quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Fundamentalista Relutante

Título no Brasil: O Fundamentalista Relutante
Título Original: The Reluctant Fundamentalist
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos, Inglaterra, Catar
Estúdio: IFC Films
Direção: Mira Nair
Roteiro: Javed Akhtar, Ami Boghani
Elenco: Riz Ahmed, Liev Schreiber, Kate Hudson, Kiefer Sutherland

Sinopse:
Changez (Riz Ahmed) é um jovem natural do Paquistão que ganha uma bolsa de estudos numa conceituada universidade americana. Lá conhece a riqueza e a liberdade da sociedade dos Estados Unidos e chega até mesmo a se envolver com uma linda garota de Nova Iorque, Erica (Kate Hudson). Após se formar, arranja emprego numa empresa especializada no mercado financeiro. Tudo corria conforme seu planos até o dia 11 de setembro de 2001 quando Nova Iorque sofre o maior atentado terrorista de sua história. O mundo não seria mais o mesmo e nem a vida de Changez, que acaba entrando em um grande dilema moral consigo mesmo.

Comentários:
Pelo visto os americanos não vão superar 11 de setembro tão cedo. Esse é mais um filme que se propõe a discutir os efeitos e as causas daquele terrível evento. O ponto de vista acaba sendo o de um paquistanês que vai para a América estudar, se formar e começar a progredir em sua vida pessoal e profissional até que tudo vira de cabeça para baixo com os atentados terroristas. O filme se utiliza bastante bem do recurso de flashbacks. Logo no começo somos apresentados a um suposto jornalista americano (Liev Schreiber) que vai até uma casa de chá na capital paquistanesa para entrevistar um professor universitário local que tentará lhe dizer que nada tem a ver com o sequestro de um outro americano, um acadêmico acusado de espionagem que caiu nas garras de grupos extremistas. A partir desse encontro o homem, a quem a CIA acredita estar envolvido na captura do refém americano, vai lhe contar sua história. E a partir daí o espectador vai conhecendo todos os eventos. Essa opção do roteiro se mostra bastante eficiente pois o espectador começa a compreender o que acaba levando alguém a entrar numa guerra religiosa tão sangrenta como a do Oriente Médio, mesmo essa pessoa tendo tido contato com a cultura e o modo de pensar dos ocidentais. O filme tem ótimo elenco, direção segura e firme e uma trama mais do que interessante. Não vai interessar a todos os públicos mas para quem procura por respostas sobre a eterna crise internacional do mundo islâmico será muito proveitoso.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Máfia no Divã

Título no Brasil: Máfia no Divã
Título Original: Analyze This
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Village Roadshow Pictures, NPV Entertainment
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Kenneth Lonergan, Peter Tolan
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow, Chazz Palminteri

Sinopse: 
Robert De Niro interpreta Paul Vitti, um chefão da máfia que começa a apresentar sinais de ansiedade e síndrome de pânico. Para resolver seus problemas ele resolve fazer sessões de terapias com o Dr. Ben Sobel (Billy Crystal). Seu grande problema porém, além dos distúrbios, é a maneira como conseguirá esconder tudo de seus companheiros da cosa nostra pois se a notícia se espalhar ele ficará em situação delicada uma vez que dentro da organização apenas os fracos e frouxos sofrem com esse tipo de situação.

Comentários:
Após passar anos interpretando mafiosos de forma brilhante o ator Robert De Niro embarcou nessa auto paródia, "Máfia no Divã". Na época o filme foi relativamente bem aceito pela crítica pois afinal de contas De Niro demonstrava um certo bom humor, conseguindo inclusive rir de si mesmo e de suas caracterizações (que aqui obviamente surgem mais caricaturais do que nunca!). Ao seu lado, para fazer dobradinha, temos o comediante Billy Crystal. Para a maioria das pessoas ele sempre foi apenas aquele sujeitinho meio sem sal que apresentou o Oscar por diversas vezes. Confesso que gosto dele, mas também admito que não é um humorista para todos os públicos. Os brasileiros, por exemplo, não parecem ter muita afinidade com seu estilo de fazer graça, que afinal de contas faz mais sentido para a comunidade judaica de Nova Iorque. Eu, como admirador de Robert De Niro, gostaria de elogiar o filme mas não vai dar. É uma comédia irregular, que muitas vezes cai no puro marasmo. As piadas vão ficando cada vez mais repetitivas ao longo do filme até que o pequeno esboço de sorrisinhos vai ficando cada vez mais amarelo. Curiosamente nesse mesmo ano estreava na HBO o seriado "Os Sopranos" que tinha um argumento muito parecido com o desse filme mas que era mil vezes superior.

Pablo Aluísio.

Guardiões do Céu

Título no Brasil: Guardiões do Céu
Título Original: Wings of Honour
Ano de Produção: 2013
País: Alemanha, Inglaterra
Estúdio: Ascot Elite Home Entertainment
Direção: Christopher-Lee Dos Santos
Roteiro: Andrew Eric Madonald      
Elenco: Nicholas van Der Bijl, Ryan Dittman, Andre Frauenstein

Sinopse: 
Um grupo de aviadores da Força Aérea Inglesa (RAF) é designado para uma importante e perigosa missão: bombardear o território alemão durante a Segunda Guerra Mundial. Entre os militares da tripulação se encontram um novato, sem qualquer experiência de combate, e um voluntário das forças armadas da África do Sul, também em busca de experiência de combate. Juntos enfrentarão muitos desafios, inclusive ataques de caças do Terceiro Reich nos céus nazistas.

Comentários:
"Guardiões do Céu" foi lançado timidamente no mercado de DVD no Brasil. Obviamente não se trata de nenhuma super produção Made in Hollywood mas a despeito disso não deixa de ser um bom filme. Não é excepcional, seu roteiro tem clichês, os atores não são grande coisa e nem a direção foge do lugar comum mas apesar disso certamente funciona como entretenimento ligeiro para fãs de filmes passados na Segunda Guerra Mundial. Claro que quem aluga um DVD desses procura acima de tudo muitas cenas de combates aéreos. Sim, elas certamente existem e até que são bem realizadas mas infelizmente só fazem parte dos dois terços iniciais do enredo. Depois de um acontecimento (que não irei revelar para não estragar as surpresas de quem ainda não viu a produção) os combates são transferidos para o chão, onde ingleses e alemães travam uma luta de vida ou morte nos bosques fechados da Baviera. No final de tudo cabem duas últimas observações: Não vá assistir esperando nada grandioso mas prepare-se também para se divertir pois nesse ponto o filme cumpre o que promete.

Pablo Aluísio.

Altitude

Título no Brasil: Altitude
Título Original: Altitude
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Escape Factory, Foundation Features
Direção: Kaare Andrews
Roteiro: Paul A. Birkett
Elenco: Jessica Lowndes, Ryan Donowho, Jake Weary e Julianna Guill.

Sinopse: 
Grupo de amigos embarcam em um avião. Tudo ia bem, até que um defeito estranho os leva a uma altitude extrema e depois a uma neblina sem fim. Logo percebem o solo desapareceu e que há um gigantesco monstro lá fora.

Comentários:
Tentativa fracassada de criar um filme que lembre a série "The Twilight Zone", "Altitude" é mais um daqueles filmes sobre pessoas isoladas à mercê do perigo (como "Pânico na Neve") misturado com "O Nevoeiro". A ideia é maluca, mas até que inicialmente bacana, mas a falta de competência de TODOS põe tudo a perder. Nos primeiros 15 minutos o espectador já está sem paciência devido ao péssimo desenvolvimento do filme, que não envolve nunca e depende de um elenco compostos por rostos bonitinhos e péssimas atuações. Nem sequer há um trabalhinho de pesquisa (até leigo vai perceber as coisas irreais envolvendo o avião e que a mocinha não sabe pilotar!). Todos os personagens são superficiais, chatos e irritantes, só restando torcer para que morram logo e assim a tortura de assistir ao filme acabe (incrível como o filme é pequeno e pareça ser tão longo). Sem acertar em nenhum momento, ainda fecha com um forçado "final surpresa sem noção" que só faz lamentar ter perdido o tempo vendo isso. (Ricardo Martins)

Pablo Aluísio.

Smallville

Título no Brasil: Smallville
Título Original: Smallville
Ano de Produção: 2001-2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner
Direção: Diversos
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar
Elenco: Tom Welling, Michael Rosenbaum e Allison Mack

Sinopse: 
A série conta as aventuras do jovem Clark Kent na pequena cidade de Smallville (chamada de Pequenópolis na versão dublada brasileira), no estado do Kansas antes de se tornar o Superman. A história é bem diferente da história em quadrinhos, onde surgiu Superman; trata-se mais de uma reconcepção. Inspirada na mini-série Superman: As Quatro Estações, ela preserva nomes e alguns acontecimentos, mas caminha de forma independente.

Comentários:
"Smallville" foi vítima de seu próprio sucesso. Uma série que foi pensada para durar no máximo três temporadas estourou na audiência o que fez com que roteiristas levassem a enrolação à alturas olímpicas, pois não havia mais enredo a contar. As duas primeiras temporadas porém valem a pena pois é tudo de muito bom gosto, bem produzido e com ótimo elenco. Conforme o tempo foi passando o desgaste se instalou nos episódios que não iam mais para lugar nenhum. Um seriado na minha opinião deve durar no máximo cinco temporadas, isso se realmente o argumento for muito bom. Depois disso é inevitável cair no marasmo ou no ridículo. Por isso se eu fosse os produtores de boas séries como Dexter as terminava após um determinado número de episódios. De uma forma ou outra "Smallville" só se despediu da telinha após longos dez anos! Certamente formou uma legião de fãs durante todo esse tempo e também se tornou o produto cultural mais longo envolvendo o personagem Superman na televisão mas a despeito disso também se mostrou bem saturada e fora de rumo.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Não Somos Anjos

Título no Brasil: Não Somos Anjos
Título Original: We're No Angels
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Neil Jordan
Roteiro: David Mamet, Ranald MacDougall
Elenco: Robert De Niro, Sean Penn, Demi Moore, John C. Reilly

Sinopse: 
Dois condenados (Bob De Niro e Penn) fogem de uma prisão de segurança máxima e vão parar numa pequena cidadezinha às margens de cataratas que eles usaram para escapar da polícia. Na correria entram em um antigo mosteiro e começam a se passar por padres. A situação fica ainda mais complicada porque o diretor da prisão está à procura deles que não podem deixar seus disfarces de lado. A única saída acaba sendo uma procissão da Virgem Maria cujo ponto de chegada é no país vizinho, o Canadá. Se conseguirem chegar até lá estarão livres das garras da lei. 

Comentários:
Divertida comédia dos anos 80 que na realidade é um remake de um antigo filme com Humphrey Bogart e Peter Ustinov chamado no Brasil de "Veneno de Cobra". A premissa realmente é muito boa, pois a partir do momento em que os bandidos se fazem de padres católicos tudo fica muito divertido. Sem nenhuma noção dos dogmas e crenças da Igreja eles vão tentando sobreviver de todas as formas. Uma das cenas mais divertidas ocorre quando De Niro está no confessório e entra um policial para se confessar justamente com ele! O tira traiu a esposa e sente-se culpado por isso! Imagine a saia justa! Já na ficha técnica dois nomes se sobressaem para os cinéfilos. O primeiro é o do diretor Neil Jordan que aqui dirige uma rara comédia em sua filmografia. O segundo é a presença na equipe de roteiristas do talentoso David Mamet. Sua presença é garantia de bom texto e tiradas inteligentes.

Pablo Aluísio.

E Se Fosse Verdade...

As comédias românticas andam saturadas ultimamente. Embora tenham um público cativo, formado obviamente por mulheres, o fato é que não é fácil lançar tantos filmes todos os anos sem a fórmula se desgastar. Assim não soa como novidade o argumento desse "E Se Fosse Verdade...", mais uma comédia romântica... sobrenatural! Isso mesmo que você leu. O enredo aqui explora a paixão que nasce entre um homem e uma fantasma, uma mulher controladora e obsessiva que já está do outro lado da vida. Aliás essa última frase já mata a charada. Quem lembrou de "Ghost" acertou em cheio. A diferença é que em "Ghost" o amor nasceu quando ambos eram vivos e aqui o sentimento nasce quando ela já está morta! Esse "E Se Fosse Verdade..." tive a oportunidade de ver no cinema na data de seu lançamento. Não havia muitos bons filmes em cartaz então resolvi arriscar. Apesar da boa vontade não me pareceu grande coisa realmente.

O único atrativo talvez venha do esforçado elenco. Mark Ruffalo (O Hulk mas ator de bons outros filmes também), certamente consegue manter o público feminino acordado e interessado. Já Reese Witherspoon deveria repensar sua carreira. O tempo de interpretar garotinhas apaixonadas certamente já passou. Ainda mais agora que ela tem se envolvido em vários problemas pessoais (recentemente foi presa por dirigir embriagada, ficou com raiva e ofendeu os policiais, indo diretamente em cana por desacato). Sua carreira já está estagnada  há anos e a falta de um sucesso de bilheteria talvez prove que o momento é de partir para outra para evitar virar uma nova Meg Ryan. Enfim é isso. Comédia romântica espiritual que não decola, nem empolga. Ideal para passar na Sessão da Tarde (coisa aliás que vai acontecer hoje!). Se quiser arriscar (como eu fiz no cinema), boa sorte!

E Se Fosse Verdade... (Just Like Heaven, Estados Unidos, 2005) Direção: Mark Waters / Roteiro: Peter Tolan, Leslie Dixon / Elenco: Reese Witherspoon, Mark Ruffalo, Donal Logue / Sinopse: David Abbott (Mark Ruffalo) aluga um apartamento em San Francisco e acaba descobrindo que o local parece ser assombrado por uma garota morta, Elizabeth Martinson (Reese Witherspoon)!

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Obsessão

Título no Brasil: Obsessão
Título Original: The Paperboy
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films, Nu Image Films
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Lee Daniels, Peter Dexter
Elenco: Matthew McConaughey, Nicole Kidman, John Cusack, Zac Efron, David Oyelowo 

Sinopse:
Hillary Van Wetter (John Cusack) é condenado à morte por supostamente ter assassinado o xerife de uma cidadezinha da Flórida. Convencidos de sua inocência, dois jornalistas investigativos, Ward (Matthew McConaughey) e Yardley (David Oyelowo) ao lado do jovem Jack Jansen (Zac Efron) e da namorada do condenado, Charlotte Bless (Nicole Kidman), resolvem ir a fundo nas investigações para colher provas que inocentem Hillary. A verdade porém não será tão simples assim de encontrar.

Comentários:
Bom filme que apesar do interessante e até mesmo realista roteiro não irá certamente agradar a todos, principalmente o público que deseja ver um belo e convencional final feliz. A trama se passa nos anos 60, em uma região isolada, pantanosa, do calorento estado da Flórida. O espectador é levado todo o tempo a acreditar numa tese sobre a verdadeira morte do xerife local mas isso é apenas uma parte do que será revelado. É um enredo bem escrito e com reviravoltas que para alguns serão radicais demais. Mesmo assim não há como negar que a estória envolve e agrada. O elenco é excepcionalmente muito bom. Nicole Kidman interpreta uma personagem bem distante de seus últimos trabalhos onde a classe e a elegância eram os pontos fortes. Sua Charlotte Bless é uma mulher obsessiva por se apaixonar por homens condenados, prisioneiros no corredor da morte. Ela é a imagem da mulher beirando a vulgaridade da década de 60, sempre se envolvendo com os homens errados. Zac Efron surge como o jovem que se apaixona platonicamente por ela - uma paixão que lhe dará muitos desgostos e tragédias em sua vida pessoal. Apesar de certos exageros no desenrolar de tudo gostei bastante do filme. Certamente não agradará a todos, como já frisei, mas quem embarcar na proposta do diretor certamente vai gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Mordomo da Casa Branca

Título no Brasil: O Mordomo da Casa Branca
Título Original: The Butler
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Follow Through Productions
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong, Wil Haygood
Elenco: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Mariah Carey, Vanessa Redgrave, Cuba Gooding Jr, James Marsden, Alan Rickman, Jane Fonda

Sinopse: 
Baseado em fatos reais o filme conta a história de Cecil Gaines (Forest Whitaker), pobre e negro, nascido em um dos estados sulistas mais racistas dos Estados Unidos. Após testemunhar seu pai ser morto por um branco que não sofreu qualquer condenação por esse assassinato, ele começa a aprender uma nova profissão, a de serviçal na fazenda rural onde mora. Conforme os anos passam ele começa a melhorar de vida, inclusive trabalhando em grandes hotéis, até ser admitido para ser mordomo na Casa Branca, exercendo essa função por mais de 30 anos.

Comentários:
Filme que tem causado grande repercussão nos Estados Unidos. Não é para menos já que conta a história do homem que vê sua vida passando, servindo como mordomo da Casa Branca, ao mesmo tempo em que vai testemunhando as mudanças sociais pelas quais passa a sociedade americana. Ele chega na Casa Branca durante a presidência de Dwight D. Eisenhower, ainda nos anos 1950, e só se aposenta durante os anos presidenciais do republicano Ronald Reagan. O roteiro é extremamente bem escrito e mostra nos dois filhos de Cecil o destino de muitos jovens negros daquela época. Um deles se torna ativista, entra para os Panteras Negras e começa a lutar pelos direitos civis dos negros. O outro resolve ir por um caminho diferente e se torna soldado do exército americano durante a Guerra do Vietnã. Com isso a família de Cecil acaba sendo um alegoria do que foi toda a história dos negros americanos durante aqueles anos turbulentos.

Conforme a imprensa dos EUA revelou recentemente alguns eventos mostrados no filme são meramente ficcionais mas isso em nada diminui a ótima qualidade cinematográfica desse "O Mordomo da Casa Branca". Em termos de elenco o espectador encontrará uma galeria de estrelas mas como não poderia ser diferente quem rouba todas as atenções é mesmo o ator Forest Whitaker no papel principal. Ele tem uma atuação magistral mostrando o mordomo Cecil desde sua juventude até seus dias de velhice e aposentadoria. A apresentadora de TV Oprah Winfrey interpreta sua esposa e se saí muito bem. Embora não sejam parecidos fisicamente com os personagens que interpretam os atores John Cusack (Nixon), James Marsden (Kennedy) e Alan Rickman (Reagan) conseguem trazer para o filme a essência dos presidentes que interpretam. A direção também é muito bem realizada, procurando nunca cair na pieguice mas sem perder a emoção em nenhum momento. Enfim, grande filme, bela mensagem e uma forma muito didática e agradável de contar parte da história americana do século XX. Seja você ativista ou não, assista, pois é uma excelente obra cinematográfica.

Pablo Aluísio.

Renascido das Trevas

Título no Brasil: Renascido das Trevas
Título Original: The Resurrected
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Dan O'Bannon
Roteiro: Brent V. Friedman, baseado na obra de H.P. Lovecraft
Elenco: John Terry, Jane Sibbett, Chris Sarandon

Sinopse: 
A esposa de Charles Dexter Ward (Chris Sarandon) resolve em desespero contratar os serviços de um investigador particular para descobrir o que teria acontecido com seu marido. Ele vive isolado numa cabana remota realizando estranhas experiências que começam a afetar de uma forma ou outra toda a região. Produção também conhecida como "O Filho das Trevas". 

Comentários:
Bom momento do cinema de terror dos anos 90. O destaque em minha opinião vai para a excelente atuação de Chris Sarandon. Ele, como todos sabem, foi imortalizado nos filmes de terror por causa de sua atuação como o vampiro sedutor de "A Hora do Espanto". Foi um grande sucesso a tal ponto que no Brasil se criou até uma expressão para o êxito de bilheteria do filme, a "Espantomania". Ora vejam só que coisa curiosa. Aqui ele injeta novamente seu talento para um enredo que prende a atenção do espectador, principalmente porque a trama que mais parece um enorme mosaico vai sendo tecida aos pouquinhos. Clima escuro e sórdido que funciona muito bem, até nos dias de hoje. Eis um filme dos anos 90 que merecia ser mais reconhecido. Uma boa chance para o cinéfilo conferir mais uma vez.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A Família

Título no Brasil: A Família
Título Original: The Family
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Relativity Media
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson, Michael Caleo
Elenco: Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Tommy Lee Jones, Dianna Agron

Sinopse: 
Giovanni Manzoni (Robert De Niro) e sua família chegam no norte da França, na Normandia, para tentar recomeçar mais uma vez suas vidas. Eles entraram no programa de proteção às testemunhas do FBI após Manzoni entregar toda a sua família mafiosa de Nova Iorque. Na nova cidade os garotos tentam se acostumar com a nova escola enquanto Manzoni resolve assumir a nova identidade de Fred Blake que seria supostamente um escritor americano escrevendo sobre o famoso Dia D quando a França finalmente foi libertada por tropas aliadas.

Comentários:
Sempre gostei muito do cinema de Luc Besson. Desde o primeiro filme que vi dele (Imensidão Azul, ainda nos anos 80) pude perceber que ele é um dos poucos cineastas em atividade que ainda conseguiam realizar obras que aliavam o clima mais cult com a boa e velha cultura pop. Aqui isso se repete. Besson na verdade faz quase uma homenagem à persona de Robert De Niro no cinema. Seu mafioso é uma sátira-homenagem aos grandes papéis que interpretou ao longo de sua grande carreira. Isso se torna muito claro quando De Niro vai ao lado de Tommy Lee Jones para um debate sobre grandes clássicos do cinema americano e o filme exibido é nada mais, nada menos, do que o grande clássico "Os Bons Companheiros" de Martin Scorsese que tinha no elenco justamente... sim, ele mesmo... Robert De Niro! Usando sempre dessa excelente ideia o filme consegue divertir e dar uma boa sensação aos fãs de cinema em geral pois seu clima de fino humor negro combina muito bem com sua proposta de divertir e homenagear ao mesmo tempo. Gostei bastante do resultado final pois em alguns aspectos temos uma gama incrível de referências bem humoradas sobre filmes da máfia em geral que vão desde "Donnie Brasco", passando por filmes sobre mafiosos de Scorsese chegando até o sucesso da HBO "The Sopranos". Um ótimo programa certamente. Há tempos que De Niro não soava tão satisfatório como nessa película. Está recomendado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Lenda de Sleepy Hollow

Título no Brasil: A Lenda de Sleepy Hollow
Título Original: Sleepy Hollow 
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Paul A. Edwards, Ken Olin
Roteiro: Phillip Iscove, Alex Kurtzman, Roberto Orci
Elenco: Tom Mison, Nicole Beharie, Orlando Jones

Sinopse: 
Durante a guerra de independência dos Estados Unidos o soldado Ichabod Crane (Tom Mison) acaba decapitando um estranho mercenário inimigo mas na luta termina sendo morto também. Dois séculos e meio depois ressurge do mundo dos mortos para destruir o cavaleiro sem cabeça, o mesmo que havia matado no passado. A estranha criatura deve ser destruída pois caso encontre seu antigo crânio poderá abrir as portas para a chegada dos quatro cavaleiros do apocalipse nos dias atuais.

Comentários:
"Sleepy Hollow" traz para a TV a conhecida estória do cavaleiro sem cabeça. Como o universo de séries na TV americana é extremamente concorrido os roteiristas jogaram praticamente toda a trama já no episódio piloto. A intenção é certamente prender o espectador, criando um interesse para acompanhar os episódios seguintes. Por isso tudo soa meio apressado, jogado às pressas, sem tempo para tomar fôlego. Esse tipo de desenvolvimento honestamente não me agrada muito pois sempre preferi que tudo acontecesse aos poucos, em seu devido tempo. Mesmo assim, com esses problemas que entendo perfeitamente, pois é a eterna luta pela audiência, ainda consegui gostar do que vi. Se você gosta da versão do cinema, que tem uma direção de arte primorosa e muitos efeitos digitais, provavelmente vai achar tudo muito acanhando nesse campo. Mas releve esse tipo de comparação e tente gostar da nova série. Ainda é cedo para dizer se ela vai conseguir se firmar mas que tem potencial, certamente tem.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os Fantasmas de Scrooge

Título no Brasil: Os Fantasmas de Scrooge 
Título Original: A Christmas Carol
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, baseado na obra de Charles Dickens
Elenco: Jim Carrey, Gary Oldman, Colin Firth

Sinopse: 
Scrooge (Jim Carrey) é um ser humano desprezível. Muito rico mas completamente mesquinho não quer saber de absolutamente ninguém em sua vida. Extremamente materialista só pensa em dinheiro e nada mais. Quando seu sócio morre ele acaba recebendo a visita de três fantasmas do natal. Um dos natais passados, outro do natal do presente e finalmente um terceiro, representando os natais do futuro. Juntos eles levarão o velho Scrooge numa jornada de auto conhecimento e renovação do verdadeiro espírito do natal.

Comentários:
Produção milionária que teve um orçamento estimado em absurdos 200 milhões de dólares. Não é para menos. Aqui o cineasta Robert Zemeckis reuniu um elenco de primeira e tecnologia de ponta para contar mais uma versão do famoso livro (imortal, diga-se de passagem) do grande Charles Dickens. Jim Carrey aproveita o uso dessa técnica para deitar e rolar em suas caracterizações. Apesar de seu talento reconhecido temos que admitir que sua atuação nem sempre funciona a contento. A questão é que essa estória, muito evocativa e belamente escrita, já foi adaptada tantas vezes (a primeira em 1910, totalizando quase 100 versões até hoje) que já não existe a menor possibilidade de surpreender. Nem mesmo sob uma nova roupagem, com tecnologia de ponta, muda essa situação. Agora se você é jovem demais para se lembrar ou nunca viu nada sobre esse enredo até pode ser uma boa opção. De fato a direção de arte desse filme é acima da média e o enredo do velho avarento encontrando sua verdadeira felicidade ainda pode emocionar aos novatos. De qualquer modo não é uma má ideia para uma madrugada de natal. Assim se estiver no espírito certo não deixe de conferir pois o filme será exibido nessa madrugada pela Rede Globo. Aproveite e tenha um Feliz natal de muita paz e alegria!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Um Natal Brilhante

Título no Brasil: Um Natal Brilhante
Título Original: Deck the Halls
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: John Whitesell
Roteiro: Matt Corman, Chris Ord
Elenco: Matthew Broderick, Danny DeVito, Kristin Chenoweth

Sinopse: 
Steve Finch (Matthew Broderick) é louco pelo natal. Na verdade essa é a época do ano mais feliz em sua vida e ele não faz a menor questão de esconder isso, tanto que cultiva uma infinidade de tradições natalinas, alguma bem absurdas. Seu fanatismo do natal é tamanho que ele chega até mesmo a incomodar sua família. Seu otimismo porém começa a ser abalada quando um novo vizinho se muda para a casa ao lado. Buddy Hall (Danny DeVito) é o extremo oposto de Steve. Não demora muito para que ambos entrem numa rivalidade sem limites, uma rixa completamente maluca.

Comentários:
Já que é natal vamos falar sobre alguns filmes natalinos, em especial os que serão exibidos amanhã pela Rede Globo em uma maratona que vai pela madrugada adentro com três filmes cujo tema não poderia ser outro, a festa de natal. "Um Natal Brilhante" é o primeiro deles. Se trata de uma comédia de costumes, um subgênero divertido que sempre rende bons momentos no cinema. A intenção é de sempre satirizar o chamado American Way of Life, com seus maridos suburbanos meio idiotizados, seus filhos disfuncionais e suas esposas no fundo bem frustradas sobre tudo. É um tipo de humor que nasce das pequenas banalidades da vida. Esse aqui porém é dos mais leves, coisa bem família mesmo, sem qualquer tipo de ousadia maior com o americano médio que sempre é o alvo preferido desse tipo de fita. O destaque vai para o bom elenco onde se merecem citar as boas atuações de Matthew Broderick e Danny DeVito, ambos muito bem em seus respectivos papéis, o de um pai meio abobalhado e o de um sujeito baixinho e invocado. Vale a espiada depois da ceia e da Missa do Galo.

Pablo Aluísio.

Arthur Newman

Título no Brasil: Arthur Newman
Título Original: Arthur Newman
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Dante Ariola
Roteiro: Becky Johnston
Elenco: Colin Firth, Emily Blunt, Anne Heche

Sinopse: 
Wallace (Colin Firth) é um gerente de uma grande empresa americana. Divorciado, pai de um filho de 13 anos que mal fala com ele, decide jogar tudo para o alto e partir pela estrada. Após assumir a identidade de Arthur Newman em sua viagem conhece uma jovem cheia de problemas, Mike (Emily Blunt). Ela também não parece contar a verdade sobre sua identidade real mas isso pouco importa. Juntos acabam atravessando os Estados Unidos, vivendo várias experiências amorosas e de vida pelos lugares por onde passam.

Comentários:
Arthur Newman é um road movie existencialista. O personagem principal interpretado muito bem por Colin Firth é um sujeito que acima de tudo deseja fugir de si mesmo, da sua vida chata e de seus relacionamentos fracassados. Sonhando entrar em um torneio de golfe para ricaços entediados ele resolve cair na estrada. Fugir da rotina, da monotonia que sua vida se tornou. Mike, que tem nome de homem mas é uma garota bonita, tem certamente mais problemas do que ele. Sua mãe enlouqueceu e sua irmã também. Com receio que a loucura genética a atinja mais cedo ou mais tarde ela procura viver tudo intensamente, o que para Wallace será um achado pois é justamente isso que ele procura. Mesmo com o encontro entre ambos, de seu turbulento relacionamento, não vá esperar um filme romântico tradicional. Uma fina melancolia atravessa o filme de ponta a ponta como se aquele casal não tivesse mesmo qualquer futuro promissor pela frente. Emily Blunt, apesar da maquiagem pesada, está perturbadoramente atraente e sensual. No final das contas o que temos aqui é de fato um romance sui generis, nada banal que certamente agradará aos românticos mais existencialistas. Se é o seu caso, arrisque!

Pablo Aluísio.