp. Não satisfeito finalmente consegue encurralar e matar mais um membro da família Earp. Diante de todas as represálias Wyatt Earp resolve novamente se unir a Doc Holliday para juntos partirem para um acerto de contas final e definitivo com os Clantons. Em praticamente todos os filmes que exploram a história do lendário xerife Wyatt Earp, os eventos no OK Curral são mostrados no final, até porque não há como ter um clímax melhor do que aquele em um western. Pois bem, aqui temos algo diferente.

O confronto entre a lei e os foras-da-lei ocorre logo na primeira cena do filme. Logo não é o ponto de chegada do roteiro mas sim seu ponto de partida para a história que o espectador verá. Isso é bem interessante pois o tiroteio no OK Curral deu origem a várias outras matanças ocorridas entre os clãs Earp e Clanton. Em certos aspectos esse acerto de contas sangrento acabou se tornando mais curioso do que o próprio tiroteio famoso ocorrido em Tombstone pois revelou a verdadeira face de muitos dos personagens envolvidos naquele duelo histórico. O mais instigante é saber que tudo foi baseado em fatos reais, ou seja, a matança continuou ainda por vários meses, provando que no velho oeste sangue só era lavado com mais sangue, não havendo espaço para o perdão em nenhuma de suas modalidades. James Garner está muito bem como Wyatt Earp. Sua caracterização pode ser considerada seca e dura demais para alguns mas na verdade achei bem adequada. Garner tinha tradição de interpretar personagens mais irônicos, bem humorados, até mesmo em faroestes, mas aqui não há espaço para esse tipo de coisa. Ele está rude e casca grossa como foi o Wyatt Earp real. A verdade é que certos personagens históricos precisam de um certo respeito quando suas histórias são contadas no cinema. Não há espaço para piadinhas - o que afinal é uma ótima notícia para os fãs de westerns clássicos e tradicionais em geral. 

Já Jason Robards está na pele do mitológico Doc Holliday. Esse sempre foi um personagem à prova de falhas, temos que admitir. As características que todos conhecemos (jogador, beberrão, rápido no gatilho, tuberculoso, etc) estão todas lá. Doc foi certamente o mais trágico pistoleiro do velho oeste. Um homem que sabia que não viveria muito e por essa razão não tinha medo algum de morrer em um duelo. Talvez por isso tenha sido um matador sem remorsos, dos mais eficientes que se tem notícia. Em suma, "A Hora da Pistola" é aquele tipo de faroeste que não pode faltar em sua coleção pois ele completa e conta a história que poucos conhecem de verdade. Muitos fãs sabem bem o que aconteceu no OK Curral mas não os eventos que se seguiram, os efeitos daquele conflito. Aqui temos o aconteceu depois de tudo. Uma pequena aula de história que não se aprende na escola.

A Hora da Pistola (Hour of the Gun, Estados Unidos, 1967) Estúdio: United Artists / Direção: John Sturges / Roteiro: Edward Anhalt / Elenco: James Garner, Jason Robards, Robert Ryan, Charles Aidman, Steve Ihnat, Michael Tolan, William Windom / Sinopse: Faroeste passado no velho oeste, estrelado pelo simpático e carismático ator James Garner, contando mais uma vez a história dos irmãos Earp, de seu amigo Doc Holliday e dos famosos eventos que aconteceram após o tiroteio no OK Curral. Filme com roteiro baseado em fatos históricos reais.

Pablo Aluísio.

A Noite da Emboscada

Título no Brasil: A Noite da Emboscada
Título Original: The Stalking Moon
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: National General Production Inc
Direção: Robert Mulligan
Roteiro: Alvin Sargent, Wendell Mayes
Elenco: Gregory Peck, Eva Marie Saint, Robert Forster, Russell Thorson, Frank Silvera, Lonny Chapman

Sinopse:
Um destacamento da cavalaria americana acaba encontrando uma mulher branca no meio de um bando de Apaches acampados no meio do deserto. Há muitos anos ela fora raptada por guerreiros da tribo e lá, feita prisioneira, acabou tendo um filho mestiço. Agora, em liberdade, ela pretende voltar para sua cidade natal e para isso acaba contando com a preciosa ajuda de Sam Varner (Gregory Peck), um batedor civil do exército que agora tem planos de voltar para seu rancho, localizado no Novo México. Tudo parece correr bem até que Sam descobre que o pai do garoto índio que viaja ao lado da mãe, está em busca deles. O conflito então se tornará inevitável.

Comentários:
Mais um ótimo western estrelado pelo grande ator Gregory Peck. O filme tem muitas peculiaridades que o tornam mais do que interessante. Um deles é a posição da mulher branca que tendo um filho mestiço com um guerreiro Apache (não por vontade própria, mas por ser prisioneira) acaba sentindo ela própria todo o preconceito racial contra os índios naquela região. Para piorar tudo, ela ainda tem que contar com o fato da incerteza pelo que lhe espera no mundo dos brancos, pois seus parentes mais próximos foram mortos quando ela foi raptada e paira uma dúvida sobre se ainda existem parentes distantes vivos para a cidade onde ela quer retornar, Columbus. E como reagirá sua família branca ao ter que lidar com um filho mestiço, fruto de estupro por parte do pai do garoto? São questões melindrosas que o roteiro não discute abertamente, mas que deixa bem subentendido.

Como o próprio nome do filme sugere, grande parte do filme se passa no rancho do personagem interpretado por Peck quando ele e os demais sofrem uma emboscada mortal do guerreiro Salvaje (Nathaniel Narcisco). Esse por sua vez é muito bem explorado pelo roteiro pois quase nunca se mostra totalmente, mais parecendo uma sombra na colina, espalhando mortes terríveis por onde passa. O duelo final entre Sam (Peck) e Salvaje assim se torna muito esperado pelo espectador e quando isso acontece certamente não decepciona. Também era de se esperar, pois o diretor Robert Mulligan também assinou outras pequenas e grandes obras primas como "O Sol É Para Todos" (com o mesmo Peck no elenco) e "Quando Setembro Vier" (ótima comédia romântica com o galã Rock Hudson). Assim deixo a recomendação desse "A Noite da Emboscada" para os fãs de faroestes clássicos. É um item para se ter na coleção de qualquer admirador desse gênero cinematográfico.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O Chamado do Mal

Um casal se muda para uma nova cidade. O marido é professor universitário de matemática e vai começar um novo trabalho na universidade daquela região. A esposa está grávida do primeiro filho deles. A chegada nesse novo local parece ser mais uma benção. Ele foi contratado para ensinar em uma boa universidade e ela tem muitos planos para sua maternidade. Só que aquilo que parecia ser um sonho logo se torna um pesadelo. E as coisas começam a ficar ruins por causa de um simples objeto, uma pequena caixa que no passado pertenceu a um ritual de aprisionamento de entidades do mal. Não deixa de ser curioso o roteiro desse filme porque não faz muito tempo assisti a um documentário no Discovery mostrando uma antiga crença da religião judaica onde rabinos aprisionavam espíritos do mal em pequenas caixas de madeira. É uma antiga crença, anterior até mesmo ao nascimento de Jesus. Não sei se ainda hoje esse tipo de ritual é praticado pelos judeus, mas de uma forma ou outra o roteiro desse filme se vale principalmente dessa antigas crenças para apoiar o argumento do filme.

E ficou bom, eu gostei desse filme. Há bons sustos e uma interessante galeria de criaturas do além. Claro, velhos clichês ainda desfilam pela tela, mas há igualmente bom uso de personagens interessantes como o veterano professor da universidade que decidiu se dedicar ao estudo do sobrenatural e do ocultismo depois que perdeu a sua visão. E o uso de crianças, até mesmo bebês, como entidades sobrenaturais dão também uma boa dose de sustos aos espectadores. Enfim, como gostei do resultado final desse filme de terror deixo a recomendação para quem gosta do estilo. Você nunca mais verá a maternidade da mesma forma depois de assistir a essa produção.

O Chamado do Mal (Malicious, Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Winnick / Roteiro: Michael Winnick / Elenco: Josh Stewart, Bojana Novakovic, Delroy Lindo, Melissa Bolona / Sinopse: Casal passa a ser aterrorizado por entidades do sobrenatural e do além depois que se mudam para uma nova casa perto da universidade onde o marido irá trabalhar como professor de matemática.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O Assassinato de um Presidente

Título no Brasil:O Assassinato de um Presidente
Título Original: The Assassination of Richard Nixon
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Niels Mueller
Roteiro: Kevin Kennedy, Niels Mueller
Elenco: Sean Penn, Naomi Watts, Don Cheadle, Jack Thompson, Brad William Henke, Nick Searcy

Sinopse:
Filme com história baseada em fatos reais. A vida de Samuel J. Bicke (Sean Penn) está desmoronando. Seu casamento acabou, ele mal consegue ter algum contato maior com suas duas filhas. A ex-esposa tem vergonha dele. Para piorar tudo, ele tem um emprego de vendedor de móveis que no fundo odeia. Procurando por uma saída, ele acaba encontrando apenas a loucura e a insanidade de um ato final sem o menor sentido. Filme indicado no Cannes Film Festival.

Comentários:
Quando tive conhecimento desse filme pela primeira vez, fiquei curioso. O título em inglês dessa produção é "The Assassination of Richard Nixon". Em primeira mão não entendi a lógica desse nome. Afinal o presidente Nixon não foi assassinado e nem tampouco sofreu qualquer atentado à sua vida enquanto era presidente. Então qual seria a lógica aqui? Bom, deve-se assistir ao filme para entender. O personagem interpretado por Sean Penn é a própria explicação. Ele foi um homem que acabou sendo arrasado pela sociedade. E quando se usa essa expressão já se sabe que vem coisa ruim pela frente. E de fato foi isso mesmo que aconteceu. O filme pode ser visto como uma biografia de mais um daqueles loucos violentos que a sociedade dos Estados Unidos forja todos os anos. O tal sujeito que parece normal, mas que um dia compra uma arma e sai massacrando pessoas inocentes a esmo. Porém o filme também pode ser vista sob outro ângulo, quando mostra uma pessoa que é tragada pelo fracasso pessoal e profissional, e que diante disso cai no desespero completo, tudo turbinado por teorias da conspiração que transformam em geleia a mente desse tipo de pessoa mentalmente fragilizada. É um bom filme, gostei, mas devo advertir que também tem um roteiro um tanto sombrio, pesado, melancólico, sem nenhuma esperança de redenção pessoal para seu protagonista. Enfim, um filme para poucos.

Pablo Aluísio.

Blueberry - Desejo de Vingança

Título no Brasil: Blueberry - Desejo de Vingança
Título Original: Blueberry
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Jan Kounen
Roteiro: Matthieu Le Naour, Alexandre Coquelle
Elenco: Vincent Cassel, Michael Madsen, Juliette Lewis, Temuera Morrison, Ernest Borgnine, Djimon Hounsou

Sinopse:
Quando jovem, Mike Blueberry (Vincent Cassel) foi abandonado pela família, sendo entregue a um tio abusivo e brutal. Depois de uma briga, ele é deixado para morrer no deserto mas acaba sendo salvo por nativos americanos. Isso cria um vínculo sentimental entre eles e os índios da região. Os anos passam e finalmente Blueberry se torna um agente federal. Sua tranquilidade como homem da lei é quebrada com a chegada de um perigoso assassino e pistoleiro. Esse está atrás de um tesouro enterrado numa mina de ouro abandonada em terras pertencentes a uma tribo local, algo que o xerife Blueberry não deixará acontecer pois as montanhas onde a mina é localizada são consideradas sagradas para os nativos que lá vivem.

Comentários:
Mais um western moderno que tenta revitalizar o gênero. O resultado é até interessante, mas obviamente fica muito abaixo da qualidade dos antigos clássicos. Um dos pontos mais positivos é o elenco. Gosto de todo o trio de atores principais desse filme. Vincent Cassel, por exemplo, que interpreta Mike Blueberry, tem um tipo bem ideal para fazer personagens do velho oeste. Um sujeito marcado pela rudeza e dureza do western selvagem. Seu oponente não se sai pior. Michael Madsen ao longo da carreira se especializou em interpretar pequenos escroques das ruas de Nova Iorque, membros do chamado baixo clero da Máfia italiana. Esse foi seu tipo de personagem mais comum em vários filmes anteriores de sua carreira, mas aqui acaba se destacando como um pistoleiro rude e cruel. Quem diria. Já Juliette Lewis não me surpreendeu tanto assim. Ela criou uma persona nas telas que sempre chama atenção. Suas personagens femininas são garotas fronteiriças entre a sanidade e a insanidade, entre a razão e a loucura. Sua intensidade e paixão quando faz esse tipo de papel acaba salvando ela em cena. "Blueberry - Desejo de Vingança" passou muito discretamente no Brasil e por anos foi reprisado no canal a cabo HBO. Não é um western indispensável que vá fazer falta em sua coleção, mas vale a pena ser conhecido e assistido pelo menos uma vez, pois mostra que o faroeste sobrevive, mesmo que em produções menores como essa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Perfeita é a Mãe!

Comediazinha protagonizada pela atriz Mila Kunis. Ela precisa se virar para dar conta dos dois filhos, do marido relapso e da carreira profissional. Um dia pega o marido se masturbando pela internet, em um desses chats eróticos. Para ela isso significa o fim. Ela não aguenta mais a vida que leva, o stress, a falta de reconhecimento pelo que faz pela família. Assim decide partir para outra, larga o marido, conhece novas amigas que estão passando pelo mesmo que ela e começa a viver uma "vida loca", mas só até certo ponto. E esse é o principal problema desse filme. Temos aqui um roteiro que não vai em frente.

Embora a personagem de Mila Kunis seja uma mãe insatisfeita com a vida, o roteiro tem medo de romper certas barreiras. Ela faz festa, arranja um novo namorado bonitão, mas no fundo continua sendo a mesma mulher quadradinha de sempre. Ela é chatinha, eis a verdade. Não tenta coisas novas, não tenta realmente se libertar. Coisa de filme açucarado demais que até tenta colocar algo interessante na mesa, mas tem medo de discutir o tema. OK, o filme é um bobeirinha, uma comédia de dois neurônios, mas bem que poderia ser um pouco mais ousado. Como a personagem é uma mãe, o roteiro tem medo de libertar ela totalmente. E fica nisso. Do jeito que ficou é totalmente descartável e medíocre, tal como a personagem principal. Tem gente que nasceu mesmo para a mediocridade.

Perfeita é a Mãe! (Bad Moms, Estados Unidos, 2016) Direção: Jon Lucas, Scott Moore / Roteiro: Jon Lucas, Scott Moore / Elenco: Mila Kunis, Kathryn Hahn, Kristen Bell, Christina Applegate, Jada Pinkett Smith / Sinopse: Mãe frustrada com a vida que leva, decide mudar tudo. Larga do marido que gosta de ver pornografia na internet, arranja um novo namorado e parte para mudanças em sua vida chata de mãe e esposa.

Pablo Aluísio.

Mulheres e Chantagens

Título no Brasil: Mulheres e Chantagens
Título Original: High Heels and Low Lifes
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Fragile Films, High Heels Production
Direção: Mel Smith
Roteiro: Kim Fuller, Georgia Pritchett
Elenco: Minnie Driver, Mary McCormack, Kevin McNally, Mark Williams, Danny Dyer, Michael Gambon

Sinopse:
Duas amigas, Shannon (Minnie Driver) e Frances (Mary McCormack) decidem deixar a vidinha besta que levam de lado para entrar no mundo do crime, chantageando um grupo da pesada que rouba bancos.

Comentários:
È uma versão moderninha de "Thelma & Louise"? É bem por aí, mas claro sem o mesmo carisma e o sucesso do filme original. O curioso é que a atriz Minnie Driver sempre escolheu filmes mais intelectuais, do tipo "cabeça", ao longo de toda a sua carreira, mas aqui deixou tudo de lado para investir numa fita de comédia e ação sem muita coisa a oferecer, a não ser que você esteja procurando por mais um filme de empoderamento feminino com duas protagonistas que explodem tudo por onde passam. Esse gênero de ação cansa um pouco quando cai no puro clichê, afinal o espectador mais veterano de cinema já viu todas as explosões, todas as perseguições de carros, todos os tiroteiros que um produtor possa pensar. Renquentar prato velho causa indigestão. Pior é encontrar a inteligente Minnie Driver (ela foi aluno de Harvard!) envolvida numa fitinha como essa. Ela deveria melhor seus filmes daqui para frente.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Shine: Brilhante

Título no Brasil: Shine - Brilhante
Título Original: Shine
Ano de Produção: 1996
País: Austrália
Estúdio: Australian Film Finance
Direção: Scott Hicks
Roteiro: Jan Sardi, Scott Hicks
Elenco: Geoffrey Rush, Armin Mueller-Stahl, Justin Braine, Chris Haywood, Nicholas Bell, Marta Kaczmarek

Sinopse:
O filme "Shine: Brilhante" conta a história real do pianista austrauliano David Helfgott (Geoffrey Rush). Quando era um jovem e talentoso instrumentista, ele foi submetido a diversos abusos físicos e psicológicos por parte de seu pai e professores. E isso com os anos acabou se transformando em um sério transtorno mental. Filme vencedor do Oscar, do Globo de Ouro e do BAFTA Awards na categoria de melhor ator (Geoffrey Rush).

Comentários:
Filme excelente, contando uma história que é uma verdadeira lição de vida para todos. È bem disseminado e conhecido o fato de que muitos gênios talentosos acabam perdendo seu potencial com o passar dos anos, muito por causa de exploração e abusos, muitas vezes cometidos pelos próprios parentes que obviamente só querem explorar financeiramente o talento dessas pessoas. O pianista David Helfgott foi uma vítima desse tipo de situação. O filme explora seu passado e seu presente, levando o roteiro a adotar uma espécie de narrativa musical de sua vida. O ator Geoffrey Rush está perfeito em sua atuação. É o maior desempenho dramático de toda a sua carreira. E foi reconhecido, pois acabou vencendo o Oscar de melhor ator daquele ano. Mais do merecido, justo. E o filme, apesar de ser australiano, também recebeu várias indicações em outras categorias do Oscar, entre elas a de melhor filme do ano, melhor direção e roteiro original. Enfim, um grande filme, muito humano e sensível.  

Pablo Aluísio.