sábado, 18 de janeiro de 2014

Rota de Fuga

Título no Brasil: Rota de Fuga
Título Original: Ticket Out
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Disparate Films, Minds Eye Entertainment
Direção: Doug Lodato
Roteiro: Suzanne Collins, Doug Lodato
Elenco: Ray Liotta, Alexandra Breckenridge, Colin Ford, Billy Burke

Sinopse: 
Após um fim de casamento muito complicado, a divorciada Jocelyn (Alexandra Breckenridge) precisa proteger seus dois filhos de seu ex-marido, um homem violento e abusivo. Para isso ela só conta a ajuda de Jim (Ray Liotta), um homem de fibra e coragem que assume a responsabilidade de proteger a família. Ele mostra para Jocelyn uma extensa rota de fuga que foi criada justamente para amparar famílias vítimas de violência doméstica como ela. Procurada pelo marido irascível Jocelyn agora precisa fugir por sua vida e a de seus filhos.

Comentários:
Na falta de argumentos melhores Hollywood resolveu transformar as eternas brigas pelas custódias dos filhos em um thriller de ação. A estrutura do filme porém é das mais convencionais, chegando muitas vezes a ter aquele jeitão de telefilmes baseados em fatos reais que tanto conhecemos. O roteiro é obviamente muito manipulador pois coloca o marido como um sujeito tão desprezível que logo cai na caricatura. Ray Liotta, mesmo interpretando um personagem supostamente do bem, não consegue perder seus maneirismos típicos de vilões. Não são poucas as cenas em que ele se comporta como se estivesse em "Os Bons Companheiros". Sua interpretação inclusive quase leva o espectador a acreditar que haverá algum tipo de reviravolta na trama, sendo ele o autor de algum plano maquiavélico no meio do caminho. Já Alexandra Breckenridge é uma beldade e tanto, uma loira muito bonita, com cara de modelo e que por isso se torna pouco convincente no papel de uma mãe desesperada querendo salvar seus dois filhos das garras do marido malvado. A trilha sonora incidental é péssima mas isso é compensando pela fotografia, pois há belas paisagens em cena. No saldo geral é um filme que não consegue ser muito convincente em muitos aspectos. Para uma noite de sábado sem balada porém até que pode servir para alguma coisa. Se for o seu caso tente, pois será exibido hoje à noite em Supercine, na Globo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Oscar 1987

Oscar 1987
Eu acompanho o Oscar com regularidade desde 1987. Por essa razão vou começar hoje uma pequena retrospectiva sobre o prêmio justamente por esse ano. Todas as sextas estarei falando sobre uma premiação do Oscar aqui no blog. É claro que entendo que o Oscar é antes de mais nada um espetáculo para as massas, mais um show dentro do muito apropriadamente chamado show business. Dito isso não significa que o filme que vence o Oscar de Melhor Filme em seu ano é de fato o mais perfeito lançado naquele período. Nada disso. Oscar além de um grande negócio para a Academia é também política! Como a votação é feita pelos próprios membros da Academia o indicado deve saber manejar bem seu jogo de relações públicas entre seus colegas, caso contrário nada feito. Pode ser o ator mais talentoso, o mais criativo diretor de todos os tempos ou o roteirista mais maravilhoso que nada levará. Oscar é isso, acima de tudo. Mesmo assim é impossível negar seu glamour e seu charme mesmo após tantas décadas. Pessoas que não ligam para o cinema acabam se interessando um pouco todos os anos, justamente por causa do Oscar. Negar isso é simplesmente negar a realidade dos fatos. O Oscar é justo? Quase nunca não! É importante para o cinema? Tenha plena certeza disso.

Pois bem, em 1987 o grande vencedor da noite foi "Platoon" de Oliver Stone. Era um filme escrito e dirigido por alguém que esteve na Guerra do Vietnã e viu de perto o absurdo daquele conflito. Na época Stone explicou que havia escrito o roteiro de "Platoon" (que significa em português, "Pelotão") pela simples razão de tentar entender por tudo o que passou. Era um tipo de auto análise, exorcismo pessoal, para finalmente superar tudo aquilo. O enredo era metade ficção e metade baseado em fatos reais. De fato é um ótimo texto, um excelente roteiro, que mostrava o outro lado do soldado americano. Não mais o herói dos antigos filmes de guerra mas sim um sujeito meio perdido, vivenciando uma guerra que mal compreendia e presenciando atos horrendos de violência gratuita - inclusive contra civis. "Platoon" daria mais força ainda ao chamado ciclo do Vietnã, uma série de filmes dos anos 80 sobre o conflito que até aquela década os americanos queriam mais era esquecer.

Concorreram ao Oscar de Melhor filme com "Platoon" naquele ano os filmes "Filhos do Silêncio", "Hannah e Suas Irmãs", "A Missão" e "Uma Janela para o Amor". Todos bons filmes, acima da média. Eu sou um defensor do número de apenas cinco concorrentes ao Oscar de melhor filme do ano. Hoje em dia como sabemos temos 10 indicados - um exagero completo! Cinco está de bom tamanho. Quando se indicam 10 filmes a tendência é que entrem bobagens entre os concorrentes (como inclusive já entrou nas últimas premiações). Desses quatro indicados eu destaco "Uma Janela para o Amor" do excelente diretor James Ivory (que também foi indicado ao Oscar de Melhor Direção). Ivory, gosto de repetir, é sinônimo de elegância, classe e sofisticação. Woody Allen e David Lynch (por "Veludo Azul") também concorreram naquele ano mas o vencedor foi mesmo Oliver Stone por "Platoon". Aliás é tradição o melhor filme levar o prêmio também de melhor direção. Poucos foram os anos em que isso não ocorreu. Acho essa mentalidade plenamente justa já que é lógico supor que o melhor filme do ano também seja o mais bem dirigido.

Na categoria Melhor ator do ano houve um fato marcante. Após uma das carreiras mais brilhantes da história de Hollywood finalmente o grande Paul Newman foi premiado por "A Cor do Dinheiro". Ele corria o risco de seguir os passos de outros monstros da história do cinema como Charles Chaplin e Alfred Hitchcock que nunca venceram o Oscar por seus trabalhos maravilhosos. Tentando corrigir esse erro que seria histórico então resolveram premiar o velho Newman numa justa (mas tardia) premiação em sua carreira. O filme aliás era realmente muito bom. Ao seu lado o maior galã da época, Tom Cruise, que iria perseguir o Oscar por longos anos, sempre se frustrando a cada premiação. Para melhor ator coadjuvante o vencedor do ano foi outro veterano muito querido, Michael Caine, por seu trabalho em "Hannah e Suas Irmãs". Durante anos Caine foi satirizado por topar fazer qualquer filme, inclusive algumas horrendas continuações de "Tubarão" mas aqui teve seu reconhecimento, também tardio, mas também justo.

Na categoria atriz Marlee Matlin foi premiada por "Filhos do Silêncio". O prêmio teve um significado profundo pois foi o primeiro dado a uma deficiente. O mais importante porém é reconhecer que ela de fato mereceu a premiação. Seu trabalho no filme é realmente emocionante. Na categoria atriz coadjuvante Dianne Wiest levou o prêmio por "Hannah e Suas Irmãs", outra premiação também merecida, muito embora eu pessoalmente preferisse a querida Maggie Smith por "Uma Janela para o Amor", Já o prêmio de roteiro foi para Woody Allen por "Hannah e Suas Irmãs" mas ele não apareceu na festa para receber seu Oscar, preferindo ficar tocando clarinete em um clube de jazz de Nova Iorque - seu hobbie de longos anos. Já nos chamados Oscars técnicos o grande vencedor da noite foi a excelente ficção "Aliens, o Resgate". Levando os prêmios de Efeitos Especiais, Efeitos Sonoros (Som). "A Mosca", como era de se esperar levou o Oscar de Melhor Maquiagem em uma das maiores barbadas da história da Academia. Ninguém pensaria que seria diferente. A melhor música original do ano foi a do grande sucesso "Top Gun: Ases Indomáveis" que superou inclusive outros "clássicos" dos anos 80 como por exemplo "Karate Kid II - A Hora da Verdade Continua" e "A Pequena Loja dos Horrores" (na minha opinião a mais bem escrita).

Finalizando essa pequena retrospectiva do Oscar de 1987 não poderia deixar de citar o prêmio Irving G. Thalberg dado a Steven Spielberg. Como se sabe Spielberg nos anos 80 foi o monarca absoluto de Hollywood mas nunca conseguia levar o prêmio máximo da sétima arte para casa. Oscar para ele era uma miragem. A indústria então resolveu reconhecer sua importância para a indústria o premiado com esse honroso troféu. Spielberg sabia que sua fama de "Peter Pan" o estava atrapalhando em busca de seu Oscar e por isso ainda nos anos 80 providenciou uma série de projetos mais sérios para um dia, quem sabe, chegar lá! E isso como todos sabemos realmente aconteceria. O eterno Peter Pan cresceria e seria finalmente reconhecido pela Academia alguns anos mais tarde.

Pablo Aluísio.

Um Tira Muito Suspeito

Título no Brasil: Um Tira Muito Suspeito
Título Original: Blue Streak
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Les Mayfield
Roteiro: Michael Berry, John Blumenthal
Elenco: Martin Lawrence, Luke Wilson, Peter Greene, David Chappelle

Sinopse: 
Após passar anos cumprindo pena numa prisão barra pesada um ladrão de diamantes, Miles Logan (Lawrence), volta para a liberdade. Ele está tranquilo pois havia enterrado uma pequena fortuna em jóias em um terreno abandonado. Livre, basta ir até lá para pegar tudo. Quando chega lá ele tem uma surpresa e tanto! Imaginem, construíram um departamento de polícia no antigo local! Agora ele terá que se passar por tira para colocar as mãos nas jóias escondidas no local.

Comentários:
Sempre vi o ator Martin Lawrence como uma nova versão, uma alternativa, para o tipo que sempre foi interpretado por Eddie Murphy. Ao contrário de Murphy porém Lawrence sempre foi mais politicamente incorreto. E isso não se resumiu em suas interpretações mas na sua vida real também. Ele teve ao longo de sua trajetória inúmeros problemas com a polícia, então não é de se espantar que esteja muito à vontade nesse papel. O filme é na média do que se vê na comédia típica americana atualmente, ou seja, não vá esperar nada minimamente brilhante. Particularmente não aprecio o tipo de humor de Lawrence. Acho agressivo, vulgar e sem bom gosto. Basta lembrar de coisas como "Vovó... Zona" e similares. Os únicos filmes dele que consegui chegar até o final sem maiores problemas foram os da franquia "Bad Boys" mas mesmo aqueles não são grande coisa. Mas é como diz o velho ditado, "Tem quem goste!". Se é o seu caso, se você gosta do estilo mais exagerado do Martin Lawrence, não deixe de conferir essa comédia policial que será exibida hoje na Sessão da Tarde. Boa diversão.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

True Detective

Título no Brasil: True Detective
Título Original: True Detective
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Cary Fukunaga
Roteiro: Nic Pizzolatto
Elenco: Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Michelle Monaghan

Sinopse: 
Rust Cohle (Matthew McConaughey) é um tira texano que vai trabalhar numa cidadezinha do interior da Louisiana. Lá ele é designado como parceiro de Martin Hart (Woody Harrelson) no departamento de homicídios. O primeiro caso que surge no horizonte envolve a morte de uma prostituta em um ritual de magia negra. Ela é encontrada no meio de uma fazenda distante em uma posição cerimonial. O crime soa intrigante para Rust já que ele próprio não tem qualquer tipo de fé ou crença. Aos poucos ele vai desvendando a teia de complexas situações que levaram a jovem à morte.

Comentários:
Como sempre a HBO surge com mais uma excelente série. Aqui teremos apenas oito episódios o que é uma pena já que logo no episódio piloto percebemos que se trata de um produto muito bom, acima da média. O elenco é formado por dois atores de cinema que obviamente quiseram também desfrutar um pouco do ótimo momento em que vive a TV americana atualmente. Matthew McConaughey aliás está em um dos melhores momentos de sua carreira, tendo inclusive sido premiado no último Globo de Ouro. Já Woody Harrelson, de longa e produtiva carreira no cinema, está ótimo na sua caracterização de tira do interior, um sujeito meio bronco que logo entra em choque com as ideias pouco convencionais de seu parceiro. Casado, cristão, com duas filhas e família estruturada ele logo vê a enorme diferença de vida que o separa de seu novo colega policial. O personagem do detetive Rusty interpretado por Matthew McConaughey é o oposto disso. Divorciado, vivendo sozinho, ateu, com problemas com bebidas, drogas e com pensamentos bem estranhos, os dois não se bicam mas resolvem se unir para descobrir o autor do terrível crime do ritual satânico. A estrutura do roteiro segue o caminho de vários flashbacks, que vão se inserindo enquanto os personagens principais vão relembrando os fatos e os acontecimentos durante uma longa entrevista no departamento de polícia. Some-se a isso ainda uma bela trilha sonora com ótimo repertório. Para quem gosta de série policiais e tramas complexas é um prato cheio. Está mais do que recomendado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Grite, Grite Outra Vez!

Título no Brasil: Grite, Grite Outra Vez!
Título Original: Scream and Scream Again
Ano de Produção: 1970
País: Inglaterra
Estúdio: American International Pictures (AIP)
Direção: Gordon Hessler
Roteiro: Christopher Wicking, Peter Saxon
Elenco: Vincent Price, Christopher Lee, Peter Cushing

Sinopse:
Londres entra em pânico após o surgimento de um misterioso serial killer que mata mulheres inocentes em lugares sombrios da capital inglesa. Após uma série de investigações o inspetor da cidade consegue chegar através de pistas a um estranho sujeito que realiza macabras experiências com seres humanos em seu laboratório escondido.

Comentários:
Um filme com Vincent Price, Christopher Lee e Peter Cushing liderando o elenco já o torna obrigatório para qualquer fã de terror. Some-se a isso uma bem trabalhada direção de arte, valorizada pelas ruelas mais sinistras de Londres e você terá no mínimo uma produção curiosa. Dito isso temos também que reconhecer que a fita apresenta também alguns problemas, entre elas um roteiro disperso, fruto do fato de ter sido reescrito várias vezes (inclusive no calor das filmagens, o que é um erro primário). Para enrolar ainda mais o meio de campo o diretor Gordon Hessler entendeu que o enredo ainda poderia dar margem para a exploração de um subtexto de fundo político - o que acaba sendo o segundo grande erro do filme. Mesmo assim, com esses pontuais problemas, "Scream and Scream Again" consegue ser um bom filme, valorizado principalmente pelo carisma e talento do trio central, afinal de contas com eles em cena temos três dos mais importantes atores da história do gênero horror atuando juntos. Isso vale pelo filme inteiro, vamos convir.

Pablo Aluísio.

Cães de Aluguel

Título no Brasil: Cães de Aluguel
Título Original: Reservoir Dogs
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Live Entertainment
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino, Roger Avary
Elenco: Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Chris Penn, Steve Buscemi, Quentin Tarantino 

Sinopse: 
Seis criminosos se reúnem para colocar em prática um ousado roubo de diamantes. Para se identificarem usam nomes associados a cores, baseadas em seus temperamentos. Os planos porém não saem como eram imaginados. A polícia consegue entrar no meio do caminho. Agora, irascíveis e violentos, eles fazem um policial de refém em um balcão abandonado. O desafortunado tira logo se torna alvo do sadismo incontrolável de Mr. Blonde (Michael Madsen). A tensão assim vai crescendo e se tornando insustentável, caminhando para um desfecho que logo se tornará um grande banho de sangue.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de repercussão da carreira do diretor Quentin Tarantino. Na época ele era apenas um diretor completamente desconhecido que só havia dirigido dois filmes antes (um deles inacabado justamente por falta de recursos). Tarantino achava que tinha um grande roteiro em mãos, e foi à luta em busca de alguém que acreditasse no filme. Acabou encontrando apoio no ator Harvey Keitel que realmente ficou fascinado com o material, com o texto e com os ótimos diálogos (que se tornariam a marca registrada de Quentin Tarantino em toda a sua carreira). Após decidir que faria a produção, Harvey Keitel saiu em busca de financiamento ao lado de Tarantino e conseguiu levantar pouco mais de um milhão de dólares de orçamento (uma mixaria em termos de Hollywood). Na base da amizade convocou os demais atores, todos amigos dele (inclusive os excelentes Tim Roth e Michael Madsen). Assim que foi lançado o filme chamou a atenção da crítica por ser visceral, cru e muito violento. Isso porém não era o principal pois "Cães de Aluguel" também trazia uma linguagem diferenciada, bem distante do que se fazia na época em termos de filmes policiais. Inicialmente no circuito alternativo e depois no mercado comercial a produção foi ganhando cada vez mais admiradores, consolidando o caminho de Quentin Tarantino rumo ao estrelato e ao sucesso, posição que até hoje ocupa. Revisto hoje em dia, mais de vinte anos depois de sua chegada aos cinemas, "Reservoir Dogs" ainda mantém o impacto por ser uma obra muito original e esteticamente inovadora. Sua violência nunca se mostra gratuita mas estilizada, invocativa. Um Tarantino de estirpe.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Camelot

Título no Brasil: Camelot
Título Original: Camelot
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Starz
Direção: Vários
Roteiro: Michael Hirst e Chris Chibnall (criadores da série)
Elenco: Peter Mooney, Philip Winchester, Eva Green Joseph Fiennes

Sinopse: 
A súbita morte do Rei Uther ameaça submergir a Grã-Bretanha no caos. As visões de um futuro negro, fazem com que o feiticeiro Merlin instale no poder o impetuoso Artur, descendente de Uther, que foi criado desde criança como plebeu. Mas a fria e ambiciosa meia-irmã de Artur, a princesa Morgana, irá lutar pelo poder, contra o irmão, utilizando para isso as forças sobrenaturais, naquela que será uma batalha épica pelo controle de Camelot.

Comentários:
Conforme prometido volto aqui para comentar o primeiro episódio de Camelot. Vi erros e acertos. A caracterização da época é boa, gostei. Ao invés de um visual idade média temos algo bem mais antigo, como se a história se passasse uns 40 anos após os romanos deixarem a Inglaterra (o que segundo historiadores seria a época mais correta para a lenda de Arthur). Outro ponto positivo foi mostrar o castelo de Camelot como uma ruína deixada pelos romanos. É cedo para falar (só vi o primeiro episódio) mas por enquanto nenhum sinal de Excalibur. Em relação ao elenco gostei de Joseph Fiennes como Merlin. Suas cenas não foram muitas mas deu para ver que ele está bem. Idem para a Morgana (interpretada por uma sensual Eva Green) e o Rei Lot (feito por James Purefoy). Agora infelizmente erraram a mão na escolha de Arthur. Como a saga começa mostrando ele bem jovem os criadores da série escalaram um ator completamente medíocre chamado Jamie Campbell Bower. Sinceramente, ele é péssimo. Cheio de caras e bocas não convence ninguém que é Arthur (mesmo que na juventude). Talvez a série se comprometa por isso mas ainda vou dar um voto de confiança e acompanhar. Espero que ou ele melhore ou então que avancem no tempo mostrando Arthur já como adulto (e assim substituindo esse erro de casting). Essas foram as minhas impressões. Promete mas tem que consertar certas coisas logo.

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de janeiro de 2014

The Americans

Título no Brasil: The Americans
Título Original: The Americans
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Television
Direção: Vários
Roteiro: Joseph Weisberg, entre outros.
Elenco: Keri Russell, Matthew Rhys, Holly Taylor

Sinopse: 
Elizabeth (Keri Russell) e Phillip (Matthew Rhys) formam o que aparentemente é um casal suburbano americano comum. Com dois filhos menores eles levam uma vida tranquila e em paz numa cidade dos Estados Unidos sem levantar qualquer suspeita. O que ninguém sabe é que na verdade se trata de uma dupla de agentes infiltrados do serviço de inteligência soviético, a famosa KGB.

Comentários:
Nova série que conseguiu bons índices de audiência em sua primeira temporada, já tendo inclusive recebido carta branca para uma segunda temporada que já estreou nos Estados Unidos. Para ter mais sentido a trama se passa na época da guerra fria, durante os anos 80. O casal russo que trabalha para a KGB é interpretado pela atriz Keri Russell (de "Felicity", aqui em sua primeira série bem sucedida depois daquela) e Matthew Rhys (que interpretava o advogado gay de "Brothers and Sisters"). No primeiro episódio já temos bem uma ideia do que virá. Eles precisam capturar e tirar de circulação um desertor do serviço secreto russo que em troca de três milhões de dólares resolveu entregar todos os agentes soviéticos infiltrados dentro da sociedade americana. O problema é que Phillip (Matthew Rhys) está começando a gostar muito do estilo de vida americano. Ele acha que poderia usar o agente traidor como ligação para ele mesmo deserdar para o lado americano, contemplando assim uma vida feliz ao lado de Elizabeth (Keri Russell) em uma cidade do interior, do meio oeste. Afinal nos Estados Unidos ele encontrou liberdade real, felicidade e tudo o mais que só o sistema capitalista é capaz de proporcionar para uma família de classe média como eles. Assim temos um bom argumento, com um pouco de ação e, é claro, jogos de espionagem. Vale a pena acompanhar.

Pablo Aluísio.

Garota em Progresso

Título no Brasil: Garota em Progresso
Título Original: Girl in Progress
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Anxiety Productions, Latitude Entertainment
Direção: Patricia Riggen
Roteiro: Hiram Martinez
Elenco: Eva Mendes, Cierra Ramirez, Patricia Arquette, Matthew Modine 

Sinopse: 
O filme narra a estória de uma mãe solteira, Grace (Eva Mendes), e sua filha adolescente Ansiedad (Cierra Ramirez). Grace se vira como garçonete para sustentar ela e sua filha. Assim que engravidou foi colocada para fora de sua casa por sua mãe e sem recursos foi vivendo de cidade em cidade, de emprego em emprego, até que chega em Seattle e se envolve com um homem casado, o ginecologista Dr. Harford (Matthew Modine), que apesar das declarações de amor não parece muito disposto a abandonar sua família para viver com ela. Já Ansiedad tem seus próprios problemas pessoais. Após ver em uma aula que todo adolescente tem que passar por certos rituais próprios da idade ela decide colocar em frente um plano para acelerar esse processo que deveria vir naturalmente em sua vida.

Comentários:
Um filme especialmente feito para o público feminino pois o roteiro explora as lutas, ansiedades, sentimentos e medos de uma mãe solteira e sua filha. Poderia facilmente virar uma dramalhão daqueles, cheios de lágrimas por todos os lados mas sabiamente o roteiro evita esse tipo de coisa. O tom é levemente bem humorado embora de uma forma em geral a fita fique bem longe de ser uma comédia. Cierra Ramirez que interpreta a filha adolescente é esperta e bem vívida. Em alguns momentos sua personagem peca por ser até cruel, como nas cenas em que para impressionar um bando de garotas populares na escola humilha sua única amiga verdadeira, que tem problemas com obesidade. Eva Mendes faz o papel da mãe e não foge muito do estereótipo de latina gostosona. Sua personagem é confusa na vida, sem saber que rumo certo tomar, mas tem bom coração. A diretora Patricia Riggen não é muito conhecida, de certa repercussão realizou apenas "Lemonade Mouth", um telefilme também sobre adolescentes em 2011. Mesmo assim realiza aqui um bom trabalho, redondinho, até previsível, mas que não aborrece e nem decepciona. É acima de tudo uma história humana sobre mãe e filha tentando sobreviver na luta diária em busca da felicidade e do amor.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Ladyhawke - O Feitiço de Áquila

Título no Brasil: Ladyhawke - O Feitiço de Áquila
Título Original: Ladyhawke
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Donner
Roteiro: Tom Mankiewicz, Edward Khmara, Michael Thomas
Elenco: Matthew Broderick, Rutger Hauer, Michelle Pfeiffer

Sinopse: 
Na Idade Média um casal que se ama vive o drama de estarem sempre juntos mas eternamente separados. Isabeau (Michelle Pfeiffer) é uma linda mulher, fruto do desejo de muitos homens, inclusive do Bispo de Áquila (John Wood). Ele a deseja ardentemente mas ela não o ama e sim um cavaleiro errante, Etienne Navarre (Rutger Hauer). Inconformado pela rejeição o Bispo então resolve lançar uma terrível maldição sobre o casal, de dia a bela Isabeau toma a forma de uma águia e de noite seu amado se transforma em um lobo, assim jamais conseguem se encontrar em sua forma humana. Para ajudar e tentar encontrar uma saída para a maldição os apaixonados começam a contar com a ajuda de Phillipe Gaston (Matthew Broderick), o único que conseguiu fugir das garras de Áquila!

Comentários:
Maravilhosa fantasia dos anos 80 que mexeu bastante com o coração dos mais românticos. "Ladyhawke" é até hoje considerado um dos melhores romances do cinema americano. Seu diferencial é que tudo se passa em um enredo de realismo fantástico muito bem escrito, cortesia do ótimo roteirista Tom Mankiewicz que já havia escrito alguns excelentes roteiros antes, entre eles os dos filmes "Superman- o Filme" e "Superman II" e de três aventuras de James Bond ("Os Diamantes São Eternos", "Viva e Deixe Morrer" e "007 Contra o Homem da Pistola de Ouro"). Some-se a isso a ótima fase pela qual vinha passando o excelente cineasta Richard Donner e você entenderá porque temos aqui uma fantasia oitentista que até hoje cativa e agrada ao público. O elenco é fantástico, com a linda (estava mais maravilhosa do que nunca) Michelle Pfeiffer e Matthew Broderick, sempre carismático. Rutger Hauer antes de decair na carreira também estava extremamente enigmático. Excelente direção de arte e reconstituição de época completam o quadro desse romance sui generis, especialmente recomendado para os apaixonados de plantão. Se é o seu caso não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

O Tempo e o Vento

Título no Brasil: O Tempo e o Vento
Título Original: O Tempo e o Vento
Ano de Produção: 2013
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Jayme Monjardim
Roteiro: Tabajara Ruas, baseado na obra de Erico Veríssimo
Elenco: Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cléo Pires

Sinopse: 
Em seu leito de morte Bibiana Terra Cambará (Fernanda Montenegro) relembra os principais fatos da história de sua família, algo que se confunde até mesmo com a fundação do estado do Rio Grande do Sul e toda a sua riqueza cultural. Assim conhecemos o surgimento do primeiro membro da família Terra, Pedro, que criado numa das sete missões acaba tendo que ir embora após o massacre dos religiosos e índios. Após ser encontrado agonizando em um leito de rio ele é levado para uma estância e lá se enamora de Ana Terra, dando origem a uma linhagem que se desenvolverá no transcorrer de todos os fatos importantes da região.

Comentários:
O imortal livro de Erico Veríssimo já havia sido adaptado com muito sucesso em formato de minissérie pela Globo mas agora volta como longa-metragem para o cinema. Gosto de dizer que Jayme Monjardim é um dos poucos cineastas (e diretores de telenovelas) no Brasil que conseguem trazer para sua obra elegância, sofisticação e talento. Seus trabalhos realmente possuem um diferencial em relação ao que é feito em nosso país. É um profissional de excelente nível, com pleno domínio das técnicas em sua direção. Um exemplo bem claro disso temo aqui, onde ele demonstra ter muito respeito com o livro que adapta para as telas. Essa nova versão de "O Tempo e o Vento" é muito bem realizada, com aquele tipo de capricho que vemos em que grandes produções. A fotografia se aproveita dos Pampas gaúchos de forma brilhante. Se existem problemas no filme certamente a culpa não é de Monjardim.

Talvez o calcanhar de Áquiles desse filme esteja em pontos dissonantes encontrado em seu elenco. Claro que Fernanda Montenegro está maravilhosa como  Bibiana Terra Cambará, já idosa, relembrando todo o passado de sua família. Suas cenas ao lado de Thiago Lacerda são inspiradas. Já esse, na pele do carismático Capitão Rodrigo Cambará, também não decepciona. Claro que quem teve a oportunidade de ver a série com Tarcísio Meira nesse papel vai perceber que na interpretação de Meira o Capitão Rodrigo tinha mais vivacidade, mais presença, quase uma força da natureza. Com Lacerda temos uma boa caracterização mas nada excepcional ou que se compare ao trabalho realizado por Tarcísio Meira antes. Agora o ponto fraco mesmo vai para a atriz Cléo Pires. Sua personagem Ana Terra é uma das mais fortes dessa saga de "O Tempo e o Vento" mas Pires definitivamente não tem a garra e a experiência dramática para enfrentar o papel. Nas cenas mais dramáticas, vitais, ela não consegue passar para o espectador nem paixão, nem força, nem ira.  Mesmo com esse problema eu deixarei a recomendação dessa nova versão. A trama é tão forte e marcante que consegue superar até mesmo falhas pontuais como essa. No geral temos que admitir que é um bom momento do cinema nacional atual.

Pablo Aluísio.

The Commitments - Loucos Pela Fama

Título no Brasil: The Commitments - Loucos Pela Fama
Título Original: The Commitments
Ano de Produção: 1991
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Ardmore Studios, Herbert Road
Direção: Alan Parker
Roteiro: Dick Clement, Ian La Frenais, Roddy Doyle
Elenco: Robert Arkins, Michael Aherne, Angeline Ball

Sinopse: 
Jimmy Rabbitte (Robert Arkins) está na pior. Desempregado e sem vias de melhorar de vida em um futuro próximo ele resolve finalmente colocar um antigo sonho de pé, formando uma banda de soul music para arrasar nos clubes noturnos de Dublin. Para isso resolve convocar músicos experientes e outros nem tanto para formar um grupo musical chamado The Commitments. Durante os primeiros ensaios tudo parece correr muito bem, inclusive ele logo descobre que há de fato um grande som saindo daquela união. As coisas porém logo começam a sair dos trilhos quando uma guerra de egos entre os músicos começa a destruir o seu projeto internamente.

Comentários:
Alan Parker sempre foi um cineasta genial. Aqui ele retorna para o gênero musical no qual sempre se deu muito bem. O cenário é uma Irlanda católica com muitos problemas sociais. O desemprego é alto e a falta de perspectivas dos mais jovens é assustadora. No meio da dureza do dia a dia um jovem resolve formar uma banda com pessoas da cidade, dando origem aos The Commitments, um grupo formado por músicos bem talentosos mas igualmente viscerais, geniosos e complicados de se lidar. A grande sacada de Alan Parker foi ter reunido um elenco formado por músicos profissionais que nunca tinham atuado antes em suas vidas. Essa falta de experiência acaba trazendo muito para o resultado do filme pois o espectador em determinado momento começa a pensar estar realmente assistindo a um documentário tal a veracidade das atuações dos membros da banda. Some-se a isso a ampla liberdade que Parker deu a todos em cena e você logo entenderá que de fato muitos estão interpretando a si mesmos! Já a música que ouvimos é de primeira qualidade, só grandes sons e ótimas performances. Por essa razão sempre coloquei "The Commitments" entre os grandes musicais da década de 1990. Um show de musicalidade de bom gosto, acima de tudo!

Pablo Aluísio.

Orca - A Baleia Assassina

Título no Brasil: Orca - A Baleia Assassina
Título Original: Orca
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Anderson
Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Donati
Elenco: Richard Harris, Charlotte Rampling, Bo Derek

Sinopse: 
Um pescador mata uma baleia Orca grávida de alguns meses. O feto é destruído, assim como a mãe, que é morta sem qualquer tipo de remorso, deixando inconsolado o parceiro macho da família. Agora o animal partirá para sua vingança sanguinária contra os homens por seus atos bárbaros e crimes contra a natureza.

Comentários:
Ótimo momento do cinema pipoca dos anos 1970! Eu sempre encarei o filme como uma atualização de "Moby Dick" embora haja diferenças marcantes. Na verdade foi uma forma de trazer aquela história tão famosa para os tempos atuais. Os efeitos visuais, apesar do tempo, ainda continuam bastante satisfatórios e a Orca do filme (na verdade vários animais diferentes que foram usados ao longo das filmagens) faz o espectador realmente pensar que está diante de um verdadeiro monstro dos oceanos. O roteiro é até simples, diria até mesmo hoje em dia ingênuo e dá emoções humanas (como vingança) às Orcas mas isso não tira a satisfação de ainda rever a produção. No elenco vale destacar a presença de dois ótimos veteranos, Richard Harris (perfeito em seu papel), e Charlotte Rampling, além é claro de Bo Derek, considerada na época uma das mulheres mais bonitas do cinema. Enfim, no meio da onda de filmes com peixes assassinos (embora as baleias sejam mamíferos) Orca marcou bastante em seu lançamento - para desespero dos centros náuticos onde as orcas sempre foram mostradas como animais fofinhos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Terreno Proibido

Na Primeira Guerra Mundial um grupo de soldados ingleses, entrincheirados, recebem a ordem de avançar pelo chamado terreno proibido (por ficar entre as forças armadas inglesas e alemãs). Os soldados alemães estão fortemente armados com metralhadoras o que torna a missão praticamente suicida. Mesmo assim cumprem as ordens dadas pelos superiores mas acabam ficando presos pelo meio do caminho pois não conseguem mais avançar, tudo se resumindo a um complicado esforço de pura sobrevivência.

Bom filme australiano ambientado na Primeira Guerra Mundial que ficou conhecida na história como a "guerra das trincheiras", onde cada palmo de chão era disputado de forma feroz. O roteiro se concentra em mostrar três militares ingleses que acabam ficando na conhecida "Terra de Ninguém", uma faixa de terra localizada entre dois exércitos inimigos durante uma guerra. Um dos soldados perdeu a perna, está com forte hemorragia, outro é muito jovem e a obrigação de manter todos vivos recaem sobre os ombros do experiente sargento Arthur Wilkins (interpretado por Johan Earl que também é um dos diretores do filme).

A reconstituição de época é boa, mostrando bem como eram os fronts da Primeira Guerra, com muita lama, arames farpados e trincheiras infectas. Uma das boas cenas do filme acontece quando as tropas alemãs promovem um ataque de gás (era bem comum nesse conflito o uso de armas químicas e biológicas que anos depois seriam proibidas por tratados internacionais). Há uma pequena subtrama sobre a esposa do sargento Wilkins que na Inglaterra acaba engravidando de outro homem e resolve promover um aborto impensado mas que não atrapalha as cenas de batalha que são o principal foco da produção. Enfim, "Terreno Proibido" é um bom filme de guerra, movimentado, sangrento e cruel, como a própria guerra que retrata.

Terreno Proibido (Forbidden Ground, Austrália, 2013) Estúdio: 24/7 Films, Armzfx, Scarlet Fire Films / Direção: Johan Earl, Adrian Powers / Roteiro: Johan Earl, Adrian Powers / Elenco: Johan Earl, Tim Pocock, Martin Copping ; Sinopse: Filme australiano ambientado na Primeira Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Chevrolet Azul

Título no Brasil: Chevrolet Azul
Título Original: Blue Caprice
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: SimonSays Entertainment
Direção: Alexandre Moors
Roteiro: R.F.I. Porto
Elenco: Isaiah Washington, Tequan Richmond, Tim Blake

Sinopse: 
Em férias no Caribe o americano John Allen Muhammad (Isaiah Washington), um veterano de guerra, acaba conhecendo o adolescente  Lee Boyd Malvo (Tequan Richmond). Como o rapaz passa os dias na rua, sem pai e com uma mãe negligente, John resolve levar ele para os Estados Unidos em busca de um futuro melhor. Isso acaba criando uma relação de pai e filho entre ambos. Na América, após uma fase complicada, pois sua ex-esposa luta pela guarda de seus filhos, o antes ponderado John começa a entrar em um processo de enlouquecimento e fúria. Junto ao seu pupilo decide adaptar um velho carro Chevrolet azul para matar pessoas aleatoriamente pelas ruas. Seria a sua vingança contra a sociedade. A onda de assassinatos acaba causando pânico e terror em toda a população da região.

Comentários:
Excelente filme que fez parte do Festival de Sundance em 2013. É uma tentativa de entender a mente de um dos serial killers mais sangrentos da história dos Estados Unidos, o chamado "Atirador de Washington". Ao contrário de outros psicopatas esse não agiu sozinho mas em dupla com um jovem negro que conhecera no Caribe em férias. Juntos eles causaram terror pelo país. Viajando em um antigo carro Chevrolet os assassinos escolhiam suas vítimas aleatoriamente, geralmente em mercadinhos ou postos de gasolina. Eles retiraram o banco de trás de seu carro e o transformaram num local adequado para que um franco-atirador escolhesse e executasse as pessoas que iriam morrer. Ao contrário de outros psicopatas famosos não havia um tipo ideal de vítima, eles matavam homens, mulheres (inclusive mulheres grávidas) e crianças.

O caso se tornou mundialmente conhecido por causa da insanidade das matanças e da completa ausência de um motivo mais forte e plausível que justificasse tantas mortes. O filme em si é muito bom, pois procura desvendar a história de uma forma gradual, que vai envolvendo o espectador. O roteiro se beneficia de certa forma pois a história é no fundo tão surreal que mais parece ficção. A dupla central de atores está excepcionalmente bem. O que vemos aqui é um homem mais velho influenciando a mente de um jovem de forma completa, quase como uma lavagem cerebral. De uma forma ou outra a dupla caiu nas garras da justiça americana. John Allen Muhammad foi executado com pena de morte em 2009 e seu cúmplice cumpre pena de prisão perpetua. Assista ao filme e conheça a história desses psicopatas ferozes para entender melhor que o puro mal existe e é uma realidade.

Pablo Aluísio.