domingo, 8 de agosto de 2021

Legalmente Loira 2

Tem muita gente que não suporta a atriz Reese Witherspoon. Acham ela péssima, artificial, má atriz e todo o pacote de opiniões negativas. Nesse aspecto eu vou um pouco contra a maré. Simpatizo com a mocinha, desde os seus primeiros filmes que não eram lá grande coisa. Com o tempo ela foi melhorando, melhorando, até que atualmente a considero, de fato, uma boa atriz. Loirinha talentosa. E por falar em loiras... Essa mini franquia "Legalmente Loira" é um dos momentos mais fracos de sua carreira, mas é a tal coisa... o primeiro filme fez tanto sucesso que o estúdio pagou um cachê extra para ela voltar. Se no primeiro filme ela era uma estudante de direito, o que viria depois? Esse segundo filme tenta contar essa história.

Agora a personagem Elle Woods já está formada, se torno advogada e se prepara para seu primeiro emprego de verdade. Ela vai para a capital Washington, D.C. e se envolve na luta pelos direitos dos animais, para que não façam mais testes nos bichinhos. Bonitinho não é mesmo? Pena que o filme não tenha muita graça e nem nada muito interessante para contar. O primeiro é muito melhor, o que não quer dizer que seja muito bom, vamos entender bem isso. Resultado de tudo? O filme que custou 45 milhões de dólares faturou nas bilheterias mais de 200 milhões. Lucro no bolso e produtores satisfeitos. Bom, isso é Hollywood.

Legalmente Loira 2 (Legally Blonde 2: Red, White & Blonde, Estados Unidos, 2003) Direção: Charles Herman-Wurmfeld / Roteiro: Amanda Brown / Elenco: Reese Witherspoon, Sally Field, Bob Newhart / Sinopse: Após se formar e passar no exame de ordem a jovem agora advogada Elle Woods (Reese Witherspoon) vai pra luta, defender nos tribunais o direito dos animais contra testes dolorosos e cruéis.

Pablo Aluísio.

Meninos de Deus

Esse filme é ótimo e injustamente subestimado. O filme conta a história de um grupo de jovens colegiais, estudantes em uma escola católica tradicional. Um deles tem fixação por quadrinhos e desenhos. Então ele vai transformando em desenho as experiências que vive, as pessoas que conhece, os amores típicos da adolescência, etc. E isso abre margem para o filme apresentar uma série de pequenas animações, muito bem realizadas por sinal, que só existem mesmo na mente do garoto. Algo que dá uma dinâmica própria ao filme, misturando um ótimo gancho narrativo com pitadas de bom humor e ironia.

O elenco é outro ponto de interesse para assistir ao filme. Uma das freiras da escola é interpretada por Jodie Foster! Imagine você, logo ela, uma atuante ativista dos direitos da comunidade LGBT. Ela inclusive usa de sua personagem para tirar alguns casquinhas da mente de pessoas afundadas na religião, os que as tornam preconceituosas e sem humor nenhum na vida. Jodie inclusive participou do filme também como produtora executiva. Outro destaque vem do ator Emile Hirsch. Quando fez o filme era praticamente um garoto, mas já demonstrava muito talento, algo que iria se confirmar nos anos que viriam. Enfim, deixo a dica desse filme. Para quem já foi aluno em uma dessas tradicionais escolas católicas (como é o meu caso, inclusive) haverá muito com que se identificar.

Meninos de Deus (The Dangerous Lives of Altar Boys, Estados Unidos, 2002) Direção: Peter Care / Roteiro: Jeff Stockwell, Michael Petroni, baseados em livro escrito por Chris Fuhrman / Elenco: Emile Hirsch, Jodie Foster, Kieran Culkin, Jena Malone / Sinopse: Um grupo de colegiais de uma tradicional escola católica vivem as alegrias e emoções típicamente de sua idade.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de agosto de 2021

Meu Nome é Radio

O ator Cuba Gooding Jr ganhou o Oscar cedo em sua carreira. Melhor dizendo... foi cedo demais! Com isso ele foi atingido em cheio com a tal "maldição do Oscar" que segundo a lenda urbana acaba destruindo a carreira de atores e atrizes que levaram o cobiçado prêmio máximo de Hollywood em uma fase ainda muito precoce de suas carreiras. Dizem as más línguas que a inveja dos veteranos e veteranas, que muitas vezes ficam décadas sem nem ao menos ser indicados, leva ao boicote da vida artística desses jovens premiados. E depois disso tudo vai por água abaixo, é ladeira à toda velocidade. Até que faz sentido se formos analisar nesse ponto de vista. A inveja e o ressentimento se tornam armas poderosas nas mãos de pessoas poderosas e ricas em Hollywood.

Pois bem, Cuba Gooding Jr pensou que teria novas chances no Oscar com esse "Meu Nome é Radio". Claro que não deu certo! Como escreveu um mordaz crítico nos Estados Unidos, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. E olha que apesar de tudo não considero esse um filme ruim. Poderia até dizer que o roteiro é um pouco fraco, mas não chega a ser nem perto do desprezível. Tem um elenco coadjuvante muito bom, contando com o sempre bom Ed Harris. Só que é aquela coisa, os veteranos não iriam deixar passar em branco as pretensões do Cuba. Com isso ele ganhou uma indicação sim, mas não foi do Oscar, foi do Framboesa de Ouro! Que maldade...

Meu Nome é Radio (Radio, Estados Unidos, 2003) Direção: Michael Tollin / Roteiro: Mike Rich, Gary Smith / Elenco: Cuba Gooding Jr, Ed Harris, Debra Winger / Sinopse: O filme conta a história de um treinador de ensino médio (High School nos Estados Unidos) que precisa lidar com um homem com desenvolvimento mental retardado.

Pablo Aluísio.

Bem-Vindo à Selva

O "The Rock" (não o chame assim, porque ele desistiu desse "nome", dessa alcunha) segue firme na carreira. Seus filmes não são necessariamente grandes sucessos de bilheteria como acontecia com os brutamontes de ação dos anos 80, mas ele inegavelmente consegue se firmar na indústria de cinema, ano após ano. Dwayne Johnson é considerado um nome confiável pelos principais estúdios de Hollywood. Nesse "Bem-Vindo à Selva" ele segue basicamente a fórmula de praticamente todos os seus filmes. Os roteiros misturam cenas de ação bem elaboradas com bastante humor. Não são filmes para se levar muito à sério. É pura pipoca em forma de cinema, feito para a pura diversão realmente. Nada pretensioso, seus filmes não querem almejar reconhecimento da crítica. Apenas divertir.

Essa produção com história que se passa na selva Amazônica conta com cenas bem engraçadas como a queda exagerada, barranco abaixo, com um jipe caindo por cima dele e o furioso ataque de um macaco selvagem, de uma espécie aliás que só existe na África e não na selva Amazônica. Tudo bem, ninguém espera por algo a mais do que apenas diversão, então está valendo esse tipo de erro. O elenco coadjuvante traz a presença de Christopher Walken. Esse não precisa fazer esforço para ser engraçado. O próprio jeito de ser dele, natural, já garante o riso. Então é isso, um filme com The Rock que seus fãs não vão reclamar, em absoluto.

Bem-Vindo à Selva (The Rundown, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Berg / Roteiro: R.J. Stewart, James Vanderbilt / Elenco: Dwayne Johnson, Seann William Scott, Christopher Walken / Sinopse: Um grupo de americanos decide entrar nas profundezas da floresta Amazônica em busca de um suposto tesouro e acabam encontrando muitas aventuras selva adentro.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

1941 - Uma Guerra Muito Louca

Título no Brasil: 1941 - Uma Guerra Muito Louca
Título Original: 1941
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, Columbia Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, Treat Williams, Christopher Lee, Toshirô Mifune, John Candy, Nancy Allen

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial os habitantes da Califórnia entram em pânico quando um boato se espalha em todas as cidades. Os rumores dão conta que as cidades da costa oeste serão em breve bombardeadas por uma grande esquadrilha de aviões japoneses. Assim que a falsa notícia se espalha o caos se instala em todos os lugares por causa do iminente ataque!

Comentários:
Ontem citei o comediante John Belushi (1949 - 1982) comentando uma comédia mais recente e isso me fez recordar desse "1941 - Uma Guerra Muito Louca". Belushi como todos sabemos foi cria do programa SNL da TV americana. Lá ele criou tipos inesquecíveis e virou ídolo da juventude que morria de rir com suas performances. Isso obviamente abriu as portas do cinema americano para ele e depois do sucesso de "Clube dos Cafajestes" o comediante estrelou esse filme, considerado o mais ambicioso de sua carreira até então. Dirigido por Steven Spielberg e roteirizado por Robert Zemeckis havia grandes expectativas de que se tornaria um grande campeão de bilheteria. Infelizmente isso não aconteceu. Produção muito cara o filme não conseguiu atrair a atenção do público, mesmo parecendo estar tudo em ordem, com as peças certas. O que deu errado? Muito provavelmente o tema (comédia passada em plena II Guerra Mundial) não tenha despertado a atenção do público na época. Afinal o cinema vivia uma outra fase, com filmes de ficção e aventura dominando as atenções. Outro problema vem do próprio roteiro escrito por Zemeckis e seu colega Bob Gale (os mesmos que criariam a franquia "De Volta Para o Futuro" alguns anos depois). Tudo é desorganizado, com excesso de personagens e falta de foco. Não demora muito para o espectador ficar desorientado no meio daquele enredo sem muito pé, nem cabeça. Para piorar as piadas são fracas e a sensação de estar vendo uma comédia sem graça logo domina. Revisto hoje em dia o filme serve apenas como curiosidade. Para relembrar John Belushi e entender que nem mesmo Steven Spielberg, o mago do cinema, era imune ao fracasso.

Pablo Aluísio

Tempo de Matar

O racismo persiste. Essa ainda é uma ferida aberta dentro da sociedade americana e ao que parece não será curada tão cedo. Um dos melhores filmes mostrando as raízes do racismo dentro até da sociedade e do sistema judicial americano é esse "Tempo de Matar", filme que foi muito falado e gerou grande repercussão em seu lançamento. A trama mostrando um homem negro em busca de justiça para sua filha que foi estuprada aos dez anos por brancos racistas do sul diz muito sobre a própria sociedade americana. Em termos históricos não fazia muito tempo que os brancos americanos tinham praticamente direito de matar qualquer negro que entrasse em seu caminho. Os brancos se consideravam superiores aos negros e esses muitas vezes não contavam com nenhuma corte em seu favor. São conhecidas as histórias de negros enforcados em árvores por organizações racistas brancas, demonstrando que não havia perdão para um afro-americano que infringisse qualquer regra de comportamento estabelecida pelos membros da casta WASP. O ambiente era de fato brutal.

Agora imaginem dentro de um contexto tão adverso como esse o trabalho de um advogado jovem, branco, tendo como cliente um negro, bem no meio de uma das regiões mais violentas e racistas da América protestante! "Tempo de Matar" mostra que dentro do sistema judiciário dos Estados Unidos nem sempre as leis funcionavam do mesmo jeito para brancos e negros. Esse é sem dúvida um filme corajoso, que inclusive sofreu boicotes em seu lançamento. O advogado Jake Tyler Brigance interpretado pelo bom ator Matthew McConaughey simboliza a luta por justiça dentro de um sistema corrompido por dentro. O filme também surge como uma grata surpresa dentro da carreira do irregular diretor Joel Schumacher. Conhecido por seus altos e baixos (alternando sempre filmes interessantes com abacaxis tremendos), aqui Joel Schumacher pelo menos não atrapalha. Ele está muito correto na condução do roteiro, que no fundo fala por si mesmo. Enfim, "Tempo de Matar", um filme importante que mostra que nem tudo é uma maravilha na terra do Tio Sam.

Tempo de Matar (A Time to Kill, Estados Unidos, 1996) Direção: Joel Schumacher / Roteiro: Akiva Goldsman, baseado na obra A Time to Kill de John Grisham / Elenco: Matthew McConaughey, Sandra Bullock, Samuel L. Jackson, Kevin Spacey, Oliver Platt / Sinopse: Jovem advogado branco defende um negro numa corte americana. Filme indicado ao Oscar na categoria melhor ator coadjuvante (Samuel L. Jackson).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Contos Proibidos do Marquês de Sade

Seu nome deu origem ao termo "Sadismo" (Prática sexual que consiste em obter prazer com a dor e o sofrimento de outra pessoa; prazer experimentado com o sofrimento alheio; crueldade extrema) Como se pode perceber o famoso (ou seria infame?) Marquês de Sade entrou para a história. Obviamente ele se tornou um personagem histórico entrando pelas portas dos fundos mas mesmo assim não é de se ignorar sua fama. O filme começa mostrando o outrora vaidoso nobre em seus últimos dias, completamente insano (provavelmente por ter contraído sífilis) e em duelo com um médico da instituição onde está internado. Assim como Casanova, o decadente marquês se notabilizou por tentar difundir na Europa uma nova forma de se praticar e obter prazer com o sexo. Geralmente misturando violência, tortura e sexo, o famigerado Sade acabou colecionando inúmeros inimigos em sua vida. Seus últimos dias foram completamente inglórios.

O maior destaque desse "Contos Proibidos do Marquês de Sade" é o ator australiano Geoffrey Rush. Ele está perfeito no papel, embora como é de se esperar de um personagem morto há tantos anos, não haja fontes seguras sobre como era ou como agia o verdadeiro Sade. Tudo o que Rush teve acesso foram os próprios escritos deixados pelo personagem. A partir deles ele então começou a construir o seu perfil. O trabalho é realmente primoroso e merece todos os elogios. Sua companheira de cena também está muito bem. Kate Winslet interpreta Madeleine 'Maddy' LeClerc e sempre que surge em cena impressiona o espectador. Como se isso fosse pouco o filme ainda apresenta um excelente elenco de apoio com nomes como Joaquin Phoenix e Michael Caine. O filme foi recebido com certas reservas mas atribuo isso ao conteúdo do material, afinal Sade não foi bem visto nem quando era vivo e nem muito menos agora, morto e retratado nessa produção. Mesmo assim esse é um filme que merece ser visto pois de fato é um ótimo retrato desse personagem realmente controverso da história.

Contos Proibidos do Marquês de Sade (Quills, Estados Unidos, 2000) Direção: Philip Kaufman / Roteiro: Doug Wright / Elenco: Geoffrey Rush, Kate Winslet, Joaquin Phoenix / Sinopse: Cinebiografia de Donatien Alphonse François de Sade, o Marquês de Sade (Paris, 2 de junho de 1740 — Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814), nobre europeu que ganhou notoriedade por causa de sua vida escandalosa e de seus livros considerados obscenos para a época em que viveu.

Pablo Aluísio.

Obsessão

Frances McCullen (Chloë Grace Moretz) trabalha como garçonete em Nova Iorque. Certo dia encontra uma bolsa perdida no metrô. Então resolve procurar por sua dona. Acaba levando a bolsa na casa dela. Greta Hideg (Isabelle Huppert) parece ser uma pessoa bem elegante. Fica muito agradecida a Frances por encontrar sua bolsa perdida. Então as duas começam uma amizade. Greta por ser bem mais velha que Frances cria um sentimento maternal em relação a jovem. Só que há algo errado em tudo o que está acontecendo. Greta logo passa a demonstrar um comportamento fora dos padrões, obsessivo e perigoso. E vira uma stalker na vida de Frances.

É um bom filme, embora o roteiro tenha seus clichês. Entretanto se tratando de um diretor como Neil Jordan eu esperava mais, muito mais. Em minha opinião o diretor perdeu a mão na construção do suspense desse thriller. A amizade entre as duas mulheres poderia ter sido melhor desenvolvido. Esse é um caso em que o roteiro se apressou demais. Situações de suspense devem ser desenvolvidas de forma gradual, aos poucos. Não pode passar logo para as situações de violência e crimes. Tem que ir devagar para funcionar. Então, apesar de não considerar esse um filme ruim devo dizer que lhe faltou mais calma. E o mais curioso é que Neil Jordan sempre apresentou todas essas nuances em seus filmes anteriores. Aqui surgiu com uma direção ansiosa e apressada demais.

Obsessão (Greta, Estados Unidos, 2018) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Ray Wright / Elenco: Isabelle Huppert, Chloë Grace Moretz, Maika Monroe, Stephen Rea / Sinopse: Depois de entregar uma bolsa perdida para uma mulher mais velha e solitária, uma jovem garçonete de Nova Iorque passa a ser alvo de um jogo perigoso e insano.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Marcas da Violência

Eu sempre considerei o diretor David Cronenberg um ótimo cineasta. Ele sempre se saiu muito bem em filmes como "A Mosca", uma ficção de terror. mas ao mesmo tempo mostrou ter ótimo talento para filmes mais violentos, filmes de pura ação. Veja o caso desse "Marcas da Violência". O filme conta uma história interessante. Tom Stall (Viggo Mortensen) parece ser um homem comum. Ele trabalha na pequena lanchonete de uma cidadezinha. Um cara simples que não chama a atenção. Uma noite chega na lanchonete um grupo de criminosos. E eles partem para a violência contra Tom. Esse reage imediatamente e para surpresa de todo mundo manda aqueles bandidos para o inferno. Mas como isso seria possível? Ele demonstrou uma habilidade fora do comum em sua reação. Será que ele é apenas esse pacato que todos pensavam ou ele tem um passado escondendo algo a mais?

Ed Harris interpreta um cara misterioso. Cego de um olho, vestindo um terno preto, ele parece saber bem mais sobre Tom. Será que o nome dele não seria Joey? Pois é, um filme muito bom, extremamente violento, mas ao mesmo tempo com um roteiro muito bem estruturado. E o elenco é excelente também. Além de Harris como o bandido que vem acertar contas, o filme ainda apresenta William Hurt em papel secundário, mas não menos importante. Enfim, filmão, recomendado para quem gosta de filmes de ação com bons roteiros.

Marcas da Violência (A History of Violence, Estados Unidos, 2005) Direção: David Cronenberg / Roteiro: Josh Olson / Elenco: Viggo Mortensen, Ed Harris, William Hurt, Maria Bello / Sinopse: Um homem de boas maneiras torna-se um herói local por meio de um ato de violência, que gera repercussões que abala sua família e o meio social onde vive.

Pablo Aluísio.

Presente de Grego

Essa expressão "Presente de Grego" é bem criativa. Como se sabe os gregos deram um belo cavalo de madeira para os troianos. Eles ficaram felizes pelo presente, coisa boa! Só que dentro do cavalo havia um exército para exterminar todos eles. Então deu para entender o que significa um presente de grego, não é mesmo? Uma grande cilada na verdade. Não, esse filme aqui obviamente não é sobre a guerra de Troia. O que temos é na realidade uma boa comédia, com toques de suave drama, envolvendo a talentosa atriz Diane Keaton. Ela interpreta uma executiva de Nova Iorque que sempre priorizou a carreira profissional ao invés de afundar em um casamento qualquer. Ela sempre teve uma visão bem racional do que queria e aí... de repente... o que acontece? Ela se vê com obrigações de cuidar de um bebezinho de colo! Uma completa saia justa e uma situação que ela definitivamente não estava esperando. Mais do que isso, algo que ela sempre evitou, um futuro que não queria de jeito nenhum.

Aliás uma das coisas que mais atrapalharam a vida profissional da Diane Keaton foi aquele longo e conturbado relacionamento com Woody Allen. A partir do momento que ela se viu livre disso sua carreira começou a despontar, com ótimas películas. Coincidência? Penso que não! O diretor neurótico muitas vezes sabotava a carreira dela. Ela queria fazer um filme, ele dizia que não, que era melhor não aceitar, etc... Parecia sabotá-la no cinema. Com Allen fora de quadro ela finalmente começou a brilhar sozinha. Brilho próprio aliás nunca lhe faltou.

Presente de Grego (Baby Boom, Estados Unidos, 1987) Direção: Charles Shyer / Roteiro: Nancy Meyers, Charles Shyer / Elenco: Diane Keaton, Sam Shepard, Harold Ramis / Sinopse: J.C. Wiatt (Diane Keaton) é uma executiva bem sucedida de Nova Iorque que de repente descobre que uma parente distante lhe deixou um baby para ela cuidar! E agora, como ela vai conciliar seu trabalho com o trabalho de cuidar de uma criança?

Pablo Aluísio.